Todo Mundo Odeia O Chris - 1983 escrita por erico_nietto


Capítulo 1
Todo Mundo odeia o Primeiro Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Todos os personagens são do seriado original.



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Brooklyn, 1983.


Muito gente dizia que viver no Brooklyn era fácil. Mas na hora do vamos ver, a coisa mudava!


Rochelle (após tocar a campainha de uma casa): Oi, meu nome é Rochelle, e eu gostaria de saber se você estaria afim de comprar um pequeno e... Simples apartamento!?


Mulher desconfiada de assalto: E onde fica esse lugar?


Rochelle: No Brooklyn! Não é na - ela é interrompida com o bater da porta em sua cara - Mal educada! - berra quase dando um tapa na porta.


E foi por causa de pessoas desse tipo, que a minha vida ficava cada vez mais complicada!


Rochelle: CHRIS!!

Chris (ao lado dela): O que é?


Rochelle se assusta.


Rochelle: Já falei pra não me assustar desse jeito!

Chris: Eu respondi normal!

– Que seja! Eu liguei pro motorista do ônibus e ele disse que você terá que esperá-lo na frente da loja do Dayle.

– O QUE? - falou em tom alto de voz, sentado no sofá - Isso é a quase meia hora andando! Por que ele não pode vir até aqui?

– Ele tem ordens pra não entrar no Brooklyn.


Se eu fosse uma criança branca, olha como seria!


CARROS DO EXÉRCITO PASSANDO PELAS RUAS.

UM HELICÓPTERO PÁRA DIANTE DE SUA CASA.


Tonya deixa o prédio segurando Chris pelo braço, o colocando dentro do "veículo".


Tonya (com um walk-talk em mãos): O elemento está seguro! Vão, vão, vão!


Apesar da operação de guerra que não teria, Greg iria comigo para o melhor acampamento de férias da minha vida. Mas ao chegar lá, não foi bem assim!


Chris ( deitado na parte superior de uma beliche, ouve um barulho estranho no quarto com outras cinco camas): Greg, está acordado?

– Quem não estaria nesse fim de mundo! - respondeu deitado na parte inferior - Não sei como você consegue ficar aí, deitado com a cara no teto.

– É um acampamento de férias!

– Férias? - reclamou - Eu chamo isso de "campo pra refugiados"! Você viu a cozinheira quando chegamos? Ela tinha BIGODE!

– É, isso não é bom sinal, mas pense pelo lado bom! Vamos ter do que rir depois!

– Chris, acorda! O banheiro fica do lado de fora! E é completamente feito de madeira! Se aparacer um urso bêbado de tanto comer mel, pode derrubar aquela... Aquela coisa que chamam de banheiro e nós Chris, nós estaremos acabados!


Depois de passar a noite inteira reclamando, Greg parecia ter feito as pazes com natureza. Acordou cedo para o café da manhã, que acabou sendo um fiasco!


Greg: A senhora chama isso de café da manhã? Um mini pedaço de carne!?

Senhora: Não é um mini pedaço de carne, rapaz. É um esquilo!


Greg sentiu-se enjoado

Greg: Droga, eu acho que vou vomitar!


Enquanto isso na minha rua, Tonya arrumava um jeito fácil de ganhar dinheiro.


Garota estranha: Um dólar pra pular corda? Mas isso é um absrudo!


Tonya: Aposto cinco dólares que eu pulo muito mais que você!

– Já que é assim, vamos nessa!


Tonya era a melhor puladora de cordas do Brooklyn. Na adolescencia ela era a melhor puladora de janelas, muros, telhados e às vezes, arriscava a saltar de um ônibus em movimento para uma moto. Tudo isso em nome do roubo!


Greg: Chris, temos que ir embora desse lugar!

– Por que? Sinta o contato com a natureza, Greg!

– Eles estão servindo esquilo no café da manhã! Esse lugar é um matadouro!

– Greg, me escuta! Você está assustado, é só isso! Não tem nada demais nesse lugar.


Tinha uma aranha no meu ombro. Mas não era nada demais. Eu sempre fui fã do Spider-man.


Rochelle: Julius, vamos até o mercado comigo. Vou aproveitar que as crianças estão na rua para arrumar aquela cozinha.

