Fantasia - Snape apaixonado escrita por Wind Kaze


Capítulo 1
Alunos novos


Notas iniciais do capítulo

*Obsidiana é um tipo de vidro vulcânico. As lâminas de obsidiana podem ter uma borda de corte tão fina como os bisturis de aço cirúrgico de qualidade elevada.

Abaixo do capítulo, vou postar uma imagem da pedra e para quem tem internet lenta, aqui vai o link:
http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/05/obsidiana.jpg



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Alunos novos

Dentro da escola de Hogwarts havia um grande aglomerado de alunos no salão principal e todos sentados em suas respectivas mesas com bandeiras flutuando acima, onde se podia ser visto os símbolos das casas, Lufa-Lufa, Corvinal, Sonserina e Grifinória.

As aulas já haviam começado à mais de três meses e o improvável estava acontecendo diante de todos os presentes, uma transferência fora de época, algo que nunca havia ocorrido antes e apenas Dumbledore sabia o motivo.

Murmúrios, conversas paralelas, de repente o silêncio. Entraram no salão a professora Minerva e o guarda-caças com quatro pessoas que aparentavam ter em média 15 anos de idade. Todos os professores, com exceção de Minerva, estavam sentados na grande mesa onde o diretor se encontrava e de onde logo se levantou.

— Vocês devem estar se perguntando do motivo de eu ter mandado chamar a todos no horário em que deviam estarem em aula e devem estar se perguntando do porque do chapéu seletor estar aqui. Bom, aconteceu o inesperado na escola de uma grande amiga minha e creio eu, que ficaremos com estes alunos permanentemente.

*FLASH* - A máquina de um aluno loirinho e sorriso abobalhado é disparada, interrompendo o diretor, que geralmente riria da situação, mas não conseguia, afinal, era um assunto muito delicado para ele.

Um grande alvoroço havia sido formado desde a interrupção, uns comentando com os outros sobre qual seria a tal escola, o que teria ocorrido e supondo em quais casas eles ficariam.

— Silêncio, por favor. Professora pode iniciar o procedimento. - Tendo as vozes caladas afinal, Minerva caminhou até ficar ao lado do chapéu seletor e chamou quem estava mais próximo de si, sendo que não tinha uma lista em mãos.

— Alice Blood, sente nesta cadeira, por favor. - Ao dizer estas palavras, a garota que mais estava à frente começou a andar em direção a cadeira, tendo seu olhar esverdeado tranquilo e sorriso inquietante, destacando o carmim dos lábios na pele alva e macia. Seus longos cabelos eram tão negros que mantinham um brilho azulado e misterioso, contrastando tanto com sua pele quanto com seu vestido branco e delicado de renda, igual ao da irmã que se encontrava parada ao lado dos irmãos.

— Sonserina! - Assim que havia tocado a cabeça da garota, o chapéu negro se fez soar, recuando para longe dela e ela levantou devagar da cadeira, olhando para a professora que lhe entregava roupas da casa, afinal de contas, eles eram convidados de Dumbledore e quase hóspedes (ou era que o que achava.)

— Alice, venha para minha esquerda que lhe darei em breve instruções. Não precisa vestir isso agora, querida. - Concordando com a cabeça, fez o que foi dito e logo foi chamada a outra garota:

— Anne Blood! - tendo 1,65 de altura, a mesma de sua irmã, caminha tão graciosamente pelo local que mais parecia um anjo. Cabelos loiros como o trigo e cachos grandes, mas bem desenhados caiam delicadamente por seus ombros. Sua pele tão branca quanto a mais velha, tinha os lábios carnudos e róseos com seus cílios espessos destacando o azul do olhar que parecia tão puro.

Não é preciso dizer que praticamente todos os garotos tinham os olhos na menina de vestido esvoaçante que se sentara e esperava pelo veredicto.

— Er... Grifinória?! - A garota sequer havia dado chances para o chapéu se decidir e se levantou, caminhando para o lado de sua irmã, recebendo de minerva roupas da casa também.

