Um ano se passou. E Hermione admitia o segundo ano de casamento foi melhor que o primeiro, e como não seria? Após aquela declaração perfeita que Ron fez involuntariamente, a morena se derreteu, e era impossível ficar longe dele, ou ficar perto dele sem necessitar daqueles lábios.

Ela e Ronald estavam tentando engravidar. Mas não tentando tanto, eles sabiam que talvez ainda fosse cedo demais, e que talvez fossem imaturos demais. Portanto, estavam tranquilos.

Naquela noite, Harry e Ginny não estariam na cidade, por conta de um jogo da ruiva, por tanto eles deixaram o pequeno James com seus tios e padrinhos, Ronald e Hermione, eles se divertiam com o pequeno, mas aquela era uma pequena prova do que seria se eles tivessem um filho.

James não era exatamente a criança mais calma que eles poderiam desejar, ele era um pequeno tornado, agitado como só ele, e com um sorriso maroto sempre no rosto. Na verdade a primeira coisa que Ron viu no sobrinho foi o sorriso, assim que Jay começou a sorrir, ele o lembrou de Fred, e aquilo fez o ruivo sorrir.

Naquele dia em questão, enquanto Hermione cozinhava para seu marido e seu sobrinho, Ron brincava com o pequeno. Ele fazia de tudo para entreter e cansar o ruivinho, mas ao fim, era Ron quem acabava morto de canseira. Ronald se jogou no sofá, exausto, enquanto o pequeno voava em uma vassoura miniatura pela casa, perseguindo as bolas de quadribol que Harry havia dado para que o pequeno praticasse.

O menino voava a mais ou menos 30 centímetros do chão quando Ron tirou os olhos dele por tipo alguns segundos. O suficiente para o pequeno bater em uma parede e tombar da vassoura. O estrondo chamou a atenção do ruivo e da morena, que saiu correndo da cozinha para ver James.

Antes mesmo de começar a chorar, Ron foi até ele, e começou a brincar com o pequeno, distraindo-o do acontecido. Hermione, que observava a cena do batente da porta que dava passagem da cozinha para a sala, sorriu de forma apaixonada. Era maravilhoso ver a forma como seu homem brincava com os pequenos, a forma como ele jogava James para cima e o pegava no ar, ou a forma como ele fazia cocegas no ruivinho fazendo-o gargalhar profundamente.

_ O que aconteceu? – Mione perguntou calmamente – Eu ouvi um estrondo.

_ James estava treinando para ser o atacante da Grifinória, e acabou batendo na parede. – o ruivo explicou olhando para o pequeno nos seus braços – Mas o titio já cuidou dele.

_ Estou vendo, ele nem chorou. – Hermione riu e se aproximou dos dois –

_ Claro, ele é corajoso, Mi. Ele é um grifinório puro, não chora. – Ron piscou e se aproximou para beijar o rosto da esposa – O que você está preparando? Está com um cheiro delicioso!

_ Obrigada. – a morena sorriu encabulada – Eu estou fazendo costeletas, minha vó me mandou uma receita.

_ Mal posso esperar. – ele sorriu faminto –

_ Mas enquanto espera, porque não dá um banho nesse bagunceiro?

_ Banho? – Ronald estava temendo isso, nem sabia como dar banho em uma criança – Eu?

_ É fácil, amor. – ela disse voltando para sua comida – Só não molhem todo o banheiro. – ela gritou rindo –

[...]

Ron não achou nada fácil conseguir banhar aquele pequeno tornado. James Sirius se mexia, esperneava, tentava fugir da banheira, molhava o ruivo, chorava e gritava. No fim do banho, era obvio que o banheiro estava completamente molhado, Ronald então partiu para as roupas, e não foi tarefa mais fácil que a primeira.

Ele se virou para pegar as fraudas, e talco, e o pequeno estava tentando fugir da cama, no andamento de colocar a frauda, Jay se virou, e Ron acabou perdendo mais tempo de trabalho. Enquanto o homem da casa procurava uma roupa para pôr no afilhado, vasculhou toda a mala, mas ao colocar perto do garoto ele começou a gritar que não queria.

_ Ronald, como tá ai? – Hermione gritou do pé da escada –

_ Perfeito. – ele mentiu – Jay tá se comportando muito bem.

_ Não molhou o banheiro, né? – Mione gritou para se certificar –

_ Não, tá sequinho. – Ron mentiu, pegando a varinha e com um breve aceno o banheiro se ajeitou por completo –

_ Colocou a roupa no James, já?

_ Coloquei. – não, ele não colocou ainda – Amor, a sua comida tá queimando?

