Estrelas Cadentes escrita por Luuh


Capítulo 10
Campeã




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Campeonato de Peão: enfim o dia chegara. Olhando a minha volta, tentava entender por qual razão meu professor de física escolhera isso como método para as notas. Já estava na final do campeonato, na realidade, eu estava prestes a enfrentar Bruno. Ele me olhava apreensivo e eu sabia o motivo.

Enquanto o professor terminava de se preparar, lembranças dos dias anteriores corriam na minha mente seguindo a seqüência cronológica. Parecia tão real, eu estava sentada embaixo de uma das árvores, criando jogadas para o campeonato que estava chegando.

-Oi Amanda – Bruno sentou-se ao meu lado, sorrindo daquele maldito jeito sarcástico que eu tanto odiava – O que é isso?

-São minhas jogadas pro campeonato – respondi, mostrando-lhe os desenhos e os cálculos. Enquanto analisava, me perguntou se eu já havia conseguido fazer algo. “Não” seria a resposta mais exata, mas eu disse que já estava quase conseguindo.

-Vem, eu vou te ajudar – ele se levantou pegando minha mão e levando-me até a área onde podíamos treinar, pediu que eu mostrasse o que já sabia fazer, o que era pedir demais, já que mal conseguia fazer o peão girar no chão. Bruno postou-se atrás de mim e, segurando-me com uma das mãos na minha cintura, disse que ia me ajudar. Com a mão livre, ele ajeitou meu braço e me explicou como deveria mexê-lo, como se falasse com uma criança de cinco anos. Eu o fitei, séria, e ele devolveu meu olhar, abrindo um sorriso malicioso e depois, ajudou-me a jogar o peão, que rodou perfeitamente.

Por impulso, eu o abracei, feliz e ele retribuiu. Não consegui, no entanto, aprender nenhuma das minhas manobras naquele dia, precisei de várias outras aulas com o garoto insuportável. Bruno, pelo contrário, conseguiu fazer todas asminhas invenções e mostrava para todos o show que ele daria.

-Não faz minhas jogadas no campeonato, vai? – eu pedi um dia antes ao vê-lo fazer perfeitamente, mais uma vez, tudo que eu depois de semanas de treino ainda fazia muito mal. Ele me olhou de cima a baixo, com a expressão que eu odiava mais do que tudo e respondeu que iria me arrebentar no dia seguinte.

-Você pára com isso, as jogadas são minhas. – ele adorava me irritar, mas eu não deixaria que ele fizesse algo daquele tipo.

-Eu não faço as jogadas que você conseguir fazer. – Bruno disse, dando-me costas e indo embora.

E então, eu estava olhando para ele, frente a frente. Era apenas eu e ele, o melhor seria o vencedor. Eram minhas habilidades contra as deles. Eu já sabia qual seria o resultado, mas não desistiria por nada. O professor deu o sinal e eu respirei fundo, eu precisava me concentrar. Fiz tudo que pude, tentei todas as técnicas que tinha, todas as jogadas, tentando limitar as opções de jogadas de Bruno, mas tudo que ele fazia era perfeito. Injusto!

Faltavam trinta segundos, e só tinha mais uma jogada para fazer. Um peão em cima do outro. Foi o primeiro, agora era só rodar o segundo em cima. Concentre-se, concentre-se. Joguei o segundo, rodou em cima do primeiro, e caiu , parando o outro. Ainda sim, consegui alguns aplausos.

Era vez de Bruno, eu não tinha conseguido, era óbvio que ele faria tal jogada com perfeição. E a nota que eu tanto precisava, já estava no espaço. Estava sem esperança: olhei para ele, numa súplica desesperada que ele reconsiderasse. O olhar de Bruno era frio, não conseguiria nada.

Foi o primeiro peão dele. Eu olhei para ele de novo, ele me fitava; sua expressão estava irreconhecível, como sempre. Ele olhou para própria mão e depois jogou o segundo peão... De qualquer jeito.

O professor encerrou o campeonato e anunciou que eu era a campeã. Senti todos virem me abraçar para dar os parabéns; com tanta gente a minha volta, não consegui ver quem eu queria e quando me deram espaço para respirar, Bruno já não estava mais lá, restava apenas um de seus peões, o qual eu peguei do chão.

Algo naquele peão era diferente: tinha palavras escritas.

“Parabéns Amanda”


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