Revenga escrita por S Joker


Capítulo 11
Harry and Thomas




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Harry's P.O.V




Indisposição. Essa era a definição de Harry Judd agora. Sabe,eu não sentia vontade nenhuma de tocar mais. O estúdio estava abondonado,sem utilidade alguma. A não ser,é claro,para servir de depósito para nossos instrumentos. A bateria que eu tinha comprado à pouco tempo ainda brilhava de tão nova. Tive que comprar outra depois de ter praticamente ferrado a minha última em um ataque de revolta logo depois do falecimento de Dougie. Nunca fiquei tão descontrolado. A porta do quarto rangeu baixinho,mas não tive a mínima curiosidade de saber quem era. Até para me mover eu sentia indisposição. A pessoa se sentou do meu lado na varanda do quarto. Eu estava sentado no chão,com os joelhos dobrados,os cotovelos em cima deles,e as costas apoiadas na parede. O sol estava quase se pondo.

– Não vai sair deste quarto nunca mais? - era Thomas,seu tom de voz era arrastado,com uma parcela de preocupação. Me limitei à suspirar fundo e abaixar a cabeça,sem ter o que dizer.

– Até quando vai bancar a minha babá,Tom? Danny também não sai de casa há dias e você só se preocupa comigo.

– É porque eu sei que entre nós todos,o pior com tudo isso é você,Hazz. - senti seus olhos sobre mim,mas não retribui. - Escuta,dude,nossos fãs já devem estar desesperados atrás de notícias nossas.

– Fãs. - ri pelo nariz,arranhando a garganta. - Ouviu o que o Fletch disse? O que a gente vai fazer sem o Doug?

– Vou te dizer uma coisa,Harry. - ele se ajeitou para ficar de lado,virado para mim. - Eu já dei razão ao Fletch nuitas vezes,e você sabe mais do que ninguém o quanto eu gosto daquele cara. - isso era verdade. - Mas nós não vamos desistir. Devemos isso aos nossos fãs,devemos isso à quem acreditou na gente. E devemos isso ao Dougie,porque eu sei que se fosse ao contrário,ele também seguiria em frente.

– Mas como? - me exaltei,dessa vez me virando para o loiro também. - Eu já estou cansado,Tom. Essa não é a primeira vez,e eu sinto como se tudo estivesse acontecendo de novo. Quando o Doug entrou na banda eu achei que tudo daria certo.

– E deu!

– Deu,mas nós só conseguimos tudo isso agora. Só agora a gente está tendo o reconhecimento que a gente queria,Tom,e vai tudo por água abaixo.

– A gente pode tentar.

– Não vou substituir o Dougie. - fui direto,convicto. Já chega de substituições.- Acha que eu gostei de substituir ela? Não foi fácil,Fletcher.

– E eu,Harry? Você acha que eu gostei de enterrar ela? Acha que eu gostei de saber que o Dougie levou um tiro? Que diabos!

– Tom...

– Não,Harry,chega ok? - ele se levantou,visivelmente irritado. Esperou uns 5 minutos,respirando fundo com os olhos fechados,tentando esfriar. Eu sempre achei engraçada essa mania dele,mas não me atrevi à sequer sorrir,o Tom não era a pessoa mais pacífica do mundo quando realmente se irritava.- Eu estou indo pra casa do Danny,passar bem. - anunciou sem ao menos abrir os olhos e saiu do meu quarto,e em minutos já estava do lado de fora,indo de encontro ao seu carro. Somente assisti ele sumir de vista,me deixando sozinho com minha melancolia.







