Hunters escrita por lissaff


Capítulo 6
Capítulo 6




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De minha rua até o final da viagem foi puro silêncio, eu bateia em meus joelhos curtindo a música que passava no rádio.
- Sabe que música é essa? – Dean olhou pra mim com um tom desafiador.
- Claro que sim. – Disse retribuindo.
- Fala. – Ele quase cuspiu.
- AC/DC – Back in Black. – Ele olhou para Sam derrotado, eu dei pequenas risadas zombando de sua cara.
- Curti rock? – Outra pergunta com o tom desafiador.
- Só o de antigamente e poucos de hoje, o rock anos 70/80 era e é o melhor. – Comentei inocente.
- Legal. – Ele disse parecendo confuso.
- To com fome. – Falei procurando por alguma coisa na estrada.
- Já vamos parar. – Ele falou em um tom gentil.
- Nossa. – Comentei procurando lanchonetes, eu estava louca por um hambúrguer com bacon.
- Que foi? – Ele olho confuso.
- Você está sendo legal comigo, um grande avanço Dean. -  Escutei Sam prendendo sua risada, eu sorri sarcástica.
- De nada. – Ele disse com raiva.
Uma lanchonete foi encontrada, era aquelas típicas de beira de estrada. Dean estacionou e eu procurei por dinheiro em meus bolsos – tinha 50 pratas – o resto estava na mochila. Sai do carro e fiquei do lado de Sam, que me confortou com um abraço de lado me ajudando a andar mais rápido, eu sorri agradecendo e entrei ao seu lado. Sentamos em uma mesa em que o banco era por volta da mesa, eu fiquei no meio, a garçonete logo chegou.
- O que vão querer? – Ela perguntou e olhou primeiro para Dean.
- Um hambúrguer com bacon e cerveja. – Ela anotou rápido e olhou para Sam.
- Um café puro, por favor. – Ele sorriu torto gentil.
- Um hambúrguer caprichado com tudo que tem direito e um refri. – Olhei para Dean para ver sua reação só para zuar, ele abaixou os olhos parecendo se culpar de alguma coisa, mas continuou.
- Ok, logo estará pronto. – Ela saiu e Dean começou a rir.
- Qual é a graça? – Perguntei grossa.
- Pensei que você era daquelas que só comia salada. – Eu ri alto, ele tinha que me conhecer e muito.
- Sou diferente das outras. – Sorri maliciosa de brincadeira e ele ficou calado. O silêncio nos pegou de novo.
- Por que acha que é um espírito vingador Ana? – Sam me olhou parecendo querer saber sobre o que eu tinha para falar, eu suspirei procurando em minha mente o que ele queria que eu falasse porque já tinha esquecido tudo e depois de encontrado o porque, procurava  por coisas lógicas.
- Porque os fatos ajudam. Olha, eles morreram quando fizeram dois meses de namoro ou casamento. Acho que é um espírito vingador por isso, deve ser alguma mulher que foi traída ou assassinada por seu companheiro em dois meses juntos. – Sam ficou pensativo e assentiu parecendo entender.
- Mas as regras continuam. – Ele falou em um tom grosseiro, eu fiquei confusa. Mas depois dei um sorriso torto por sua piscada. A comida chegou, eu cai de cara – não literalmente - de tanto que eu estava com fome, os meninos ficaram me olhando estranho.
- O que foi? – Perguntei entre mastigadas.
- Nada, nada. – Os dois falaram juntos.
Comemos em silêncio, ninguém falou e eu também não queria falar para saborear minha comida. Acabamos em silêncio e Dean ia pegando o dinheiro em seu bolso. Peguei o meu.
- A minha parte. – Sorri gentil.
- Não precisa pagar. – Ele afastou meu dinheiro de volta para mim, eu afastei de volta ele persistente, pegou bufando.
- Só aceito dessa vez, na próxima nos combinamos quem vai pagar dos três. – Ele colocou o dinheiro na mesa se levantando, eu me levantei depois de Sam e fomos para o carro. Silêncio, de novo, me deitei no banco com o sono tedioso chegando. Tirei meu casaco e coloquei como travesseiro, não dormi profundo como antes em minha cama. Podia ouvir tudo dormindo.
- Ela dormiu? – Alguém perguntou.
- Sim, ta dormindo. – O outro respondeu.
