Diário De Emmett Cullen escrita por Lover


Capítulo 4
Crá, crá! Panquemón!


Notas iniciais do capítulo

Ok, se vocês lerem o cap., com certeza entenderão o título, rsrs...
Bem, eu mesma já havia dito no cap anterior que a história iria demorar um tantinho, e tals, mas fiquei com dó, e resolvi postar esse capítulo. Espero que gostem!



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Querido Diário,

Eu já me recuperei do choque. Consegui ir até a ilha, porém alguns papagaios ficaram com medo de mim e voaram para longe... sinceramente, não consigo entender porque os animais têm medo dos vampiros! Para mim, papagaios seriam a última coisa que eu iria “beber” nesse mundo! Eles são tão delicados, bonitinhos, barulhentos...

Felizmente, consegui adotar um papagaio. Praticamente, eu não ADOTEI, ele simplesmente ficou me seguindo durante todo o meu passeio. Até quando eu nadei de volta para casa. Eu decidi ficar com ele, porque ele é o primeiro animal que mantém uma proximidade, digamos, favorável de um vampiro como eu e não foge. Esse papagaio é muito bonitinho, é todo amarelinho com algumas peninhas verdinhas e branquinhas... tá, por que eu estou falando tudo no diminutivo? Será que é porque eu me apeguei tanto ao bichinho?

Rosalie, quando viu o papagaio pousado em meu ombro, disse que, logo, ele viraria o jantar. Quase chorei com aquilo, e esclaresci a todos: o Betinho (pois é, esse é o nome dele) é amigo, não comida! Ou seja, se alguém OUSAR cravar nem que seja um milímetro do canino no pescocinho dele, é morte na certa!

Tirando essa parte, Nessie amou o novo bichinho. Nem quis tomar o café-da-manhã, só para poder brincar com ele. O Betinho também se apegou demais a Nessie, tanto que acho que ele já se esqueceu de mim! Espero que não seja verdade. Alice também gostou da ideia de um bichinho de estimação na casa, e já cismou de improvisar roupinhas para o Betinho usar. Fala sério, ele é um mascote, não um acessório de moda! Ou um manequim. Agora imagine um PAPAGAIO sendo cobaia de uma maníaca como a Alice? Vou ter que mantê-lo longe dela.

Agora a Nessie cismou que quer uma arara-azul... mas Bella disse que esse animal está em extinção, e que não é bom deixá-lo longe do hábitat. Disse o mesmo sobre o Betinho, mas ele se comporta como se fosse um bichinho de estimação mesmo... também porque ele já tem todo o conforto possível aqui em casa. Tem comida, água, uma caminha para dormir, e eu até improvisei um balanço para ele brincar. Quando ele testou pela primeira vez, eu acho que empurrei um POUQUINHO forte demais... o Betinho quase foi de cara na parede, tadinho... mas tudo bem! Ele está recuperado e agora está brincando com Nessie, lá no quarto dela! Eu vou lá para me certificar de que a minha sobrinha não está “almoçando” o meu bichinho...

Até logo, diário!

Logo após guardá-lo, voei até o quarto de minha sobrinha. E tenho que admitir, eu nunca havia visto tanto rosa na minha vida!

O Betinho estava trepado no dedinho da Nessie, enquanto ela brincava com seu joguinho de panela. Joguinho de... Panela? Panela, fogão, panela... Fogo!

– RENESMEE! – Esbravejei tão alto que o Betinho quase caiu do dedo dela. Ela me observou, espantada.

– O-o que foi, titio? – Gaguejou.

– O que você está fazendo com esse joguinho de panela? Está querendo cozinhar o Betinho? – Esbravejei novamente, e Nessie, assim como Betinho, começou a tremer.

Mas, mesmo que eu provavelmente esteja assustando ela, seu rosto acabara mudando para uma expressão de fúria e descrença, e colocou o Betinho sobre o travesseiro de sua cama. Logo após, entre dentes, ela gritou para mim:

– É ÓBVIO que eu não estou querendo cozinhar o Betinho, primeiro porque não são panelas de verdades, são de brinquedo, e depois, você acha que eu teria sangue frio para matar um bichinho tão dócil e fofinho como o Betinho?! – Ela estava furiosa, e ao mesmo tempo decepcionada.

Agora foi a minha vez de tremer, arregalar os olhos e gaguejar.

– É, é c-claro q-que n-não... Foi s-só uma perguntinha... – Acabei me encolhendo por inteiro. É, a Monstrinha mandava bem melhor do que eu em assustar as pessoas. Mesmo que ela fosse uma pessoinha fofa, lindinha e simpática, às vezes ela soltava a sua... Digamos... Rosalie interior quando estava com muita raiva.

Então, o seu rosto se iluminou e ela sorriu novamente.

– Tudo bem! – Ela disse como se tivesse se esquecido, logo após mudando de assunto – Titio, eu estou com fome.

Então eu sobressaltei, e peguei o Betinho rapidamente em minhas mãos.

– AI MEU PAI!

