Revenga escrita por S Joker


Capítulo 14
A gift for Charlie


Notas iniciais do capítulo

Depois de mil anos luz,aqui está mais um capítulo de Revenga,se é que alguém ainda lê essa bagaça kkkkk



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Eu estava botando as últimas sacolas do mercado no porta-malas do Opala quando ouvi alguém me gritando. Olhei para o lado esquerdo,de onde julguei ter ouvido a voz,mas não havia ninguém. Dei de ombros e fechei o porta-malas para dar de cara com dois olhos negros. Me assustei e pulei pra trás soltando um grito. O maldito do Dalson riu à bom gosto,enquanto eu o amaldiçoava em mente.


– Cuidado com os mantimentos,McGee. - disse debochado,com as mãos enfiadas nos bolsos de seu casaco remendado.

– Quem é vivo sempre aparece nas horas erradas,não é assombração?

– Senti falta de te irritar. - ele sorriu ladino me acompanhando até a lateral do carro. - Mas olha,achei que voltando a andar com seus amigos famosos você ia se livrar disso aí.

– Acho que eu não ia ter coragem. - respondi com sinceridade contemplando meu amigo de longas datas. Danny até tinha me levado na oficina de um amigo dele para ''restaurar'' meu companheiro,mas eu não deixei que fizessem muita coisa. Só troquei o volante,fiz umas poucas mudanças no estofado e fui obrigada a deixar repintá-lo,com a condição de que não mudassem a cor preta original. Danny me deu de presente um aparelho de MP3 novo,que também tocava DVD. Não tive como recusar na verdade. - Está indo pra onde? - acordei de meu devaneio para observar Shawn.

– Para o bairro,na verdade.

– Ótimo,entra aí.

– Tenho que confessar,estes caras te deixaram menos rabugenta,está suportável agora. - ele e suas gracinhas. Shawn se acomodou no carona e eu girei a chave. - Ainda mora no mesmo lugar? - soltei um riso,tirando o Opala da vaga.

– Eles são ricos,não eu,Dalson.

– Mas dinheiro pra reformar essa lata-velha você tem. - comentou enquanto fuçava no MP3 novo.

– Foi presente do Jones. - ele deu de ombros permanecendo em silêncio. Teve um motivo para eu ter oferecido carona à Shawn. Durante estes acontecimentos eu tive uma idéia que me parecia boa,o problema era o Dalson concordar.

– Você sabe que eu nunca faço nada sem um preço,não sabe? - fui direta sem tirar os olhos do painél do carro.

– Me diga seu preço. - ele riu,sabendo que mais cedo ou mais tarde eu cobraria a carona.

– Primeiro quero que me ajude com as sacolas. - Shawn concordou sem objeções e eu esperava que ele também concordasse com a segunda condição. - Segundo,queria fazer uma surpresa à Charlie.

– Surpresa? - eu acenti e Shawn me olhou. - Que tipo?

– Desconfiando de mim,Shawn?

– Você não é lá de larga confiança,mas como estamos falando da Charlie.

– Ótimo. Mas na verdade,eu queria que algumas pessoas conhecessem ela. - revelei com o máximo de cautela possível,sentindo ele se remexer no banco. É,ele estava me olhando. E com aquela cara.

– Não! - ele disse firme,ia ser difícil. - Não,Amber,você não vai levar esses caras até a Charlie.

– Dalson,eles querem ajudar,querem conhecer ela.

– Falou dela pra eles? -Shawn estava estupefato.

– Falei. - afirmei sem me abalar. - Escuta,eles ficaram super preocupados quando eu contei o que tinha acontecido. Juraram pra mim que não estavam sabendo disso.

– Amber! - ele reclamou,batendo a mão na lateral do banco. Bufou e se afundou no estofado.

– Shawn,eles querem se desculpar e me pediram para conhecer a Charlie,e eu sei que ela vai adorar quando eles chegarem lá. - resolvi por tentar explicá-lo como Danny e Tom se sentiam. - Sua irmã é maravilhosa,apesar de te ter como irmão. - ele rolou os olhos. - Eles só querem se desculpar,e são pessoas maravilhosas,você vai ver.

– Não concordei com isso.

– Mas sua avó,sim. - ele me olhou com indgnação novamente.

– Quem mais está nisso? - parei o carro na porta do prédio e tirei o cinto.

– Vai ser bom pra Charlie saber que eles se importam e que querem pedir desculpas,larga de ser egoísta e deixa sua irmã conhecê-los,não era só o que ela queria? - o olhei fundo nos olhos e pude ver que ele era totalmente contra aquilo. O instinto protetor de Shawn para com Charlie era algo bonito de se ver,mas ele tinha que entender. Ele só acentiu em silêncio e tirou também o cinto,já saindo do carro.

