Magali virou-se lentamente para o lado esquerdo da cama, seus olhos se abriram vagarosamente. A gulosinha reprimiu um grito. Do Contra estava deitado ao seu lado, com a mão sobre a cintura da moça. Ele sorriu quando ela abriu os olhos. “Que diabos ele está fazendo aqui?” pensou.

DC puxou a moça para perto, tão perto que Magali sentiu a respiração quente do rapaz. Ela se perguntou por que ela não estava reagindo. A mão de Do Contra deslizou para a coxa da garota. Naquele momento Magali voltou a si e chutou DC para fora da cama.

— Sai daqui! — gritou, esperneando.
— Nossa! Como você é agressiva. — DC riu. Magali encarou o rapaz com os olhos semicerrados. — Você é bonitinha dormindo.

A gulosinha sentou na cama, ignorando o elogio. Ela respirou aliviada quando percebeu que aqui havia sido um sonho, ou melhor, um pesadelo.

— O que faz no meu quarto? — questionou, levantando.
— Não tem café?
— Não gosto de café.
— Por quê?
— Não gosto e ponto.
— Tem cereal? — Magali fuzilou o rapaz com um olhar.
— Você não trabalha?
— Começo hoje. Me empresta seu carro?
— Não. E para de fazer perguntas.
— Você não gosta de perguntas?
— Vai à merda.
— Gosto de mulheres agressivas como você. — sorriu, lançando um olhar malicioso para a gulosinha. — Selvagens. Rawr.
— Vou te mostrar como sou selvagem. — Magali gritou agarrando uma vassoura e apontando para DC. — Vai trabalhar.
— Seu desejo é uma ordem. — ele correu na direção da porta. — Um detalhe. — disse erguendo o dedo indicador. A gulosinha ameaçou jogar a vassoura. — Eu não tenho as chaves. — gritou o mais rápido que pode. Magali pegou um molho de chaves e arremessou na direção do rapaz. — Maluca! — ele berrou, fechando a porta.

Magali se arrumou para o seu primeiro dia de trabalho. Não era o melhor emprego do mundo, mas estava de bom tamanho.

***

Ela estacionou o carro preto em frente ao casarão branco, de dentro uma mulher de cabelos castanhos cacheados acenava para Magali.

— Maga! — a mulher gritou.

Magali atravessou a portão branco. A porta se abriu a mulher abraçou Maga, quase a derrubando no chão.

— Marina! É bom te ver também.

***

— Boa noite. — DC cantarolou.
— Boa noite. — pela primeira vez Magali sorriu para ele.
— Estou com fome.
— Coma. — Magali disse ao entrar no banheiro.
— Que tal uma pizza?
— Não seria má ideia.

***

— Senta aí. — DC apontou para o sofá. — Como foi o seu dia?
— Legal, e o seu?
— Legal. Tem muita mulher gostosa lá. — disse comendo um pedaço de pizza.
— Não fala de boca cheia.
— Desculpa mãe. — sorriu.
— Sinceramente, achei que fosse mais legal dividir o apartamento com você.
— Ok. Mas pode ser. — ele disse se aproximando.
— Nem vem. — Magali empurrou uma almofada na cara de DC.