Revenga escrita por S Joker


Capítulo 3
So..he dead?


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem por ter que matar o Dougie,é. Mas é a vida minha gente,as pessoas morrem u.u q Mas será que ele morreu mesmo?



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Aquela quarta-feira estava me saindo mais entediante do que o esperado. Meu sofá por mais confortável que estivesse,estava conseguindo me deprimir. Mudei de canal pela milésima vez e o subtítulo que li no rodapé me chamou a atenção.

E o caso da morte de Dougie Poynter completa 4 dias hoje,sem nenhum progresso.– a voz da âncora ecoou pela minha sala,eu me sentei decentemente. - Os policiais ainda não encontraram nenhum suspeito,e a vigília dos fãs na porta de sua antiga casa continua.Com detalhes deste caso ainda sem solução,o nosso repórter enviado,Gary Damon.– na mesma hora em que o repórter de mais ou menos 39 anos de idade apareceu ao vivo,eu desliguei a televisão,jogando o controle no sofá.4 dias. 4 dias que eu tinha estado no show em Wembley. Por sorte consegui terminar o que tinha de ser feito depois do disparo,e sair de lá sem que ninguém soubesse.Quer dizer,quase tudo. Afinal,eu nunca tinha atirado antes,e o nervosismo me tomou a cabeça. Olhei para o relógio constatando que já eram mais de 3 da tarde. Suspirando eu me levantei e peguei as chaves. Apaguei todas as luzes e deixei o apartamento,trancando devidamente a porta,que por sorte não se partiu ao meio.Droga de hotel meia boca. Desci as escadas imundas de concreto e sai para a rua do subúrbio. É,eu morava no subúrbio. Achou que em Londres não havia guetos? Bem vindo ao lado marginalizado da Inglaterra,meu amigo. Caminhei umas duas quadras e parei ao lado do meu velho Opala preto. Destravei as portas e me acomodei no banco do motorista,deixando o pacote com algumas coisas que comprei no caminho em cima do banco passageiro. Rodei pelas ruas de Londres até entrar na rodovia,e The Birds tocava baixinho no MP3 que consegui instalar nessa lata velha. Ter pouca verba era realmente foda. As horas foram passando e eu ainda não acreditava que estava mesmo indo até lá. Ainda não era a hora certa,mas ele precisava saber. 4 dias foram o bastante para eu me acostumar com a idéia. Ás 17 h em ponto eu estava desviando da rodovia e entrando em uma estrada estreita de terra,depois de ter cruzado alguns poucos metros de mato alto. A vista atrás daquele chalé pequeno e mal-cuidado não fazia juz ao lugar. Havia montanhas,atrás das quais eu sabia haver uma bela vista. Sai do carro pegando o pacote e bati a porta para que ela se travasse por completo,me vendo livre para caminhar até a velha casa que mais parecia uma daquelas casas de filme de terror. Não era nada bonita e muito menos luxuosa. Antes de destrancar a porta eu pensei comigo 3 vezes. Eu precisava me controlar antes de entrar,se eu me descontrolasse poderia estragar tudo. E falhar mais uma vez estava fora de questão. Decidi por encarar aquilo logo,quanto mais tarde,pior. Atravessei a sala suja e empoeirada e arredei a poltrona para o lado,revelando a entrada secreta. Destravei o cadeado e abri a portinha,descendo pelo alçapão de uma vez,sem pensar muito. Não me importei em deixar a passagem aberta,não havia perigo. O lugar parecia uma masmorra,de paredes chapiscadas e com muita poeira. Parei de frente para a porta de ferro acinzentada,que era guardada por um grande cadeado e correntes. Lembrava uma daquelas portas onde dentro da sala havia uma cadeira elétrica,só esperando pelo próximo condenado. Esse lugar me dava calafrios e fazia lembranças nada agradáveis me virem á memória. Foi nessa mesma casa que meu inferno começou,e o mais irônico era quem agora estava lá dentro. Levei a chave ao cadeado e assim que destrancado,pude retirar as correntes com uma calma somente aparente. Pelo menos eu conseguia me controlar. Fechei os olhos assim que a pesada porta rangeu,informando que a passagem estava livre. Minha audição aguda conseguia captar uma respiração ruidosa e forte vindo do canto esquerdo do ''quarto''. Buscava coragem para abrir os olhos sem querer assasinar tortuosamente a pessoa que estava ali,batalhando em busca de oxigênio. Aos poucos fui recobrando a visão e varri o cubículo á procura do ser,o qual deveria estar morto á dias,não fosse a minha terrível falha. O encontrei sentado no canto,com a cabeça baixa,as mãos algemadas em cima dos joelhos dobrados e os olhos tapados por um pedaço de pano. Usava a mesma roupa de 4 dias atrás,quando caminhava em direção ao ônibus. Ri em escárnio fechando a porta atrás de mim.

– Espero que esteja acordado. - me pronunciei,ele permaneceu imóvel,mas sua respiração ruidosa denunciava que estava desperto. - Vim te visitar,ver se você chegou bem aqui.Me preocupo com você,sabe. - me aproximei quatro passos à frente sem ter coragem de me aproximar mais. O observei por longos minutos,querendo memorizar aquela cena. Era tão bom ver as coisas deste ângulo : ele vulnerável,e eu com o sorriso de deboche no rosto. Me agaixei para ficar á sua altura e levei meus dedos até seu queixo,o levantando,para que seu rosto ficasse visível. - Ouvi dizer por aí que você tem belos olhos azuis. - soltei um riso nasalado,com uma amargura sem fim. - Vamos dar uma conferida nisso.- segurei a venda com firmeza. - Quero saber se continuam os mesmos olhos felinos traiçoeiros de sempre. - com esse meu comentário percebi que seu cenho se contraiu e puxei um pouco o pano,o afrouxando minimamente.

–Traiçoeiros? - pude ouvi-lo sussurrar em um fio de voz e respirei fundo mais uma vez puxando totalmente a venda que lhe tapava a visão. Demorou um pouco para que ele se acostumasse com a pouca luz,mas logo aqueles globos azuis mínimos estavam me encarando,arregalando-se aos poucos,a medida que a compreensão tomava o seu ser. O sorriso de escárnio e ódio preencheu meu rosto.

– É bom te ver de novo,Poynter.


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