– Vamos logo descarregar essa lata-velha. - murmurou e com um sorriso de vitória no rosto,eu fui atrás dele.






O combinado foi de eu e os meninos irmos até a casa da Sra. Dalson no domingo,depois do almoço. Eu passei a manhã toda na casa de Danny o ajudando a arrumar a casa e brincando com Bruce e Ralphie,que agora já estava mais acostumado com a minha presença. Tom chegou ao meio dia em ponto girando as chaves do carro entre os dedos,tinha um sorriso grande no rosto e estava super comunicativo. Ele até beijou minha testa,dando-me um abraço de brinde.Aquilo me fez bem,queria dizer que Tom já estava acostumado com a idéia de eu ter voltado. Mas surpresa mesmo eu tive quando já estávamos saindo da casa de Danny. Parado na garagem estava Harry,as mãos no bolso frontal da calça jeans e seu corpo apoiado no carro de Danny. Foi só nós três botarmos os pés na rua e ele veio até nós,meio acanhado e reservado. Tom e Danny abriram sorrisos por vê-lo ali,mas eu preferi não criar muitas expectativas.

– Então você veio. - Danny disse e lhe deu alguns tapinhas nas costas com a mão que não segurava o violão que ele fez questão de levar.

– Eu não podia faltar. - respondeu encolhendo os ombros e então seus olhos azuis me observaram. - Tem problema se eu for?

– Claro que não,Harry. - tentei um sorriso,que deve ter convencido. Harry somente sorriu em agradecimento minimamente.

– Vem,vamos logo senão vamos nos atrasar. - Tom nos apressou,caminhando até seu carro. Por lá ainda tinham o carro de Danny e o meu Opala. Decidimos que Danny viria comigo no meu carro e Tom teria a companhia de Harry. A animação de Tom acabou me contagiando também,tanto que eu esqueci meu episódio com Harry,que pelo visto ainda causava estranheza entre nós dois. Danny deixou o violão no banco de trás e de lá pulou para frente,me permitindo começar nossa viagem. Buzinei para Tom como sinal para que ele me seguisse sempre. Ele deu um sinal positivo e finalmente eu pude sair. Deixei que Daniel plugasse seu smartphone à entrada USB do som,e ele escolheu um dos álbuns que ele tinha do Limp Bizkit pra tocar,que por coincidência ou não,era o meu favorito.

– Tem certeza de que não tem problema o Harry ter vindo né? - ele perguntou de repente,fazendo sua voz ficar evidente sob a sonzeira alta do Limp Bizkit.

– Não esquenta,caipira,ele é parte da banda.

– Só não quero que fique um clima ruim quando chegarmos lá.

– Vai ser impossível ficar um clima ruim com toda a animação do Fletcher. - nós dois rimos. - Fico feliz por isso,a Charlie realmente merece um Tom bem-humorado.

– Aposto que ele está assim justamente por conta dela.- Danny opinou,batucando com os dedos na porta. - O Tom adora crianças. - o que já era fato mais que evidente. Quando eu parei de frente para a casa da Sra. Dalson,a música Rollin estava no finalzinho. Aquela música serviu para acabar com qualquer resquício de desânimo que eu ainda tivesse.Pedi que os meninos não fizessem barulho algum até estarmos seguros dentro da casa. Por partes porque Charlie não sabia que eu os traria aqui,e também,porque eu não queria que eles fossem reconhecidos e atacados bem ali. Eu não saberia o que fazer. A Sra. Dalson abriu a porta e sorriu quando nos viu,pedindo silenciosamente que entrássemos. Tom trazia consigo um embrulho de presente que custou a passar pela porta,Harry trazia uma cesta realmente bonita onde havia vários doces e um lagarto de pelúcia,que eu sabia ter um Sorry,Charlie gravado na barriga. Se quer saber,este foi o presente que eu achei mais fofo. Danny trazia somente seu violão e três máscaras nas mãos. Devo dizer que Danny pode ser um gênio quando quer. A ideia de vestir as máscaras fora dele,com o argumento de que seria legal dar um suspense à mais na visita. Não discutimos,já que curtimos mesmo a ideia. Já mascarados,eu pude guiá-los casa adentro até o quarto de Char,onde Sra. Dalson disse que ela estaria. Subimos a escada e avançamos silenciosamente pelo corredor até que eu parei na porta do quarto dela. Bati duas vezes de leve na porta e logo ela se abriu revelando um Shawn que observou um por um de nós. Lancei-lhe um olhar de ''Seja gentil,Shawn'' e ele apenas abriu espaço.Entrei primeiro e os olhos também negros,porém brilhantes,de Charlie me olharam.

