Throw Away escrita por Amis


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, demorei, mas aqui está.
Notinhas no final.
Enjoy it.



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–Hum, Scorpius, eu acho que se você misturar isso á poção vai dar errado... – disse desconfiada, vendo a mão pálida do garoto jogar alguns pedaços de benzoar na poção.

Ele revirou os olhos.

–Conheço esse antidoto de cor, não se preocupe...

Assenti ainda desconfiada. Estávamos na Sala Precisa, onde meu “professor” estava me ensinando alguns antídotos. Era o primeiro sábado de Dezembro e enquanto todos estavam se divertindo em Hogsmeade, eu estava mofando ao lado de um caldeirão enferrujado.

Não que eu estivesse reclamando. Scorpius era uma boa companhia.

Mas aparentemente, já tinha esquecido como se fazia alguns antídotos do segundo ano. O caldeirão em segundos começou a borbulhar estranhamente, e adquirindo uma cor verde limão, entrou em erupção.

Me abaixei no exato momento em que a poção passou rente á minha cabeça, enquanto Scorpius se jogava no chão para se proteger daquela gosma.

–Mas que droga, o que eu fiz de errado? – perguntou a si mesmo irritado, olhando o caldeirão espirrar mais um pouco da gosma.

Eu ri baixinho.

–Foi o benzoar, Scorpius. – anunciei, me sentando no chão.

O loiro me fitou irritado.

–E como você sabia disso, gênio? – rebateu, tirando uma gota de gosma esverdeada de seu cabelo.

Dei de ombros.

–Porque eu fiz a mesma coisa. – anunciei lembrando do dia em que eu explodi o meu caldeirão com aquela coisa.

Scorpius fez uma careta, mas depois deve ter se lembrado do meu feito e sorriu.

–Acho que agora eu me lembro... – disse sorridente. – Vivendo e aprendendo. – completou, caminhando até a janela da sala precisa.

Eu assenti e fui até onde ele estava, observando as pessoas que saiam para Hogsmeade com uma certa inveja.

–Esqueça por hoje essas aulas de poções. – eu pedi baixo. – Vamos para Hogsmeade também. – disse sorrindo em direção ao loiro.

Scorpius fez uma careta.

–Mas...

–Ah pare com isso, vamos sair um pouco e se divertir. Eu prometo que não te obrigo a ir na Madame Puddifoot. – disse com um olhar suplicante.

Scorpius sorriu de lado e assentiu.

–Você tem dez minutos para se trocar. Te espero em frente ao seu salão comunal. – avisou caminhando em direção á saída.

Sai correndo para meu salão comunal e comecei a fuçar nas minhas roupas. Como só tinha dez minutos, peguei meu vestido de lã preto e vesti uma meia calça branca bem grossa por cima, jogando meu casaco da mesma cor em meus ombros e vestindo minha bota preta. Soltei meus cabelos de forma rápida e passei uma maquiagem leve, enquanto vestia meu casaco.

Com passos apressados, corri para fora do meu quarto e passei pela entrada da minha casa, encontrando Scorpius encostado preguiçosamente na parede oposta á entrada.

–Três minutos atrasada. – disse-me, enganchando seu braço em torno da minha cintura e me conduzindo em direção á saída do edifício.

Revirei meus olhos.

–Poupe-me, Scorpius. – disse entregando minha autorização para o zelador.

Ele riu e me deu um beijo no topo da cabeça.

–Vou te levar para um lugar especial... – avisou, caminhando comigo lentamente.

*_*

Scorpius me deu a mão outra vez para me ajudar a passar pelo tronco de arvore escorregadio e tirou alguns galhos dos pinheiros de sua frente, revelando uma parte do lago de Hogwarts perfeitamente congelada e deserta.

Tínhamos entrado no bosque que circundava o perímetro da vila e como Scorpius havia prometido, ele tinha me levado em um lugar especial.

O lago congelado fazia contraste com os pinheiros pretos, carregados de neve no topo e com o céu limpo e azul, que tentava refletir um pouco de sol para a vila.

–Sabe patinar no gelo? – me perguntou, se sentando na margem do lago congelado.

Fiz o mesmo e assenti.

–Sim. Aprendi com minha tia Gabrielle na França. Por que?

Ele sorriu e tirou sua varinha, apontando para a sola do seu sapato e murmurando algum feitiço desconhecido por mim. Logo, em sua sola, o fio do sapato de patinação apareceu e sorridente, o garoto fez o mesmo com minha bota, fazendo o salto sumir e o fio de patinação aparecer.

