Throw Away escrita por Amis


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Ultimo capítulo. Agora só falta o epilogo.
Comentem



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-Dominique Weasley, não finja que não me viu, mocinha! – Lily berrou do outro lado do corredor e eu, sem escapatória, me virei e lancei lhe um sorriso amarelo.

-Estava me chamando? – perguntei forçando uma expressão inocente.

Lily me fuzilou com o olhar, aquele típico olhar herdado da vovó e de Tia Gina, e colocou a mão na cintura, irritada e desconfiada.

-Tomou seus remédios hoje, Dominique? – perguntou inquisidora.

Assenti.

-Comeu direitinho?

Assenti novamente e com um sorriso satisfeito, Lily me abraçou forte e depois foi para sua aula.

Quando ela sumiu pelo corredor, eu soltei o ar que estava segurando e deixei meu corpo escorregar pela parede, me sentando precariamente no chão do colégio.

A verdade era que estava já há um mês em Hogwarts, depois da minha alta. Tinha acompanhamento psicológico, no qual eu apenas sentava no divã da sala e fitava em silêncio a mulher que me “tratava”, “tomava” as dúzias de remédios para ansiedade, dor e depressão, enquanto na verdade eu os cuspia depois que Scorpius (minha nova babá) saia do meu campo de visão e “comia” tudo direitinho, seguindo a risca a dieta da nutricionista. Outra mentira, pois fazia questão de vomitar tudo que eu havia comido para não engordar.

Era incrível como as pessoas não entendiam que eu estava bem.

Bem pelo menos de saúde. Pelo ponto de vista social, eu estava péssima. Depois  do que eu fiz, fique conhecida como a vilã da historia. A Lufa-Lufa ganhou a taça de quadribol e ninguém foi punido, mas, mesmo assim, os únicos lufanos que falavam comigo eram a Dafne e o Nate (com quem eu ainda tinha dificuldades em perdoar, mas como Scorpius mesmo disse, ele tentara fazer isso para me ajudar, e eu precisava levar isso em consideração). Eu, pelo ponto de vista deles, tinha acabado de vez com a reputação da nossa casa. Tornado os lufanos algo repugnante e trapaceiro.

O que era verdade, mas me doía sentir os olhares maldosos de todos que um dia eu chamei de “amigos”.

Além disso, as outras pessoas das outras casas me olhavam como se eu tivesse alguma doença contagiosa. Eu não estava doente e muito menos tinha algo contagioso. Infelizmente, a Rita Skeeter conseguiu realmente ferrar minha reputação.

As únicas pessoas que eu podia contar, além da Dafne e do Nate, eram Scorpius, James, Alvo e Lily. Me sentia em um ninho de cobras falsas, que não eram capazes de perdoar e muito menos, relevar.

Quanto a diretora, ela não quis me punir, pois meus pais pediram para ela relevar meu ato até que eu me recuperasse do meu problema. Então, além de eu ser a trapaceira, a doente e a mentirosa, eu era a garota que saíra impune de algo tão sério quanto os jornais fizeram parecer.

Ninguém tinha noção de quão sozinha eu me sentia. Justo eu que havia conquistado a popularidade, o carisma e o apoio da escola inteira. Obviamente, a popularidade não me garantiu muita coisa, pois no final, acabei como no começo: com poucos amigos e impopular.

Olhei para os lados, vendo se algumas das minhas babás me observavam, e sabendo que estava sozinha, corri para o banheiro da Murta, para me livrar do que havia comido no almoço.

Entrei no banheiro  e antes que pudesse fazer qualquer coisa, encontrei Rose sentada no chão frio do lugar, abraçada aos joelhos, enquanto lia alguma coisa.

Como não fui percebida por ela, sai do banheiro novamente, pois  não queria falar com ela, dar explicações ou ter que pedir para ela não comentar sobre minha visitinha ao banheiro.

Com passos calmos, andei até a Sala Precisa e desejei que ela se tornasse uma sala cheia de almofadas e puff coloridos. Precisava descansar um pouco de toda aquela loucura e não queria ninguém me questionando sobre meu “tratamento” ou tentando cuidar de mim.

Me joguei nas almofadas macias e deitei-me confortavelmente, cantarolando uma musica trouxa.

Perdi a noção de quanto tempo estava lá, quando a porta se abriu brutalmente e Scorpius passou por ela, com uma expressão preocupada e assustada.

Me levantei rapidamente.

-Juro que tomei meus remédios. – menti rapidamente, olhando sua camisa suja de fuligem e seu rosto vermelho.

Scorpius correu até mim e me abraçou com força. Quando nossos corpos se chocaram, um cheiro de fumaça invadiu meus sentidos e eu me afastei confusa.

-Que cheiro de fumaça é esse? Scorpius, o que aconteceu? Por que você está sujo desse jeito?

