Fantasia - Snape apaixonado escrita por Wind Kaze


Capítulo 2
Esplicando o inesplicavel




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Explicando o inexplicável

No outro dia...

— Já está no horário das aulas, não é mesmo? - A pergunta era retórica, mas mesmo assim, Alice respondeu ao irmão:

— Sim, portanto não se atrase, pois quero chegar cedo para falar com os outros sobre ontem.

Ao chegar à sala, os alunos ainda entravam na sala e eles puderam encontrar os irmãos, sentando. Alice ao lado de Anna e Sora, com Yoite ao seu lado. Os irmãos Blood tinham a capacidade de ler pensamentos e impedir de que lessem suas mentes quando desejassem, e sem mesmo abrir a boca, contaram uns pros outros sobre o ocorrido de ontem, deixando Anna em alerta, preocupada com o que Yoite faria sobre Draco enquanto que Sora sequer se importou e neste momento, o professor chegou, dando-se início à aula de poções.

Em meio à aula, Alice acabou lembrando-se do incidente do dia anterior, quando Snape havia os chamado de criança e sequer imaginava que Anna ainda estava sintonizada com ela, que logo começou a rir, aparentemente sem razão para os que a viam, pensando se aquela garota tão bela tinha algum problema.

Os alunos de todas as casas estavam em pânico, mas os da Grifinória eram os que mais estavam alarmados, porque sabiam que seriam prejudicados. O professor parou a explicação abruptamente:

— Acha tão engraçado assim os efeitos da poção, senhorita Blood?

Sora, que não entendeu o motivo do riso, colocou-se em sintonia com a irmã, mas logo se arrependeu, caindo na gargalhada, piorando em muito a situação da casa a qual pertenciam.

— O que é tão engraçado, senhor Blood? Poderia dividir com a turma, ou é um segredo de família?

— Desculpe professor, é que ninguém nunca havia chamado um de nós de “criança” antes. Você foi o primeiro a brincar desta forma.

Demorando um pouco para cair a ficha, ocorreu um deja vu. Lembrou que ontem Alice e Yoite haviam rido dele pelo mesmo motivo e agora, Anna e Sora quem riam.

— Brincar? Tudo não passa de brincadeira para vocês, não é mesmo? 10 pontos a menos para Grifinória. - Sua voz demonstrava o mais puro rancor e quase ao mesmo tempo, levantaram Alice e Yoite, olhando sérios para Snape.

— Sendo assim, deverá retirar 10 pontos da Sonserina também, não é mesmo, professor?

As palavras que o gêmeo da Sonserina proferiu, confundira todas as casas, enquanto que os da Sonserina planejavam o que fariam com aqueles dois idiotas que pareciam querer prejudicar a casa regida pelas serpentes.

— Hã? E porque eu faria isso? – O olhar e a voz arrastada pareciam nos seguir quando falávamos.

— Porque nós também rimos de você, “criança”. Não se lembra? – Finalizou a resposta Alice, que ria internamente pelo triunfo. Agora ele entendia a pose firme dos irmãos da Sonserina. Ele estava preso na teia e sabiam disso.

— Retiro o que eu disse. Ficarão depois da aula todos os irmãos Blood e decidirei até o término da aula o castigo adequado. Agora Sentem!

Sorrindo, todos voltaram a anotar e assistir a aula tranquilamente, deixando espaço para alguns murmúrios, antes do professor se voltar pra sala e perguntar se alguém mais gostaria de ficar depois da aula.

A sala seguiu em silêncio, dando uma aula proveitosa e quando terminou, o professor dispensou os alunos, ficando apenas os cinco em sala. O professor andava de um lado ao outro, pensando em mil e uma maneiras de infernizar a todos sem prejudicar a Sonserina e Anna sorri discretamente.

Sora apoiava o cotovelo na mesa e a mão no rosto, visivelmente entediado, até que se pronunciou:

— Calma professor, esta situação é tão ruim para nós quanto é para você. Não gostamos de fingir sermos estudantes, assim como você não gosta de nos ter aqui.

— Eu não pedi para que falasse, pedi? – Ignorando o que ele havia dito, Yoite continuou os pensamentos do irmão:

— É exatamente como Sora falou, meu caro. Mas como sois diferente de todos os outros professores e como Alvo e nossa líder têm um carinho especial por ti, lhe daremos conhecimento.

