Tale As Old As Time. escrita por Jajabarnes


Capítulo 25
My Healing


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo faz parte da história, mas não deixa de ser um bônus, o primeiro narrado pelo Dash. Divirtam-se ;)



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Dash

Foi uma grande honra ser convidado por Corin para ser seu padrinho de casamento, eu já esperava por isso, de certa forma, afinal, sou seu melhor amigo, mas mesmo assim, ainda é uma honra. O casamento seria no final de semana apenas, mas decidi ir mais cedo para lá quando soube que Susana também ia. Encontrei com ela na casa de Corin como por coincidência, mas eu esperava por aquilo. Nos divertimos muito na cozinha com Lillian e seus doces, mas já estava quase anoitecendo e eu ofereci-me para acompanhá-la até sua casa. Pela primeira vez tivemos um longo tempo sozinhos sem que Polly ou qualquer outra pessoa aparecesse.

E foi muito melhor do que eu planejara. Eu adorava ver Susana rir de minhas piadas, ouvir sua voz...

Ela havia se tornado minha fonte de vida. Sempre nutri fortes sentimentos por ela, mas quando ela e Caspian começaram a se relacionar, eu percebi que podia perdê-la de vez e essa sensação horrível fez-me amadurecer. Fez-me olhar para trás e reconhecer a pessoa péssima que eu estava sendo até então. Quando vi o sofrimento de Caspian ao ter que deixar Susana eu decidi que não queria aquela dor para mim, então tomei a iniciativa que há muito tempo devia ter tomado. Passei a me comportar de modo diferente.

-Bem, a senhorita está entregue. - falei sorrindo. Ela sorriu fazendo meu coração palpitar. Então eu me aproximei para dar-lhe um beijo na face como sempre fazia quando não estávamos em público.

-É... - ela virou quando eu estava bem próximo, paramos abruptamente.

Eu podia senti-la tão perto... Perdi as contas de quantas vezes imaginei como seria beijá-la e naquele momento eu não consegui resistir. Fui aproximando-me calmamente para dar tempo a ela para se manifestar mas ela não impediu e isso fez-me sentir intensamente feliz por saber que ela queria como eu, então não hesitei mais. Meu nariz roçou o dela e finalmente, depois de tanto tempo, eu a beijei.

Não foi um beijo profundo, mas eu o saboreei com todo o meu coração. Era o melhor beijo da minha vida, afinal, era o primeiro beijo com a mulher que eu amava. Aquele momento não poderia se tornar mais especial e nada seria capaz de estragar minha felicidade. Ou assim eu pensava, até Susana interromper o beijo.

-O que foi...? - perguntei baixinho.

-Parece que tem alguém nos vigiando... - disse ela e olhou para o bosque, eu olhei também. - Mas deve ser só imaginação minha!

Eu estreitei os olhos olhando para o bosque. Não havia nada além das árvores a vista, mas eu senti o cheiro. Ele estava ali.

Trinquei o queixo.

-Está tudo bem? - Susana chamou minha atenção. Sorri.

-Melhor impossível, um dos meus sonhos acabou de se realizar. - disse. Ela corou. - Até logo, Su. - beijei-lhe a face.

-Até logo. - ela sorriu, caminhando para a porta. Susana acenou e eu retribuí, vendo-a fechar a porta. Então eu corri para o bosque, na mesma direção em que olhara antes.

Corri usando a velocidade que não podia demonstrar em público. Fui adentrando mais o bosque e ele me seguiu até que eu parei, de costas para ele, que parou a alguns metros de mim.

-O que você está fazendo aqui?! - perguntei entredentes, ainda de costas. Ele não respondeu. - Por que você voltou?! - virei de frente e vendo-o de pé não muito longe de mim.

-Eu... - suspirou. - Eu precisava vê-la.

-Não precisava ter voltado para isso, você tem aquele quadro.

-Você sabe que não é a mesma coisa. - debochou.

-Apenas sei que você não deveria estar aqui.

-Eu só queria vê-la. - disse ele de um jeito estranho, como se quisesse me fazer sentir pena.

-Caspian, você sabe que é perigoso. - falei calmamente.

-Machucá-la é a ultima coisa que eu quero. - suspirou. - Passei mais tempo longe dela do que eu achei que conseguiria passar... - ele sorriu levemente, dolorido. - Não aguenta mais ficar longe...

