PDV Diogo

Acabei de a deixar no trabalho, passei pelo “amigo” Gonçalo, quando ia a sair do estacionamento, de certeza que lá ia dar a sua de D. Juan, não gosto dele, é um tipo que se mostra demais e não tem nada. Tive para dar meia volta para trás e ir para o pé dela, mas uma figura feminina apareceu ao meu lado no carro e tirou- me os pensamentos todos da cabeça, travei de repente o carro, apanhei um susto.

- Bolas, Lilith! Há maneiras de apareceres sem assustares! – Olhei para a minha mãe, irreverente como sempre, mantinha a sua pose imponente. Concentrei-me na estrada.

- Azazel, respeito! Andares no meio destes humanos está-te a fazer mal! – Sorriu e acrescentou. – Encosta meu filho, quero falar contigo!

- O que se passou agora? – Perguntei-lhe estacionando em frente ao parque. – Para vires aqui a um sítio que detestas é algo importante! – Lilith odiava a terra, aconteceu alguma coisa para aparecer assim aqui do nada.

- Filho, tens que desistir dessa rapariga!

- Lilith, não! Se foi para isso que vieste, podes ir embora! – Respondi-lhe.

- Diogo! – O seu tom de voz metia respeito. – Esse teu amor por ela não tem cabimento!

- Eu amo-a e nada nem ninguém vai me fazer desistir! Voçes não entendem, eu já não sou o Azazel que era!

- Tu ainda tens hipóteses, tira essa rapariga da cabeça e volta para casa!

- Não mãe! Não vou voltar… Eu estou bem aqui, eu sou eu, sou feliz… Tu eras feliz, antes de tudo te subir a cabeça. Então vê as diferenças…

- Filho as minhas escolhas foram as certas! – Virou o rosto enquanto me disse isto.

- Mentira! Eu sei o quanto tu desejas sair do purgatório e livrar-te dos fantasmas do passado! – Ela olhou para mim, num ar sem expressão.

- Azazel, se tu não te afastares dessa miúda, o teu pai e Beliel vão matar-vos aos dois! Ela atraiu a desgraça para os teus!

- Eu nunca a vou deixar! – Quase que lhe gritei. – Ela foi a minha salvação!

- O teu irmão está desejoso de avançar e matar-vos, eu não quero isto com os meus! Estou a dissuadir-te desta ideia maluca de que o amor salva tudo porque não salva! Abre os olhos Diogo! Sempre foste diferente, em todos os parâmetros, foste sempre o melhor em tudo! E é uma simples mulher que te vai levar a desgraça!? – Eu sei, que ela simplesmente me quer proteger, mas eu nunca vou deixar a pessoa que me mostrou o mundo realmente como ele é por eles a minha família que só sabe provocar a desgraça. Suspirei.

- Eu não vou voltar atras! Podes dizer ao teu filho e ao teu marido que para eles que Azazel morreu, se quiserem resolver alguma coisa resolvem comigo Diogo!

- Tudo isto por causa de uma miúda? Azazel! Eu quero que isto termine… O teu irmão está a preparar uma rebelião, eu não o conseguirei aguenta-lo mais tempo, deixa a rapariga! – Pediu-me suplicando quase.

-Desculpa Lilith, já tomei a minha decisão! – Olhei-lhe nos olhos.

- Azazel, meu filho…

- Adeus mãe – Depositei um beijo na testa e logo de seguida desapareceu.

Tinha que informar Miguel disto, custa-me muito negar a minha criadora, mas eles terão que um dia ver que eu tenho razão, a Margarida vale a pena.