2 anos depois.

Desde daquela conversa com o tio Harry, minha vida havia mudado muito. Eu havia conversado com a minha única amiga na época, dizendo a ela a minha missão para a nossa casa. Dafne achou aquilo maravilhoso e propondo me ajudar, me disse a primeira coisa que eu deveria fazer para cumprir minha missão.

Ser popular!

E não havia outra maneira de influenciar as pessoas, do que sendo bonita, magra, popular, simpática.

Além disso, eu precisava influenciar bem os meus colegas. Fazer a nossa casa ganhar a taça das casas, ser a melhor nos estudos, a melhor no quadribol, massacrar a Grifinória, e bem salvar o mundo.

Então, o resto do meu terceiro ano foi direcionado a minha repaginada para ficar apresentável e aos meus kilos para emagrecer. Já no meu quarto ano, como eu já estava magra e bonita, a única coisa que eu tive que fazer foi me destacar entre as meninas, coisa que pela primeira vez na vida meu sangue veela ajudou a fazer, fazer uma festa na Sala Precisa para chamar a atenção dos garotos e manter a minha popularidade que crescia cada dia mais.

Então, aquele meu quinto ano seria direcionado ao meu plano.

Era por isto que eu estava sorridente, encostada em uma pilastra da estação, batendo meu pé no chão para escutar e apreciar o barulho do meu salto alto novo e esperar o resto da minha família aparecer.

Dafne, que provavelmente me avistou a distancia, se aproximou de mim e me deu um beijo na bochecha.

-Divina, Domique. – disse rindo e olhando para o meu salto alto vermelho, minhas unhas da mesma cor e minha saia de veludo de pregas, curta, mas maravilhosa.

Eu sorri em agradecimento, analisando ela também. Seus cabelos loiros escuros estavam amarrados em um rabo alto e elegante, e seus olhos verdes, estavam contornados com um lápis de olho preto. Ela vestia um vestido florido e seu salto alto caramelo, combinava com a bolsa.

-O mesmo para você, Dafne Medici. – disse rindo.

Minha amiga revirou os olhos e encostou na pilastra comigo, olhando os bruxos passarem por nós.

-Ouvi dizer que o Erik vai te pedir em namoro hoje na hora do jantar. – disse.

Eu ri.

-Todos sabem que eu vou dizer não, Dafne. O garoto é lindo, mas não faz o meu tipo. – respondi analisando minhas unhas.

A loira ao meu lado bufou.

-Dispensando os melhores partidos... – disse incrédula. – Então em quem está de olho, Miss Dominique? – perguntou curiosa.

Dei de ombros.

-Em ninguém. A única coisa que eu quero esse ano é fazer com que a Lufa-Lufa deixe de ser uma perdedora. – disse.

Dafne assentiu.

-Pois então que faça isso logo, Domi. Já cansei de ser chamada de perdedora pelo meus pais e pelo meu irmão. – disse irritada.

Eu assenti.

-Na verdade, Dafne, só não me chamam de perdedora lá N’toca porque eu virei uma popular e se eu quiser, ferro a vida de todos lá.

Dafne riu.

-Ainda assim, quero que essa casa vire alguma coisa. – disse no mesmo momento em que meus pais e o resto da família chegava.

Eu me despedi de todos, e arrastando Dafne junto comigo, entrei no trem lotado. Algumas garotas do meu ano da Corvinal me chamaram para eu me juntar a elas, mas eu neguei com a cabeça e me dirigi ao fundo do vagão, cumprimentando todos que chamavam pelo meu nome.

Abri a última cabine e gemi. Scorpius e sua turma já se encontravam lá, conversando e rindo sobre alguma piada.

No mesmo momento, Scorpius e Fernad Nott viraram as cabeças para nós duas e sorriram.

-Veja se não é a famosa Dominique na área das cobras... – o loiro disse com desdém.

Revirei os olhos.

-Que bom reencontrar você também, Scorpius. – respondi com sarcasmo. – E olá, Fernand. – acrescentei.

O garoto piscou algumas vezes e depois sorriu bobamente.

-Agora, se me dão licença, abri a cabine errada. – expliquei fechando antes que o garoto loiro me tirasse do sério.

Dafne me puxou para a cabine ao lado, e encontrando as pessoas populares da Lufa-Lufa, suspirou aliviada, sentando ao lado de seu namorado.

Eu sorri para o pessoal e me sentiu ao lado de Erik, começando a conversar com ele sobre algo idiota demais.

Já estávamos perto do castelo quando decidi vesti meu uniforme.

Chamando Dafne de seus amassos, a puxei até a cabine das meninas da Corvinal e tirei meu uniforme da bolsa, começando a me trocar junto com ela enquanto discutíamos sobre a moda para aquela estação.

-Minha mãe não sabe que mandei customizar meu uniforme... – ela me disse rindo.

Revirei meus olhos.

-Pois a minha me apoiou a fazer isso. – disse, mostrando minha saia quase dois palmos acima do joelho, meu salto relativamente alto preto e envernizado e um cinto preto também por cima da saia que havia virado de cintura alta.

A loira assobiou.

-Quem diria, Domi. Cada dia mais elegante... Quem me dera se eu tivesse sangue veela. – disse, abrindo a porta da cabine e indo novamente em direção aos meninos.

Eu ri baixinho e lhe acompanhei.

Ao entrar no vagão encontrei James e Fred conversando com meus amigos. Suspirando, sentei no lugar vago.

-Então os populares corajosos decidiram se juntar aos pobres lufanos? – Dafne disse com sarcasmo. Ela sempre deixava claro que odiava James.

Não que comigo fosse muito diferente.

James revirou os olhos.

-Quieta, perd...

-Não ouse terminar a frase, James. – disse séria, colocando meu corpo entre ele e minha amiga, que já preparava a varinha.

Fred segurou o pulso de James.

-Calma, cara. – disse baixo, tentando acamá-lo.

James revirou os olhos e me olhou com raiva.

-Quem diria que a patinho feio veela ia se tornar popular, magra e interessante. – disse em tom provocativo. – Quer me contar o seu segredo para ser tão magra, querida? – perguntou.

Meu coração parou durante alguns segundos. Ele sabia? Não, aquilo era impossível, ele não podia saber. Se ele soubesse...

-Depois são os Sonserinos os que gostam de provocar, Potter. – a voz arrastada e fria de Scorpius soou atrás de mim. – Você já sabe que eu sou monitor?

Os olhos de James faiscaram e irritado, me empurrou para passar, esbarrando propositalmente em Scorpius e no seu amigo, Fernand Nott.

Fernand fez menção de azarar ele, mas o loiro ao seu lado abaixou seu braço e fez um gesto negativo com a cabeça.

-Não queremos perder pontos para a Sonserina, Nott. – disse frio, lançando um olhar divertido em minha direção. – Nem para a Lufa-lufa. Espero que sua casa ganhe alguma coisa esse ano, Weasley, mesmo sabendo que a minha casa não vai facilitar. – disse rindo.

Revirei meus olhos.

-Pode deixar, Malfoy. Nós vamos ganhar... – disse assistindo ele sumir pelo corredor do vagão.

A lufa-lufa iria ganhar tudo, ou eu não me chamava Dominique Weasley.