Hunters escrita por lissaff


Capítulo 7
Capítulo 7




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Tive uma noite bem agitada, os pontos incomodavam e minha perna sentia falta de alguma coisa. Não tive sonhos, o que era estranho – acordei no meio da noite tonta e cansada, parecia que eu corri uma maratona.
Levantei-me colocando o casaco de meu moletom a procura de explicações, a perna não deu trabalho para andar, parecia normal, aquilo ainda me deixava confusa. Sai do quarto e percebi que o carro de Dean não estava no estacionamento, dei de ombros e procurei um lugar reservado – acabei achando um beco que ninguém ousava a passar ali, fui com determinação. Estava sozinha, então comecei.
- Castiel! – Gritei o mais alto que podia olhando pro céu.
- Apareça por favor ! Eu preciso de explicações, você disse que ia me dizer tudo. Apareça! – Supliquei gritando, a minha sorte era que como era de madrugada. Ninguém estava na rua.
- Castiel, vamos! – Gritei mais uma vez.
- Eu te disse que ia explicar tudo, mas tem que ser agora? – O homem apareceu atrás de mim com as mesmas roupas e o mesmo jeito.
- O que foi aquilo? – Perguntei indignada.
- Um demônio querendo o seu prêmio disputado no inferno. – A confusão só me deixava mais tonta.
- Como assim? Eu sou um prêmio?
- Bom, como eu disse antes você é única. Então todos estão disputando pela saída no inferno para vim pegar você. – Eu tremi, imaginando demônios atrás de mim.
- O que devo fazer? – Perguntei tentando reagir.
- Já falei com Dean, ele está procurando o demônio que te fez isso. – Me virei para o estacionamento confirmando que o carro de Dean não estava lá.
- E se eles se machucarem? – Perguntei imaginando o pior.
- Nada vai acontecer. – Ele disse com seu mesmo sorriso escondido.
- Agora, eu quero que você volte para o hotel e durma para descansar. O se braço está congelando nesse frio. – Foi ai que eu me deixei perceber o quão estava frio, olhei para o meu casaquinho que não valia nada ali.
- Tome, depois eu pego de volta. – Castiel já estava a poucos centímetros de mim, ele tirou seu sobretudo e colocou por cima de mim.
- Obrigada. – Sorri meiga.
- Por nada, agora é serio. Volte para hotel e tente dormi, os meninos estão bem. – Ele deu um passo para trás, um carro freio forte na rua e por reação humana acabei olhando, voltei meus olhos para aonde Castiel estava, estava mesmo. Porque não esta mais.
Obedeci Castiel e voltei para o hotel, entrei em meu quarto indecisa. Os meninos estavam correndo perigo por minha causa é eu não podia deixar aquilo acontecer, dormir eu não ia conseguir – fiquei andando para um lado e para o outro até escutar algum sinal de carro.
Não demorou muito para eles chegarem, chegaram rindo e dando tapas um no outro. Eu saí do quarto nervosa.
- Onde estavam? – Estava ofegante, o frio me pegou de novo.
- Andando, não podemos mais. Olha não e... – Eu o interrompi
- Não vou me intrometer, lembra? É uma regra. – Dean me olhou assustado de primeira e depois começou a rir.
- Falei para parar com as regras. Foi pesado. – Ele disse rindo.
- Tudo bem então, sei que estavam atrás de um demônio. Só quero saber se pegaram ou não. – Disse murmurando derrotada.
- Quem? Aquele demoniozinho de nada? Acho que esta queimando no inferno agora. – Dean disse rindo e cutucando em Sam que também ria.
- Eu não vou conseguir dormi mais, alguém quer um café? – Disse com um sorriso generoso, estava mais tranqüila por  pelo menos uma caçada eles se safarem.
Eles entraram no quarto deles e deixaram suas armas e me acompanharam para a lanchonete perto dali, aproveitei para pegar um casaco descente. De primeira tentei o sobretudo de Castiel, sem sucesso. Ele já tinha pegado, peguei meu casaco verde militar , desci para a lanchonete perto dali. Entramos na lanchonete que ainda tinha pouca gente, era mais ou menos 5 da manhã, o que tinha era pessoas que tinham que trabalhar cedo ou parando na cidade – sentamos em uma mesa perto da janela, todos os três com cara de mortos-vivos por não ter dormido de noite.
