Revenga escrita por S Joker


Capítulo 15
My Harry is back




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Harry's POV


– Eu?

– Sim,você,Judd. - Tom respondeu com um olhar firme em minha direção. Estou começando a detestar essa sala de reuniões. Ri baixo de incredualidade e o observei,esperando ele dizer que estava me zoando. Mas ele apenas cruzou os braços e levantou a sombrancelha. O tonto do Jones estava sentado no sofá negro logo atrás de Tom,parecia entretido com a revista que tinha em mãos,mas eu podia ver o sorrisinho de diversão que ele mantinha. Filhos da puta.

– Mas por quê eu? O Danny não está só amores com ela?

– Para com isso,Harry. - Tom suspirou,cansado. - É a Amber,sua irmã.

– O nome da minha irmã é Katherine,Tom. - dei de ombros,gingando a cadeira de um lado pro outro. Tom continuou me olhando,impassível,não gostando nada do comentário.

– Você está se saindo um ótimo Dougie Poynter. - resmungou deixando um clima tenso no ar. Meus músculos se retesaram quando compreendi o nome dito.

– E você uma réplica perfeita de Christopher Judd. - rebati ouvindo minha própria voz soar meio sombria,melancólica. Um silêncio devastador preenchia o cômodo de um modo irritante que começava a me perturbar. Danny se remexeu no sofá e depois de algum tempo pude sentir uma de suas mãos pesar no meu ombro.

– Harry,eu também senti receio. - disse de forma compreensiva,manti minha cabeça baixa,encarando meus dedos. - Mas ter ela de volta me ajudou a encarar isso que aconteceu com o Poynter. Você só precisa aceitar,cara. Não se lembra de como vocês eram unidos? - me permiti abrir um sorriso mínimo. - Você só precisa entregar o convite pra ela e se quiser,vocês podem conversar e tentar se entenderem de uma vez. Não é tão difícil. - respirei fundo ainda absorvendo as palavras de Jones. Levantei meus olhos até Tom que ainda se mantia em silêncio,com os olhos chocolate congelados em um ponto qualquer. Me lembrei do dia em que fomos conhecer Charlie e em como ele e Danny pareciam à vontade na presença de Amber quando cheguei. Aquela visão me fez voltar no tempo e recordar do quanto nos divertíamos juntos. Senti falta dela,e muita. Até tentei falar com Amber depois que voltamos para a casa de Danny mas simplesmente não consegui. Encarei o convite de papel negro em cima da mesa. Podia sentir o olhar de Danny em mim,esperando minha decisão. Achei que Dougie ia amar saber que ela estava viva, junto conosco de novo. Nunca disse à ninguém,nem mesmo à ele,mas eu percebia que ele andava meio perdido desde que Amber sumira,dada como morta. Ele namorou com outras meninas,algumas até bem legais,mas eu ainda o via meio cabisbaixo pelos cantos. Eu sempre dava o meu melhor para animá-lo,mesmo sendo difícil pra mim também. Desenvolvi por ele o que eu tinha pela Amber,uma empatia enorme. Doug era como um irmão mais novo,meu melhor amigo,o qual eu devia proteger. O mesmo eu fazia com ela,antes de tudo. Olhei para Danny que acentiu me passando confiança. Sem pensar muito eu peguei o convite e me levantei da cadeira. Thomas me olhou na hora,sorrindo um pouco. Cocei minha nuca e ergui o convite.

– Onde ela mora mesmo?

Eu batia a ponta de meus dedos contra a madeira desgastada da minha cama de solteiro. Já faziam exatamente um mês desde que tudo começou e umas quatro semanas desde minha última visita à residência dos Dalson. As coisas estavam ficando mais amenas e a poeira já estava razoavelmente baixa. Virei meu rosto para o lado,tendo vista de um case já antigo e cheio de adesivos encostado em um canto do quarto. Suspirei olhando para ele durante um bom tempo,sentindo meus dedos formigarem para abri-lo. Me arrastei até a beirada e me sentei, juntando minhas mãos. Cocei o nariz,fiz hora,enrolei e acabei bufando,já me dirigindo para o case. O levei até a cama com um pouco de dificuldade por ele ser meio pesado e maior que eu. Destravei as duas trancas que tinham no lado do case e puxei a tampa para cima,passando meus olhos pelo meu Hofner Bass . Segurei o contra baixo pelo braço e me sentei na beirada da cama novamente,posicionando-o corretamente em meu colo. Deslizei meus dedos pelas 4 cordas e quando percebi já estava tocando-o como se não estivesse à anos sem praticar. Aquele baixo sempre foi meu sonho de consumo e quando finalmente o consegui,nunca fiquei mais feliz na minha vida. Tocava músicas aleatórias as quais eu ainda sabia de cor,até que ouvi batidas na porta de entrada. Franzi o cenho,pois não esperava ninguém,e com o baixo em mãos eu atravessei a distância do meu quarto até a porta. Destranquei-a e topei com um par de olhos azuis que se levantaram assim que percebeu a porta sendo atendida. Confesso que por aquela eu não esperava tão cedo. Os olhos claros desceram do meu rosto até o baixo em minhas mãos,visão que o fez sorrir imperceptivelmente,mas como era eu ali,sempre seria visível.