— Yoite Blood! - O rapaz se aproxima e todos comentam sobre o mesmo. Os cabelos negros eram volumosos, bem cuidados e embora fosse liso em cima, mantinha as pontas cacheadas, seus olhos eram rubros como o sangue e seu olhar era misterioso e calculista, chamando atenção, sem deixar de causar temor e inveja nos garotos quanto que nas meninas, causava delírio. Vestia-se com a camisa branca de manga longa por dentro da calça preta que fazia ele parecer mais branco do que já era e a gravata vinho combinando com todo o visual, sentou-se na cadeira tranquilamente.

— SONSERINA! SONSERINA! - Desta vez o chapéu berrava e lutava para não chegar perto da cabeça do garoto, chegando a se enroscar no braço de quem o segurava.

— Tsc. - Com a mesma elegância que veio, caminhou até ficar ao lado de Alice, contradizendo o que era para ser feito realmente, recebendo um olhar meia lua de Dumbledore que começava a se perguntar se o que estava fazendo era correto mesmo, afinal de contas, eles eram perigosos demais e poderia ocorrer uma tragédia se não segurasse as rédeas deles. Mais cochichos eram pronunciados aleatoriamente. Era raro acontecer algo daquele tipo e até mesmo os mais despreocupados ficaram em alerta.

— Ok, e finalmente, Kotou Sora Blood. Aproxime-se, por favor. - Sem mais delongas, o irmão gêmeo de Yoite se aproximou, trajando as mesmas roupas que o outro, com a diferença da blusa entreaberta, a calça jeans rasgada e o modo como estava sua gravata, que estava frouxa demais. Caminhava de forma altiva, demonstrando que era o dono do lugar. Com seus 1,85 merecia o título de alto. Seu olhar rubro como o do outro, era de alguém experiente, porém, os lábios curvados para baixo demonstravam descontentamento, por achar aquilo ridículo. Mantendo as mãos dentro do bolso, só as tirou quando sentou na cadeira, onde se sentiu um completo idiota com aquele chapéu, lembrando daquelas crianças que ficavam de castigo com um chapéu escrito "burro". Se fossem definir Sora por suas vestes e modo de ser, podia-se pensar que era só mais um riquinho mimado e rebelde, quanto que seu irmão, um empresário Jr.

Já na cadeira, com o chapéu seletor em sua cabeça, um curto silêncio:

— Hum... Difícil. Inteligente como os corvinal, a coragem da grifinória, todas as características que são pedidas para entrar na sonserina. - Alvo, que observava a cena, ao olhar melhor para o Sora, viu o que não esperava. O rapaz mantinha o olhar entediado e a cabeça apoiada na mão.

— Ô do chapéu, vamos fazer um acordo. Tiro suas dúvidas e você me deixa em paz. - Todos se surpreenderam com o que veio do moreno e sendo assim, sequer comentaram nada, a não ser o chapéu seletor que respondeu ao jovem:

— Hum, que interessante, eu aceito!

— Me coloque na mesma casa que Anne Blood. Acho que era grifon ou griforia né?

— Ora, ora, e poderia saber o motivo?

— Minha prima precisa de mim. Só isso. - Alvo continuava a observar as estranhas feições daquele jovem que parecia estar entediado, mas em sua voz podia-se notar minimamente um pouco de preocupação.

— Muito bem, Grifinória! - Ao ter sua casa escolhida, foi até Minerva com o olhar mais atento, esperando receber as vestes que logo lhe foram entregue e ficou à frente de Anna, como que estivesse lhe dizendo algo pelo olhar. E estava.

Depois do silêncio que os novatos haviam estabelecido, o diretor chamou a atenção de todos:

— Muito bem Sonserina, muito bem Grifinória. Peço a todos que voltem para suas salas de aula de acordo com os horários e peço que os monitores da Grifinória e Sonserina se apresentem aos novos alunos, Minerva os levará cada qual para suas respectivas casas.

— Eu prefiro levar meus alunos. - Uma voz grave fez com que Dumbledore olhasse para o amigo.

— Tem certeza Severo?... Muito bem, então.

Passaram pelos quadros e escadarias, se separando em uma delas. Minerva apresentou o lado masculino e o feminino a eles, após explicar à Sora e Anne as regras e lhes entregar os horários das aulas, se retirou do local. Só precisavam ir as aulas a partir do dia seguinte e poderiam se preparar melhor psicologicamente e talvez explorar o lugar. Deram as mãos e se abraçaram antes de se separarem.

Ao chegarem à casa da Sonserina, o professor abriu a boca pela primeira vez para falar com eles com sua voz grave.

