As Duas Faces Do Meu Anjo escrita por MS Productions


Capítulo 28
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

:D



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Cheguei a casa depois de mais uma noite de trabalho, estava cansada mas não tinha sono, o Azazel estava na sala, decididamente tinha que arranjar um sítio para ficar, lembrava-me constantemente das palavras de Miguel há alguns dias atrás.

Passei por ele e não disse nada, fui ao meu quarto buscar roupas para vestir e tomar um banho, mesmo antes daquilo que aconteceu no chalet, já não me sentia a vontade de passar pelo corredor enrolada na toalha, agora vestir-me na casa de banho era o habitual. Tomei um duche rápido e ia enfiar-me de novo no quarto depois de preparar uma taça de cereais.

Enquanto comia, sentada na minha cama as lagrimas corriam, mesmo com a explicação de Miguel, era assim todas as noites, já devia estar mais que habituada.

Não havia forma de mudar, a minha vida continuava num aperto enorme, e a estupida da televisão não ajudava, só filmes românticos deprimentes e lamechas, chorava por mim e pelos actores que que davam vida as personagens infelizes da tela.

Ele entrou pelo quarto sem bater, com aquele sorriso arrogante.

- Nem um “Olá” me disseste, estás tristinha? A vida não te corre bem? – Fiquei calada. Deixo-o falar, como fazia muitas vezes, dando desprezo. Ele não é o teu Diogo, ele não é nada agora, pensava para mim própria e continuei a ver televisão, sequei as lágrimas e fiz-me de forte!

Ele não gostou do meu silêncio, porque naquele momento os seus olhos irradiaram em chamas, agarrou na minha tigela e arremessou-a contra a parede, esta ficou cheia de cereais, leite e vidros por todo o lado. Estremeci.

- Fala comigo! – Gritou-me, eu levantei-me e ia buscar algo para limpar a porcaria que ele fez.

Á cobardia ele agarrou-me contra a parede e foi apertando o meu pescoço. Eu asfixiava, tentava com esforço afastar as suas mãos. Ele afrouxou a força que me apertava e tirou as mãos dando de seguida um murro na parede, enquanto eu recuperava, tentando manter o compasso na minha respiração. Com um último suspiro, voltei ao normal e ele encarava-me, tremia com medo, tive medo dele pela primeira vez.

- Porquê? - Ele esmurrou a parede do outro lado, mesmo junto a minha cabeça e a casa tremeu. – Porquê?

Eu olhei para ele confusa, porquê o quê? Que é que se estava a passar? Ele voltou a olhar para mim e com força colou os lábios dele nos meus.

A fúria que ele me prensava contra a parede e me beijava era praticamente como a maneira que o Diogo me tocava com desejo. O beijo embora dado por Azazel era como o meu Diogo e por momentos deixei-me levar, imaginei o meu namorado de volta.

Agarrou-me com mais força, as respirações estavam descontroladas, o ambiente a nossa volta mudava enquanto ele me beijava o pescoço, o meu quarto tornou-se num local e depois noutro e outra vez em outro, ficando sempre mais quente, ao ponto de sentir a parede atrás de mim a queimar-me as costas, pelos vistos ele reparou no que estava acontecer e pegou-me ao colo, sempre olhando para mim, a sua face não mostrava qualquer expressão, o que me chocava porque ele agarrava-me com tanta força que parecia estar com medo que eu escapasse.

Com um estrondo, a cama que se encontrava junto a parede arrastou-se ao meio do quarto, onde ele me depositou com uma calma que me deu medo.

O silencio e o calor continuavam, sentindo apenas a nossa respiração enquanto ele se debruçava sobre mim, beijei-o num acto de loucura mas os pensamentos cruzavam a minha mente.

“ Ele não é o Diogo… Ele não é o Diogo”

Chegou ao ponto de já não querer saber de mais nada, perdida no seu beijo, nos meus pensamentos, ele controlava tudo o que fazia e parou.

