The Empress Of Wonderland escrita por Biah_Morgan


Capítulo 11
Primeiro Ato


Notas iniciais do capítulo

(Pandora Hearts OST - Pandora Hearts) - Recomendo o/



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Todos os convidados foram encaminhados para o salão do castelo, e devidamente colocados em seus assentos. O local se parecia com um estádio, pois o palco ficava no meio das fileiras de cadeiras e mais cadeiras, que preenchiam andares. Nesse palco, estava muitos e muitos “calombos”, estranhos objetos de diferentes tamanhos cobertos por panos velhos e carcomidos. Também havia muitas flores. Rosas e mais rosas pontuavam o chão, os postes, as cadeiras, os “calombos”, o teto, as paredes. Todas vermelhas.

Aliás, tudo era vermelho.

A princesa subiu numa plataforma, já utilizando outro vestido. Havia desistido da peruca loira que havia usado até então, e seu cabelo pendia dos seus ombros, cuidadosamente sedoso e de um desbotado tom ruivo. Numa das mãos, trazia uma lança, cuja lâmina era maior do que o cabo; Na outra trazia uma corrente, que desembocava no pescoço do Coelho.

− Meus caros convidados! Neste momento, darei início à cerimônia que trará o meu amado Valete! Alguns devem estar se perguntando: Por que a nossa bela princesa está trazendo o Valete? E eu lhes respondo. A praga que destruiu o País das Maravilhas está novamente entre nós. Alice está de volta!!

Um rebuliço notável tomou conta dos plebeus. Alguns exclamaram, apavorados. Outros, interessados. Uma boa parcela não parecia achar que Alice era uma praga. − Por isso mesmo, meus caros plebeus, não temos tempo a perder. Todos aqueles que foram infiéis à minha coroa irão pagar aqui e agora!!

Ela largou a corrente e se precipitou até o primeiro calombo. E, com sua lança, partiu-o ao meio.

Um líquido espesso e vermelho inundou o pano.

Os súditos que não receberam convite estavam ali, no palco, cobertos por panos. Sendo mortos pela princesa.

Os convidados se dividiram entre o escarcéu e o choro. Mas os que tinham olhos atentos logo perceberam algo estranho.

A princesa não percebeu nada estranho. Ria, alegre, enquanto dançava sua lâmina através dos corpos cobertos. Logo estava TUDO vermelho.

Até que algo estranho aconteceu.

A princesa tropeçou numa corda e caiu estatelada no chão.

No segundo seguinte, ela estava presa em cordas e mais cordas, que a erguiam a uns três metros do chão, se enroscando em seus braços e pernas com nós e laços e tudo o mais.

− Mas O QUÊ?!?!?

Ouviu-se o barulho de roldanas, e a princesa girou até ficar de frente para a plataforma de antes.

E havia alguém lá.

− Você estava certa, princesa. ALICE ESTÁ DE VOLTA!!!

Todos os olhares se voltaram para a garota na plataforma. Era loira e usava um vestido negro e esvoaçante.

− MAS O QUE?! GUARDAS!! MATEM-NA!!

Os guardas avançaram, mas cordas e mais cordas os envolveram e ergueram, mantendo-os próximos ao teto.

Como numa teia.

− Matar os próprios súditos não é nada cortês, princesa. – Disse a garota. Não precisava gritar pra ser ouvida: Sua voz parecia reverberar até a cadeira mais distante.

− CALADA!! QUEM É VOCÊ?!?!

− Sou alguém que não se cala só porque você mandou.

A jovem desceu até o palco, deslizando suavemente entre os panos rasgados, até parar próxima à princesa.

− Você é capaz de trazer os mortos de volta à vida, princesa?

− É claro que não!! Ninguém consegue isso, nem mesmo você.

A loira sorriu. Um sorriso que fez um arrepio subir pela coluna da princesa.

Dando-lhe as costas, a jovem fez um largo gesto abrangendo o palco.

− O sangue de inocentes não é uma visão que me agrade. Tampouco esse carmesim me agrada. Que todo esse vermelho desapareça daqui!!