- Agora eu falo, Dean que coisa e essa das regras? Nunca teve isso, claro algumas bestas que vem na hora e passa na hora. Mas essas? – Sam falou sussurrando.
- Sam não começa. – Dean falou como quem queria ficar calado.
- Sim, eu começo. Olha ela é uma mulher normal, por que das regras? Porque o garanhão não pode viver com uma mulher nas caçadas. – Ele falava sem parar.
- Eu só quero o bem dela. – Dean falou com raiva.
- Falando regras bobas? Bom, eu acho uma boa das caçadas que pelo menos alguém fica vivo. Mas a outra parte de mim não acha justo, ela tem que saber um dia.
- Por que? – Dean sussurrou com raiva.
- Porque sabe o que ela é? Ela e filha de um demônio, sabe quantos demônios vamos enfrentar pela frente? Sabe quantos demônios e anjos vão querer ela? Cas a acompanhado até a tal vizinha. Dean Acorda! – O tom de voz dele aumentou, e por estar dormindo eu acabei me assustando,  mas não acordei.
- Não acorda ela idiota. – Dean falou no tom normal.
- Desculpa. – Ele sussurrava de novo, alguém bufou forte. Imaginei que fosse Dean.
- Olha, amanhã eu vou falar com ela sobre as regras. Vou suavizar as coisas pro lado dela. – Dean falou bufando.
- Ta bom, obrigado. – Sam disse.
Depois disso eu não escutei nada, acabei dormindo plenamente – estava esperando por sonhos, e ele veio estranho dessa vez, era tão real.
 O carro estava parado, Sam e Dean estavam dormindo de mau jeito no banco da frente. Estávamos em alguma floresta na beira da estrada, me levantei e sai do carro lentamente, Castiel estava do outro lado.
- Você sabe o que ouviu? – Ele perguntou em seu tom educado e firme.
- Uma briga de irmãos, sim. – Disse a pequenas risadas, ele me olhou firme, não riu dessa vez.
- Não é isso. Sobre o que você é. – Ele falou ainda firme.
- Sei o que eu sou, só não sei o porquê dessa importância. – Falei confusa, ele bufou procurando palavras.
- Porque você é a única nisso, nenhum demônio tem coragem de se interagir dessa forma com um humano. Como é única, você é valiosa, então nós e eles estamos lutando por você. Eles querem você no inferno e Deus quer você no céu. – Balancei a cabeça um pouco confusa e paralisada.
- Mas eu não devia ser um demônio? – Quase engasguei para terminar a pergunta, tive que pigarrear minha garganta algumas vezes.
- Não, porque o demônio possuiu um corpo. E quando eles te fizeram, só o humanos estava agindo. O demônio não. – Castiel estava disposto a responder todas as minhas milhões de perguntas.
- Outra pergunta, ele que matou minha mãe? – As lágrimas encheram meus olhos quando citei “mãe”.
- Sei como isso te afeta, mas tenho que responder. Sim, ele ajudou. – Engoli aquela com força, era bem possível daquilo ter acontecido. As lágrimas desceram.
- Desgraçado. – Sussurrei pra mim mesma segurando as lágrimas.
- Bom, acabou as perguntas? Tenho que falar uma coisa pra você. – Assenti com a cabeça que já acabou e o olhei com atenção.
- Eu vim falar sobre eles dois. – Castiel apontou para os dois que dormiam no carro.
- Dean e Sam? – Falei confusa e ele assentiu que sim.
- Ok, então fale. – Eu sorri torto me virando para ele, que respirou fundo e me olhou.
- Pega leve, os dois nunca ficaram com uma mulher assim para “cuidar”. Agüente tudo se for preciso, darei uma palavrinha com Dean sobre as caçadas. Você precisa estar nelas. – Escutei com atenção cada palavra.
- O quê? Por quê? – Quase gritei.
- Porque você precisa aprender sobre os demônios e matar eles Ana, perguntas para depois, me deixe terminar de falar. – Seu tom de voz nunca muda, mas dava saber o que era sobre suas poucas expressões.
- Desculpe. – Falei derrotada e de cabeça baixa.
- Tudo bem. Bom, continuando, você precisa ficar perto deles também. Porque os demônios querem matar eles pelo simples fato de estar com você. Então sempre fique calma e seja você mesma, tenho certeza que você vai conquistar eles de uma maneira ou de outra. – Ele sorriu torto no fim, acabei corando e sorri tímida.
