As Duas Faces Do Meu Anjo escrita por MS Productions


Capítulo 40
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Margarida...



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PDV Margarida

Só o facto de o ver assim, doía-me. Que é que eu estava a fazer? Eu estou a magoa-lo tanto que sinto um aperto enorme quando ele fala comigo, pouco com medo da minha reacção. Só o queria ver feliz, feliz comigo, mas há tanta coisa que não se pode mudar que eu gostaria.

Aquele era o ponto final, se eu queria que ele fosse feliz teria de me afastar, eu era a razão da sua destruição interior.

Passavam-se altas horas da madrugada quando o finalmente o ouvi entrar, a raiva de não saber onde estava consumia-me, mas tinha de ser forte. Fechei os olhos e adormeci, tinha que ir trabalhar amanha e a única coisa que pairava no meu pensamento, era ele.


*

– Margarida? – Sentia uma mão ao de leve a tocar-me. – Margarida?

– Deixa-me dormir só um bocadinho mais! Não dormi nada de noite, estou cansada! – Resmunguei e ouvi uma risadinha.

– Dormes depois, tens que te despachar! O jantar tá pronto! Vai tomar banho! – Disse-me o Diogo, tocando-me mais uma vez.

Levantei-me, esfreguei os olhos, estava na sala, tinha adormecido depois de vir da biblioteca e agora ele estava-me a acordar para ir para o bar.

– Onde vais? – Perguntei-lhe vendo-o a vestir um casaco.

– Vou sair! – Respondeu-me. – Tens ali a chaves do carro, o jantar esta na mesa é só te despachares!

– Não jantas? – Perguntei-lhe quando ele ia a sair pela porta.

– Não, tenho coisas para fazer! – Disse-me, fiquei a pensar em que coisa teria ele para fazer, ele estava a mentir-me e eu e magoada pela atitude dele.

Tomei um duche rápido, vesti-me e fui jantar, sempre a pensar na mesma coisa, os pensamentos levaram-me ao ponto de julgar que ele tinha arranjado outra pessoa, e isso ainda me magoava mais. Lavei a loiça com as lagrimas a correr pela minha face, sentia-me sozinha.

– Tu provocaste isto, Margarida! Tu afastaste-o agora arrecada com as consequências. – Falei em voz alta, estava triste com isto tudo, acabei de por a loiça a escorrer e fui por um pouco de maquilhagem, para disfarçar a cara de choro, peguei na bolsa, nas chaves e saí.

Estacionei um pouco mais a frente do bar, a porta estava fechada, meti as chaves a porta e entrei estava tudo as escuras.

–Merda! – Procurei o telemóvel para ter um pouco de luz para ir ligar tudo, a Clara ainda não devia ter chegado e pelos vistos o porteiro também não. – Onde é que estás interruptor? – Passei com a mão na parede, carregando no botão.

–Surpresa! – Gritaram ao ligar das luzes, estavam lá o pessoal costume do bar, a Sandra, o Tiago e o Diogo, olhei para ele, estava tão envergonhada por ter pensado que ele tinha outra pessoa, aliás estava surpresa por me ter esquecido que hoje era o meu aniversário.

– Parabéns! – Disseram todos em uníssono, a Clara carregava agora um bolo com as velinhas referentes aos meus anos.

– Oh… Obrigado! – Sorri.

–Vá pede um desejo! – Disse a Clara, olhei para Diogo. Apaguei as velas e pedi o desejo.

Bateram todos palmas e depois vieram os beijinhos e as prendas dos mais chegados, com muita tristeza minha, menos do Diogo, apenas sorriu.

Tudo aquilo me fez pensar, este poderá ser o meu último aniversário, e havia tanta coisa que queria fazer, tanto sitio que queria visitar e não poderia. Estes pensamentos puseram-me triste porém tinha que mostrar-me animada para os outros não perceberem.

A noite passou cheia de farra, não minha mas dos outros, aos menos alguém feliz pensava eu…

Estava de rastos completamente, interior e exteriormente, quando cheguei a casa, tirei os sapatos e andei um pouco descalça pela casa, só para sentir o chão. O Diogo aproximou-se de mim.

– Toma, recebeste prendas de todos os teus amigos, menos a minha! – Deu-me uma caixinha simples de abrir com um bonito laço por cima.

– Oh, o que é? – Perguntei-lhe surpresa, não estava a espera disto.

– Abre! – Sorriu-me e eu abri a pequena caixa, lá dentro tirei um colar lindíssimo com uma pedra rodeada por uma armação de prata que a segurava.

– É lindo! Obrigado. – Sorri e abracei-o, não o quis largar e ao mesmo tempo ele abraçava-me com tanta força que parecia ter medo que eu fugisse.

– Sabes o que é? – Sussurrou-me ao ouvido.

– Não – Respondi-lhe, ainda embalada pela sua voz.

– É o teu cristal, é um quartzo rosa, os cristais protegem e transmitem energia, pelo menos é o que dizem.

– Hum…hum. - Apenas assenti, com a cabeça no seu peito.

– Margarida? – Perguntou-me

– Hum… - Como sentia saudades de ouvir ele a chamar-me assim, do seu perfume, inspirei e deixei-me ficar sossegada a ele, protegida.

– Margarida? – Ele afastou-se um pouco, de modo a olhar-me nos olhos – Eu queria dizer-te que… - Interrompi-o.

– A tua mãe veio falar comigo há dias… - Disse-lhe de uma vez aquilo que me estava a perturbar daquela maneira.

–Lilith! – Os seus olhos mudaram de expressão. – O que ela te disse?

–Diogo, ela no fundo tem razão, eu desencadeei uma guerra entre vocês! Eu… - Escolhia com muito cuidado, as palavras que lhe dizia até ele me interromper.

– Epá! Nem continues… Ninguém sabe de nada, a não ser tu e eu, é a nossa vida! Não têm que por nem dispor e muito menos enfiar merda na tua cabeça!

–Ninguém enfiou merdas na minha cabeça! Achas que é fácil para mim? Há meses atrás era uma rapariga normal, tinha uma vida e depois de tu chegares que é que eu tenho? Nada! Não tenho nada, Diogo! – Gritei um pouco mais alto, porque me exaltei.

– Tas a querer dizer que a culpa é minha? – Ele olhou furioso para mim. – Estás Margarida?

Fiquei por momentos em silêncio até a minha voz se ouvir.

– Eu … - Ele voltou-me a interromper de novo.

– Tu não! Eu fui contra a minha maneira de ser por ti, eu fui contra as leis celestiais por ti, eu cometi o maior dos pecados que alguma vez poderia ter feito, por ti, eu nunca fui capaz de amar até te conhecer, até ao primeiro momento que te vi, eu vivo só por ti. – Suspirou – Podes me mandar embora de novo, mas este sentimento não vai mudar, posso ser condenado a ser um anjo caído, mas eu não me importo desde que estejas comigo. Tu vais deixar que simples comentários abalem o que eu sinto e o que tu sentes?

O meu silêncio tornou-se avassalador naquele momento, ele olhou desiludido para mim, baixou a cara e virou costas, batendo com a porta do quarto.



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Notas finais do capítulo

e agora? Será que as coisas se vão compor?
:D



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