E o líquido vermelho se tornou transparente. E rosas negras tomaram o lugar das vermelhas. E os panos foram retirados por mais cordas, tão finas que eram quase invisíveis.

E não havia ninguém debaixo dos panos. Haviam apenas sacos cheios desse líquido que era vermelho e agora era transparente.

− Mas está faltando alguém, não acha, princesa? Aqueles que deveriam estar debaixo daqueles panos?

A jovem bateu palmas uma vez. E, de debaixo do palco, saíram todos os súditos, apavorados, mas felizes, que correram a se unir aos parentes e amigos que haviam sido convidados.

A jovem loira permitiu alguns minutos a eles, antes de falar novamente.

− Agora, só temos mais um assunto pendente, princesa.

Todos se calaram, fitando a garota.

− Existe mais um inocente que eu pretendo salvar.

Os olhos castanhos da princesa se arregalaram.

Alice apenas sorriu.

E, etérea e soberana, caminhou até o Coelho Branco, com tanta imponência quanto uma imperatriz.

− NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOO!!!!!!

O Coelho se ergueu, crítico, avaliando o rosto da jovem loira, com olhos definitivamente assustadores. Mas ela não parecia ter medo.

− Essas correntes não te machucam?

− Sim, machucam.

Ela sorriu, se aproximando ainda mais. Todos prenderam a respiração: O Coelho não parecia feliz e estava com os braços livres. Sem contar que suas garras tinham uma reputação bem sangrenta.

Ela se aproximou até a distância entre eles ser de aproximadamente um metro.

− Você quer que eu as tire pra você?

− COELHO!! MATE-A!!!

Os olhos dele fitaram a princesa, antes de voltarem para a jovem.

− Quero.

A tensão do momento era palpável. O fecho da “coleira” do Coelho ficava na sua nuca. Portanto, a jovem teve de se aproximar até eles estarem rosto no rosto para alcançá-lo.

~

Aqueles olhos azuis não tinham fim. Eles me fitavam com tanta intensidade que pareciam mudar a cada segundo. Um segundo mostravam raiva, no outro era felicidade, e frieza calculista, e então ódio, e alegria, e continuavam mudando e me tragando pra dentro de si...

~

A corrente caiu no chão. A jovem deu um passo para trás.

− MATE-A!!!

Ela permaneceu ali, encarando o Coelho com tanta intensidade quanto ele a encarava. Não havia expressão nos seus rostos. Apenas em seus olhos.

− COELHO!! MATE-A!!

Ele deu um passo à frente, colando seus rostos novamente.

− MATE-A LOGO, SEU ROEDOR IMBECIL!!!!!!!

Todos prenderam a respiração.

COMO VOCÊ OUSA?!?!?!?!

Pois o Coelho havia se posto de joelhos diante da jovem.

Ela sorriu, sussurrando um “levante-se”.

Ele obedeceu; E se voltou para a multidão, empertigado.

− EU LHES APRESENTO SHARON ALICE, A NOVA SOBERANA DA CASA DE ESPADAS E ASPIRANTE AO TRONO DE IMPERATRIZ!!!!!

Os súditos se curvaram perante Alice.

Os nobres se curvaram perante Alice.

Os membros da casa de Espadas se curvaram perante Alice.

Os membros da casa de Copas se curvaram perante Alice.

Cheshire se curvou perante Alice.

Criaturas de olhos azuis, em lugares distantes, se curvaram perante Alice.

O Coelho se curvou perante Alice.

Todos se curvaram perante Alice.

Alice estava com o reino aos seus pés, gargalhando triunfante, enquanto rosas negras e rubras se erguiam ao sabor do vento, rodopiando ao seu redor e sumindo no céu púrpura.

− Você aceita seu papel de Alice? – Perguntou o Coelho, curvado.

E o som da sua voz reverberou pelo ar, suave como uma pétala, imponente como um predador, numa melodia capaz de mudar o mundo

− Aceito.

“Eu nunca falho.”


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Notas finais do capítulo

Agora que eu descobri esse maravilhoso recurso de postagem programada, acho que vou conseguir me organizar melhor. Além disso, as férias FINALMENTE estão chegando, então creio que teremos mais capítulos em breve o/