–Vem... – disse, me ajudando a levantar e começando a deslizar pela superfície congelada do lago.

Fiz o mesmo que ele e sorri, percebendo que não me esquecido como se patinava no gelo.

–Como você conhecia este lugar? Venho todos os anos para a vila e nunca vi ele. – perguntei, tentando acompanhar ele na patinação.

Ele suspirou e se virou de costas para o trajeto, de forma que estava de frente para mim, mas patinando de costas para o lago.

–Meu pai me mostrou Hogwarts deste ponto quando eu tinha sete anos. Eu estava curioso para saber como meu futuro colégio seria e ele me trouxe para cá. Desde então venho para este lugar todos os anos, sempre quando posso.

Sorri, imaginando seu pai e ele naquele local, observando Hogwarts de longe. Um cheio de memorias boas e ruins, e outro com uma expectativa enorme do futuro.

–Seu pai deve ser muito legal com você. – disse patinando de costas como ele fazia.

Scorpius assentiu.

–Acho que ele tenta não ser o que o pai dele foi. Ou minha mãe o colocou nos eixos... – comentou, sorrindo. – Não sei qual dos dois foi o motivo dele ter melhorado, mas isso é vantagem para mim. Minha avó costuma dizer que meu pai era um poço de frieza e amargura até o final da guerra. Até a guerra coloca as pessoas no eixo, Dominique. – completou.

–Mas a guerra nos trouxe muitas perdas também. – disse me lembrando dos meus tios Fred e George. Eu tinha visto algumas fotos de quando o tio Fred era vivo e eu podia jurar que meu tio George parecia ser bem mais feliz naquela época. Agora parece que algo esta faltando, mesmo que ele continue sendo uma pessoa brincalhona e animada.

–Sem dúvidas... – concordou, olhando para o céu distraidamente. – Se uma guerra acontecesse agora, o que você faria? – ele me perguntou, mudando de assunto, e voltando a me fitar com aqueles olhos prateados.

Parei para pensar um pouco e suspirei por final.

–Não sei ao certo. Não tenho conhecimento suficiente para duelar, nem coragem suficiente para enfrentar as pessoas. Acho que eu ia acabar me escondendo ou iria fugir para algum país mais calmo, como os EUA. A última guerra nem passou perto deles. Certamente levaria as pessoas que eu amo, mas não seria capaz de enfrentar tudo.

–Mas para fugir também precisa ter coragem. As pessoas consideram que fugir é um ato de covardia, mas abandonar tudo, deixar muitas pessoas e lembranças para trás, recomeçar uma vida nova e tentar se reerguer das cinzas também necessita de coragem.

Suspirei.

–O que você faria se uma guerra acontecesse agora? – perguntei curiosa, olhando para ele pelo canto do olho.

Scorpius riu baixo.

–Tudo, mas não cometeria o erro do meu pai e do meu avô. Se alguém que eu amasse estivesse em perigo, talvez eu fugisse também. Mas se não, eu ficaria e lutaria pelos meus ideais.

–Até se isso lhe custasse a morte? – perguntei parando de patinar e me sentando na beira do lago.

Scorpius fez o mesmo.

–Não tenho medo de morrer. – ele me disse calmo. – Faz parte do ciclo natural... Eu tenho medo de sofrer, ficar velho e perder a memória, pegar alguma doença terminal. Mas antes morrer jovem, mas saudável, que morrer velho sem ter lutado por nada.

–Isso é um pensamento bem Grifinório. – comentei sorridente.

O loiro franziu o cenho.

–Se eu te contar que o chapéu pensou em me colocar na Grifinória, você acreditaria? – me perguntou divertido, olhando para o horizonte.

Arregalei meus olhos surpresa. Um Malfoy na Grifinória? Isso seria bizarro demais.

–E por que você não foi parar na Grifinória? – perguntei.

Ele deu de ombros.

–Eu acho que é porque minha ambição é maior que minha coragem. – respondeu sério. – E você? O chapéu cogitou a possibilidade de você estar em outra casa, ou não?

Neguei com a cabeça.

–O chapéu tocou nos meus fios de cabelo e berrou “Lufa-Lufa”. Não tive chance nem de implorar por uma casa diferente. – disse mais séria, me lembrando do dia em que eu me desesperei por estar em uma casa totalmente diferente do histórico da minha família.

O loiro riu.

–Não consigo te imaginar em uma casa diferente. Você é doce, justa e boazinha demais para estar em outra casa. Os outros iriam te massacrar...

Bufei em descrença. Eu não conseguia ver qualquer vantagem em ser doce, justa e boazinha. Isso mais me parecia uma fraqueza, da qual eu tinha que lutar contra, que uma qualidade.