— Fingir serem estudantes... O que são então? Não sejam tolos, eu não caio na lábia de vocês.

“Eu nunca vi nada igual antes. Vai além de feitiços comuns, poções, ervas e não encontrei nada na biblioteca!” – Yoite notou o tremor nas mãos de Severo e sorriu, respondendo aos pensamentos dele, o confundindo ainda mais:

— Ora, ora. Não sabia que minha aparência havia lhe perturbado tanto, professor. – Yoite falou entre um sorriso sarcástico, que irritou Anna e o olhou de forma reprovadora.

— Não seja ridículo! Apenas fiquei surpreso por nunca ter visto algo... Espere! Como sabia o que eu estava pensando? – Sem dar tempo para que o mesmo respondesse, Anna acaba despejando o que pensava, falando em um tom mais alto que o normal, o olhando irritada e apontando o dedo fino na face do moreno, que recuou um pouco, sabendo que estava errado.

— Eu não pude falar antes porque estavamos em aula, mas o que deu na sua cabeça para se transformar na frente dele, Yoite? Não estamos em um local propício e não se deve fazer o que der na mente. Se eu fosse Alice, lhe daria um corretivo.

— Ele ameaçou Alice! O que você faria?

— Nada. Sabe bem, que este homem jamais conseguiria machucá-la, além do que, é um professor daqui, não é? - Desta vez, quem resmungava era Sora.

— É, Yoite, você pode ser meu irmão, mas concordo com Anna. Se eu fosse Alice, o faria nunca mais desobedecer minhas ordens. Mas deixemos isso de lado por hora.

— Vocês têm razão. Eu apenas não pensei na hora.

— Localizei dois ratos. Devo exterminá-los? – Sora falava ainda entediado, trocando a mão que apoiava a cabeça suspirando longamente, pois sabia que a resposta seria negativa.

— Deixe-nos a sós. Sora, na saída você pode levar consigo aqueles dois que estavam escutando sem permissão, mas controle-se, ok? Alvo não irá gostar se um de seus alunos se ferir.

— Tsc... Está certo. – Snape aperta os lábios com força, irritando-se pela intimidade que um aluna daquela idade chamava o diretor da escola pelo primeiro nome, achando aquilo no mínimo, falta de educação. Notando que os irmãos da garota a obedeciam sem questionar, se levantando e saindo, menos Yoite, que antes de ir, beijou a mão de sua prima com devoção e carinho, dando um olhar de aviso ao professor.

A porta já havia se fechado e Alice permanecia sentada com a face tranquila em sua cadeira, com as mãos uma sobre a outra, na mesa.

— Finalmente estamos a sós, não é?

— O que deseja falar comigo, Blood? - Era notável a ansiedade do homem e aquilo só intrigava ainda mais a garota, que ao falar lembravam sinos, quando não passava de uma bela voz de soprano:

— Apenas quero lhe esclarecer as coisas, afinal, você merece saber. Alvo me contou que não diria nada para nenhum professor por precaução, porque o conhecimento tanto pode ser bom, quanto perigoso.

— O que quer dizer com isso, Blood?

— O clã dos Blood, é uma família muito ampla, mas acabamos quase sempre por casar com algum consanguíneo para manter o poder e segredo de nossa linhagem dentre nós e raramente misturamos nossa raça. – Aos poucos, Snape foi começando a ficar mais atento, percebendo que a história, embora parecesse comprida, parecia ser séria.

— Samantha Blood é um exemplo disto, tanto para manter seu poder, quanto por amor, casou-se com meu tio, irmão dela. Algum tempo atrás, minha mãe teve a idéia de unir nossos familiares através de uma escola a qual chamou de Saquiritama, e você nunca deve ter ouvido falar no entanto, todos os Blood a conhecem, sendo raros os que não estudaram nela. Eu e meus irmãos nos formamos nela, inclusive.

— Pare de rodeios garota. Se estão formados nem deveriam estar aqui. – Cruzava os braços, pensando sobre a pouca idade deles e que seria impossível já estarem formados. Mas o mais importante era como ela falava com tanta naturalidade sobre aquele incesto todo?