-Mas você não pode ficar perto dela. - lembrei. - Será que é tão difícil entender? Ela será minha, Caspian, e eu quero que você mantenha distância da minha futura esposa.

-Apenas a observarei de longe.

-Por que não consigo acreditar em suas palavras? - desafiei, estreitando os olhos.

-Talvez por que tenha medo que ela corra para meus braços assim que me ver. - provocou e eu senti meu sangue ferver. - Saiba, Dash, que se ela fizer isso, eu nunca mais irei deixá-la escapar.

-Claro que ela não vai conseguir fugir... Como fugiria, não é? Afinal você vai matá-la... Como fez com Marta.

Toquei em seu ponto fraco. Caspian fechou a cara.

-O que aconteceu com Marta não foi culpa minha. - defendeu-se.

-Não foi mesmo. - concordei, sarcástico, andando em volta de Caspian. - Foi culpa do monstro que está preso dentro de você... O que você acha que vai acontecer se esse monstro se soltar quando Susana estiver por perto, como Marta estava?

Caspian sorriu como se se divertisse com o que eu dizia.

-Nada irá acontecer a ela. Foi por amá-la que eu a deixei, para que não se machucasse.

-Ama tanto que voltou para cá, trazendo o perigo para perto dela.

-Eu nunca faria isso.

-Deixe de ser hipócrita!

-Acha que eu voltaria se pudesse machucá-la?- ele encarou-me nos olhos. - Da ultima vez, quando eu estava preso, eu quase perdi o controle... - Ele sorriu. - Mas então meus olhos pararam naquele quadro e ver a imagem de Susana me acalmou. Não se completou enquanto eu a olhava.

Aquilo não podia estar acontecendo. Eu o encarava sem acreditar.

-E... Você sabe o que diz a lenda... - continuou ele, provocando.

-O que você quer dizer com isso? - tentei conter a raiva que eu sentia.

-Que Susana e eu poderemos ser muito felizes juntos.

Foi minha vez de rir.

-Você a abandonou sem motivo aparente! Você a deixou quando ela mais precisou de você! - acusei. - Você não estava aqui para ver, mas eu estava, e vi... Vi e curei o estrago que VOCÊ causou. Você destruiu aquela Susana que conhecíamos e EU estou trazendo-a de volta. VOCÊ feriu seu coração, feriu cruelmente... Acha que ela ainda irá querê-lo?

-E-eu...

-Sabe por que ela foi até onde vocês estavam se encontrando naquele dia? - o interrompi, continuando a torturá-lo com aquilo. - Ela estava precisando de ajuda e você a enxotou de lá como se fosse um cão de rua! - fiz uma breve pausa, recuperando o fôlego. - Mas o pior foi vê-la se torturar tentando entender onde havia errado... Por um longo tempo ela achou que a culpa era dela. Você acabou com a amizade entre ela e nossa irmã por que depois do que aconteceu Lúcia tinha medo de se aproximar e reabrir a ferida que VOCÊ deixou! - engoli. - Edmundo, Lillian, Jill... Todos tentaram de tudo, mas não conseguiam fazê-la melhorar, então EU entrei em cena e finalmente estava conseguindo fazê-la sorrir novamente... Mas você tinha que aparecer...!

-Eu preciso tentar. - disse ele, confiante. - Se ela não me quiser terei de conviver com essa dor para o resto da minha vida, mas eu vou tentar. - assegurou. - Finalmente descobri que nossa ligação é muito além dos fortes sentimentos... Ela é a minha cura.

Caspian deu-me as costas e começou a caminhar na direção que havíamos vindo.

-NÃO PODE COLOCÁ-LA EM RISCO! NÃO PODE SE APROXIMAR DELA! - urrei. Ele parou e olhou para mim.

-Você é o único que corre riscos aqui. Susana nunca será sua, cuidado por que você pode perder sua maior ilusão.

E ele correu, correu como eu corri para chegar aqui, mas usando o dobro de minha força. Eu o segui, mas não consegui alcançá-lo. Ele já havia me despistado.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Será que o Cas vai ter coragem de se aproximar da Su? E se ele se aproximar, será que a Su vai aceitá-lo? Não sei, não, afinal, o Dash não deixa de ter razão.

Reviews!

Beijokas!!



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