Capitulo 4 - Fada madrinha.

Passamos o resto da noite assistindo filme, a história da cinderela sempre foi a minha favorita, acho que de certo modo eu me identificava com ela, a menina que perde o pai e é obrigada a trabalhar para a madrasta má, era bom saber que a história dela havia tido um final feliz, isso me dava esperança de que um dia eu também seria feliz ao lado do meu príncipe encantado... E vir pra essa escola me trouxe a sensação de que pode não demorar tanto.

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O final de semana chegou rapidamente, a semana passou em meio a aulas, música e muito trabalho escravo, todo o dia depois das aulas eu era obrigada a ir lavar as roupas da Rachel, claro que quando havia a apresentação do refeitório, eu adiava meus deveres.

Onde você estava Perguntou Silena para quando entrei no quarto.

Ahm... Cuidando de umas coisas Disse tentando fugir do assunto.

Sei... E essas coisas necessitam de cuidado todo os dias?- Disse Thalia desconfiada.

Bem não exatamente...

Sabe o que acho Thalia? perguntou Silena Que a Annie tem um pretendente e não quer que agente saiba.

Não... Não é nada disso... Só que é complicado... Disse gaguejando.

Tudo bem Annie Disse thalia, só queremos que saiba que por mais complicado que seja, você pode confiar em nós.

Eu apenas assenti sem saber o que dizer, diante daquele gesto que jamais alguém havia tido;

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Sem que eu percebesse o final de semana chegou, e junto dele muito trabalho acumulado. A casa estava um chiqueiro, com roupas e pacotes de comida por todo o canto, a lagartixa havia sumido, e a dispensa estava quase vazia.

Estamos indo para o shopping comprar vestidos para amanhã à noite, fique a vontade para não sair dessa casa, e deixá-la brilhando enquanto estamos fora. comunicou Viviam batendo a porta com tamanha força que tive de segurar o quadro na parede.

Graças aos deuses- Exclamei feliz, pois agora poderia arrumar tudo ouvindo música e sem ninguém para atrapalhar. Corri até a sala e liguei o som no último volume, o som de Britney Spears encheu a casa, me fazendo mesmo que involuntariamente começar a me balançar no ritmo da música.

Comecei pela sala, tirei todo o lixo e as roupas jogadas, varri o chão, tirei o pó dos móveis e arrumei as almofadas do sofá, depois segui pra cozinha, que apesar de não ter sido usada havia virado um acumulo de lixo. Limpei todo o andar de baixo rapidamente, e resolvi ir ao mercado antes de limpar o andar de cima. Comprei tudo que seria necessário para o jantar e mais algumas coisas, com o cartão que viviam deixava para as compras. Estava no caixa quando recebi uma mensagem.

Perereca, mamãe disse que é pra você usar o cartão e comprar um vestido para o jantar, ela disse que não quer que pareça uma mendiga, mas lembre-se nada muito chamativo o brilho da noite é totalmente meu.

Com ódio

Rachel E.

Paguei as compras e fui para o shopping, por sorte não havia comprado muita coisa então seria mais fácil de carregar, entrei numas das primeiras lojas, nunca fui de fazer compras então eu compraria o primeiro que me agradasse. Uma mulher baixinha de cabelos repicados veio me atender, ela entendia muito de moda, e me mostrou modelos incríveis, mas optei por um vestido branco soltinho, longo que arrastava no chão, era fechado na parte do peito e tinha mangas até o cotovelo, no final da saia havia bordados delicados, era magnífico, mas ao mesmo tempo discreto, poderia usá-lo com um sapato baixo, o que pra mim era a melhor parte, pois os saltos me atrapalhavam.

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No meu Sótãoquarto não havia banheiro, portanto eu usava o banheiro social, o que não me permitia sair de lá apenas com a toalha no corpo, mas foi o que eu tive de fazer, lembrava-me de ter levado o vestido que havia comprado mais cedo para o banheiro, balancei a cabeça tentando dispersar esses pensamentos, estava óbvio que era coisa da minha mente cansada. Enrolei-me numa toalha e espiei pra ver se havia alguém no corredor, Viviam e Rachel essa hora provavelmente estavam em algum salão de beleza se rebocando, e eu podia ouvir as risadas dos gêmeos vindas do quarto de brinquedos. Caminhei rapidamente até o fim do corredor e puxei a cordinha que abria a escada para o sótão e fechando-a novamente em seguida. Mas fiquei estática vendo o que estava sobre a minha cama.

