Quando acordei ainda era mais ou menos seis horas da manhã (não falei que eu dormia melhor lá? NÃO, eu não quero voltar para aquele lugar, mas nem morta!) e fiquei enrolando na cama mais uma hora, pensando porque Edward insistia tanto em mim.

Levantei e fui tomar café da manhã com meus pais, coisa que eu não fazia há muito tempo (mesmo antes de ser "sequestrada").

– Bom dia, mãe.

– Bom dia, filha.

– Bom dia, pai.

– Bom dia, Vic.

Comi uns cinco waffles com quase todo o frasco de cobertura de chocolate e pulei no sofá, me deitando, como eu fazia em alguns sábados depois do café da manhã. Minutos depois, alguém tocou a campainha. Esperei alguém atender, mas ninguém foi. Fui eu.

– Já vai! - Disse depois de tocarem de novo.

Abri a porta e me deparei com meus tios Eva e Louis, meus primos Calvin e Gustav e minha prima Janet.

– FAMÍLIA! - Gritei. Preguiça de falar o nome de todo mundo.

Cada um veio me abraçar e meus tios me entregaram uma caixa embalada com papel de presente.

– O que é?

– Abra. - Respondeu meu tio.

Abri e encontrei uma bolsa linda. Era uma Birkin Bag salmão (http://t1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRpFllJIsmU3INzM2-eUj4Y3sxEt0GBzbgo_48H_ud1Q_EpViPiI8X88g1hlQ), da Hermès.

– TIIIIIIIIIIIIIIIIIIIO! - Pulei no pescoço dele e vendo a cara de minha tia, pulei no pescoço dela também. - TIIIIIIIIIIIIIA! Muito obrigada, é linda, eu amei!

– Gostou mesmo? - Perguntou minha tia, provavelmente já sabendo a resposta.

– Claro que sim, tia! - Pulei - Vou guardar e já volto, tá?

– Tá.

Subi e guardei na parte do armário que eu guardava minhas bolsas. Dei um beijinho nela e coloquei-a no topo. Fechei o armário e desci brincando com os degraus, de dois em dois.

Meus tios conversaram com meus pais na mesa de jantar, eu e minha prima ficamos conversando e meus primos jogando. Logo nós duas começamos a jogar com eles.

– Ganhei! - Gritou Calvin e nós três fizemos "Aaaah".

Logo eles foram embora e nos despedimos. Subi, coloquei uma camiseta, um shorts, um chinelo e desci para almoçar.

– O que tem hoje?

– Picadinho de carne.

– Tem costelinha com aquela gordura? - Meu pai perguntou.

– Eca, pai!

– Costela é boa, minha filha.

– É, mas gordura não! E faz mal. Picanha que é bom. - Passei a língua pelos beiços.

Começamos a comer. Os frutos do mar eram divididos então peguei apenas picanha e alcatra.

– Estava uma delícia - comentei. - Com licença.

– Toda. - Respondeu meu pai.

Saí pulando e ia subindo as escadas, quando ouvi meus pais conversarem.

– Ela está muito feliz, não é? - Comentou mamãe.

– É. Você acha que devemos contar a ela agora?

– Não, espere um pouco. Pode ser que ela fique surpresa.

Eles saíram da mesa e eu corri para cima. Fiquei a tarde inteira martelando o que eles deveriam me contar. Peguei meu notebook e entrei no MSN e no Tumblr. Rebloguei alguns posts da Disney (lugar que eu queria muito ir, afinal, morava nos Estados Unidos e nunca tinha ido) e esperei alguém entrar no MSN.

Brenda está on-line.

Vic diz:

Brenda!!!!!!!!!!!

Brenda diz:

Victoria! Como você saiu do "cativeiro"? Você saiu, né?

Vic diz:

Claro! O Edward me salvou.

Brenda diz:

Que lindo!

Vic diz:

Eu sei.

Brenda diz:

Você já sabe da Lucy?

Vic diz:

Já. Ontem eu e Edward passamos na casa de Emy e Spencer e o Edward pulou em cima do Spencer.

Brenda diz:

Nossa! E você acha que é culpa dele?

Vic diz:

Em parte, sim. Não é que seja CULPA, mas eu acho que ele não deveria ter mentido para a Lucy, não me meter no assunto, por mais que ele não soubesse que ela era louca. Entende?

Brenda diz:

Claro. E você e o Edward, hein?

Vic diz:

Então, eu estou dando "uma chance" a ele. Mas VOCÊ que precisa me contar, né dona?

Brenda diz:

Huh?

Vic diz:

Antorelo... Pastis... Lembra agora?

Brenda diz:

Ah, claro. Ele me pegou mais ou menos sete horas no domingo com uma Porsche 911 Turbo Cabriolet e como estava abafado, abriu a capota. Antes de chegarmos a 9ª avenida, ele fechou-a e parou o carro na frente. Entramos e eu fiquei um pouco perdida, não sabia o que escolher então escolhi o mesmo que ele. Era até barato, eu vi o menu, mas eram pratos super diferentes do normal. Franceses, claro. E o lugar era simples, confortável, muita gente ia lá. Para a entrada ele pediu um Penne Puttanesca e para o prato principal pediu um coquetel de camarão. Eu quase não aguentei comer, sério. Para beber ele pediu uma garrafa inteira de Sancerre branco, acredita?! Você sabia que ele é maior de idade? No fim, eu bebi pouco e ele ficou bêbado. Tirando isso, foi maravilhoso.

