Sara estava pesquisando na lista de pessoas desaparecidas, tentando encontrar alguma pista, evidencia ou qualquer outra coisa sobre a mulher que havia sido estuprada e que naquele momento estava no hospital entre a vida e a morte.

Pesquisava incansavelmente, queria ajudar aquela mulher, nem que para isso tivesse que virar o turno mais uma vez. Casos desse tipo mexiam muito com ela, e ela não fazia muita questão de esconder isso de ninguém.

Sara não percebe, mas Grissom se aproxima.

GG: Oi.

SS: Teve sorte na Rua 23?

GG: Gastei o sapato novo, só isso. E o laboratório?

SS: O DNA do boné combina com o sêmen encontrado na moça, mas não há nomes no CODIS.

GG: Então você está olhando relatórios de desaparecidos?

SS: Não achamos o cara pelo DNA ou pela tira do cinto, então pensei em identificá-la antes que ela morra.

Grissom se aproxima e senta ao lado de Sara.

GG: Sara, tem algum passatempo?

SS: Como é?

GG: Você estoura horas extras todo mês, vai para casa e ouve o rádio da polícia, lê apostilas forenses.

SS: É.

GG: Todo dia vemos pessoas no pior dia de suas vidas, é muito pesado. Todos aqui sabem que precisam de um passatempo para suportar o que vêem. Como se diverte?

SS: Caço coelhos, e leio livros de crimes, ouço o rádio da polícia.

GG: Precisa de algo além do trabalho policial. Catherine tem a filha dela. Ás vezes, eu ando de montanha-russa. O que você faz?

SS: Nada.

GG: Do que gosta?

SS: Eu não gosto de nada.

GG: Tem que gostar de alguma coisa, não pode se aproximar das vítimas.

SS: Ela é especial para mim, não consigo evitar.

GG: Se não achar algo todos serão especiais e você se desgastará.

Grissom se levanta e vai em direção da porta, quando chega à porta para e olha para Sara.

GG: Sara.

SS: Ok, estou acabando, vou desligar.

Grissom saiu da sala chateado, não gostava de ver Sara daquele jeito. Aquela mulher mexia muito com ele, não estava conseguindo se controlar, vê-la triste o deixava deprimido, com vontade de mostrar o que sentia, mas não podia fazer isso, ele era supervisor dela, e ela sua subordinada, a mais amada das subordinadas, não sabia como, mas precisava ajudá-la.

Passaram todo o turno investigando sobre o caso. Grissom ficou muito feliz quando encontraram o estuprador, mas sua alegria não durou muito, pois o meliante era menos de idade e não teria a punição que merecia. Grissom sabia que Sara ficaria arrasada.

Grissom pensou em várias maneiras de contar para Sara que o estuprador era menor, mas essa não seria uma tarefa muito fácil, em vista que teria que controlar duas partes da conversa: A primeira que era o fator emoção de Sara, que estava muito envolvida com o caso e sofreria muito com a impunidade do estuprador; E a segunda que era o fator emoção dele mesmo, que estava perdidamente apaixonado por Sara e não sabia se conseguiria vê-la chorando, sem poder consolá-la do modo que realmente desejava, o que era uma tarefa bem difícil.

SS: Grissom, alguma notícia do estuprador?

Grissom estava distraído em sua sala quando Sara chegou à porta.

GG: Sara, eu tenho que te dar um notícia, mas preciso que fique calma. Entre e feche a porta por favor.

Sara entrou e fechou a porta como Grissom pediu.

GG: Sara, encontramos o estuprador.

SS: Isso é maravilhoso Grissom, esse cara tem que pagar pelo que fez.

Sara deu um sorriso lindo para Grissom, ele adorou mas ao mesmo tempo sabia que o sorriso lindo daria lugar às lágrimas em alguns minutos.

GG: Mas tem um porém Sara, ele é menor de idade, o que significa que...

SS: Não pagará nem um quarto da pena que merece.

GG: Isso mesmo.

SS: Eu não acredito nisso, ele acaba com a vida daquela pobre mulher e fica por isso mesmo? Isso é muito injusto!

Grissom viu os olhos de Sara marejados e sentiu que não agüentaria vê-la chorando.

GG: Sara não chore, por favor!

SS: Não gosta de me ver chorando?

GG: Não, o seu sofrimento dói em mim.

SS: Muita coisa seria diferente se...

GG: Se o quê?

SS: Nada, esquece.

Grissom segurou o braço de Sara e a aproximou dele.

GG: Se o que, Sara?

...