Segredos. escrita por Dandara


Capítulo 1
O primeiro susto.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Se aprovarem, posto o segundo capitulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/190722/chapter/1

Estava perdida a mais de 2 horas, mas só percebi isso quando começou a escurecer. Eu fugi da minha casa. Afinal, quem quer morar com o chefe do tráfico da região?

Bom, esqueci de me apresentar, meu nome é Julieta, tenho 14 anos. Minha mãe adorava aquela historia "Romeu e Julieta”, por isso meu nome. Ela se chamava Josefa, era bonita, alta, pele branca, olhos negros e longos cabelos loiros, porém mal-tratados. Ela foi morta a três anos, meu pai nunca me contou o porque, e nem quem fez isso. A partir desse dia, o dia da morte da minha mãe, passei a desconfiar de meu pai. O nome dele é José Cabrito, conhecido como JC na região. Ele é alto e moreno, perdeu um dos olhos em um tiroteio, o que lhe faz usar um tapa-olho bem estranho. Eu acho cômico o nome de um bandido ser José Cabrito!

Ah, eu também tenho um irmão, um não, dois! Um se chama Ronaldo. Ele tem 19 anos, e já trabalha a muito tempo com os negócios do meu pai. Ao contrário de minha mãe, e meu pai, ele baixo, pele morena clara e olhos bem pretos, o cabelo dele é bem estranho, tem tipo um topetinho na frente. Não sei explicar. E apesar de estar envolvido no mundo da criminalidade é muito carinhoso comigo, sempre foi. Quando a mamãe morreu, ele chorou muito, e ficou muito doente, foi até levado ao hospital, ficou internado umas 2 semanas. Tem o outro irmão mais novo, esse só apareceu depois que minha mãe faleceu. O nome dele é Kevim, ele tem 13 anos, o que me deixou bem aborrecida. Ele tem quase a minha idade! Ele é idêntico ao meu pai, só que com os olhos verdes como os da minha madrasta. Aquela mulher é horrível! A única coisa que salva nela são os olhos. Dentes tortos, e falta um na frente! O cabelo dela é nojento! Cheio de piolho, e não é invenção da minha cabeça, dá para vê-los andando, afinal, ele é uma loira muito da oxigenada! O nome dela é Gumercinda, e pede para as pessoas a chamarem de Gume.

Ah, como eu sou? Sou morena clara, como meu irmão. Meu cabelo era loiro, mas cresci e mudei, o cabelo pegou o ritmo. Hoje tenho a raiz morena, e as pontas loiras. Sou um pouco alta para minha idade, mas nunca liguei para isso.

Eu morava em uma casa grande e luxuosa, que fica dentro da favela. Lá, eu vivia com meus irmãos, meu pai e com a minha madrasta.

Fugi de casa pois não aguentava mais o meu pai. Ele queria que eu vendesse drogas na escola! Ele é louco, não é possível. E também achava que eu estava ameaçando seu "reinado" por estudar em uma escola privada, e não publica como meus irmãos. Ah, e eu coloquei xixi do Moluscos, cachorro do Kevim, no pote de shampoo da minha "querida" madrasta. E graças a Gume, ele está mas louco ainda. Ameaçou me bater se eu não vende as drogas. Ronaldo tentou me defender mais meu pai simplesmente disse:

– Lembra sobre o que conversamos?

E meu irmão desmanchou sua expressão heróica, que deu lugar a uma expressão triste e sem vida. Minha madrasta falou em alto e bom som que uma menina como eu deveria apanhar até sangrar. Minha vontade naquela hora, era dar um tapa da cara dela, e fazer-la confessar o quão safada era ela, mas não tive tempo, a sirene da policia tocou na rua. Aproveitei o momento e fugi. Pulei a janela e sai correndo em direção a uma floresta. Segundo meu pai, ela era perigosa de mais para uma menina, e nunca me deixou ir até lá.

Começou a chover, e eu não via nada. Só o céu escurecendo avisando que já havia mais de 2 horas que eu estava completamente perdida. Eu estava com medo de sair no estado vizinho, já que a floresta que divide os dois estados. De repente, ouvi uns passos atrás de mim. Quando me virei já era tarde. Alguém havia me capturado.

Quando acordei estava claro, e eu suava como uma garrafa de água gelada no sol. Quando olhei a minha volta, uma menina olhava pra mim apreensiva. Ela devia ter uns 16 anos, era linda. Mas assim que comecei a perguntar um monte de coisas ela saiu da sala, me deixando a sós com um cachorro grande e estranho. Ele não tinha raça definida, acho. Era preto, com as patas marrons, o olho era um verde e outro azul, e mantinha a língua fora da boca, como quando Moluscos está com sede. Senti saudade dele, era meu único amigo naquela casa. A sala era branca, e com uma sigla, ou símbolo na parede. Estava muito manchado, então não consegui identificar. A cama em que eu estava deitada tinha lençol vermelho sangue, e a fronha era azul cheia de carneirinhos. Em uma situação normal eu teria rido, mas aquela situação não era nada normal.

Um garoto entrou na sala, me olhou. Ele era estranhamente bonito, mas não fazia meu tipo... Mas como estou pensando nisso? Ele pode querer me matar! Pois bem, ele era musculoso demais para a idade que aparentava ter -16 ou 17 anos-, tinha o cabelo impecavelmente cortado, e olhos verdes, pele clara, porém, levemente bronzeada. Atrás dele havia uma mulher, não era a mesma que eu havia encontrado quando acordei, porém ela era igualmente bonita, e comecei a me achar extremamente feia. Ela tinha o queixo fino, expressão calma, lembrava a minha mamãe, só que com o cabelo mais escuro. Na verdade, quando ela chegou um pouco mais perto e tive a certeza que aquela era a minha mãe e falei:

– Mãe! É você mesmo?

Ela me olhou assustada e sorriu, o menino soltou um sorriso maroto e disse:

–Ela é bonita como você mestra, se me permite dizer.

Ela sorriu, acenou com a cabeça, como que agradece e disse ao menino:

– A3 Lorry, leve-a para a cachoeira, apresente a organização a ela me traga-a limpa. Estarei esperando-os na minha sala.

E lá se foi ela, caminhando.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Segredos." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.