The Wrong escrita por Rafaella Livio
Notas iniciais do capítulo
Oi, gente! Mais um fresquinho pra vocês, e este está bem grandinho >.< Como eu to boazinha!!
Boa leitura.
Olhei em volta e tudo me pareceu ir voltando ao normal, mas eu ainda não tinha "testado" a minha voz.
- Vic?
Olhei para ele e lembrei de sua última frase.
- Eu... Eu não sei o que dizer, Edward.
Lembrei que ele tinha me esnobado, e que poderia fazer isso de novo... não poderia?
- Diga alguma coisa.
- Eu... acho que não estou pronta para te amar. Mas tenha a certeza de que eu gosto muito de você... só estou um pouco... digamos, confusa.
Ele beijou minha fronte e respondeu com o meu sorriso.
- Eu posso esperar.
Aquele barulho todo e aquelas luzes ofuscantes estavam me incomodando, portanto fui para outro canto mais calmo e mais escuro – o bar. Ele não veio atrás.
Me sentei e pedi o mesmo que um cara ao meu lado bebia, parecia ser muito forte e eu precisava disso.
- Tem certeza? – Perguntou o barman e eu reconheci aquele rosto.
- Hey, você não é o mesmo barman da festa da Rose? Rosalie Patterson?
- Sim, - respondeu, com uma risada exagerada – e você é a garota da água.
- Sou.
- E a bebida?
- Quê?
- O seu shot. Você vai mesmo querer?
- Claro!
Ele pôs um copinho mini na minha frente, com no máximo uns três dedos meus de líquido.
- Você tá brincando? – Perguntei.
- Experimenta. – Respondeu, um tanto sádico. Ou talvez só sarcástico mesmo.
Tomei um gole da bebida (praticamente tudo) e senti minha garganta queimar como um incêndio, meus olhos pareceram saltar de ardor, eu parecia não ter mais estômago e eu tinha quase certeza que vomitaria pelo nariz. Foi a melhor sensação que eu já senti.
- Me dá mais um.
- Ficou maluca? – Perguntou o barman, realmente preocupado.
- Por quê?
- Dois desse já são o suficiente para acabar com o seu fígado.
- Então meu fígado vai ser exterminado, passa logo essa droga aí.
Ele me deu mais outro, e mais outro, e assim eu perdi as contas depois do terceiro, e eu estava quase totalmente bêbada (apesar do exagero do barman).
Fui para a pista e dancei como se não houvesse amanhã, até que senti um cutucão forte no meu ombro.
- Esqueceu da sua melhor amiga?
Era ela. Ela tinha voltado.
[FLASHBACK ON]
Um ano atrás
- Que roupa você vai usar no primeiro dia, Emy? – Perguntei, com o telefone apoiado no ombro segurando dois conjuntos de roupa.
- Eu... não sei.
- Emily, você está escondendo alguma coisa de mim?
- Vic, eu queria ter te contado... – Respondeu quase em um sussurro e eu pude ouvir o som do seu choro abafado.
- Contar o que, Emily?
- Bem, depois que a minha mãe morreu, o meu pai sempre quis se mudar para São Francisco, você sabe...
- Sim, eu sei.
- E agora o meu tio arranjou um emprego com o dobro do salário para o meu pai lá. Nós vamos nos mudar amanhã. Me desculpe.
- O quê? Como assim se mudar? – Gritei, já soluçando de chorar.
- O vôo vai sair às duas da tarde, se você quiser me ver no aeroporto, vou chegar lá à uma.
Desliguei. Emily Yukai era minha melhor e única amiga e eu ficaria transparente naquele colégio sem ela.
Não fui ao aeroporto, não atendi suas ligações, não liguei mais e não falei mais de jeito nenhum com ela.
[FLASHBACK OFF]
- E-Emily? – Gaguejei, abraçando-a.
- Temos muito o que conversar, mocinha.
- Mas... como? Seu pai voltou?
- Não, ele continua lá e ficará por mais alguns meses. Acabei de me rematricular na escola. Lembra do Spencer, meu irmão mais velho que estava começando a faculdade e ganhou uma casa do meu pai?
- Claro que lembro!
- Estou morando com ele.
- E você voltou quando?