- Sei disso porque te acompanho desde pequena Ana, sei de coisas que ninguém sabe. – Ele sorriu e eu corei mais.
- Perguntas para amanhã. – Ele acabou rindo de mim por estar corando, sua pequena risada soava como sinos de uma igreja, olhei para onde ele estava e não tinha mas ninguém. Eu acordei assustada no carro.
- Eita, tudo bem? – Sam perguntou me olhando.
- Sim, to bem. – Falei passando a mão no meu cabelo, respirei fundo e pensei em uma maneira de conquistar eles de primeira.
- Hey Dean. – Falei chegando mais perto.
- Oi. – Ele respondeu olhando os jornais, Sam estava dirigindo.
- Sei que eu não liguei de primeira para as suas regras, mas agora eu percebi que e pra ficar do seu jeito de antes. Eu que me meti na vida de vocês, então eu seguirei tudo direitinho, ok? – Dean olhou para Sam confuso, Sam o fuzilou com os olhos.
- Ana, me desculpa, aquelas regras foram bobas. Eu nunca fiz isso, e acho que fiz porque era a primeira vez que alguém novo entra na família. – Ele sorriu torto e eu também.
- Ok, obrigada. – Sorri meiga e ele retribuiu, fiquei pensativa por um momento.
- Perâe, eu sou da família? – Falei sem graça, os dois riram.
- Seja bem-vinda a família Winchester. – Ele disse rindo.
- Obrigada...eu acho. – Falei paralisada
- De nada. – Ele ria da minha cara.
Estávamos quase chegando na cidade, já dava para ver as casas e algumas coisas normal de cidade, eu sorri. Ficar em carro por muito tempo já estava sendo cansativo, paramos no hotel mais perto da cidade. Eu tive que pegar as coisas para guardar enquanto eles arrumavam dois quartos para gente.
- Toma, nosso quarto e o do lado. Qualquer coisa e só chamar. – Sam disse balançado a chave. Sorri pegando a chave, entrei em meu quarto com a mochila nas costas, eles pegaram as coisas deles e entraram no quarto deles.
Entrei no quarto lentamente, tinha que fazer algumas coisas. A primeira coisa que fiz foi pegar o celular e discar o número da Júlia.
- Alô? – Ela atendeu primeiro.
- Oi amiga. – Disse tímida.
- Aaaaahhhhhh, pensei que não ia me ligar. – Ela gritou empolgada.
- Me desculpa, só parei agora. – Disse rindo.
- Tudo bem, como você tá? – Ela estava feliz com a minha ligação.
- Eu to bem, com muitas saudades, mas bem. É você? – Perguntei feliz.
- Eu to ótima, adivinha? – Sua empolgação me contagiava.
- O quê? – Não me toquei de primeira
- Para!Você sabe.
- Você tá com o Luciano? – Chutei.
- SIIIIIIIMMMMMMMMMM. – Tive que afastar o telefone para que continuasse com as minhas córneas.
- Amiga isso é ótimo, quero que você seja feliz , ok? – Disse me sentindo culpada por não estar com ela.
- Obrigada meu bem, desejo você aqui toda noite. – A culpa aumentou.
- Também desejo não ter saído, mas era preciso. – Disse teimando com as lágrimas.
- Entendo, agora eu preciso desligar. Minha mãe tá enchendo o saco aqui. – Eu podia escutar os gritos dela mesmo.
- Tudo bem ,me liga tá? Te amo. – Disse tentando me empolgar de novo.
- Sim, te amo. – Desliguei o telefone e fui tentar descarregar minha mochila, desfiz a mochila e fui ver TV. Não passou nada de interessante, mas acabei vendo mesmo assim – um tempo depois alguém bateu na porta, corri desengonçada para abrir.
- Camareira. – A moça gritou do outro lado, abri a porta devagar.
- Vou sair para que fique avontade. – Disse sorrindo.
- Não, pode ficar. – Ela falou gentilmente.
- Não, insisto que fique para arrumar tudo. – Ela parou com o grande carrinho que quase me derrubou e tirou alguma coisa dentro dele.
- É eu insisto que fique. – A moça virou e seus olhos ficaram negros, eu tremi, sinal de demônio. Fui mancando devagar para atrás tentando gritar, até que saiu alguma coisa. Um grito fino e agudo, o que ela tirou do carrinho era uma faca de cortar carne. Eu ia pra trás tremendo cada vez mais.