— Muito bem, tem algumas coisas que quero deixar bem claro. Sou o responsável por esta casa e serei o professor de poções de vocês, portanto não admito que façam qualquer coisa que prejudique a Sonserina, ou irão se arrepender. - Yoite observava tranquilo o que ele dizia, como se ouvisse aquilo todos os dias, quanto que Alice sorriu baixinho, achando engraçada a forma que o maior falava, o irritando a ponto de o fazer andar alguns passos na direção da morena, enquanto falava mais alto, firme e com o olhar reprovativo e um tanto ameaçador:

— Eu não fui claro, senhorita Blood? - Passado menos de um segundo, Yoite estava à frente de Alice com sua mão direita frente ao pescoço do professor, como que ameaçasse apertar o local, com a aparência diferente da anterior. Seus olhos ainda rubros estavam em fendas tal qual uma serpente e brilhavam de forma intensa e perigosa, enquanto que podia ser notado que seus caninos eram maiores que os de qualquer outra pessoa normal, lembrando os de vampiro e suas unhas negras haviam crescido lindamente, reluzindo um brilho misterioso que lembrava obsidiana.

Em um tom de advertência, mas falando como se nada estivesse de fato acontecendo, falou ao homem que pelo choque havia paralisado:

— Professor Severo Snape, peço "gentilmente" para que se afaste de minha prima, ou não garanto sua segurança.

O professor recuou não pelo aviso, mas pela surpresa, saindo um pouco do choque inicial. Notando que Snape pretendia sacar sua varinha, resolveu intervir:

— Eu não faria isso se fosse você, afinal sou muito mais rápido. - Ao piscar os olhos, reparou que sua varinha estava em mãos do menino, que a entregava ao professor sem se importar se ele a usaria ou não.

— O que...? O que é você? - Ao piscar os olhos novamente, Alice havia abraçado seu amigo por traz, encostando seu queixo no ombro do mesmo, tendo as mãos no peito do maior, com um sorriso gentil que ele não poderia ver, mas sabia estar lá. Imediatamente seus caninos e garras foram recolhidos, voltando ao tamanho natural, mas ainda eram negras, enquanto que os olhos voltaram ao normal.

— Do que está falando, professor? Ouviu do que me chamaram, não ouviu? Sou Yoite do clã Blood. - Sua voz permanecia tranquila, porém, estava tão fria quanto seu olhar. Pousou sua mão sobre a de sua prima, que abriu os olhos verdes para fitar seu professor de poções.

— Desculpe meu primo, Severo. Ele é muito protetor. E você, bem... Pareceu tão ameaçador, tentando me intimidar que não o culpo por ter agido assim. Na verdade... Culpo você, professor hihi.

— Mas que audácia! Não passam de crianças mal-educadas, é isso o que são! - A costumeira indiferença de ambos mudou radicalmente ao ouvir aquilo, deixando Snape confuso ao ver suas faces surpresas.

— Crianças? - Ambos disseram ao mesmo tempo, vindo em seguida gargalhadas, fazendo com que a garota soltasse seu primo para tapar a própria boca que teimava em rir.

— Ele não sabe de nada, Alice, “ele” não contou.

— Mas deixe-o. Assim não envolvemos a "criança". - E voltaram a rir, deixando o bruxo sentir-se encabulado pela primeira vez em anos e o pior de tudo era não saber o motivo. Com raiva, deixou o quarto dos alunos, esquecendo-se de explicar qualquer regra ou dar os horários, deixando os irmãos Blood que tentavam parar de rir a própria sorte.

Alice POV'S -On-

Já havia passado algum tempo desde que Severo havia saído e estávamos sentados em poltronas à frente da lareira, olhando as chamas trepidarem.

— Yoite, estou com remorso do que fizemos ao professor. Você sintonizou com os pensamentos dele? Ele estava tão... Triste.

— Sim, eu ouvi e acabei vendo coisas bizarras de quando ele era adolescente.

— Eu também. Será que ele tenta ser ameaçador aos outros por medo que façam aquilo com ele novamente?

— Esqueça-o, Alice. Vamos tomar um banho e vestir aquelas roupas esquisitas. Parece que é um tipo de regra usar esse uniforme.