– Não! Eu não estou com... Sede... É fome mesmo! – Ela assegurou – Estou com vontade de comer alguma comidinha humana!

Respirei fundo, e o Betinho começou a piar na minha mão. Piar não, ele estava pronunciando alguma coisinha estranha... Crá, crá, cráááá!

Ele estava se engasgando?

– Crá! Crá! Comidinha... Crá! Humana! Crá, crá, crááá...

– Oh meu Deus! – Exclamei, maravilhado – O meu papagaio é super dotado... Ele consegue pronunciar palavras humanas!

– Tio, sem querer desapontá-lo, mas todo papagaio pode falar como um humano... Ou, na verdade, imitar. Vou esquecer de comer, vamos brincar um pouco com ele? – Ela perguntou, com os olhinhos brilhando – Nós cantamos um verso de uma música e ele tenta imitar?

– Vamos! Gostei da ideia!

O Betinho virou sua cabecinha amarela para cada um de nós, curioso. E fez mais um “crá”.

– Eu começo! – Falei – Vou inventar um verso... Hum... Lá fui eu e você estava lá, bonita e elegante...

– Crá! Corpo de vaca e a cabeça de elefante! – Betinho disse, e Nessie riu – Crá!

– Betinho, não é pra rimar... E nem para zoar, é para imitar! Bem, é a minha vez... – Nessie disse – Eu ficaria perto de você o tempo inteiro...

­– Crá! Crá! Eu vi sua irmã pelada no banheiro... Crá! – Apesar de o Betinho estar sendo sapeca, a vozinha dele era bem engraçada.

Nessie logo ficou ruborizada, e depois confusa.

– Mas eu não tenho irmã! – Protestou.

– Ah, tudo bem, é pegadinha dele. Agora, é a minha vez. Última e a gente vai fazer alguma coisa na cozinha. – Declarei - Agora eu quero ver se o Betinho vai rimar com essa... Eu me mataria para ficar ao seu lado...

– Crá! Eu era uma galinha e você era um viad... – Quando ele ia dizer uma das palavras proibidas, eu pousei meu dedo em seu biquinho.

– O que ele ia dizer, titio? – Nessie perguntou.

– Vidraça! – Menti. – Agora vamos para a cozinha, vem Betinho!

– Crá! VIADO! – Ele disse a palavra proibida, e logo após voou até pousar em meu ombro. Rezei aos deuses para que Renesmee não tivesse houvido aquilo.

Caminhamos até a cozinha, perfeitamente arrumada e em ordem. Nessie pegou um livro de receitas e o colocou na mesa.

– Espera, você não vai querer comer uma tigela de cereais de morango, ou até mesmo um sorvete? – Perguntei.

– Não, eu quero experimentar uma receita que eu vi nesse livro... – Ela disse, apontando seu dedo para o livro em suas mãos. – Panquecas americanas! A titia Rose cozinhou para mim ontem, mas eu queria tanto fazer de novo...

– Por que você não pede para ela? Eu não tenho nenhuma experiência na cozinha!

Os olhinhos dela começaram a brilhar, e ela fez um biquinho.

– Ela não está aqui... Aliás, ninguém está. Eles foram visitar as outras ilhas, e eu quis ficar aqui com você! Por favor, titio...

– Oh, Nessie, não chore, senão eu choro também! – Choraminguei, abraçando-a – Tudo bem, vamos fazer essas panquecas. Quais são os ingredientes?

Ela sorriu, e folheou as páginas no livro de receitas.

– Hum... Uma colher de sopa de açúcar, três colheres de chá de fermento em pó, uma colher de chá de sal... Trezentos gramas de açúcar, trezentos mililitros de leite, e três colheres de manteiga derretida. – Ela disse, ofegando logo após. HÃ?

– E-eu não entendi... Como é que eu vou derreter a manteiga? Tem que esmagá-la até ficar com uma conscistência líquida? – Cocei a cabeça.

– Não, é só derreter por trinta segundos no microondas.

Enchi três colheres de manteiga e coloquei em um pote de plástico, colocando dentro do microondas e ajustando o tempo. Quando liguei, Nessie pulou na minha frente e desligou quando o pote iria completar a primeira girada lá dentro. Logo após, ela abriu a portinha do microondas e retirou cuidadosamente o pote.

– O que houve? – Perguntei.

– Tio Emmett, preste atenção! Não pode colocar plástico dentro do microondas! Vai estragar tudo! – Disse, despejando a manteiga em uma xícara e colocando no microondas.

Eu via que aquilo iria demorar...

***

Então, logo após a manteiga estar pronta, misturamos todos os ingredientes em uma tigela, mechendo com um fouet. Mas... Eu acho que acabei misturando rápido demais, porque uma parte da massa voou em meu rosto e no avental de Nessie.

A Monstrinha começou a gargalhar, enquanto eu, injuriado, limpava a massa de panqueca no meu rosto. Até o Betinho, pousado em cima da geladeira, pregava peças em mim.

– Crá! Hahaha! Crá! Hahaha!