–Não vejo vantagens em ser doce, justa e boazinha. A vida já me massacra por causa disso, eu deveria ter uma qualidade melhor. – disse de cara fechada.

Scorpius revirou os olhos e se aproximou de mim.

–Para mim você é perfeita. Ruiva, linda, doce, justa e boazinha na medida certa. Se mudar, estraga, se melhorar, fica injusto.

Respirei seu cheiro de menta e senti meu coração acelerar. Devagar, eu aproximei meu rosto dele e deixei meus olhos se fecharem delicadamente. Logo, senti sua mão enlaçar minha cintura e nossos lábios se encostarem delicadamente. Não demorou muito para ele aprofundar o beijo e eu me deixar inebriar pela sensação boa de beijar ele.

Era quase mágico. Nunca na vida eu tinha beijado alguém e sentido aquele frio na barriga inexplicável e a vontade de nunca mais acabar aquilo.

Quando o ar nos faltou, ele se separou delicadamente e me encarou nos olhos, me fazendo perde-me naquele mar prateado.

–Eu não vou fingir que isso não aconteceu, então trate de não namorar mais ninguém. – ele disse sério, segurando meu queixo de leve.

Sorri em resposta e assenti.

–Nem mesmo você? – perguntei marota.

Ele revirou os olhos e se aproximou mais de mim.

–Toda regra tem sua exceção. – sussurrou em meu ouvido, me fazendo derreter-me em seus braços.

*_*

Estávamos voltando de mãos dadas do passeio, quando eu senti uma forte onda de enjoo me atingir.

Segurando o bile que subia pela minha garganta, gemi baixinho.

–Preciso ir ao banheiro, Scorpius, já volto. – avisei rápido, correndo em direção ao banheiro da murta, que era o mais próximo possível de onde estávamos.

Escutei os passos dele logo atrás de mim, mas ignorei eles, acelerando o mais rápido que podia para chegar a tempo no banheiro. Com rapidez, entrei na primeira cabine que vi e tranquei a porta, vomitando a pequena porção de batata que havia ingerido pela manhã. Senti minha garganta arder e vi sangue se misturar com o ácido do meu estomago, fazendo minha visão ficar turva.

Lentamente, sai da cabine e corri para lavar minha boca, enojada de mim mesma. Comecei a sentir a necessidade absurda de tomar um banho e me livrar daquela culpa e daquele nojo, mas algo vermelho escarlate logo na ultima cabine me chamou atenção. Com passos cautelosos, me aproximei do local e empurrei a porta, já detectando o cheiro forte de ferro provindo daquele liquido vermelho.

Meu grito de horror fez eco pelas paredes do banheiro, enquanto eu comtemplava uma cena chocante.

Caída sem vida naquela cabine, se encontrava Rose, banhada de sangue e com uma pele quase translúcida.

Senti que Scorpius havia me alcançado e percebendo o que acontecera, me afastou da cena, pegando Rose no colo e me dizendo algumas palavras que soavam desconexas e sem sentido para mim. Assenti sem saber para que concordava e corri atrás do loiro, sem conseguir filtrar muito o que fazia.

Meu mundo girava e a única coisa que passava concretamente pela minha cabeça era que a minha prima estava morta e provavelmente era a minha culpa, pois eu havia ignorado ela esse tempo todo.

Agora um bilhetinho me dizendo o que fazer cairia muito bem. Eu precisava de uma única dica para cair a ficha e voltar a acordar no mundo real.


No proximo capítulo... (que já está escrito)

No mesmo momento o Sr. Malfoy se levantou e postou-se entre o ruivo e seu filho, erguendo sua varinha ameaçadoramente.

(...)

-O que aconteceu, Dominique? O QUE ACONTECEU COM MINHA FILHA? – ele gritou se aproximando outra vez de mim e por instinto, me encolhi. A diretora não poderia ter chamado o tio Harry, não? Ele sabia se controlar pelo menos.






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Notas finais do capítulo

Sorry pela demora. Eu viajei para a minha formatura do colegial e nao tive tempo de postar antes. Cheguei nesta quinta e tive que fazer alguma correções no capitulo. Ainda mais, tenho deficit de atenção, então me concentrar em algo é quase impossivel durante muito tempo. Me perdoem.
Bem, se quiserem saber rápido o que aconteceu com a Rose, e se ela sobreviveu ou não, recomendem e eu posto no mesmo dia da recomendação. Se não, posto daqui a 20 dias.
RSRS
XOXO