POV Rachel

Fiquei estática no chão da sala durante algum tempo depois que Finn fora embora, como ele se atrevia? Tá, confesso que adorei o atrevimento dele. Será que ele falou sério sobre nós..? OK Rachel, vamos parar com esses pensamentos, foco em Noah! É com ele que eu quero ficar. É?! Bufei de raiva de mim mesma por estar tão confusa, por que a vida tem que brincar com meus sentimentos assim? Deve gostar né!? Só pode! Subi e fui direto para o banheiro, parei na pia e escorei na parede, abri a torneira e peguei um pouco d’água com a mão, passei em minha nuca. Preciso me acalmar, tenho que colocar meus pensamentos em ordem. É tarde, amanhã tem aula, tenho uma semana cheia pela frente, tem dueto, tem Noah, tem Finn.. Merda! Já estou pensando nele de novo! Sou uma fraca mesmo. Passei água gelada em minha nuca mais uma vez, fechei os olhos, respirei fundo e voltei a pensar. Decidi tomar outro banho logo, tomei um banho longo e restaurador. Quando saí, coloquei uma camisola, e fui cantarolando procurar alguma coisa para comer. Por incrível que pareça, meus pais estavam em casa. Estavam vendo algo na televisão, só dei um tchauzinho e fui para a cozinha, não queria atrapalhar o momento deles. Parei pensando no que fazer, depois de um tempo resolvi comer pão mesmo. Terminei, subi, fiz minha higiene bucal e me joguei na cama. Que rotina previsível essa que eu tenho, está começando a ficar chato já, o que eu posso fazer para inovar? Fiquei pensando em coisas mirabolantes que sonho em fazer, mas que nunca irei fazer. Sonhar é tão bom. Meu celular tocando me tirou de meus devaneios, era Kurt.

–Fala Kurt! – Falei animada.

–Barbraa! Qual a boa para hoje? – Ele perguntou todo feliz

–Boa para hoje? Hmm difícil. Já sei, ficar deitada na minha cama apreciando a dádiva de ser! – Ironizei

–Nossa que programão. – Ele disse com desdém

–O melhor que achei, mas e você?

–Meninaa nem te conto, aliás conto sim! – Dei uma risada, como Kurt era único! – Melhor! Vem aqui e eu te conto.

–Nem rola Kurt, já estou de pijama e deitada.

–Pois você irá levantar, se trocar e vai vir me ver. – Ele disse autoritário. Comecei a rir.

–Aiai Kurt, olha lá hein! Vou te dar um voto de confiança. É bom que valha a pena.

–Sei que não irá se arrepender! Beijos Barbra, até daqui a pouco. – E ele desligou, irei ter uma conversa séria com Kurt sobre desligar o telefone na minha cara.

Reuni o pouco de disposição que ainda tinha e me arrastei até o guarda-roupa, coloquei outra roupa sem ânimo nenhum, passei uma leve maquiagem e desci. Meus pais não me viram saindo, fiz questão de verificar isso. Peguei o carro do meu pai e fui até a casa do Kurt, eu devo ter ficado louca por obedecer o Kurt assim. Cheguei na frente da casa do Kurt, peguei meu celular e mandei uma mensagem.

Estou em frente a sua casa – Barbra

Não entrei pois não queria encarar Finn, não agora. Esperei uns minutos e comecei a ficar impaciente. Buzinei duas vezes e nada. Nessa horas me dá vontade de xingar Kurt e o mundo. Dei um toque no celular do Kurt para ver se ele pelo menos se tocasse de que o celular está tocando. Nada. Decidi voltar para casa. No fim das contas não valeu a p.. Meu celular tocou. Olhei e vi uma mensagem.

Continue andando, estou duas esquinas depois de você – Kurt

Kurt era mesmo inacreditável, liguei o carro e andei mais duas quadras, ao final da segunda avistei Kurt. Ele estava com um sorriso safado no rosto, tinha uma garrafa de bebida na mão. Ah não! Kurt bêbado, com certeza não daria em boa coisa. Estacionei o carro, sai e fui em direção a Kurt.

–Wow! – Exclamei – Achei que não curtisse bebidas. – Ele riu descontrolado

–Eu acho que de vez em quando, extravasar a abrir exceção para certas coisas, faz bem. – Ele se escorou em mim – Estou certo né? – Ele me ofereceu uma garrafa. Fiquei na dúvida, eu nunca fiquei extremamente bêbada na minha vida, sempre fui fraca para bebida, então aprendi a controlar meu limite, mas.. O que poderia dar errado né? Peguei a garrafa e virei, quase cuspi tudo fora, era cerveja. Nunca gostei de cerveja, tem um gosto horrível. Não cuspi tudo fora pois era isso ou nada, depois de um temo eu me acostumaria.

–O que está fazendo aqui Kurt? Como veio parar aqui? – Eu perguntei ainda chocada com o local em que Kurt se encontrava.

Era uma casa de dois andares, bonita, tinha um quintal enorme, mas estava cheio de gente, tinha gente para todo o lado e de todos os jeitos. O cheiro de bebida predominava, e algumas pessoas já estavam até passando mal.

–Eu vim com os meninos! – Ele começou a me puxar para dentro da casa.

–Quais meninos? – Perguntei curiosa. Finn? Pouco provável. Noah? Muito provável. Mas se Noah viesse num lugar desses, a última pessoa que ele chamaria seria Kurt.

–Ah menina, o Sam nos trouxe! – Ele falou com um pouco de devoção na voz.

–Quem é Sam?

–Não sei menina, mas estou louquinha para descobrir! (66’ – Descobri que o lado gay do Kurt aflora mais quando ele está bêbado. – Ele é novo no circulo de popularidade, acabou de entrar no time e resolveu fazer a festa para se enturmar com a ‘elite’ da escola. E para fazer isso.. Nada melhor do que uma festa com bebida liberada, e Puck, Finn promovendo a festa! – Arregalei os olhos surpresa.

–Finn e Noah estão aqui? Juntos? – Ele afirmou com a cabeça – Bêbados? – Afirmou mais uma vez. Merda! Eu não posso ficar aqui, tenho que ir embora. Se eu ficar, algo de ruim vai acontecer. Eu me pronunciei para ir embora, mas uma mão enorme segurou meu braço.

–E aí princesa? Ta afim de dar uns pegas agora?