_ Ai meu Merlin – ela gritou e ele então se aprumou, para vestir o menino e trocar de roupa –

_ Furacãozinho, você é um perigo, viu. – Ronald disse enquanto descia as escadas com o sobrinho nos ombros – Me deu um banho lá. – o garoto riu profundamente –

[...]

Durante o jantar, enquanto Ronald devorava suas costeletas como um homem das cavernas de tão faminto que estava, Hermione alimentava o menino. O ruivo notou a forma extremamente carinhosa com a qual ela conseguia manter o garoto calmo em seu colo. E então ele notou que ela seria uma mãe perfeita, e não pode deixar de imaginar uma ruivinha de olhos azuis no colo de sua esposa, enquanto ela a alimentava.

Hermione ergueu aqueles olhos de uma imensidão castanha e encarou aqueles olhos azuis de profundidade indiscutível, após alguns minutos de perdição, ela desviou o olhar, tentando esconder a vermelhidão nas suas bochechas. Ela voltou a alimentar o pequeno ruivinho, brincando que a colher era uma vassoura, e a boca dele era o campo de quadribol, o que mais seria?

Após o jantar, Ronald agitou a varinha para que a louça se limpasse. E o casal, junto com o bebê, foi para a biblioteca e pegaram um livro para ler. Desde que casaram, Ronald começou a comprar um livro por semana para sua amada, e nunca se cansou da forma como ela lhe sorria ao ler o titulo e agradecê-lo, ou quando eles se sentavam juntos para ler. Ron percebeu que logo iria precisar aumentar a biblioteca, pois ela já estava soterrada de livros que variavam de infantis trouxas a livros bruxos. James estendeu a mãozinha gordinha e pegou na lombada de um livro infantil, encarando a tia, de olhos pidões e pedintes.

_ Quer que a tia leia? – Hermione perguntou com um sorriso repleto de dentes de tamanha emoção e pegou um livro infantil –

Ela começou a ler uma historia sobre três irmãos que perderam os pais, e são deixados com um cara louco, sobre a mania de um deles de ler livros e ter memoria de tudo que leu, da irmã super inventiva, e da caçula a que mordia.

_ Isso parece um pouco com nós. – Ronald comentou rindo – Você e os livros, Harry e sua mania de inventar soluções, e eu comendo o tempo todo. – Hermione gargalhou e Ron a acompanhou, sentando no braço do sofá –

_ Ele tá quase dormindo. – Hermione disse com um pequeno sorriso –

_ Nem parece o meu furacãozinho. – Ronald comentou passando a mão nos cabelos indomáveis do pequeno James –

_ Quer ler pra ele? – Hermione estendeu o livro e Ron pigarreou, começando a ler – Não, calma, você tem que diferenciar as vozes.

_ Como diferenciar as vozes? – Ron questionou confuso –

_ Tipo assim. – ela engrossou a voz – “Nós precisamos fazer algo” – então ela afinou a voz – “Mas o que?” – e então ela fez uma voz neutra – “As crianças estavam perdidas, no meio do oceano, com piranhas famintas ao seu redor”. Entendeu?

_ Desisto, eu nunca vou ler historias para nossos filhos. – o ruivo riu e então com uma esguelha no olhar notou que o pequeno havia dormido no colo – Hey, hora de levá-lo para a cama.

Eles colocaram o pequeno em um berço que Ron transportou, graças à magia, da casa de Harry e Ginny. E após o deixarem lá, com a ‘babá eletrônica’ alerta eles finalmente foram para seu quarto.

Cada um deles tomou seu banho. Quando Ron saiu do seu, com a toalha ao redor do pescoço e uma calça larga e incrivelmente alaranjada, ouviu Hermione suspirar, já vestida com uma camisola.

_ Daríamos ótimos pais, sabia? –Ron disse secando o cabelo ruivo com a toalha –

_ Daríamos ou daremos? – a morena disse enquanto arrumava a cama –

_ Daremos, logo, logo, você vai estar lá, lendo pra alguns muitos ruivinhos enquanto eu lavo a louça. – ele sorriu e se deitou ao lado dela, a abraçando – Você nem imagina o quanto eu te amo.

_ Eu também te amo. – ela sorriu selando os lábios com os dele para então dormir –

[...]

A noite passou incrivelmente calma, apesar das inúmeras vezes em que Jay acordava e chorava. No dia seguinte, Harry e Ginny voltaram incrivelmente alegres, bom, após a vitória do time de Ginny, eles foram festejar, se é que me entendem.