- Há dois dias e algumas horas.
- Ai, que saudade! – Abracei-a novamente. – Desculpe por eu não ter ido ao aeroporto, mas me senti traída.
- Tudo bem, sem ressentimentos. Acho que eu mereci.
Nos sentamos em uma mesa longe do tumulto e contei à ela tudo sobre Edward, menos a parte da NERD. Ela me contou que havia conhecido um inglês gatérrimo que estava de passagem com alguns amigos à São Francisco, mas que morava periodicamente em Connecticut (N/A: Para quem não sabe, é um estado vizinho de Nova York), fazendo intercâmbio. Também me contou que ele trancou a faculdade só para vir aos Estados Unidos e os pais só ficaram sabendo algumas semanas depois. Que menino abusado! Se eu fosse a mãe dele iria até outro país para buscá-lo. Se bem que eu não posso julgar, não conheço a história dele... Meus pais nunca foram tão presentes na minha vida e já tentei fugir, mas eles rapidinho me encontraram. Ah, Emy me contou também que ela e o inglesinho já tinham se pegado algumas vezes.
Combinamos que eu dormiria na casa dela. No auge da conversa, Edward chegou.
- Vic, acho melhor irmos embora.
- Eu vou dormir na casa da...
- Oi, Edward – sorriu Emy, me interrompendo. – Acho que não se lembra de mim, sou a melhor amiga da Vic.
- Claro... Uh... Emily, não é?
- Sim. A Victoria vai dormir na minha casa hoje, por que você não vai também?
- Quê? – Perguntei incrédula.
- Claro que eu vou!
- Ótimo. Você tem... algum amigo pra levar?
- Tenho... o Antorelo.
- Anta-quem? – Perguntou Emy.
- Antorelo, um menino que entrou esse ano. – Expliquei.
- Ah, claro. Ele é bonito?
- Acho que você bebeu demais, Emily. – Brinquei.
Conversamos, rimos e combinamos ao fim que iríamos eu, Edward, Emy, Antorelo e a menina das líderes de torcida que eu não sabia o nome. Ficaríamos pares perfeitos, afinal o amiguinho inglês de Emy iria também.
Ela estava diferente. Há um ano ela tinha cabelos morenos até a cintura e tinha pele moreno-clara. A cor do cabelo e da pele não mudou, mas agora o cabelo dela estava na altura dos ombros todo repicado, usava franja e tinha mechas vermelhas, predominantes nas pontas. Ela usava lápis preto ao extremo, coturnos pretos, meia arrastão vermelha, saia preta cheia de tachas, blusa preta e roxa listrada e uma jaqueta de couro preta larga demais para ela.
Ela dirigia que nem uma louca e por pouco a polícia não nos para. Perguntei à ela de onde era sua habilitação e quando ela me respondeu que era de São Francisco quase caí para trás, mas eu estava sentada então não teria como cair.
Chegamos à casa dela. Era uma casinha de vila um pouco maior e mais separada do que as outras casas do que o normal. Tinha uma sala de dois ambientes, uma porta que provavelmente dava na cozinha e uma escada.
Perguntei à Edward se ele tinha deixado seu carro na boate, ao que ele me respondeu que o carro era do professor Drew e ele só não dirigiu até lá porque queria beber no caminho.
- Ops, meu irmão está em casa. – Emy informou-nos, após ouvirmos passos na escada.
Eu não lembrava de Spencer tão bonito assim. A imagem que eu tinha dele era de um adolescente virando homem que ainda não tinha saído da puberdade cheio de espinhas e bem fraquinho. O que eu via agora era um homem forte e musculoso com um rosto perfeito e liso, talvez com 1,80m de altura. Ele tinha uma loira que devia ter metade da sua altura (não literalmente, tá?) pendurada em seu pescoço.
- Spencer! – Emy gritou.
- Oi irmã. Victoria? – Me reconheceu, analisando-me de cima à baixo.
- Oi, Spencer.
- Como você cresceu! – Disse, me abraçando. Segurei seus braços fortes e me senti confortável ali. Tive que respirar fundo para voltar de meus devaneios. Ele me largou, analisou novamente e completou. – Está gatona.
Edward pigarreou e olhou para o teto, com uma expressão inexpressável.