- O que vão querer? – A garçonete não parecia feliz.
- Três cafés puros. – Sam falou olhando pra nós dois que concordamos sem dizer nada.
- Tudo bem. – Ela tentou sorri, mas não deu muito certo.
Ficamos em silêncio por um momento, tentei puxar assunto.
- Vai ser assim toda vez? Vocês saem sem avisar e eu fico doida até chegarem? – Disse rindo nervosa, a moça da mesa do lado ficou assustada.
- Era o planejado, mas como você acordou. Vamos ter que mudar o plano. – Sam olhou para Dean que olhou indeciso.
- Me deixar participar, sei que eles querem. Vão pegar demônios muito mais rápido do que antes. – Os dois se olharam por um momento.
- Não. – Disseram ao mesmo tempo.
- Por favor. – Tentei insistir.
- Não tente insistir, você tem que saber lutar atirar e detectar um demônio ou espírito. – Dean falou com cara de raiva.
- Ta bom, mas vão me avisar toda vez que vão caçar. – Olhei para os dois esperando a reação.
- Que seja. – Dean olhou para Sam, que ficou calado. Os cafés chegaram e cada um deu um grande gole, eu estava mais aliviada em saber que saberia toda vez que eles iam para o perigo por minha causa, não era fácil agüentar aquilo, mas fazer o que?
 - Vou precisa pesquisar algumas coisas na biblioteca, Ana, quer vim comigo? – Sam falou depois de muito tempo de silêncio.
- Claro, adoro ler e pesquisar coisas. – Disse sorrindo, uma empolgação surpresa subiu a minha espinha e eu pude sentir que aquela seria a minha chance. Continuamos tomando o café calados, até que acabou e eu , Dean e Sam tiramos dinheiro do bolso para pagar o café dos outros dois que restavam.
Nos olhamos por um momento e depois rimos de nós mesmos.
- Pedra, papel e tesoura. – Entendi de primeirao que Sam falou ainda rindo, os três soltaram os dinheiros e colocaram uma mão encima da outra.
- Um, dois, três. – Batemos as nossas mãos na mesma hora, eu fiquei com a pedra, Sam com o papel e Dean com a tesoura.
- Outra. – Dean disse rápido e batemos nossas mãos mais uma vez até três, só que dessa vez eu acabei com a pedra igual a Dean e Sam com o papel.
- Nossa agora eu tenho dois que fica só com a pedra. – Nós três rimos, não entendi muito bem porque, mas Dean piscou para mim de brincadeira, e cabei rindo disso, eu e Dean pegamos nossos dinheiros pagando a metade cada um.
Pagamos a conta e voltamos para o hotel fazendo brincadeiras e dando gargalhadas, nem parecia que nos conhecemos ontem, percebi que meu coração voltou a bater como antes. Claro que ele batia normalmente, mas agora era uma batida feliz – uma batida que você percebe que está vivo. Não uma batida de zumbi, que somente está batendo porque é uma necessidade. Cada um foi para seu quarto quando chegou ao hotel, dando boa noite para o outro.
- Sam, vai pesquisar agora? – Perguntei antes que ele entrasse totalmente no quarto, ansiosa, minha voz parecia empolgada. Fazer uma coisa diferente era sempre empolgante, mesmo com sono.
- Vou tentar descansar um pouco, quando for eu te chamo. – Ele sorriu gentil, assenti com a cabeça decepcionada, eu queria pesquisar agora. Entrei em meu quarto e me joguei na cama, meus olhos pesaram em uma piscada, tentei piscar de novo para me manter acordada. Levei minhas mãos para meus olhos esfregando eles bruscamente para ficarem acordados de vez e me levantei da cama, ficar deitada não iria me ajudar.
Andei lentamente até o banheiro, liguei a torneira colocando para sair água fria e enchi minhas mãos e joguei em meu rosto umas três vezes – acordei completamente morrendo de frio, sequei meu rosto rapidamente e voltei para o quarto me sentando em uma cadeira, procurando o que fazer.
Acabei desistindo e ligando a TV, não tinha a mínima paciência com televisão. Passei rapidamente por todos os canais, dei uma olhada para a cama e percebi que meu celular estava vibrando, corri e pulei na cama como uma típica adolescente que adorava ficar no telefone. Mas era uma mensagem.