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Annie?- Pude distinguir a voz de Silena do outro lado da linha.

Ah, oi si Disse com a voz embargada.

Annie... Você... Você esta chorando?

Não Disse tentando me defender, mas minha voz entrecortada me entregou.

Está sim, olha Annabeth eu liguei pra te dizer que estou na casa de uma tia minha, e é bem perto da sua casa, eu estou indo te visitar.

Não Silena você... - Disse tentando convencê-la a não vir, se Viviam soubesse que estava trazendo amigas eu estava ferrada.

Não adianta discutir eu estou indo.

Ta Disse fungando, maldita hora que eu passei meu endereço pra ela. mas ahm... você pode entrar pelos fundos?

Tudo bem Disse com a voz diferente, eu podia jurar que ela estava com o cenho e os lábios franzidos como sempre fazia quando não entendia alguma coisa.

Eu te espero beijos.

Chego em cinco minutos, beijos.

Desliguei o celular e continuei encarando os trapos que haviam um dia sido o meu vestido, não tinha certeza de quem o fizera, talvez tenham sido os gêmeos, mas eles não conseguiriam puxar a escada para o sótão então descartei a ideia, viviam não perderia seu tempo comigo e então a única possibilidade era Rachel. Fui tirada de meus devaneios quando ouvi o meu celular.

Annie, já estou aqui. Disse Silena assim que eu atendi.

Já estou descendo.

Desliguei o celular e fui abrir a porta pra ela, passamos sorrateiramente pelo quarto dos brinquedos e fomos pro sótão.

Annie o que aconteceu com você?- Perguntou preocupada.

Eu não aguento mais Silena, olhe.- Disse e apontei para o vestido destruído sobre a cama.

Santa Afrodite! Disse ela olhando para o vestido estragado.

Annie quem fez isso?

Eu não sei, mas acho que foi a Rachel, aquela garota me odeia... eu suspirei e sentei-me na cama era o vestido que eu usaria hoje á noite no jantar.

Errado! Disse com uma expressão estranha no rosto.

Como? Perguntei aturdida.

É o vestido que irá usar. Você tem uma tesoura?

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Eu não acreditava em fadas madrinhas, mas agora, olhando-me no espelho, eu percebia que eu tinha uma. Meu vestido antes longo agora estava curtinho, com algumas pregas na cintura que deixavam a cintura marcada, as mangas curtinhas que antes estavam em frangalhos se transformaram em alças finas, e com algumas alinhavadas um decote surgiu.

Uau... Silena isso é... - Eu nem tinha palavras para descrever.

Eu sei é um dom. Disse rindo sem modéstia alguma. - Agora vamosolegue isso. - entregou-me o par de oxford que usava.

Silena... Não eu não posso aceitar...

Olha Annie, se você quiser me devolve na segunda pode ser? Ela me olhava com os olhos pidões.

Tudo bem Disse suspirando. Mas toma, use isso não pode ir embora descalça. Entreguei a ela uma sapatilha que eu estava usando.

Tudo bem nos vemos na segunda. Ela disse e começou a descer as escadas.

não quer que eu te leve até a porta?

Eu sei o caminho e pode ficar tranquila ninguém vai me ver. Disse piscando.

Eu havia lhe dado a desculpa de que estava de castigo e por isso não poderia receber visitas, ela quis saber o porque do castigo e matando dois coelhos com uma cajadada só, eu disse que havia brigado com a Rachel que furiosa por causa do castigo destruiu meu vestido. Felizmente ela acreditou um tanto desconfiada, mas acreditou. Pouco depois de ouvir a porta batendo calcei os sapatos, passei um leve gloss e me mirei no espelho. Não chamava muita atenção, mas já era mais do que tudo que eu já havia usado durante os últimos anos.

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Rachel me encarava com puro desdém, enquanto eu colocava a mesa, eu estava acostumada com os olhares de Rachel, mas este parecia ter algo mais, como se eu fosse algo que a atrapalhasse, como se ela sentisse... Inveja de mim.

A campainha soou me tirando dos meus insanos pensamentos, nunca que alguém bonito e elegante como ela teria inveja de mim, uma garota sem graça e tímida.

Fui até a porta com a intenção de receber os convidados, mas fiquei totalmente sem ar com a imagem a minha frente.