Tom's P.O.V



Não arranque o volante,Tom. Não arranque o volante. Ele não têm nada com isso. Era o meu mantra. Eu vinha praticando muito ele ultimamente. O sinal abriu e eu arranquei o carro,tentando à todo custo manter a calma. Eu amava o Harry,mas ele estava um saco estes dias. E a praga do Jones também resolveu sumir. Isso não me agradava nem um pouco,essa distância toda que andávamos nela. 1 mês já havia se passado. Eu estava tentando,dude,eu juro que estava. Sempre que eu podia ia até a casa de Harry,tentava falar com ele,mas quem disse que ele ajudava? Não,só me dava mais dor de cabeça. Fui até o Danny várias vezes,mas sempre que ia até lá,ou ele não atendia,ou me enxotava depois de um tempo. Eu já não entendia nada,mas sentia que tinha algo de errado. O meu medo maior era que essa desunião toda afetasse a banda. Nós sempre fomos a base um do outro,e essa estranheza entre a gente não me agradava. Parecíamos 3 estranhos.Nunca admiti,mas a partida de Dougie me deixou frágil. É sério. Eu sentia uma puta falta dele. Ele estava morando comigo antes de tudo acontecer. Assim que ele saiu da clínica de reabilitação,veio me pedir para que pudesse morar comigo,já que ficar sozinho naquela casa enorme só ia piorar a sua situação. Eu não pensei duas vezes antes de conceder. Flea,seu labrador,foi mandado pra casa de Sam,já que lá em casa não ia dar muito certo. Me acostumei tanto com a bagunça que Dougie fazia lá em casa,que era estranho não vê-lo por lá. Parei o carro na garagem dando graças à Deus pelo carro de Danny estar lá. Passei a ponta dos dedos pelo meu rosto,afim de limpar as lágrimas que caíram. Porra,eu parecia uma garotinha. Fechei a porta do carro e fui andando até a entrada da casa,usando a chave que eu peguei com ele uns dias atrás. Entrei e tornei a fechar a porta,andando calmamente até a sala de estar.

– Danny,cheguei! - berrei anunciando. Me encaminhei até a cozinha e coloquei as sacolas que eu tinha trago em cima do balcão. Guardei tudo na geladeira e peguei uma cerveja na mesma. Abri a garrafa e dando um gole atrás do outro,saí da cozinha para voltar até a sala. Passos abafados anunciavam que Danny estava descendo as escadas,então me adiantei para chegar antes dele. Senti um estranho cheiro de flores tomar conta do ambiente e arqueei a sombrancelha em confusão. Desde quando Danny usava perfume de rosas? Sempre achei ele meio boiola mesmo,mas rosas? Podia pelo menos ser uma bicha discreta. Parei na ponta da escadaria,olhando para cima,pronto para zoar com o moreno assim que ele chegasse aqui embaixo. Mas ao invés dele,eu vi um par de pernas,bonitas por sinal,descer as escadas. Oh merda,Danny estava acompanhado. Até pensei em sair de fininho e ir embora mas não consegui. A garota parou de frente pra mim e arregalou os olhos,parece ter me reconhecido. Usava uma das camisas gola V de Danny e um pequeno short vermelho. Pude perceber que ela tinha uma tatuagem da Marca Negra no braço. Estranho,aquela tatuagem me era familiar. Subi meus olhos até os dela. Olhos cor avelã,bonitos e brilhantes. Dude,aqueles olhos também me eram familiares. Por fim reparei nos seus traços,que pareciam estar tensos de supresa. Traços finos e delicados,os cabelos castanhos como o chocolate estavam grandes e vinham um pouco abaixo dos ombros fazendo a curva pelos seus seios,que logicamente,estavam cobertos pela camisa. Caraca,aquele rosto me era super familiar. Me tencionei também,e apertei os olhos tentando a todo custo entender que merda era aquela. Minha mente estava criando alucinações agora?

– Hey,Amber....- meus olhos se arregalaram só com a menção daquele nome. Danny parou do lado dela,que ainda olhava pra mim,estática. Eu não devia estar diferente.


Amber....Amber...Amber....


Tom? - a voz distante de Danny não conseguiu me fazer ''acordar''.

McGee?– sussurrei,sem acreditar.

– Oi,Tom.- um pequeno sorriso se abriu no rosto da garota,enquanto eu continuava em choque.


Harry ia pirar. Eu estava pirando.



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