A rua onde eles passavam para ir para a casa de Dave era totalmente vazia e escura, a estrada era de chão, era reta, sem nenhuma curva, a única visão eram árvores. Muitas árvores. Os dois seguiram sem falar quase nada. Apenas algumas coisas do que havia acontecido com eles naquele dia, que por sinal, eram poucas as coisas. Algum tempo depois de poucas conversas jogadas fora eles chegaram ao destino onde queriam chegar. A casa dos Beckson. Dave sai antes do carro e logo em seguida abre a porta para Amy.

– Descrição da rua e da casa de Dave –

Todas as luzes da casa estavam apagadas, algumas casas antigas no lado esquerdo da mansão enorme de Dave e no lado direito um parque totalmente destruído. Talvez fosse por causa das chuvas freqüentes na cidade ou dos vândalos que rondam a cidade à noite. A casa havia um andar. Na frente da casa havia um pequeno jardim que a tia de Dave, Evelyn, cuidava nas horas vagas, com um pequeno carreiro até as escadas que seguiam para a entrada da porta. A porta estava um pouco descascada, desbotada, por causa do tempo, pois a casa já era muito velha. A casa era toda verde por fora. Á por dentro dependia do cômodo. Tinha cômodo que era laranjado como os quartos, tinha cômodo que era um pouco marrom, mais para amarelo queimado como a sala de jantar. Tinha cômodo que já era totalmente branco, como a cozinha. Enfim, não era só de uma cor por dentro. Atrás da casa havia um terreno vazio. Apenas terra e algumas plantas pequenas que não se enxergavam de longe.

A casa estava vazia. Ash deveria estar aprontando em algum bar como sempre, Evelyn já estaria em algum lugar mais calmo, como alguma amiga, tomando chá ou café enquanto conversam sobre receitas. Dave manda Amy o acompanhar até a sala de jantar. A mesa naquela sala era como aqueles antigos, enormes, em que varias pessoas possam sentar, mas só duas sentam, uma em cada canto da mesa como nos filmes. Na verdade, toda a casa parecia ser antiga, com artefatos, janelas, móveis, tudo antigo. Dave arrasta uma cadeira para Amy se sentar, mas eles sentaram um perto do outro, diferente dos filmes que são longe e fala:

– Eu realmente não sei cozinhas direito, mas te convidei mesmo assim. Eu não sei o que vai achar, mas, será que a comida poderia ser requentada? – ele fala com uma vergonha imensa.

– Claro que pode, não faz mal, na minha casa também é assim quando meu pai não está. É bom. – Ela da um pequeno riso.

– Não vai demorar muito. Eu já volto.

Dave vai para a cozinha enquanto Amy fica sozinha naquela imensa sala. Ela ficou observando as garrafas de vinho que estavam na parede até que alguém passa pela porta. Amy só viu o vulto, mas não ligou, então voltou a observar os vinhos até que Ash aparece na porta.

– Ora, ora. Olha quem temos de visita. Se não é a bela Amy.

– Não poderia ter hora melhor para aparecer não? – Amy fala olhando sério e com cara de desgosto para Ash que estava parado se apoiando com o ombro na porta.

– Acho que é essa foi uma boa hora de aparecer. Cadê o chefe de cozinha? Deve estar na cozinha – ele fala batendo a cabeça como um retardado – Eu vou ver como anda a comida.

Ele vai para a cozinha e Amy fica xingando Ash mentalmente enquanto o olhava com um olhar de que não gostava nada do que via.

- Hei irmãozinho, bela escolha. – Ash fala levantando uma sobrancelha.

– O que? – ele pergunta como se não soubesse de nada

– Bela escola, quem esta na sala, uma delicia falando nisso. – Ash o irrita passando a língua sobre os lábios.

– Ash, você não tem nenhuma vadia para pegar por ai? Não tem nenhum Uísque te esperando em algum bar? Deixa-a, por favor, pelo menos ela.

Ash fica com um sorriso no rosto enquanto fala:

– Será? Vou pensar no seu caso. Alias, foi ela um dos motivos de eu conseguir fazer sua cabeça para ficarmos por aqui. Não é?