— Algumas criaturas não ficaram felizes com todo esse poder acumulado que crescia sempre e embora fossemos poderosos, éramos um povo pacífico e feliz que gostava tanto da tranquilidade, que morávamos em uma floresta protegida por uma magia a qual fazia qualquer um que não houvesse nascido ali se perder. Aparatar era impossível, assim como é aqui em Hogwarts.

— Houve traição vinda daqueles que também tinham sangue real e queriam o poder que minha mãe obtivera de forma justa. Envenenaram meu pai contra nossa matriarca, minha mãe e assim, ela adoeceu de tristeza. Neste momento de fraqueza eles atacaram, sendo eles liderados por um dos descendentes reais de meu clã. Contagiados pela tristeza que emanava de Samantha, os guerreiros e todos os outros que foram lutar, enfraqueceram. Éramos muitos, mas eles também. Tínhamos poder, mas como usá-lo se nossa matriarca estava tão abatida? Era esse o pensamento de quase todos.

— Lastimável, mas e então? – Dizia Snape tentando parecer despreocupado e entediado, falhando miseravelmente. Era possível Alice ouvir os pensamentos de Severo, que estava enlouquecendo para saber o desfecho da história e o paradeiro dos outros Blood que ela dissera ser muitos.

 

— A ordem final Foi dada. Samantha mandou todos recuarem e me escolheu como sua sucessora, passando para mim seus poderes e lembranças através de um ritual secreto onde tive de beber todo seu sangue e com isso, sua morte foi iminente. A coroa só pode ser passada entre nós desta forma, então em mim ficou a grande marca que antes pertencia à ela. Um dragão. Todos nascemos com a força de um animal ou ser especial e apenas o líder do clã tem o poder do dragão, fora o que já nasceu consigo.


Desde que ela havia dito sobre o fato de beber sangue, Severo a olhava com os olhos arregalados, pondo a mão na boca, sentindo o estômago se revirar e logo disfarçou para que sua aluna não notasse.

— Por isso que seu sobrenome é Blood?

— Exatamente. E agora que sou a matriarca do clã, pedi ajuda ao meu amigo Alvo, para que pudesse localizar mais facilmente meus familiares, ele sugeriu que entrássemos como alunos desta escola. – Snape descruzou os braços, a fitando confuso.

— E porque está me contanto tudo isso? - Sua voz estava mais serena e a jovem não esperava por isso, parecendo que o mesmo estava imaginando a dor pela qual ela estava passando e sequer percebeu a aproximação da garota, que ficou à sua frente.

— Porque Alvo confia em você, Severo e sei que vai me ajudar. – Ao dizer estas palavras, a menina toca com suavidade o rosto do professor, que por um momento fechou os olhos, suspirando longamente, mas ao sentir o deslizar dos dedos sob a bochecha, saiu do transe, olhando com receio e recuando dois passos, fazendo com que rompesse o toque da mão e o rosto do moreno.

— O que quer de mim, Blood? – O olhar era um misto de raiva e surpresa por ter demonstrado fraqueza naquele momento. Num sussurro, Alice respondeu:

— Hoje à noite irei até a floresta proibida. Se Filth ou qualquer outra coisa me pegar o que acha que vai acontecer? Quero que venha comigo.

Isso pareceu tê-lo pego ele de surpresa, pois o mesmo não mais a olhava com raiva, respondendo de forma rígida:

— Não seja tola, menina! Porque um professor iria contra as regras da escola? Ninguém vai à floresta!

— Nenhum aluno vai à floresta, a não ser que esteja acompanhado de um professor, o guarda caças ou o zelador.

— Você e Alvo são os únicos em que confio para esta tarefa. Não quero ter de incomoda-lo. – Snape a olhava intrigado e quando ia contestar o que Alice dizia, ela o interrompeu pondo o indicador nos lábios do professor, sorrindo maliciosa.

— Te espero perto do salgueiro lutador. – Ignorando os resmungos do moreno, lhe deu as costas e abriu as portas da sala e ao sair, as fechou. O barulho das portas se fechando fez com que o professor lembrasse que havia mandado que os alunos permanecessem após as aulas e não os havia dispensado.

Já era tarde e em uma sala próxima àquela, estavam os irmãos Blood, com os intrussos.