– Amby! - ela exclamou sorridente,estava sentada na cama,sua cadeira estacionada perto do armário.

– Hey Char. - fui até ela para lhe beijar o rosto. - Sabe,eu não vim sozinha hoje. - sua sombrancelha esquerda se ergueu e eu pensei comigo mesma que ela não podia ter escolhido favorito melhor.

– Quem veio com você?

– Uns amigos meus,mas eu te garanto que você vai adorar eles.

– E como eles são? - uma faísca de animação brilhou na escuridão de seus olhos. Estiquei meus lábios em um sorriso.

– Espera lá,pequena. - apertei seu nariz e ela riu. - Vou buscá-los,ok? Você espera sem morrer de curiosidade? - Charlie acentiu com fervor e eu voltei até a porta. Shawn ainda estava do lado de fora e pelo que parece andou batendo um papo com os meninos. Eles se viraram para mim,ainda sorridentes. - Vocês já podem vir.

– Certo. - Tom acentiu e voltou a descer a máscara,sendo imitado pelos outros dois. O que quer que Shawn tenha dito à eles,eu descobriria depois. Empurrei os três para dentro. A medida que entravam eram observados curiosamente por Charlie,que recebia acenos.

– Bonitos os seus amigos. -disse Charlie,coçando o queixo de forma desconfiada. Abafei um riso e toquei o ombro de Danny.

– Eles trouxeram presentes pra você. - olhei de relance para eles que seguiram com o plano. Tom,que estava no meio,entre Danny e Harry,deu um passo pra frente e seguiu até Charlie. Pôs o presente em seu colo e sentou-se ao lado direito de Charlie. Logo depois foi Harry,botou a cesta do lado esquerdo dela e ficou por ali também. Danny foi último,e dando um cutuque em Charlie com o quadril,conseguiu fazê-la rir e arredar para o lado. Charlie não sabia se olhava para os presentes,para mim ou para os mascarados.

– A gente queria também lhe pedir sinceras desculpas. - a voz de Harry ao seu lado,fez Charlie desconfiar novamente.

– Desculpas? - no momento seguinte à fala,Harry tirou a máscara e sorriu para Charlie. Quando se virou para Danny e Tom,estes também tiravam as máscaras para sorrir à garotinha que ficou encantada,boquiaberta.

– Olá,Charlie. - disseram juntos. Charlie deu um gritinho feliz e os meninos riram indo abraçá-la. Cruzei meus braços e sorri abertamente para a cena,sabendo que tinha feito a coisa certa. - Por quênão abre meu presente?Hun? - Tom deu a sugestão e Charlie acatou ao pedido,pegando o embrulho laranja com um laço branco. Ela desfez o nó e tirou o papel com certa pressa. Seus olhos brilharam e Charlie ergueu uma caixa que como indicado na mesma continha um Playstation 3. Charlie já me tinha dito que adoraria ganhar um console e eu deixei a dica no ar para Tom. Só não sabia que ele realmente compraria um. O olhei com imensa gratidão e ele abanou o ar,como se não fosse nada. Charlie podia não ser nada minha,mas eu criara um afeto especial por ela. Mesmo sendo um pé-no-saco,Shawn foi quem mais me ajudou,e eu lhe era grata pra sempre por isto. Passado alvoroço pelo console,Tom e Danny resolveram fazer um show particular para Charlie. Como fui convidada,dei-me a liberdade de sentar em um dos puffs coloridos no chão e curtir as músicas em formato acústico que o McFly tocava especialmente para Charlie. Cantar as músicas mais antigas do comecinho do McFly que eu ajudei a compor,era algo mágico pra mim,eu me sentia parte da banda de novo. Chegamos a convidar Shawn também,mas ele não quis vir e ''atrapalhar o momento''. Eu não quis insistir,sabia que ele havia topado por causa da Charlie e só por ela. Acabou que ficamos o resto do dia ali,curtindo com Charlie. Jogamos o novo vídeo-game dela,começamos a comer os doces,a ajudamos a escolher um nome para o lagarto de pelúcia,que foi nomeado Apologize,ou só Apolo,como Charlie o apelidou. Bem bolado. Harry,Danny e Tom,como o esperado,ficaram encantados com Charlie,e acabaram se tornando grandes amigos dela,agora devidamente desculpados. Saímos de lá um pouco mais tarde do que esperávamos,mas fomos embora com uma missão comprida. Eu me sentia bem como hà muito tempo não conseguia me sentir


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