Throw Away escrita por Amis


Capítulo 28
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Feliz natal, meus amores.
Um capítulo de presente para vocês...



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-Por que você pediu tempo, Erik? No quadribol pode pedir tempo? – perguntei descendo para o circulo de jogadores da Lufa-Lufa que estavam esperando o Erik explicar o motivo do tempo que pedira.

-Mas é claro que pode, Dominique. Se não pudesse, você acha que seria concedido? – Erik disse bruscamente, jogando sua vassoura no chão, nervoso e irritado com o nosso desempenho e com a possibilidade de perder o jogo.

Nate suspirou e lançou um olhar de alerta para o amigo. Semana passada eu tinha azarado ele com todo o prazer do mundo e não iria pensar duas vezes antes de azará-lo novamente.

-Estamos ganhando de 220 a 150. Dominique, você precisa pegar o pomo de ouro antes da Lily ou a Sonserina ganha. – ele disse secando seu rosto em uma das toalhas.

Revirei os olhos.

-Jura, eu não sabia que eu tinha que pegar o pomo. – disse com sarcasmo.

Era o começo de fevereiro e a Lufa-Lufa já tinha ganhado todos os jogos possíveis. Estávamos na final, contra a Sonserina novamente, e depois do espetáculo que demos na Grifinória e na Corvinal, graças as pílulas secretas, todos estavam esperando que a Lufa-Lufa ganhasse.

Milagres acontecem. E pílulas trouxas que funcionam melhor que qualquer magia também.

-Você não está tão boa quanto nos últimos jogos e treinos. O que aconteceu, Domi? Não tomou “aquilo”? – Erik perguntou um pouco mais nervoso, se referindo as pílulas da qual estávamos fazendo uso quase diário.

O fuzilei com o olhar. Ele queria realmente ser azarado novamente?

-Poupe-me, Erik. Não vou ficar igual a uma idiota te explicando que eu vou pegar aquela porcaria de pomo! – quase gritei, montando novamente na vassoura e olhando desafiadora para ele. – Podemos voltar ao jogo?

Nate assentiu pelo Erik, antes que nós dois brigássemos mais, e voltamos ao jogo novamente.

Passei meus olhos pelo campo e bufei, sem encontrar o pomo.

Erik estava certo, eu estava mais lenta e atenta ao jogo. Mas não era a culpa da falta ou da pílula. Eu estava me sentindo mal demais desde cedo. Meu estomago ardia e queimava, vomitei muito sangue depois do café da manhã e não tive coragem de comer mais alguma coisa depois disso. Minha garganta estava queimando e eu sentia o bile, de algo que eu não tinha no estomago, ameaçar subir.

Era compreensível eu não estar tão boa quanto antes.

Mesmo assim, eu não poderia deixar a Sonserina ganhar. Scorpius e Lily, pessoas que eu amava de verdade, eram daquela casa, mas minha promessa de tornar a Lufa-Lufa uma casa respeitada e ajudar meus amigos lufanos, acima de tudo, estavam em prioridade agora.

Balancei minha cabeça para focar meus pensamentos e voltei a prestar extrema atenção no jogo.

A tontura começou a tomar conta da minha visão, desfocando tudo, mas mesmo assim, eu pude ver pelo canto do olho, algo dourado passar muito perto do meu pé. Não pensei duas vezes e coloquei todos meus mal estares de lado, para perseguir o pomo.

As coisas começaram a ficar em câmera lenta. Minha mão estava quase fechando em torno do pomo, mas tudo parecia passar devagar demais ao meu redor. Sentia minha cabeça pulsar latejante, meu estomago se revirar e as palavras do locutor e da arquibancada soarem abafadas. Com um esforço descomunal, fechei minha mão em torno da bolinha dourada e como se tivessem me desligado com um controle remoto, tudo ficou escuro.

Escutei Lily gritar meu nome, Scorpius gritando um “não” alto, mas não tinha controle do meu próprio corpo para abrir meus olhos.

Estava em queda livre.

O vento passava rasgando minha roupa e minha pele, machucando os pequenos arranhões que eu havia feito alguns dias atrás, zumbindo nos meus ouvidos, fazendo todo meu corpo congelar.

Não sabia se eu iria cair e morrer no chão. Na verdade, não me preocupava com isso. Meu corpo doía tanto, estava tão cansado e machucado, que morrer não parecia ser uma coisa tão ruim.

Ainda sentia o pomo na minha mão, protegido e seguro. A Lufa-Lufa ganharia o torneio assim como a Taça das Casas, se todos se mantivessem na linha. Tinha cumprido minha palavra e a Lufa-Lufa não seria mais uma perdedora.

O ar pareceu se condensar em baixo de mim e a queda livre acabou. Sabia que alguém tinha impedido minha morte, mas a minha consciência estava se esvaindo mais rápido que antes.

Meu corpo foi colocado gentilmente em algo macio. Senti mãos experientes tocarem em meu pescoço, verificando minha pulsação, murmurando feitiços e falando algumas instruções básicas para sabe-se lá quem. Escutei alguém berrando meu nome, um choro desesperado ao fundo, pessoas comentando, mas parecia que estava incapaz de sentir qualquer coisa em relação aquilo.

Só sentia o vazio e este, tão confortável quanto a maca, queria me engolir...

-Dominique! – escutei uma voz masculina gritar meu nome. Eu conhecia ela muito bem, mas não conseguia identificar quem era.

Comecei a me desesperar. Estava em coma, será?

-Me deixem passar, ela é minha irmã! – a mesma pessoa gritou e aliviada, percebi que era Louis.

Outra voz se misturou ao show.

-Dominique, abra os olhos! – essa pessoa disse desesperada.

-James, deixe-nos levar ela para a enfermaria. – uma vos feminina pediu séria. – E vocês precisam avisar os pais dela, senhor Potter. Pode fazer isso por mim, por favor? – ela pediu e senti a maca se mover.

Então, a única voz que eu poderia reconhecer, alcançou meus ouvidos e meu coração disparou.

-Dominique! O que aconteceu com ela? – um Scorpius desesperado berrou e pela primeira vez desde aquela queda, eu não queria ser engolida pelo vazio.

-Scorpius, eles não nos deixam chegar perto dela... – James, eu acho, falou.

-Senhorita, por favor, deixe-me ver como ela está... – Scorpius implorou.

Quis abrir os olhos, dizer que estava bem, garantir que tudo iria dar certo.

Porém, cada esforço que eu fazia para abrir os olhos ou a boca, tentando encontrar minha voz, parecia que eu era conduzida para o mais profundo vazio da minha consciência.

E com Scorpius lá, eu não queria afundar lá.

Escutei mais algumas pessoas berrando meu nome. Dafne, pude reconhecer pelo tom agudo, chorava desesperada e Nate, pelo que imaginei, tentava controlar a menina, com seus braços em torno dela.

Queria tranquiliza-la. Mas já era tarde demais. O vazio me alcançou e perdi a consciência total.


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Notas finais do capítulo

Sim, parei na melhor parte. Se eu ganhar mais uma recomendação, eu posto a continuação do capitulo.
Se não, semana que vem talvez venha.
RSRSR Comentem também.
XOXO