— O garoto invisível era Harry Potter. Da mesma casa que Anna e eu. O outro espião era Draco Malfoy, da Sonserina. Quais são as ordens? – Sora sempre agia como o guerreiro que era e Alice admirava isso nele, mas as vezes era deveras complicado quando acontecia na frente de pessoas alheias a situação deles.

— Porque estamos presos nesta sala? Devolvam minha varinha! Meu pai vai ficar sabendo disso!

Alice se aproximou do loirinho imberbe e ao tocar-lhe o rosto de leve, fez a olhar de forma derretida e submissa, mas ao perceber que a mão da garota havia se afastado se si, o mesmo ficou rubro, tapando o rosto com as duas mãos, querendo evitar que os outros o vissem vermelho, como sabia que estava.

— Alice, pare de brincar com o pobre garoto e vamos aos finalmentes, sim? – Yoite estava com os braços cruzados, visivelmente irritado por ver o sorrisinho torto na morena.

— Ora, agora me da ordens, priminho? Rsrs não seja chato, eu gosto de me divertir um pouco com esse tipo. – Anna que até então havia se mantido calada, deixou sua voz encantadora soar, repreendendo Yoite pela segunda vez àquele dia:

— Verdade! Você não tem razão, direito, dever, motivo ou seja lá o que for para mandar ou falar assim com ela.

— Exatamente. Mais respeito com ela, Yoite. – Sora concordava com Anna novamente, apenas irritando mais ainda seu irmão gêmeo.

— Desculpe, não foi minha... Intenção. – Olhando para o lado, Yoite Blood mordeu o lábio inferior com um pouco de força, tentando manter sua paciência, que era menor que a do irmão. Ao contrário do que parecia, o garoto desbocado de aparência rebelde era paciente, frio e calculista, quando que o outro, que aparentava isso e sua aparente classe não passava de uma capa que cobria o que ele realmente era. Um rapaz explosivo, petulante e que adorava peitar autoridades, com exceção de Alice, pois a amava incondicionalmente.

— Ora o que temos aqui? O famoso garoto que sobreviveu ao bruxo-com-cara-de-cobra e o loirinho Malfoy, de uma grande linhagem de sangue puros, sendo todos da Sonserina. Desculpem meus irmãos, eles apenas estavam me fazendo um favorzinho. – Ignorando completamente a discussão dos irmãos, Alice conversava com os intrusos tranquilamente.

— Escutem aqui, Blood, isto não vai ficar assim. Se não devolverem minha varinha vocês poderão ser expulsos! Estou avisando!

— Ah, porfavor, Malfoy, tanto eu como eles sabemos que você não tem esse poder todo. – Finalmente Harry dizia alguma coisa, até então avaliando a situação a qual se encontravam e se dirigiu até Alice, percebendo que os outros irmãos a obedeciam. – Escutei poucas coisas por acaso e não era minha intenção ouvir escondido. Estava indo para a biblioteca na ala secreta. Mas o que não entendo é como me descobriram. Eu usava a capa da invisibilidade, que caso o Malfoy não percebeu, não foi o único que ficou sem suas coisas pessoais. Também estou sem minha varinha e sem minha capa. – Dizia o garoto com um olhar irritado ao loiro, tentando o convencer que ele não era o centro do universo.

— Rsrs está tudo bem, Potter. Cometemos apenas um pequeno erro ao prendê-lo. Vá até a biblioteca e tudo o que peço é sigilo sobre nossa conversa e sobre o que ouviu mais cedo.

Ao acenar com a cabeça para Anna, a mesma entregou a varinha e a capa para o rapaz da cicatriz.

— Vá, garoto da Grifinória e esqueça o que viu. É pelo seu próprio bem. – Lhe deu uma piscadinha de olho e sorriu, vendo Sora o guiar para fora da sala e praticamente o expulsar, dizendo:

— Saberemos se ainda estiver por aqui. – E assim, a porta se fechou fazendo com que o efeito hipnótico através do toque que Alice havia posto em Draco se rompesse ao ouvir o barulho.

— Agora lembrei que vocês falaram algo sobre transformar e deixar o professor com medo. O que isso quer dizer?

...Continua...


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Notas finais do capítulo

atualizado 2020