Throw Away escrita por Amis


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Eu gostaria que alguém me desse mais uma recomendação.
Bem, desculpa a demora. É a vida de vestibulando...
Enjoy it.



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Eu nunca fui de rezar. Eu duvidava da existência de Merlin e do Deus trouxa que diziam existir. Mas como todo bom ateu é, quando a situação aperta você é capaz de rezar até para Voldemort. E era o que eu fazia agora.

O professor de poções estava entregando as provas que havíamos feito no dia anterior e eu estava começando a entrar em pânico. Todos que recebiam os resultados reclamavam ou faziam caretas, então, considerando que eu estava sempre abaixo da média, as chances de eu ter zerado eram altas. 99%.

Isso me repercutia outro problema...

-Dominique Weasley. – o professor disse alto, cortando meus pensamentos suicidas.

Com passos trêmulos eu me aproximei dele e peguei a prova como se ela fosse uma bomba. Lentamente virei o resultado para cima e quase caí.

TRASGO. Um T bem lindo e brilhante dançando na minha frente.

Não era possível. Eu tinha estudado a tarde inteira. Eu decorei todas as poções, eu respondi todas as questões. Céus, isso não era possível.

Sentei meio atônita na minha cadeira e tentei me acalmar. Se desesperar não era a melhor saída, eu só precisava esfriar um pouco a cabeça para poder encontrar uma solução.

-Srta. Weasley, preciso que seus pais assinem esse documento declarando que estão cientes de seu regresso as aulas do segundo ano de poções. – Slughorn disse alto, fazendo todos da sala me olharem com desprezo ou surpresa.

Peguei o papel que ele me estendia sentindo meus olhos queimarem por causa da humilhação e rapidamente sai da sala, dando a desculpa de que precisava ir no banheiro.

Corri o mais rápido que pude para o salão comunal vazio da minha casa e me joguei em um dos sofás confortáveis de lá. Afundei meu rosto na almofada e deixei que as lágrimas caíssem dolorosamente.

Não sei quanto tempo eu passei daquele jeito, mas em algum momento do meu desespero senti os passos ritmados e inconfundíveis de Dafne se aproximarem de onde eu estava e pararem ao meu lado.

-Eu juro que eu vou matar aquele professor gordo! – ela disse irritada, dando um beijo no topo da minha cabeça. – Quem ele pensa que é? E a palavra descrição? Ele não conhece o significado não? Eu juro que eu vou meter um processo nele que ele vai passar a temer todos os lufanos que já existiram!

-Dafne, acalme-se. – Nate disse baixo. – E fale baixo que eu acho que ela dormiu... – acrescentou sussurrando.

Não fiz questão de demonstrar que estava acordada. Eu queria ficar sozinha, se eu fingisse estar dormindo eles iriam me deixar em paz.

Dafne passou a mão pelos meus fios ruivos e suspirou.

-Vamos leva-la para o quarto. Consegue carrega-la, Nate? – ela perguntou baixinho também.

Nate riu.

-A menina é um palito, é claro que eu consigo... – disse e segundos depois eu senti suas mãos passarem pela minha cintura e por trás dos meus joelhos.

Fechei os olhos mais delicadamente possível e deixei que ele me levasse para o quarto.

Escutei Dafne arrumar os lençóis da minha cama e o travesseiro e logo depois eu estava debaixo das cobertas, confortável e segura.

-Depois eu volto para ver se ela está bem. – disse para Nate, saindo do quarto logo depois.

Eu permiti que meu corpo aceitasse o conforto e cedi ao sono, perdendo a consciência minutos depois.

*_*

Acordei com o rangido da porta sendo fechada e sobressaltada, procurei pelo meu relógio de cabeceira.

Eram quase meio dia.

Suspirando, me levantei e vi um papelzinho caindo do meio das cobertas. Era mais um maldito bilhete.

Raivosa peguei o papel e li o que estava escrito:

A rainha da Lufa-Lufa não deveria trair o seu rei. E muito menos deixar que alguém a abale desta forma...”

Rasguei o papel totalmente irritada e decidi que aquele seria o último papel que eu leria. O Erik estava brincando com fogo e ele não tinha noção de como meus cabelos podiam queimá-lo!

Vesti minhas botas pretas e alisei meus cabelos com uma mão, enquanto a outra procurava minha garrafinha de álcool. Tomei um gole para esquentar mais ainda meus nervos e sai pisando forte pelos corredores do colégio, procurando ele como se ele fosse minha presa.

Ele estava tão ferrado...

Sai no jardim e percorri com meus olhos o local. Não demorou muito para avistá-lo embaixo de uma arvore, conversando com Rose.

Marchei até os dois e fiquei de frente ao dito cujo. De repente eu senti minha consciência implorar para eu fazer ele pagar por tudo que ele tinha feito eu sofrer na última semana e por algum motivo, eu gostei da ideia.

-Você acha que eu sou idiota, Erik? – berrei e no mesmo momento, ele se levantou em um salto.

-Dominique? – disse surpreso, com os olhos arregalados e assustados.

Olhei de esguela para Rose e ela parecia ter sido pega em flagrante. Fiz uma nota mental de que cuidaria dela mais tarde. Depois de mais um gole da minha melhor amiga.

-Sim, a mesma em pessoa! – disse e eu tinha certeza de que meus olhos azuis pegavam fogo. Eu me sentia poderosa.

-O que aconteceu? – perguntou com o olhar um pouco estranho. Ele parecia demonstrar... Culpa?