- Porque não paras num minuto? Porque estás a pensar nisso tudo enquanto estás comigo!? – Uma lágrima correu a minha face. – Não chores! – Disse-me.

- Eu queria ter-te de volta! – Olhei-o – Eu quero o Diogo, Azazel seja como for, como era antes!

- Tu estás a fazer-me mal! – Ele levantou-se e eu sentei-me. – Porque é que mexes com a minha cabeça?

Comecei a chorar compulsivamente, depois de dizer aquilo ele olhava para mim sem saber o que fazer.

-Não chores! – Tocou-me no braço que bruscamente afastei.

-Eu quero-te de volta, quero o que eras antes… Volta a ser o que eras! – Gritei, a minha raiva era tao grande que tudo começou a estremecer, levantei-me e ele afastou-se. Mais uma vez num passo rápido ele agarrou-me nos braços, aquele poder invadiu-me de novo. – Já Chega! – Gritei – Chega de sofrer por ti, de esperar que mudes! Estou farta de ver a esperança a morrer aqui dentro. – Cada vez mais ouvia paredes a rachar, coisas a partir pela casa e os móveis tremiam, mas o meu foco estava totalmente nele.

Ele abraçou-me e as suas asas apareceram, aquelas duas asas negras já muito me tinham perturbado. Uma luz enorme surgiu em nossa volta. Ele encarava-me depois de se afastar um pouco de mim.

-O que estas a fazer Margarida? – Ele olhava chocado para mim – As tuas mãos!

Verifiquei, delas surgiam uma luz enorme, nada comparado com as luzes que emitiram antes.

Olhei para o meu lado, assustada com a presença de duas pessoas, não materiais mas espiritualmente. Os dois de mãos dadas sorriam para mim, a mulher tinha os traços iguais aos meus, mas o olhar e o sorriso, eram iguais ao do homem. Meus pais…

Eles apenas sorriam, mas pude ouvir uma voz melodiosa.

“ Usa o amor que tens dentro de ti, para o salvar, não deixes que a raiva supere, iguala os dois e tudo se tornará equilibrado.”

E depois outra voz masculina e imponente…

“ Nós amamos-te Margarida, sabemos que és capaz!”

Com estas palavras desapareceram, o meu olhar correu a face de Azazel, aproximei-me.

- Eu amo-te! – Beijei-o, uma luz forte e única correu em volta de nós com mais intensidade, afastei-me para observar tudo aquilo que estava acontecer.

- Eu… Eu também te amo! – Ele sussurrou e nesse momento, a agonia dele instalou-se, deixando-se cair de joelhos, ele gritava.

-Margarida! – Uma explosão de luz, e uma das suas asas começaram a mudar a tonalidade, tornando-se branca de novo, ajoelhei-me junto a ele, e todas as lembranças minhas e do Diogo correu na minha mente, a minha mão pousou na sua cabeça.

-Desculpa! – Disse-lhe – Nunca duvides do meu amor! – Nesse momento as imagens que flutuavam minhas e Diogo tornaram-se negras, a raiva possuiu-me, as lembranças más me tomaram, as lágrimas mais fortes inundaram todo o meu rosto.

A dor corrompeu-me, não suportava a negritude que canalizava dele, naquele momento que eu poderia mudar as coisas absorvendo o mal e o meu corpo o faria desaparecer, mas a energia que o envolvia era tão grande que talvez não conseguisse. Fiz um esforço para tomar consciência que se não parasse aquilo nos mataria aos dois. Ele agarrou-me na mão, as duas energias lutavam dentro de mim, dei toda a força que tinha, Azazel envolveu-me num abraço apertado e eu fraca, perdi os sentidos.


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Notas finais do capítulo

Por amor faz-se tudo e a Margarida não hesitou em dar a própria vida por ele...
Até para a semana :D
Obrigado
PS - Vamos postar uma nova fic... Surpresa :D Depois damos mais novidades...



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