Scorpius me segurou pela mão e começou a me arrastar para fora da sala. Não entendendo o que estava acontecendo, tentei fazer esse parar de me puxar.

-Scorpius, fale o que está acontecendo! – gritei.

Scorpius respirou fundo e me olhou.

-Hogwarts está pegando fogo, Dominique. Precisamos sair daqui!

-O que? – eu berrei alarmada, enquanto deixava Scorpius me arrastar pelos corredores.

-Eu não sei direito o que aconteceu. Parece que alguém andou praticando alguma magia ruim, eu não sei. – disse, me arrastando pelo primeiro andar, onde a fumaça já estava alta.

Com rapidez, cobri meu rosto com minha blusa e me aproximei mais de Scorpius.

Depois de alguns segundos, encontramos a saída e ofegantes, corremos para fora do castelo.

Tossindo, eu me joguei na grama do jardim, onde quase todos os alunos se encontravam e desesperada por ar, tentei puxar um ar mais puro.

Logo senti dois pares de braços me rodearem e quando vi que era Dafne e Lily, suspirei, as abraçando de volta.

-Nós não te encontramos, graças a Merlin você está bem! – Dafne exclamou.

Scorpius se aproximou mais de mim e analisou meu rosto, se certificando de que tudo estava bem.

-Nunca mais faça isso, Dominique! – ele disse com suas íris quase pretas de preocupação.

Assenti e então Hugo se aproximou da gente, com uma feição preocupada.

-Onde Rose está? – ele perguntou preocupado. – Os aurores já estão chegando, mas minha irmã ainda não saiu de lá.

Eu abri a boca para dizer que provavelmente ela já tinha saído quando me lembrei de ter visto ela algum tempo atrás no banheiro da murta, lendo tão compenetrada o livro, que não foi capaz de me escutar se aproximar.

Se ela continuou lendo aquilo, provavelmente não percebeu alguma movimentação estranha.

Meu coração começou a disparar dolorosamente e preocupada, olhei para Scorpius.

-Eu sei onde ela está. – disse alarmada.

Scorpius me segurou pelo pulso.

-Os aurores já estão vindo busca-la.

Pensei em argumentar, mas no mesmo momento, Nate e Erik saíram da escola, cheios de sujeira e algumas queimaduras e as pessoas que me cercavam, preocupadas com eles, correram para ajuda-los.

Olhei para Scorpius, que olhava para uma das queimaduras de Nate, e olhei novamente para o castelo.

Rose fora um vaca comigo naquele ano, mas ela estava grávida, e se os garotos haviam saído daquele jeito do castelo, eu não queria imaginar como a Rose sairia. E apesar de tudo, eu não seria capaz de deixar minha prima queimando viva no castelo.

Eu tinha poucos segundos antes das atenções se dispersarem e Scorpius voltar a falar comigo.

Olhei para os lados e corri até a entrada do castelo, voltando a entrar pela porta cheia de fumaça. Cobri minha boca e meu nariz da fumaça e com meus olhos ardendo, voltei a correr pelo castelo, em direção ao banheiro da Murta.

Tive que desviar de alguns focos de fogo mais fortes e chegando no banheiro, gritei pela garota. Aparentemente o banheiro estava com uma maior concentração de fumaça e como tudo aquilo cobria minha visão, tive que forçar meus olhos ardidos para enxergar algo.

-Rose! – berrei novamente, já sentindo falta de ar. Tossi um pouco mais e caminhei pelo banheiro, encontrando uma garota caída no chão com seus longos cabelos ruivos espalhados.

Não acreditando que ela estava desmaiada, corri ate ela e tentei acordá-la, tanto com tapinhas como com magia, mas sem sucesso, reuni toda a força que tinha e a peguei no colo.

Com dificuldade, passei por alguns corredores e cai em mais outros, enquanto minha garganta, olhos e nariz ardiam continuamente. Meus braços já estavam começando a falhar com o peso da minha prima, quando avistei a porta da saída, rodeada de fogo e fumaça.

Prendi a respiração e segurei Rose com minhas ultimas forças. Trinquei os dentes e tentei passar o mais rápido possível pelas chamas, queimando meu antebraço e um pouco das costas das minhas mãos. Quando alcancei a porta, me joguei para fora da porta e gritei por ajuda.

Vários aurores correram para me ajudar, mas não me importei com isso. Simplesmente deixei que a dor me atingisse de vez e aceitando o consolo que meu corpo queria dar para minha dor, não lutei contra a escuridão e logo, desmaiei.

Poderia ser a Lufana perdedora de antes, mas não deixaria alguém da minha família morrer, não se eu pudesse evitar.


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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem, que o epilogo vira mais rapido. Ele ja esta escrito e acho q vcs vao amar.
XOXO