_ Ele deu muito problema? – Ginny questionou pegando o pequeno nos braços – Tipo numa escala de 0 a 10, ele foi um 9 ou um 10?

_ Um 5. – Ron explicou dando de ombros – Foi ótimo tê-lo aqui.

_ Ouviu isso, Harry? – Ginny gritou para o marido que transportava o berço de volta para sua casa – Ron disse que adoraria ficar com o James Sirius mais vezes.

_ Eu não disse isso. – Ron a encarou – Não exatamente. – Ginny gargalhou –

_ Você deu um 5 para ele, isso é quase um pedido.

[...]

_ Hermione, você está bem? – Ginny perguntou alguns dias depois da visita de James à casa da morena –

A morena andava cansada e faminta, e muito, realmente muito, desatenta. – Se eu te contar uma coisa, você promete guardar segredo de todos? – Mione perguntou, tentando ajeitar seus cabelos rebeldes –

_ Claro amiga. – a ruiva disse animada, não existe nada melhor que ser a primeira a saber de um segredo –

_ Mas você tem que jurar não contar ao Harry, seus pais, seus irmãos, e principalmente ao Ron. – Hermione disse e a ruiva ergueu a mão em forma de juramento – Ok... – ela respirou fundo – Eu descobri isso faz alguns dias. Mais exatamente um dia antes de James vir aqui em casa. Mas simplesmente não sei como contar. – a morena corou e então pôs um sorriso no rosto – Eu estou gravida.

_ Calma. – Ginny disse extasiada encarando a melhor amiga com o melhor sorriso – Você despeja a melhor noticia em anos sobre mim, e eu não posso contar pra ninguém?

_ Você prometeu. – Hermione disse com os olhos embargados e arregalados –

_ Relaxe, eu não vou contar. – Ginny abraçou a amiga, animada – Parabéns.

_ Eu quero que seja especial quando eu anunciar para todos, sabe? – Mione disse se recompondo –

_ Eu acho que tenho uma ideia. – Ginn disse com um sorriso maroto no rosto – É claro, se você aceitar.

[...]

Hermione saiu com Ron para fazer compras, o natal se aproximava, e ela, com ajuda de Ginny havia bolado o plano perfeito. Eles comprariam presentes para todos na família, é claro. Mas havia um que ia ser especial para todos, eles só não sabiam ainda.

_ Ah! – Hermione exclamou ao passar pela loja de artigos de quadribol – Ginny me fez um pedido especial dessa loja. Você pode comprar aquilo que combinamos para sua mãe, e o que eu disse para seu pai, amor?

_ Claro Mione. – Ron sorriu, e selou os lábios com os da esposa –

Ela saiu da loja, alguns minutos mais tarde, carregando cinco pacotes de presente. Com o velho feitiço de extensão, aumentou sua bolsa, e lá jogou dois deles. Aqueles seriam os mais especiais. Depois seguiu de encontro ao marido.

[...]

A noite de véspera de natal não havia nenhuma preocupação na casa, o que era extremamente raro. Todos estavam se divertindo. Até mesmo os pais de Hermione haviam se juntado na festa, é claro, a pedido da morena, pra sua surpresa ser completa.

Quando o relógio anunciou que a meia noite se aproximava, as mãos da garota começaram a suar como nunca antes, ela encarava sua amiga ruiva que sorria de orelha a orelha toda vez, desejando sorte pra amiga.

Ela entregou então, nas doze badaladas do relógio, dois embrulhos para Ronald. Que então sorriu de orelha a orelha, antes de rasgar o primeiro embrulho. Ele estranhou o fato de naquele embrulho haver um pequeno tip-top todo alaranjado com duas bolas de canhão desenhadas nas costas, e dois CC em vermelho no peito.

_ Mas o que? – ele perguntou confuso –

_ Feliz Natal, papai. – ela anunciou em voz alta – Você vai ter um bebê muito em breve. – a morena colocou as mãos dele na barriga dela, que já formava um pequeno ovinho de alguns meses –

Hermione então foi abraçada pelos grandes braços do ruivo, e tirada do chão. A boca do ruivo então tomou a sua. O momento foi cortado por duas mulheres, uma morena e uma ruiva, que gritavam histericamente no canto da sala.

_ Você vai ser avó! Eu vou ser avó! – Molly gritou para a mãe de Hermione que estava com a voz embargada –

 Todos ficaram extasiados pelo resto da noite. Ron principalmente que não conseguia se separar da esposa, cuidando dela e do bebê. Afinal nada poderia acontecer a aquele bebê, ele era o tesouro do ruivo.