As Duas Faces Do Meu Anjo escrita por MS Productions
Notas iniciais do capítulo
:D
Juro que nunca tive dias tão calmos como estes que passaram, sem discussões e principalmente sem demónios, o Diogo continuava simplesmente a ser ele, estarmos nesta situação era muito difícil, quantas e quantas vezes me senti tentada a abraça-lo e a dizer que o amo, dia apos dia era pior. A Clara percebia como me sentia, e por mais que lhe quisesse dizer toda a verdade, não podia refugiava-me no trabalho, a única coisa que me conseguia tirar o aperto cá dentro.
Estava entretida a folhear uma das antiguidades, quando senti uma presença ao meu lado.
- Miguel! – Exclamei, um pouco assustada, todos tinham a mania de aparecer assim daquela maneira.
- Margarida. – Sorriu – Como está a correr o trabalho? Vejo que tens aqui obras maravilhosas!
- Sim –Sorri de volta. – Tudo a correr bem, pois é, é verdade. Tem vezes que perco a noção das horas de tanto que me ponho a ler. Miguel, há algum problema para vir aqui?
- Há sempre problemas – Sorriu. – Vim falar um pouco contigo.
- Olha Miguel, eu sei que há alguma coisa, não enroles! Ok? – Pronto, já estava a faltar ao respeito ao arcanjo mor dos céus, já estava a tratá-lo por tu!
- Beliel. - Ele baixou a face, percebendo que deveria ter-me contado logo o que se estava a passar, vem aí problemas. – Ele está a formar uma rebelião!
- Pois – Suspirei, a Lilith já me tinha dito aquilo, mas preferi não dizer que ela tinha vindo aqui, poderia gerar mais problemas e não queria nada disso. – Miguel, se essa rebelião se desenvolver, será o apocalipse ou o chamado Juízo Final?
- Não, Beliel não tem poder suficiente para tal! Só que temos estado a perder muitas batalhas desta guerra. – Olhou-me nos olhos. – O mal está cada vez mais a superar o bem, por ser o caminho mais fácil a seguir.
- Sim, mas nós somos capazes! Não podemos desistir! – Disse-lhe.
- Eu quero que tenhas plena confiança no poder que portas! – Sorriu, como se me tivesse a dar ainda mais confiança. – Belzebu deu luz verde para o filho seguir com a ideia de acabar contigo e aí espalhar o caos!
- Eles não desistem! – Disse-lhe, um tanto preocupada. – O que faremos?
- Por enquanto nada! Estás protegida, tens Azazel a teu lado e todo o céu está preparado, para a batalhar que se avizinha.
- Ok! - A tristeza assolou-se da minha cara, quando ele falou em Diogo. – Estarei preparada também! – Sorri.
- Eu sei. – Sorriu, mas desconfiado. – Está tudo bem, Margarida?
- Sim! – Disfarçei. - Apenas um pouco receosa!
- Não te preocupes! – Sorriu mais uma vez. – Terei de ir agora, fica bem!
- Obrigado Miguel! – E ele desapareceu, deixando-me mais uma vez sozinha com os livros e com os pensamentos que me importunavam sobre aquela conversa toda.
Diogo PDV
- Eu não acredito que não sabias que ela faz anos amanhã! – Disse a Clara mais uma vez incrédula.
- Não sabia Clara! O que faremos? – Perguntei-lhe, queria que a Margarida tivesse uma festa, era isso que faziam os humanos, festinhas com chapelinhos e bolos. – Festa surpresa?
-Não te preocupes – Disse a Clara com um sorriso malicioso. – Já tenho tudo pensado, fingimos que nos esquecemos e quando formos trabalhar a noite, fazemos uma festa surpresa!
- Ok…Mas não exageres, sabes que ela não deve gostar de grandes festanças! – Ri-me.
- Claro! Eu sei como ela é! Por isso festejamos só nos e uns amigos mais próximos!
- Tudo bem! – Estávamos os dois sentados sala, a ver televisão e a conversar sobre isso. – Está na hora, tenho que a ir buscar!