Amigaaaaaa, como você tá?
Me liga, tenho que te contar um bafão  muito grande , mas é grande mesmo. Grande não ENORME,  estou com saudades.
Beijos,
Te amo.

Empolguei-me com a mensagem e disquei seu numero logo em seguida, tocou só uma vez, eu ainda não estava pronta para dizer adeus a minha melhor amiga.
- Ahhhhhhhhhhh. – Afastei meu telefone automaticamente no momento em que ela atendeu.
- Você ligou, você ligou... – Ela repetia com a voz empolgada, eu dava minha vida se ela não estava dando pulinhos.
- Quando você parar eu falo, ok?- Disse em um tom grosseiro.
- Ok, me desculpe. – Ela logo se calou, respirei fundo procurando parecer feliz.
- Ta, me conta logo essa novidade. – Disse um pouco empolgada.
- Nossa que animação amiga. – Júlia sempre percebe minhas reações, seja por telefone, seja rosto á rosto. Entortei meus lábios fazendo uma careta pelo meu erro, gritei mentalmente comigo mesma por ter agido daquela maneira, passei a mão nos olhos para deixa eles abertos por mais tempo e bufei.
- Desculpa, não dormi essa noite. – Disse baixo.
- Nada?
- Nada.
- Nada tipo, zero horas?
- Nada é nada Júlia. Meu Deus sabe como fico quando não durmo. – Ela tossiu algumas vezes no outro lado da linha e outro grito mental por tratá-la daquela maneira.
- Tudo bem, deixa eu te contar. Depois que você foi embora, eu sai com o Luciano, mas umas três vezes e sabe o que ele me perguntou hoje aqui no colégio? – Senti uma grande facada em meu peito ao escutar tudo que eu fazia parte e tive que abandonar.
- O que amiga? – Tentei me animar.
- Ele me pediu em namoro, óó animação. – Ela parecia brigar comigo, a excitação subiu a minha espinha.
- AMIGAA, que lindo! Você está bem feliz né? – Disse mais empolgada.
- Até que fim! Claro que estou, eu to tão feliz. Minha resposta foi um beijão no meio do corredor. – Eu ri alto, ela amava fazer coisas inusitadas.
- Que sexy Júlia. – Disse rindo, a porta bateu.
- Eu sei né, eu sou sexy. – Eu ri mais, me levantei devagar até a porta e abri com um sorriso grande no rosto. Júlia sempre me deixou feliz.
- Oi Sam. – sussurrei afastando o telefone.
- Vamos? – Ele me olhou com um sorriso torto, parecia constrangido por me atrapalhar.
- Só um minuto. – Disse voltando a mesa onde estava a chave do quarto.
- Com quem a senhorita está falando? – Júlia disse quase brigando.
- Amiga eu preciso ir, depois te ligo para conversamos melhor. – Disse ignorando sua pergunta totalmente.
- Você vai responder na próxima dona Ana. – Ela ainda estava com o tom de voz briguento comigo.
- Tchau Júlia. – Disse rindo e desliguei a ligação trancando a porta do quarto, coloquei o celular no bolso e sorri para Sam.
- Agora vamos. – Disse sorrindo, Sam assentiu com a cabeça e fomos para o carro. No caminho foi silêncio como quase sempre, eu estava concentrada para o que passava na rua.
- Já pesquisou esse tipo de coisa antes? – Sam tentou puxar assunto com a voz vacilante.
- Sim. – Disse também vacilante.
- Quando? – Sua voz ficou um pouco assustada.
- Quando descobri que... meu pai era um demônio. – Tive que pigarrear a garganta para conseguir terminar a frase.
Era estranho, mas toda vez que eu estava com Sam eu me sentia melhor. De uma maneira maluca eu liberava todos os meus segredos, nós iríamos ser grandes amigos daqui um tempo – ele ainda olhava um pouco assustado para a estrada e eu sorri constrangida. Chegamos à biblioteca, tinha praticamente ninguém, chegamos e ambos foram para os livros de coisas sobrenaturais que ficava em uma prateleira velha, nós sentamos um do lado do outro e começamos a ler os livros atentamente.
- Não sei o porquê disso. – Falei comigo mesma pensado nas caçadas.
- O quê? – Sam me olhou confuso procurando alguma coisa confusa no livro em minha mão.
- Não é no livro. – Disse suspirando.
- Então o que é? – Ele olhou pra mim mais aliviado, parecia não querer explicar coisas.
- Vocês caçarem sozinhos, sei que comigo vão conseguir pegar muito mais...- Apontei para o livro exatamente aonde dizia “demônio” e continuei.