– Quieto! – Avisei-o, mas ele não parou.

– Está bem, titio, agora é só esquentarmos uma frigideira, untá-la com manteiga e despejar a massa por cima.

– E como se unta com manteiga? – Perguntei.

– É só colocar um pouquinho de manteiga por cima... Vai lá, liga o fogão.

Liguei o fogão e peguei uma frigideira antiaderente e pus sobre o fogo. Nessie veio com uma concha cheia da massa e despejou delicadamente sobre a frigideira.

– Ah, Deus! – Ela exclamou – Esquecemos de untar!

– Crá, crá! Esqueceu de, crá, untar! Hahaha...

Tirei rapidamente a frigideira do fogo e limpei-a. Desperdício de massa... Aquela tentativa de bancar o cozinheiro iria destruir toda a cozinha, e Esme iria me matar... Mas quer saber? Valeria a pena. Nada como dividir um tempo com a sua sobrinha favorita e com o seu papagaio tagarela. Oh, que vida boa! Quer dizer... Morte boa.

Após limpá-la, coloquei-a sobre o fogão de novo e Nessie pôs uma colher de manteiga. O ingrediente se espalhou rapidamente, e quando minha sobrinha foi colocar a concha, metade dela foi parar nos meus sapatos.

– Ops! Desculpa tio! Eu vou limpar tudo isso depois...

– Tudo bem... São apenas os meus sapatos de couro levíssimo, caros, importados, moldados com a maior das delicadezas...

– Aff, ninguém mandou você entrar na cozinha com esses sapatos! Agora vire essa massa! – Nessie ordenou.

Peguei uma espátula de plástico e virei a massa. Percebi que a superfícia dela estava meio chamuscada, e um leve cheiro de queimado invadiu minhas narinas...

– TIO EMMETT! É PARA COLOCAR EM FOGO BAIXO, VOCÊ COLOCOU EM FOGO ALTÍSSIMO! VOCÊ QUEIMOU A MASSA! – Nessie vociferou, pondo as mãos na cabeça.

– NÃO PRECISA GRITAR!

– Crá, áááh! Não precisa gritar, crá!

– Betinho, calado! – Ordenei ao meu tagarela.

– Betinho, calado! Crá! – Ele me imitou.

– Para de me imitar!

– Para de imitar, CRÁ!

– Eu estou lhe avisando!

– Eu estou lhe avisando... CRÁÁÁÁÁÁ... – O Betinho acabou se desequilibrando, e caiu da geladeira.

Nessie o pegou antes que ele se encontrasse com o chão.

– Betinho! Você está bem? – Ela perguntou, preocupada.

– Crá! Irrá! Betinho, você está bem? – Ele imitou-a mais uma vez. Entendemos como um sim.

Então, untamos pela milésima vez a frigideira, e colocamos uma concha da massa novamente. Estava tudo em ordem, finalmente. Deixamos a massa se espalhar, e logo após, eu peguei a espátula novamente e tentei virá-la.

– Ouch! – Exclamei, quando vi que a massa parecia mais um Pokemón querendo evoluir depois de virada. Eu não era expert em virar massas, então eu merecia um desconto.

Logo após várias viradas e evoluções da Panquemón, como eu estava chamando-a, pus-a num prato e Nessie jogou geléia por cima.

– Experimenta! Ufs! Nem acredito que conseguimos terminar uma panqueca! – Suspirei, e o Betinho pousou a alguns centímetros do prato de Nessie, que fez questão de cortar um pedacinho para ele.

Ela logo deu uma garfada na massa e enfiou dentro da boca. Ela mastigava com vontade, e sorriu com o gosto.

– Muito boa, titio! – Ela disse, começando a comer. O Betinho também deu algumas bicadinhas na massa, engolindo pequenos pedacinhos.

– UHUU! EU SOU O MELHOR MESTRE DA CULINÁRIA DO MUNDOO! – Vibrei – Sou melhor que o Edward!

– É... Hehe... É, né? – Nessie disse, voltando sua atenção para o prato.

***

Querido diário,

Hoje a tarde foi muito boa. Pratiquei os meus dotes culinários, e Nessie e Betinho aprovaram minha panqueca. Mas, o ruim de tudo, foi que a cozinha ficou uma desorganização horrenda, tudo porque eu não guardei os ingredientes, não lavei a louça e ainda por cima esqueci o fogão ligado...

Rose, felizmente, não me bateu. Ela, na verdade, me parabenizou, primeiro por conseguir cozinhar uma panqueca, e segundo por cozinhá-la sem acabar explodindo a cozinha. Mas... O problema é que ela explodiu mesmo. Ou seja... Estou sem as minhas pernas. E Rosalie espalhou-as por todas as ilhas. Não deu ideia de quais eram.

Agora o bicho vai pegar para eu achar as minhas pernas. Quem sabe o Betinho não me ajuda?

Beijos do Emm!


Betinho: Crá, crá, viram como eu sou lindo? CRÁ!!


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Notas finais do capítulo

Kkk, gostaram da última imagem? BEIJOS!