– Oi? - saudei confusa. Harry se pôs ereto e olhou em meus olhos.

– Oi. - devolveu,com um sorriso um pouco mais aberto.

– Entra. - sugeri,dando espaço para que ele passasse.Sem objeção Harry entrou e enquanto observava a pequena sala,tornei a fechar a porta. Coloquei o baixo encostado na parede com todo zelo do mundo,Harry se virou para mim nessa hora. - Não é tão bonita mas...

– Eu gostei. - ele disse sincero - Me lembra quando morávamos naquela pousada em Liverpool. - rimos juntos e eu cruzei meus braços,meio sem jeito. Harry deixou à mostra um envelope preto. - Vim te trazer isto. - o peguei,analisando-o de todos os ângulos. - A gente costuma fazer algumas festas com o nome da Super Records e como o Halloween está para chegar pensamos em fazer algo legal.- ele explicou,eu ouvia já abrindo o envelope depois de conseguir tirar o selo da Super Records. No interior havia uma folha em tom laranja com alguns dizeres informando o dia,o local e o horário da festa além de uma dedicatória. Meus olhos brilharam ao ler que a festa seria à fantasia. Eu amava o Halloween. Olhei para Harry com um sorriso infantil e alegre.

– Obrigada,Harry.

– Só achamos que você iria gostar de ir.

– Eu amei a ideia.

– Você não muda.- Harry riu,colocando as mãos nos bolsos frontais da calça jeans escura. Um silêncio predominou ao que eu ainda tentava processar que Harry estava mesmo ali,parecendo super amigável,sem qualquer tipo de mágoa. - Vejo que você ainda toca. - desviei meu olhar para o Hofner e sorri.

– O tirei do case hoje.

– Amby...- Harry suspirou. - Dude,me desculpa. - ele tentava achar um jeito de se desculpar. - Fui um imbecil e peço desculpas,mas é que este último mês foi muito tenso pra mim e você sabe como me sinto quando estou sobrecarregado de informações assim. - eu ouvia tudo somente o olhando. - Foi mal,pequena. - a única coisa que fiz foi caminhar até Harry e o abraçar com toda força do mundo. Harry,por ser maior,me ergueu um pouco do chão,passando as mãos pelo meu cabelo.

– Te passei um susto não foi? - sussurrei para ele que riu baixo.

– Já passou. - Harry respondeu e me colocou no chão. Arrumou as mechas de cabelo que caìam em meu rosto e respirou fundo. Olhou novamente do baixo para mim. - Você já sabe não sabe? - perguntou,cauteloso. Eu até demorei para entender do que ele falava. Mas quando entendi senti algo ruim tomar conta de mim e me afastei de Harry como...se eu não fosse digna de sua afeição.E eu de certo modo não era. Apenas acenti com a cabeça,devagar. Harry ficou confuso de início mas após alguns segundos ele suspirou e voltou a me envolver em seus braços,provavelmente com o pensamento de que aquele assunto mexia comigo tanto quanto mexia com ele,da mesma forma. Não consegui retribuir o abraço e deixei meus braços grudados ao meu corpo. Aquela coisa ruim ainda me envolvia e eu juntei toda minha força para afastar Harry delicadamente pelo peito.

– Eu vou ficar legal,Harry. - sussurrei sem olhar pra ele.

– Me desculpa de verdade,nós vamos passar por isto juntos agora.

– Vamos,claro. - tentei sorrir e Harry apenas me olhou penoso.

– Eu vou ter que ir porque o Fletch que conversar com a gente,senão eu até ficaria.

– Não tem problema,pode ir. - sorri mais relaxada agora e Harry acentiu. Me deu um beijo na testa e eu abri a porta pra ele.

– Você vai na festa,não vai?

– Eu não perderia. - sorri e ele me imitou. Deu um breve aceno e desceu as escadas de concreto,sumindo pelo corredor estreito. Larguei o meu corpo no batente da porta e perdi meu olhar na sala. Eu já tinha Tom,Danny e Harry de volta na minha vida. Então porquê eu ainda sentia um vazio enorme no peito? Por quê eu me sentia com tanto peso nas costas? Deslizei para dentro do apartamento e fechei a porta,trancando-a. Fui até a geladeira e peguei uma garrafa pequena de cerveja,pegando também um copo ao sair da cozinha. Eu precisava beber.


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