- Bom, esses são meus amigos e eles vão dormir aqui. – Anunciou Emy, antes que Edward fizesse alguma coisa que não devia.
- Ah, então eu também vou participar da festa do pijama! – Completou, abrindo os braços.
- Vão ter brincadeiras quentes, irmão... – Emy ergueu a sobrancelha.
- Como é? – Indignei-me. Eu sabia como eram as brincadeiras de Emy e não eram nada legais, divertidas ou educativas.
- Tá, Emily, tá! – Respondeu, irritado. – Eu não sou o papai. E eu não vou contar os segredos de sua infância para os seus amiguinhos, Emily Yukai.
- Vá à merda, Spencer Thompson!
Olhei espantada para Emy. Ela nunca foi de falar palavrões, era – de certo modo – santinha! OK, OK. Você deve estar pensando "por que os dois tem sobrenomes diferentes?"... A história de Emy é complicada, mas eu vou explicar. Emy era órfã de uma descendente de imigrantes japoneses. Foi adotada pelo Sr. Thompson quando tinha uns dois anos. Este era viúvo e já tinha um filho (Spencer), mas o orfanato de Emy era de uma cidade do interior então ele não guardava muito as informações, assim, a mãe biológica dela conseguiu suas informações e foi atrás da filha. Depois de um acordo muito malfeito, Sr. Thompson e Sra. Yukai tinham que dividir Emily e acabaram se "acertando". Depois de mais dois anos, se casaram e poucos meses após isso, ela morreu. Todos ficaram abalados (principalmente ele, já que era a segunda viuvez, daí surgiu a ideia de se mudar para São Francisco... talvez um meio de fugir daquele ambiente triste) e Emy nem se lembra direito dela. Por isso os dois tem sobrenomes diferentes, entendeu? Eles não tem o mesmo sangue, mas são irmãos de coração.
Sentamo-nos no chão e ela começou a explicar a brincadeira – chamava "Manda Quem Pode, Obedece Quem Tem Juízo" – e eu senti que aquilo não ia acabar bem. Nos apresentamos e o nome da menina da torcida que eu não sabia era Brenda, e o da namorada do Spencer era Lucy.
Depois de alguns minutos, o amiguinho de Emy chegou e era um deus grego! Digo... inglês. Seus olhos eram da cor da água (não, não eram transparentes... você me entendeu!), seus cabelos eram como piche e seu corpo nem se comparava ao de Spencer... era melhor. Seu nome era James e seu sotaque era uma fofura. Cada vez que ele falava uma frase, todas nós meninas fazíamos "Own" e Spencer e Edward faziam suas caras de enciumados. Antorelo nem ligava, só ficava olhando para Brenda com segundas intenções.
A brincadeira era a seguinte: rodávamos uma garrafa no sentido horário e quando parasse, a boca era para quem "mandava" e o fundo era para quem "obedecia". Se a pessoa não obedecesse, tinha que tomar um gole razoável de vodka e tirar uma peça de roupa, e assim ia, da cabeça aos pés. Quem ganhava era quem estivesse mais sóbrio e com mais peças de roupa e nós decidíamos quando parar.
O jogo começou. Emy foi a primeira a rodar e caiu a namorada do Spencer e o Antorelo. Ela mandou-o derrubar leite condensado no meu rosto ("por que justo eu?", pensei, mas fiquei calada) e lamber até não sobrar nenhuma gota. Antorelo deveria ter percebido que Edward gostava de mim, ou então ele estava muito afim de que fosse a Brenda, e não eu, – acho mais provável essa alternativa – então bebeu um gole e tirou o tênis... E depois disso eu não lembro de mais nada.
O que será que aconteceu?
- (...) ME RESPONDA ANTES QUE EU ME IRRITE... DEPOIS DO JOGO... O QUE ACONTECEU?
E sobre o corte?...
- Responde! Foi a Julien que te cortou, não foi, Victoria?
E uma carta misteriosa de Brenda... Não deixe de conferir!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Gostaaaaaaaaram? Acho que não né, então tá bom vou parar de escrever.. HAHA, MENTIRA, GENTE! Calma, calma, é brincadeira, não fiquem brabos :D
Amo vocês!
XOXOS.
Rafa.