- Sim, também tenho de ir, vou tratar das coisas e o Tiago deve de chegar mais cedo do trabalho! – Disse levantando-se. – Não tens achado a Margarida um pouco estranha?
- Sim! As coisas não estão muito bem entre nós e também ela tem estado ocupada com o trabalho. – Levantei-me.
- É só uma fase, tudo se vai acertar! – Sorriu-me dando apoio.
- Espero bem que sim, vou andando senão ainda lhe dá na cabeça de vir sozinha!
- Ui, namorado preocupado! – Rimo-nos os dois saindo de casa, sim, podia dizer que era um namorado preocupado, ou estava lá perto disso.
*
Estacionei o carro e fiquei a espera que ela saísse, normalmente demorava sempre mais um pouco e encostei-me no capô.
- Olá irmãozinho! – Disse-me Beliel encostando-se ao carro também. – Como estás?
- Beliel…Muito melhor antes de tu chegares! – Respondi-lhe. – Que queres?
- Estamos muito zangados hoje! A Margarida não te anda a dar o que queres? – Riu-se maliciosamente.Ele estava a provocar, mas não liguei.
- Talvez me dê mais do que querias que te desse a ti! – Ele enfureceu-se com esta resposta, eu sabia que no fundo ele queria ter a Margarida nas mãos.
- Não me provoques Azazel! O fim está próximo e depois de a matar, tratarei de ti. – Disse-me sorrindo e deixando uma única palavra antes de desaparecer. – Aguardem-me!
Bufei, acalmei-me, ele só quer provocar, não tem força suficiente para nos mandar abaixo. Ela vinha a descer as escadas, sorria, sorri também para não mostrar a raiva que eu tava do Beliel.
- Olá – Disse-me.
- Olá, como foi o trabalho?
- Foi divertido e cansativo! – Respondeu sorrindo.
- Queres ir comer um gelado, dar uma volta ou assim? – Vi que ela ficou um pouco indecisa, todos os dias reagia assim comigo.
- Sim, vamos a gelataria ao pé do parque, lá é muito bom! – Pediu.
- Claro! – Estendi-lhe a chave do carro. – Queres levar?
- A serio? – Perguntou, entusiasmada.
- Sim! – Respondi-lhe, e ela agarrou na chave toda contente entrando para o lado do condutor, e eu para o do passageiro. – Mas nada de riscos!
- Com certeza! – Sorriu-me. Estava tão feliz por ver aquele sorriso, aquele que só ela fazia para mim, aquele que me despertava todo o sentimento que tinha por ela.
*
Comemos o gelado na esplanada do café, aproveitando o pouco de sol que havia naquela tarde, o silencio destruidor continuava enquanto o saboreávamos.
- Está bom o chocolate? – Perguntei rompendo o silencio.
- Está óptimo, queres provar? – Ofereceu-me uma colher e eu aceitei, rindo-me. – Está bom?
- Maravilhoso! – Ela riu-se. – Estava com saudades de te ver a rir para mim dessa maneira!
Ela, retirou o sorriso logo de imediato, fiquei triste esta não era a Margarida que eu conhecia, ela tornara-se fria para mim, não me deixava aproximar e se tal acontecia, afastava-se.
- Vamos embora? Estou cansada! – Disse, levantando-se e indo pagar os gelados. Algo se estava a passar e eu não compreendia porquê. Dei a ultima colher no gelado, e seguimos para casa, onde ela se fechou no quarto apenas saindo para jantar, novamente no silêncio que me matava aos poucos. Acabamos de jantar e começou a arrumar a cozinha rapidamente, estava furioso, deixei-a arrumar tudo e sai de casa, não havia explicação para o que ela estava a fazer, não havia, sentia-me desprezado, perdido e desesperado por um motivo.
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Faltam poucos capitulos para o final... Mas vão ser de arromba! :D
Esperemos que gostem e já sabem deem uma espreita em liquidada :D
obrigado