Tattoo escrita por Bea


Capítulo 4
Capítulo 4




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O celular de House tocava a música Brick By Boring Brick do Paramore a todo volume. Ele sabia que era sua equipe com algum caso. Apenas ignorou, continuando sua busca por pistas no meio das coisas de Cuddy. Tinha nada mais de interessante, então voltou a pegar o passaporte. Enquanto folheava-o, um pequeno papel caiu. Um nome, um número. Nicholas.

Pelo código, era um número de Portugal. Pegou o telefone e discou. Uma mulher atendeu falando português.

– Alô, você fala inglês?

– Sim.

– Estou procurando por... Nicholas.

– Como posso lhe ajudar?

– Sou amigo de Lisa Cuddy, ela conhece Nicholas...

– Nicholas... O Nicholas morreu.

– Morreu?

– Sim, não sabemos do que, apenas teve uma febre muito forte...

– Ele morreu de Hepatite C.

– Como vo-

House desligou. Hora de fazer mais uma visita a Cuddy,

Desta vez ela estava acompanhada de sua mãe sua filha. Ao avistar House de longe, pediu para que elas saíssem.

– Lisa, ele só vai piorar o seu estado.

– Acredite, não há mais nada que ele possa fazer, só vai vir aqui e gritar um pouco comigo...

– O quanto mais você esconder o que é, mais ele vai querer saber.

– Acredite, você não vai querer que ele saiba.

As duas saíram, passaram por House e todos evitaram contato com os olhos.

– Oi House. – Cuddy falou quando ele entrou

– Parece feliz em me ver. – Comenta ele.

– Sabe que não é verdade.

– Nicholas morreu. Hepatite.

Ela não sabia. Os aparelhos denunciaram o aceleramento da pulsação e ela fecha os olhos. Não chorou, mas lamentava.

– Você tem que avisar eles, todos eles. Talvez eles morram.

– Do que você está falando?

– Dos outros clientes dele – Ela faz uma pausa – podem estar infectados.

– É o preço por transar com qualquer um em outro país.

– Eu não transei com ele! – Cuddy bate com o punho sobre a cama – Eu fiz uma tatuagem com ele.

– Uma tatuagem?

– Sim. Provavelmente foi assim que eu contraí, mas eu imaginei que fosse coisa com a minha tinta...

– Você imaginou? Seu segredo pode estar matando pessoas.

– EU MATEI NINGUÉM! – Cuddy grita. – Enquanto você estava tentando descobrir que eu fiz uma tatuagem, você ignorou sua equipe, pessoas podem estar morrendo.

– Você está tentando fazer eu me sentir culpado?

– Estou! E esse é um dos meus problemas, eu insisto em fazer coisas que nunca vão acontecer. Você NUNCA se sente culpado por NADA!

Algumas pessoas que passavam pelo corredor olhavam os dois. House se levantou e foi mancando até as janelas para fechar as persianas.

– Isso não é verdade.

– House, eu não acredito em você. Eu acreditava, mas não acredito mais.

– É minha culpa você estar doente? – Foi uma pergunta sincera da parte dele. Ela notou e isso a desmoronou um pouco. – Foi por minha culpa que você foi para lá?

– Por que acha isso?

– Acho isso porque você não teve mais perigo e nem tensão na sua vida depois... depois que eu enfiei o carro na sua casa.

– Você está errado.

– Eu não estou.

– Se não estiver, o que tudo isso significa, House? O que você está fazendo aqui? Por que simplesmente não desaparece da minha vida?

– Eu não posso.

– Eu não posso “eu não quero” ou eu não posso “eu não consigo”?

– Qual das respostas você quer ouvir?

– A que faça você sair da minha vida.

– Nenhuma das duas então. – House faz uma pausa. Sentia-se vulnerável e as poucas vezes que se sentiu assim, sempre foram com Cuddy – O que você tatuou?

– Não lhe interessa.

– Onde você tatuou?

– Te interessa menos ainda.

– Acho que foi Greg na virilha.

Ela riu. Isso foi uma resposta totalmente inesperada.

– Você precisaria de luz negra para ver minha tatuagem.

– Se não fosse a Hepatite, seria bem eficaz. O que é?

– Você não acha que já fez demais? Me deixe ficar com minha família. Vá salvar o pessoal que fez as tatuagens com o Nick.

– Isso é coisa pro Wilson.

– Então vá pedir pra ele fazer, só me deixe sozinha.

Cuddy fecha os olhos, mas sorri. House sorri de canto vendo isso. Seria a primeira vez em dois anos que uma conversa terminava com sorriso em ambos os rostos.


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