Apolo arregalou seus lindos olhos e logo sua expressão passou de surpresa para furiosa.

– Como você pode preferir ele à mim? – Ele gritava. – Como Allexia? Passamos toda a nossa existência juntos!

– Você já se esqueceu que a 30 anos eu sumi? Esses anos longe de você me permitiram ter uma visão diferente sobre tudo.

– Vou pedir para Hera te obrigar a voltar, ainda somos casados! O casamento ainda vale. – Ele ameaçou.

– Você não faria isso, e mesmo que fizesse, eu nunca faria nada do que Hera quer! – Falei indignada.

– Você vem comigo. – Disse ele me puxando fortemente pelo braço.

– Não vou! – Disse e vi que Will vinha na nossa direção. Eu rapidamente fiz que não com a cabeça e ele parou. – Não pode me obrigar, Apolo.

– Você vai se arrepender, Allexia. E você, Will, se arrependerá ainda mais de ter traído seu próprio pai. Cuidado. – E dizendo isso ele sumiu em uma luz dourada ofuscante.

Eu finalmente desabei e pus-me a segurar as lagrimas que ameaçavam rolar.

Vi que Will corria na minha direção e isso só me fez ter ainda mais vontade de chorar. Ele tentava me acalmar e me abraçou.

– Desculpa, desculpa. Sophie, se eu não tivesse me apaixonado nada disso teria acontecido! Me perdoa, Sophie. – Ele quase chorava.

– Tudo bem Willl. Só sinto medo do que Apolo possa fazer. – Eu disse ainda em transe.

– Ele não fará nada para te prejudicar, ele te ama. – Will tentava me confortar.

– Não é comigo que me preocupo, é com você. Apolo fará o impossível para te machucar. Acho que devo deixar de ser orgulhosa e ir com ele. – E era verdade, se eu fosse, Apolo pararia com essa infantilidade toda.

– Você não pode! Ele não fará nada Sophie. Nada! – Tentou Will.

Eu olhei bem para e vi a bondade que nunca poderia ser encontrada nos deuses. Eu mesma já fiz tantas coisas ruins apenas por tédio ou diversão ou irritação. Eu queria conhecer o mundo sem ser mais do que ninguém, queria ser amiga de verdade, viver uma vida inteira ao lado das pessoas que eu amo e que realmente me amam. Apolo era apenas obcecado por mim.

– Tudo bem, foi idiotice minha pensar nisso. – Disse e sorri já ficando em pé.

Ele levantou-se e me surpreendeu ao me puxar e logo me beijar.

Eu me afastei e o encarei:

– Não posso. Ainda sou casada com ele Will. – Disse e corri.

Eu sei, estraguei tudo, mas é melhor assim, Apolo não pode nem sonhar que esse beijo aconteceu. Eu senti, eu vi a escolha que ele fez, ele realmente mataria Will se este encostasse em mim.

Acabei parando novamente no acampamento. Entrei no chalé de Hades e vi Nico conversando com uma garota extremamente parecida comigo, mas claramente mais nova.

Nico a abraçava e olhava cada parte do corpo dela, então deduzi que aquela fosse Cristinne, irmã dele. Eu pigarreei e então eles olharam na minha direção e a garota arregalou seus olhos pretos. Reparei que ela usava uma blusa estampada com flores. Me surpreendi, semideuses filhos de Hades geralmente não se dão bem com Perséfone.

– Desculpe, você deve ser uma semideusa nova no acampamento? Qual o seu nome e de que deus ou deusa é filha? – Disse a tal Cristinne toda animada olhando para mim.

– Ahm, me chamo Sophie e sou filha de Hades. – Disse rindo.

Ela me olhou séria durante algum tempo e logo depois correu para me abraçar. Olhou ao redor do chalé e comentou.

– Não tinha reparado em uma terceira cama. – Então acho que ela viu minha coberta cor de rosa com minúsculas flores. – OMG! Mais uma filha de Hades que se dá bem com Perséfone?

– Aham, ela é ótima quando tratamos ela bem. – Eu disse também animada.

– Viu Nico? Agora escute meu conselho e peça desculpas à Perséfone! – Disse Cristinne se virando para o irmão.

– Mas, ela quem me transformou em um dente de leão! – Disse ele parecendo realmente indignado.

– Ah, Sophie, você precisa conhecer Tom, meu amigo! Ele é um filho de Poseidon maravilhoso. Vocês se darão super bem! – Dizia Cristinne enquanto me puxava para fora do chalé.

– Claro, Cristinne. – Eu disse rindo.

– Me chame de Cris... Posso te chamar de Sophy? – Perguntou ela sorrindo animada, quase pulando no lugar.

– Claro que pode Cris.

Logo chegamos em frente o chalé de Poseidon e encontrei Percy com uma cara de chateado.

– Olá Percy. – Dissemos juntas e sorrimos uma para a outra.

– Olá meninas... – Disse ele nos olhando estranho e logo completou balançando a cabeça. – Filha de Hades.

– Percy, onde está Tom? Quero apresentá-lo à Sophie.

– Ele foi na casa grande para falar com o Sr. D. – Disse Percy. – Ele quase não conversou comigo.

– Ah, entendi o motivo do desanimo. Mas anime-se Percy, ele voltou bem da sua primeira missão. – Disse Cris fazendo Percy dar um sorriso de canto.

Todos os semideuses sabiam o quanto era difícil um semideus voltar sem ferimentos de uma missão. Principalmente da primeira. Muitos deles nem voltavam. Os deuses também viam isso, mas não era permitido interferir.

– Vamos lá, Sophy? – Perguntou a Cris e antes que eu pudesse responder, Percy disse:

– Não, Sr. D. pediu para falar com ele sozinho.

Tenho certeza que Cris ficou quase tão curiosa quanto eu, mas resolvemos ir tomar um banho no lago.