Vic diz:

Tá, mas você falou, falou e não disse nada. PARTE PRO ASSUNTO PRINCIPAL!

Brenda diz:

Só você, viu? Ele me levou para casa, mas antes nós... ficamos... íntimos no carro.

Vic diz:

Tipo, ÍNTIMOS MESMO?

Brenda diz:

NÃO, CLARO QUE NÃO! Só houveram alguns beijos e... toques, você sabe.

Vic diz:

Eu não sei de NADA...

Brenda diz:

Preciso ir, Vic. A gente se fala depois. Beijos.

Vic diz:

Beijos.

Brenda está off-line.

Resolvi sair também e fiquei encostada na parede do meu quarto, até que alguém ligou e minha mãe passou a ligação para mim.

– FILHA, É O EDWARD! - Gritou de lá de baixo.

– TÁ!

– EU E SEU PAI VAMOS SAIR E FICAR FORA ATÉ TARDE, TUDO BEM?

– TUDO!

Corri até o telefone e atendi.

– Alô?

– Está pronta?

– Para quê?

– Sairmos, ué!

– A gente vai sair? Quando?

– Estou indo para aí agora, se prepara.

– Mas onde a gente vai?

– Não posso dizer, é surpresa.

– Devo me arrumar com roupas chiques?

– Tanto faz, você fica linda de qualquer jeito.

Mulher é um bicho bobo mesmo, né? Enrubesci e agradeci.

– Não há de quê. Mas é sério, se arrume rápido.

– Tudo bem. Beijos.

– Até.

Corri para o banho, demorei uns 20 minutos. Fiz escova, demorei mais 15 minutos. Para escolher aroupa (http://stripesandcolor.files.wordpress.com/2010/01/dakotafanningyoungin1.jpg) e vesti-la, mais 10 minutos. Para pintar as unhas das mãos e dos pés, mais 5 minutos. Para me maquiar, mais 5 minutos e para escolher a bolsa carteira - escolhi a convertible Jacquard marfim, da Calvin Klein (http://www.makemeupbrasil.com.br/img/p/247-588-large.jpg) - mais 5 minutos. Ao final, uma hora para me arrumar.

Desci e ele já me esperava na sala.

– Uau - soltou em um sussurro, mas eu consegui ler seus lábios. - Demorou hein? - Dessa vez falou normal.

– Desculpe, eu achei que era uma ocasião importante. - Beijei seus lábios e ajeitei a gola da camisa. Ele usava umterno Armani preto básico (http://casamento.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2011/07/ternos-masculinos-armani1.jpg)e eu por pouco não babei no ombro dele.

– A gente vai para algum casamento? - Perguntei.

Ele soltou uma risada pelo nariz tão fofa que acho que me apaixonei.

– Não. Mas eu quero que hoje seja especial.

Ele beijou meu pescoço e eu gemi.

– O que foi? - Indagou.

– Você está fazendo de novo.

– Fazendo o quê?

– Me controlar.

Ele riu dessa vez muito alto.

– Eu não te controlo!

– Controla, sim. - Sussurrei no ouvido dele - É tipo isso. - Mordisquei sua orelha e desci ao seu pescoço, dessa vez foi ele quem gemeu.

– Já entendi, pode parar. - Pediu.

– Espera, eu ainda não terminei. - Encostei meu corpo no dele, desci minhas mãos em sua cintura e fitei-o. Peguei em seu cinto e soltei-o levemente.

– Para, Vic. - Falou quase sem voz. - Por favor.

– Vou fazer até você implorar.

– Seus pais estão?

– Não, saíram.

– Vic... Eu...

– Shh... - coloquei meu indicador sobre sua boca e me separei dele.

– Acabou? - Perguntou aliviado.

– Não, já não disse que só acaba quando você implorar?

Me "virei" e abri o zíper do meu vestido, que se localizava em frente de Edward. Abri lentamente e fitei seus olhos claros. Abaixei o vestido cada vez mais, dessa vez de frente para ele, até aparecer parte do meu top branco que era praticamente transparente.

– V-vic...

– Huh?

– Eu... Eu imploro.

Subi o vestido e fechei. Cheguei perto dele e coloquei o cinto de volta.

– Tá vendo como foi fácil?

– Fácil para você! - Comentou e eu percebi que ele estava suando.

– É assim que eu me sinto. Você me vicia.

– Para de drama, vai.

– Não é drama. É sério. Você me vicia e eu me senti morta naquele lugar horrível. - Abaixei o olhar.

– Ei, - levantou meu rosto - hoje é só alegria, tá? - Me deu um beijo na testa e saímos de casa.

Entramos na X1 dele e fomos a caminho de algum lugar.

– Nem deu tempo de fazer alguma coisa no cabelo. - Comentei, com beicinho.

– Tá lindo. - Respondeu sem nem olhar.

– Você nem olhou!

Ele deu uma olhada rápida e repetiu.

– Tá lindo.

– Edward! - Dei um tapa em seu ombro e ele gemeu.

– Ai!

Por mais que eu estivesse falando, estava prestando atenção no caminho. Depois de algum tempo, entramos na 9ª avenida e ele parou em frente a um restaurante. Pastis.