– Está bem, o que você quer? O que eu posso fazer pra você se mandar daqui pelo menos hoje?

– Não sei, talvez, seu carro. Estou um pouco cansado de andar e tia Evelyn tirou o meu.

Dave pega as chaves do seu bolso:

– Toma, mas se tia Evelyn descobrir que te emprestei o carro, eu te mato.

– Não se preocupe – ele da uma piscadela para Dave e sai, passa por Amy, da um tchau lento com a mão, vai para a porta e sai.

Dave vai para a sala de jantar e fala:

– Está quase pronto. Vou fazer só uma salada para não ficar só porcarias, alguma coisa saudável e verde tem que ter nessa mesa. – ele ri.

– Eu espero – ela solta um piscar de olho para Dave e ele volta para a cozinha.

Uns cinco minutos depois Dave vem com uma panela na mão e coloca sobre a mesa na frente de Amy, volta para a cozinha, pega uma tigela com salada de alface e vai novamente para a sala de jantar, e coloca ao lado da panela, depois repete o processo com o macarrão e com o suco.

Eles tiram à comida e começam a conversar enquanto comiam.

– Então, agora que você sabe quem eu sou, sei lá, você não tem medo de andar comigo? – Dave pergunta com um pouco de macarrão na boca.

– Não sei você parece ser, eu sei lá, tão humano, diferente de seu irmão, dele eu tenho medo. Já de você, eu me sinto bem. – ela fala olhando profundamente nos olhos de Dave.

– Quer saber de outra coisa? Eu não sei. Talvez você já saiba.

– O que, pode contar.

– Além de demônios, existem anjos. E como demônios se tornam do bem, alguns anjos, muito raro, se tornam do mal. Mas isso é quase nulo. Acho que já vi um ou dois que viraram do mal. Mas anjos são mais fortes que demônios, devemos ter muita cautela.

– Espera. Anjos? – ela fala com uma cara de duvida e confusa.

– Sim. – ele responde.

– E você sabe se tem por aqui? Na nossa cidade, como vocês.

– Sim.

– E eles também são como humanos? Sem aureola, ou asas?

– Na verdade eles têm asas, mas aos olhos humanos não pode se visto, apenas quando estão lá em cima, depois de completar a missão na terra.

- Missão? Que missão?

– Eles recebem uma missão de proteger alguém a terra, se eles conseguirem completar, eles poderão subir aos céus, ficar com suas asas, e continuar protegendo a pessoa. Se falharem, eles sobem, perde suas asas, e deverão passar sua missão à outra pessoa, essa pessoa recebe as ordens e regras, ganham suas asas invisíveis na terra e deverão proteger outra pessoa, quem eles escolherem.

– E como você sabe disso tudo?

– Conheci um anjo feminino, me tornei amigo dela quando ela percebeu que eu não era mal. Era muito tempo atrás, quando anjos e demônios estavam em guerra sobre a terra. Ela era uma das principais. Só que morreu na guerra, Ash a matou, aquele tempo ele era mais mal ainda.

– É por isso que o odeia tanto?

– Não só por isso. Ele fez muita coisa mal no passado. Não o suporto. Ele tenta infernizar a minha vida até hoje.

– Acho que não tenta inferniza só a sua vida. – Ela fala ironicamente.

– Eu sei. A Lisa já te contou alguma coisa, não sei como falar – ele estava sem palavras certas – ela já te contou, ou ela já sabe alguma coisa sobre anjos e demônios?

– Não, por quê? O que ela tem haver com isso?

– Ela não sabe. Dave pensou isso quando Amy perguntou:

– Me diz o que Lisa tem haver com isso?

– Nada, só perguntei. Você não é a melhor amiga dela? Só pensei que teria contado para ela.

– Eu te prometi não contar a ninguém. Lembra?

– Ah é. Desculpa.

Os dois terminaram o jantar devagar conversando um pouco mais sobre os seguintes assuntos: Ash, um pouco mais sobre anjos e demônios, escola, festas de aniversario e noites. Depois de conversarem sobre isso, eles limparam a mesa e Dave levou Amy para casa andando, pois Ash estava com o carro.