 – Só não sei pra que essa proteção toda. – Ele respirou fundo e fechou o livro.
- Ana, isso tudo e pra que você continue viva. Se for com a gente, os demônios vão dar um jeito de te pegar e de te mandar pro inferno. Não quer isso né? – Fiz “não” com a cabeça e ele continuou.
- Alías, você não sabe atirar pra acertar e nem lutar pra se defender. Eu ensinaria com muito prazer, mas o Dean não deixa. – Eu fiz careta.
- Dean precisa autorizar tudo que você faz? – Disse firme, ele revirou os olhos arrependido de falar aquilo.
- Não, mas ele precisa ficar sabendo. Porque depois da muita briga, irmãos sabe? – Ele deu uma risada olhando pra mim, quando percebi estávamos pertinho um do outro para sussurrar, pra ninguém ouvir nossas coisas sobrenaturais. Acabei rindo também.
- Gostaria de ter um irmão. – Disse sorrindo.
- Você vai ter. – Disse ele rindo, virei meus olhos confusa do que tinha falado e ele me olhava malicioso.
- Vai ressuscitar minha mãe? – Disse dando pequenas gargalhadas, ele deu gargalhadas.
- Não, vou virar seu irmão mais velho. – Ele sorriu ainda malicioso, eu me empolguei.
- Ai que lindo. – Cheguei mais perto dele e o abracei forte, no começo ele ficou assustado por minha reação, mas depois me abraçou fortemente como um irmão mais velho.
Eu gostava mesmo do jeito de Sam, eu me sentia a vontade com ele – sorrimos um ao outro e voltamos para as pesquisa, mas não durou muito. Tudo que achava nos livros Sam dizia que era mito, a pesquisa não durou uma hora.
Voltamos para o hotel com hamburguês e tortas de maçãs em meu colo, Sam disse que Dean poderia estar com fome e é tudo que ele faz direito e comer. Eu ri demais com suas piadas sobre Dean e ele, acabamos estacionando longe demais dos quartos Sam e eu pegamos a comida e andamos até eles.
- Agora que eu sou seu irmão mais velho, nada de namorar viu mocinha. – Sam me olhou com os olhos mandou e seu tom de voz do mesmo jeito.
- Por quê? Se eu gostar de alguém? – Disse rindo, não estava acontecendo. Mas era engraçado ser super protegida de novo.
- Eu tenho que aprovar, se não ele morre. – Ele riu e me pegou pela cintura, as sacolas voavam em minha mão. Nós estávamos rodando, dei uma olhada para a janela do quarto e vi Dean olhando pra gente de cara feia – ignorei – continuei rodando e brincando com o meu “irmão” mais velho.
Entramos no quarto tempos depois, eu estava tonta e meus braços doíam. Sam teve que me guiar até o quarto e rio muito da minha cara, sentamos todos na mesa para comer o café da manhã/almoço.
- Se divertiram? – Dean perguntou zangado entre as mastigadas.
- Não tinha nenhum livro que falava coisas com sentido, então viemos pra cá logo. – Sam disse engolindo um pedaço do hambúrguer.
- Hum. – Tudo que ele disse arrancando outro pedaço de seu hambúrguer, eu fiquei olhando nos primeiros instantes, mas depois voltei para o meu hambúrguer como os outros. Dean ficou me olhando estranho, como se o meu modo de agir fosse errado e ele estava me punindo com aquele olhar, eu fingi não perceber, senti arrepios com o olhar dele.
- Vamos caçar hoje. Tem um demônio rondando pela cidade, parece ser companheiro daquela louca que te atacou. – Enfim ele falou como nada tivesse acontecendo.
- Tomem cuidado. – Disse como uma mãe.
- Sim mamãe. – Sam disse rindo, eu virei meus olhos para ele e comecei a rir baixo.
- Tudo bem. – Dean disse confuso com o olhar focado em Sam, aquilo me deixou um pouco frustrada, queria ter conquistado Dean da mesma maneira rápida como foi com Sam, mas descobri que ele tem uma grande parede e eu tenho que furá-la de alguma maneira para que eu possa passar. Ficamos calados pelo resto da refeição, acabei o meu e disse que ficaria em meu quarto até quando voltarem, Dean disse que qualquer coisa eu ligasse pra eles. Assenti com a cabeça e fui.


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Notas finais do capítulo

Mesma coisa dos 5 review, espero que gostem!



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