Mesmo assim não amoleci meu coração.

-O que aconteceu? – repeti com um sarcasmo que eu nem sabia ter. Eu cuspia veneno até pelos meus poros. – Você acha que eu não sei o que você fez? Você acha que eu sou burra e que não ligo os fatos?

Rose se engasgou com a própria saliva e enquanto tossia, se levantou.

-Dominique...

-Fica quieta que o assunto é com o Erik! – disse com raiva.

-Calma, Domi, eu posso explicar...

-Calma? – disse e logo depois ri sombriamente. – Como você espera que eu fique calma depois disso? Você deveria confiar em mim em vez de...

-Eu estava bêbado! – ele disse me interrompendo.

Por algum motivo eu não absorvi o que ele disse e continuei:

-Você deveria me apoiar! E cada dia mais eu me afundava e você assistia de camarote. Mentia para mim... Custava dizer a verdade?

Rose se aproximou de mim e com os olhos marejados pegou na minha mão. Ela também estava envolvida naquela palhaçada toda?

-Eu vou dar um jeito nisso. Eu já li sobre algumas poções e eu acho que posso fazer uma que...

Eu me afastei dela.

-Eu não preciso de ajuda! Eu pensei que...

-Eu vou abortar, eu juro! – Rose disse me cortando.

Recebi aquela frase como um soco no meu estomago.

-O que? – perguntei confusa. Que diabos  tinha a ver meus bilhetinhos com aborto? Ela queria fazer alguma poção para abortar minha doença? Isso não fazia sentido.

-Eu e o Erik estávamos bêbados. Quando eu percebi já tinha acontecido e eu pensei que se eu não contasse nada aconteceria. Mas me perdoe, Domi... Eu engravidei, mas eu vou abortar e...

Olhei para os dois tentando entender o que estava acontecendo. Estávamos falando de coisas diferentes. Mas aparentemente eles falavam de uma coisa muito pior...

-Você me traiu! – berrei entendendo tudo. No dia da festa de Halloween, Erik dormiu com Rose e ela engravidou. Os dois se sentiram culpados e começaram a se afastar de mim até o problema se resolver.

Isso explica a camisa amarrotada e suada de Erik depois da festa.

Isso explica o afastamento.

Mas esse não foi o Erik que eu conheci.

-Eu não acredito que você fez isso. – disse com os olhos marejados. – Eu confiava em você, você estava namorando comigo... – balbuciei e depois olhei para Rose. – E você é minha prima, você não podia fazer isso, Rose. Você sempre teve tudo, foi a menininha da família. Você não tinha o direito de tirar o pouco que eu consegui ter...

-Dominique, eu estava bêbada... – ela disse tentando se aproximar.

Eu seguei as lágrimas teimosas com as costas da mão.

-Eu odeio vocês dois. – disse reunindo o máximo de raiva que consegui reunir.

-Domi... – Erik disse com os olhos marejados também. – Eu sinto muito muito, me perdoe...

Eu ri entre as lágrimas.

-Perdoar? Me poupe desse seu show, Erik.

Rose sentou no chão e começou a soluçar.

-Minha mãe não pode saber disso, Domi. Você não pode contar para ela...

Olhei com repugnância para aquela garota.

-Sua barriga vai falar por si só. – disse fria, correndo para dentro do castelo.

Senti Alvo tentar me alcançar para ver se eu estava bem, mas não deixei que ele tocasse em mim. Eu queria distancia do mundo, distancia de todos.

Entrei no banheiro da Murta a tempo para alcançar a privada e me ajoelhar ao lado dela. Meu bile rodopiava dentro de mim querendo sair, da mesma forma que ele andava fazendo quando eu comia ou ficava nervosa. Eu não precisava mais forçar.

Vomitei, junto com sangue, todas as minhas magoas e frustações do dia. Eu já não tinha mais estomago, quando engatinhei até a pia e me enrosquei ao lado dela, soluçando de raiva e de fraqueza.

Escutei passos ecoarem pelo local e me encolhi mais ainda. Se fosse o Erik eu não teria forças para discutir.

-Prima? – a voz de James me atingiu em cheio e eu gemi. Eu preferiria o Voldemort á ele.

-Sai daqui, James. – sussurrei.

Ele se ajoelhou ao meu lado e me abraçou forte.

-Ei, eu vim em paz... Erik, Rose e Alvo estão te procurando pela escola inteira, ruiva. O que aconteceu?

Deixei que ele me transmitisse um pouco de calor, estava congelando naquele chão frio e minha bebida tinha acabado.

-Tudo aconteceu, James. Tudo de ruim. – disse baixinho, tentando achar conforto nos braços dele. Eu não estava em condições de escolher quem iria me ajudar ou não.

Ele me apertou um pouco mais e suspirou.

-Eu vou ficar aqui com você até que isso “tudo” passe. – afirmou gentilmente e eu assenti.

Eu queria que fosse o Scorpius. Ele geralmente saberia o que fazer ou me dar para melhorar. Mas heróis estão em falta e a menor ajuda deles é bem vinda.

-Obrigada, James. – sussurrei.


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Notas finais do capítulo

Reviravoltas na historia. Quem imaginaria hein? Erik lindo e fofo traindo a Dominique. Rose sendo uma péssima prima. James ajudando ela? Quem está mandando os bilhetinhos?
AIAI A historia está esquentando.
QUERO REVIEWS!!!
XOXO