— Prefiro meu vestido de ritual. É branco e fica transparente facilmente, mas é muito mais bonito.

Tomei meu banho pensando num meio de me redimir com aquele homem e acabei esquecendo que devia ter pedido os horários das aulas com ele. Estas roupas são largas e embora sejam confortáveis, me sentiria melhor se não tivessem essas mangas tão compridas. O emblema da sonserina... Porque tinham de ser serpentes? Elas podem ser belas, mas o que representam geralmente é ruim. Voltei até a sala aconchegante com lareira para esperar meu irmão mas não precisei, pois lá estava ele e vejam só...

— ... Não é que você fica bem em tudo que veste? Rsrs

— Bondade a sua pensar isso, minha dama. - Com sua costumeira elegância, caminhou até mim e pegou minha mão, beijando com suavidade. Aquilo sempre me deixava um pouco envergonhada e ele sabia disso.

— Vamos dar uma volta? Quero conhecer melhor o lugar.

Não demorou e logo estávamos em um dos pátios da escola, observando o céu azul se tingir de tons levemente avermelhados e sabíamos que logo iria escurecer.

— O sol está se pondo. É uma cena muito romântica. Vamos aproveitá-la enquanto podemos. - Então Alice foi interrompida por uma voz arrastada vindas de um garoto com cabelos loiros puxados pra traz com gel. Seu ar arrogante denunciava seus propósitos tanto quanto seu modo de falar.

— Você é Yoite, certo? Yoite Blood? Eu sou Draco. Draco Malfoy. E estes ao meu lado são Craby e Goil - Eu ficaria calada, afinal, não havia sido incluída na conversa e mesmo que meu primo soubesse o que ele queria, não o havia afastado, mas confirmado a pergunta dele com um simples aceno de cabeça. Por quê? O olhar dele parece tranquilo como sempre. Não estou entendendo. Ele não é assim.

— Agora somos colegas de classe, de casa e eu gostaria de lhes mostrar o lugar.

— Draco... Você é uma criança interessante e por isso lhe farei uma proposta. - Sua voz demonstrava visivelmente que ele estava pensando no que dizer e isso me preocupava mais do que o sorriso ansioso do loirinho.

— Você quer que eu entre em sua turma desde o momento em que o chapéu seletor ficou com medo de mim, mas prepotente como sois, pretende me liderar tal qual faz com estes dois parvos que estão ao seu lado, correto?

— Ei! - Um deles reclamou e cochichou para Draco. - O que é parvo? - Enquanto o outro veio na direção de Yoite no intuito de atingi-lo, mas foi detido pelo braço do loiro.

— Qual sua proposta? - Nossa, ele devia mesmo estar interessado pra não suspeitar de como meu irmão sabia do que o outro planejava para ele.

— Eu não me importo de ser usado por você, desde que eu possa usar você também. A minha proposta é essa. Aceita?

— Você não é nada tolo e me deixou sem escolhas, então é claro que aceito! - Draco parecia perturbado com alguma coisa, mas fazia seu possível para não demonstrar, erguendo sua mão em direção ao mais alto com um visível ato de concordância de interesses.

— Hum... Certo. Mas sim, você tinha escolhas. Aceitar ou não. - Respondia de forma entediada, apertando a mão do mesmo. – Mas agora é tarde demais. – Sorria com o canto da boca.

— Alice, como já deu para perceber, este é Draco e tenho planos para ele. Draco, esta é Alice Blood. Para Hogwarts, existe Alvo Dumbledore. Para mim, existe Alice. Respeite-a e você ficará bem.

— Prazer, Malfoy. - Aceno com minha cabeça de leve, sem me levantar. - Ainda não temos os horários e gostaríamos de um. Poderia nos dar?

— Craby vai providenciar isso. - Após a conversa e o trio ter se afastado, olhei pro céu, respirando profundamente.

— Daqui algumas horas será lua cheia... E eu já sei quem irá ser "aquela pessoa".

— Sabe mesmo o que está fazendo? - Ele me olhava sério e temeroso, pegando minha mão.

— O que quer com o menino não deve ser boa coisa, mas mesmo assim, confio em você, então porque não pode confiar em mim também?

— ... Está certo.

Alice POV'S -Off-

http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/05/obsidiana.jpg

...Continua...


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Notas finais do capítulo

atualizada - 2020