- Eu vou ser gloriada por ter seu corpo morto. – Em meu segundo ela estava do meu lado. Ela cortou meu pulso fortemente e eu gritei, onde diabos estavam Dean e Sam?
Ela me encurralou na parede e ria cada vez que via meu desespero, outro corte foi feito no mesmo pulso e o sangue derramava e manchava o carpete e parede cada vez mais. Quando pude reagir, dei um chute forte com a perna boa para que ela saísse de perto de mim para poder correr, deu certo, ela caiu do outro lado do quarto e eu saí mancando batendo desesperadamente na porta ao lado – Dean atendeu e eu caí em seu colo ensopada de sangue. Sam pegou logo a arma e saiu do quarto, apontei sem força para camareira que vinha com a faca para em nossa direção. Ela parou, olhou para os meninos e a grande fumaça preta saiu dela, segundos depois ela caiu no chão.
Eu estava ofegante e fraca, tudo ali dentro rodava, eu lutava para não desmaiar ou morrer – mas era tanto sangue saindo de mim que me deixava desiriontada dali – A moça levantou confusa e olhou com medo para mim.
- Pegue toalhas limpas por favor. – Algum dos meninos falou. Ela ainda parecia paralisada pelo o que tinha feito possuída.
- Ei, fique acordada. – Dean sussurrou em meu ouvido.
- To tentando. – Sussurrei.
- Dean, traz ela aqui!Ela já perdeu muito sangue. – Senti Dean me pegar com habilidade e me levar para o banheiro aonde Sam arrumava a banheira com algum tipo de coisa, eu tentava me manter acordada, mas era tão difícil
- Toma, fica pressionando. – Sam me deu a toalha e enrolou no meu braço, eu obedeci pressionando os cortes.
- Acho que ta na hora. – Dean olhou para meu, Sam olhou apreensivo.
- Continua pressionando. – Ele se abaixou e mexeu na minha perna que não incomodou.
- Sim, tá na hora. – Dean saiu rápido do banheiro e eu comecei a me sentir mais estável.
- Ana, vamos tirar seu gesso. Você não pode andar com ele pra cima e pra baixo nessa situação e não vai doer nada , ok? Somos meios que profissionais em se curar em casa e tirar coisas antes do tempo. – Sorri cansada, o sono ainda não tinha passado. Assenti com a cabeça, ele assentiu de volta e trocou a toalha em meu braço. Fiquei impressionada com o tanto de sangue.
- Fica relaxada. – Dean comentou com um estilete e levantando a minha calça até o final do gesso, Sam pegou o estilete e começou a arrancar o gesso – não incomodou como ele disse – Dean pegou uma caixa de primeiros socorros e se sentou ao meu lado tirando a toalha rapidamente, ele abriu a caixa e começou a preparar os pontos. Cortes grandes, curativos grandes.
Enquanto Sam estava na metade da retirada de meu gesso, Dean costurava os meus dois cortes. Eu tentava ficar quieta.
- Se acostume. – Dean disse rindo, a camareira entrou.
- Precisam de mais alguma coisa? – Nós três fizemos não com a cabeça, ela ficou me olhando da cabeça aos pés.
- Olha, me desculpe. Eu não sei o que deu em mim. – Ela estava sendo sincera, eu tentei sorrir.
- Não foi culpa sua. – Disse sorrindo meiga, Dean me olhou por um minuto.
- Tudo bem, já arrumei os lençóis e lavei o carpete. Vocês ficam uma noite aqui de graça, ok? – Ela disse tentando ficar normal, ela não estava normal.
- Tudo bem. – Dean disse tentando sorrir e arrumando meu braço.
A camareira saiu rápido deixando os meninos me arrumarem de novo, Sam tirou meu gesso e pediu para que eu mexesse minha perna. Deu certo, ela já estava normal, Dean disse que médicos deixam o gesso por mais tempo para não ter problemas. Meu braço estava costurado e os dois me ajudaram a ir pro quarto tentar dormi. Grande vida essa a minha agora.


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Notas finais do capítulo

Aviso: Meninas, os reviews estão ficando cada vez mais raros, isso me deixa muito triste. O próximo só vai ser liberado quando esse aqui tiver 5, vai ser assim agora ok? Não fiquem chateadas, é que reviwes e a minha motiovação pra continuar.



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