Meu nome é Jenny, tenho 14 anos e vou fazer 15, dia 12 de julho, nasci no Canadá, em Ontario, estamos em dezembro, isso me lembra Natal e Ano Novo... E um recomeço, um recomeço na escola, e para mim, um recomeço em uma cidade totalmente estranha em que nunca havia estado, na qual irei morar daqui em diante. Minha escola fica perto de minha casa, pelo que minha mãe me contou, então posso ir a pé, isso é bom, pois enquanto vou para escola, estou simultaneamente conhecendo a cidade e talvez, quem sabe, fazendo amigos. A cidade é um tanto, alegre, cheia de harmonia e iluminada, a famosa Los Angeles, imagine uma menina que é simplesmente muito tímida, mas que gosta de chamar atenção das pessoas, para fazer amigos(um tanto contraditório, certo?), se mudando de uma cidadezinha do interior da Carolina Do Norte, para Los Angeles, uma loucura não? Como eu iria conseguir a atenção das pessoas, se já era difícil para as pessoas famosas conseguirem tal? Isso seria uma tarefa muito interessante de se realizar.

Hoje é o dia do meu décimo quarto aniversário - realmente espero pelo décimo quinto... - e em alguns meses estarei em uma nova cidade, tudo novo, devo culpar meus pais por este transtorno, a vida aqui em uma cidade tranqüila como aqui é tão boa, e aí você pensa: Para que mudar se aqui está bom? Então seus pais te respondem, mas não são aquelas respostas normais, não podem ser, precisam ser aquelas respostas gigantes que demoram meia hora para se finalizarem e é aí que você se desespera.

Mas e meus amigos? Como vai ser? Vai ser horrível! falei com um tom não muito respeitoso. Na verdade falei quase- por um fio na realidade- gritando.

Eles vão poder nos visitar nas férias, ou você pode visitá-los aqui querida, não se preocupe, você fez amizade tão rápido aqui, porque em outra cidade seria diferente? disse minha mão um tanto calma demais.

Filha, fique tranqüila, tudo vai ocorrer extremamente bem! disse meu pai, com um sorriso muito forçado em seu rosto pálido.

Pense, para eles seria uma coisa comum, nunca saíam de casa, nunca falaram com nossos vizinhos... Para eles seria EXTREMAMENTE normal e bom. Desde então eu evito falar com meus pais, mas eles nem se importam, só pensam em como seria se não tivessem tido uma filha, que pelo meu ponto de vista, eles nunca quiseram e nunca amaram, nossa relação era muito fácil, eu pedia, eles davam, simples como sonhar. Mas e se um dia eu decidisse pedir amor? Acho que será uma das únicas coisas que eles não iriam encontrar em loja alguma, e em nenhuma grande rede de supermercados. Eu estava em um meio estado de greve de voz, só falava quando era preciso e necessário.

Eu vi aquele dia como se fosse tudo real. Como se eu tivesse revivido este dia novamente, e eu fiquei com uma dúvida muito grande, que era : se eu deveria fazer ou desfazer algo aquele dia, e foi por isso tive a chance de revivê-lo. Quem sabe? Mas agora tudo já havia acontecido, eu não poderia mudar nada e foi assim que tudo começou.