Julius: Está passando um documentário agora... Tenho mesmo que ir?


Minha mãe respirou fundo.


Rochelle: Claro, amor! Adoraria sua companhia!


Mas não foi isso o que aconteceu!


Rochelle: É CLARO, que você precisa ir comigo! Eu carrego essa família nas costas! Eu lavo, eu passo, eu cozinho, eu sirvo a mesa e agora vocês querem que eu carregue as compras?? Daqui a pouco meus filhos vão trazer suas namoradas pra morar em casa e vão mandar que eu lave as calcinhas dessas vadias! NÃO MESMO, Julius, NÃO mesmo!


Mas enquanto isso, aqui, no refúgio odiado por Greg...


Greg: Ah, meu Deus, alguém morreu!

Chris: Greg, aproveite a sombra dessa árvore ao invés de ficar deduzindo as coisas!

– É sério, eu acabei de ver o senhor Omar entrando naquela sala de madeira quase podre da diretora!

– Tem certeza do que viu?

– Claro que eu tenho!

– Então vamos lá dar uma olhada!


Rochelle empurrava lentamente o carrinho de compras, com pouquíssimas mercadorias, enquanto Julius, na sessão de biscoitos, bem ao lado da sessão de frios, onde ela estava, pegava pelos produtos mais baratos.


Julius (na sessão de biscoitos): Ô, Rochelle!


Rochelle: (na sessão de frios): O que é?

– Vai alguns biscoitos recheados? Estão na promoção!

– Fala um pouco mais alto que aumentaram as prateleiras desse mercado - disse para que todos ouvissem - e eu não sei pra que!

– Biscoitos recheados! Estão na promoção!

– Tudo bem, me manda dois pacotes!


Julius jogou um pacote por cima da prateleira, estando algumas pessoas, observando a estranha cena.


Julius: Vou mandar o outro!

Rochelle: PODE MANDAR!


Julius jogou o biscoito.


Julius: Pegou?

– Como uma jogadora de beisebol! - ela olhou pra mulher que estava pensando, a observando - O que foi? Não sabe fazer compras sem perder o humor?


Enquanto eu e o Greg observávamos pela janela a conversa do senhor Omar, notei uma presença estranha e quando olhei para trás, vi a garota mais linda da minha vida. Era como se fosse a branca de neve, mas numa versão morena.


Greg: Onlyyyy youuu!!

Chris (olhando rapidamente para Greg, ao seu lado): O que você está fazendo?

– Cantando uma trilha sonora!

– Eu não preciso de trilha sonora!

– Mas você estava olhando aquela garota e eu...

– Greg, já chega, ok? Você está ficando chato!


Greg (nervoso): Tudo bem, quer saber de uma coisa? Quando um urso vier te atacar, seu escudo branco não vai estar aqui pra te proteger! - disse retirando-se rapidamente.


Garota bonita: Nossa, esse seu amigo é mesmo esquentadinho.

Chris (tímido): É normal ele agir assim.


Essa é sua neguinho!


Garota: Qual o seu nome?

Chris: É Chris! Chris Rock!

– Meu nome é Morello!


Droga, será que eu voltei no tempo e ninguém me falou nada??


Chris: Que engraçado, eu tenho uma professora com o mesmo nome que o seu.

– Na verdade eu sou a sobrinha dela!


Morello (surgindo do nada): Vejo que conheceu o Chris. Como vai Chris?

Melhor, se não estivesse aqui.


Chris: Vou bem, obrigado!


Morello: Vou até o lago com a minha sobrinha, - tomara que se afoge por lá – eu acho que vi um Orangotango passando lá atrás. Já que o Greg está alterado, poderia conversar com ele.


Chris: Eu vou conversar com o Greg sim!

Morello: Eu estou me referindo ao Orangotango!


Olha que mulher sem vergonha!


Morello: Nos vemos por aí! Até mais!


E lá se vai meu sonho, com aquele pesadelo racista!


E foi assim minha primeira semana daquele ano.


Omar: Trágico!


Quer sair da minha narração por favor?


Omar: Desculpe, filho!


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Notas finais do capítulo

Aguardo reviews, mesmo sabendo que não teve muita (senão nenhuma) graça. Mas e daí! Eu tenho dois emprego e não preciso disso!
Até a próxima =D