Remember Me escrita por liina


Capítulo 1
prólogo


Notas iniciais do capítulo

então, eu percebi que a maior parte das fics sobre os meninos são escritas com eles sendo uma banda já (não estou reclamando, para deixar claro, eu leio muitas delas hahaha) e espero que não se importem de eu ter dado uma mudada, escrevendo uma história em que nenhum deles é famoso, mas bom, eu tive essa ideia louca e resolvi dividir ela com alguém haha :)
espero realmente que gostem. É isso haha, boa leitura :D



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SAMANTHA’S P.O.V

Seis meses. Exatos seis meses haviam se passado desde que havia acordado naquele maldito quarto branco de hospital, vendo todos da minha família com olhos inchados e lágrimas descendo pelos rostos, e, para completar o show de horrores, um médico e uma equipe de enfermeiras me olhando com cara de dó.

Seis meses desde o acidente.

Paramos o carro na frente de uma charmosa e aconchegante casa, já tão familiar. Subi os óculos e encarei-a por um momento, sorrindo levemente com as lembranças que tinha daquele lugar. Pude sentir Harry rígido ao meu lado, mas fingi não perceber seu comportamento estranho e desci do carro sentindo meu sorriso aumentar ainda mais.

- é bom ver você feliz assim de novo, querida – Robin disse chegando ao meu lado e colocando seu braço ao redor de meus ombros. Eu sinceramente considerava ele como um pai.

- obrigada por nos trazer de volta – abracei-o forte e ele deu um beijo em minha testa.

Pegou algumas caixas que não colocamos no caminhão da mudança de dentro do carro e mamãe o ajudou a leva-las para dentro de casa. Lar doce lar, pensei feliz e pude sentir Harry parando ao meu lado com uma cara estranha que nem liguei. Estava feliz de mais para perguntar o que o estava incomodando.

Pois era assim que Harry estava desde que decidi pedir para mamãe e Robin que voltássemos para cá. Tínhamos nos mudado um pouco antes do acidente, mas eu sabia que o lugar perfeito para recomeçar seria aqui, na pequena cidade do interior da Inglaterra em que tinha crescido!

Eles tinham largado tudo para voltar para cá, meus pais eu quero dizer. Na verdade eu fiquei até surpresa com a rapidez em que eles concordaram com o meu pedido. Harry não gostou. Podia escutar ele discutindo com eles algumas vezes, mas nunca chegava a tempo de pegar o assunto de suas reclamações.

- sabe, você poderia pelo menos ficar feliz por rever seus amigos, já que não é capaz de ficar feliz por mim... – disse sem nem ao menos tirar os olhos da casa e pude sentir seu olhar sobre mim.

- não é isso, Sam! É que você sabe que vai ter pessoas aqui que você...

- acho que já tivemos essa discussão antes – cortei-o olhando em seus olhos – Harry, é aqui que eu passei a minha vida toda, e você sabe que vai ser um lugar perfeito para começar de novo – dei uma cotovelada nele – vai falar que também não sentiu saudade disso tudo? – ele riu e me abraçou de lado.

- é pequena, senti sim...

Apesar de meu irmão ser um ano mais velho do que eu, nos considerávamos gêmeos, afinal, além de nos parecermos, e muito – tínhamos a mesma cor de cabelos, com a exceção de que o meu caía em grandes ondas até minha cintura, os mesmos grandes olhos verdes e covinhas – também dividíamos tudo desde pequenos, inclusive os amigos.

Dei um beijo estalado em sua bochecha e entrei quase saltitando na casa, mal conseguindo esperar para entrar em meu quarto de novo.

LIAM’S P.O.V

Desci as escadas e fui até a cozinha pegar um copo de água na cozinha. Deus, como a tarde estava quente! Eu estava quase a ponto de derreter, sem brincadeiras!

Pela janela, que dava de frente para a casa, dei uma espiada na familiar casa da frente, encontrando um Harry descabelado  parado no jardim. Espera... oque?

Corri para a porta da frente e atravessei a rua apressado. Harry estava tirando uma caixa de papelão de dentro do porta-malas e estava tão distraído que quando encostei a mão em seu ombro, ele se assustou, batendo a cabeça no capô.

- Liam! – ele quase berrou e pulou em cima de mim, no que parecia ser um abraço.

- hey! Não esperava te encontrar por aqui ... – disse depois que consegui parar de rir dele.

- ah – disse parecendo se lembrar de que não tinha me avisado que estavam se mudando de volta – foi coisa de ultima hora – deu de ombros e eu concordei com a cabeça.

- é bom te ver de volta – sorri e, apesar de ele fazer o mesmo, senti que ele estava tenso – quer ajuda com isso aí? – apontei as caixas com a cabeça e ele olhou, quase imperceptivelmente, para a janela do quarto da irmã.

- sim – sorriu por fim – seria ótimo – me passou uma das caixas – pode deixar essa na sala.

Peguei-a de suas mãos e entrei na casa sorridente. Pude escutar uma música vindo do andar de cima e presumi que vinha do quarto de Sam, onde provavelmente ela estaria dançando enquanto desembalava suas coisas. Sorri com esse pensamento e me virei para sair da casa quando escutei sua voz.

- ei... mãe? – perguntou divertida e pude imaginar um sorriso perfeito iluminando seu rosto, mesmo estando de costas.

Me virei e dei alguns passos rápidos em sua direção. Abracei-a fortemente, a ponto de tirar seus pés do chão, e sei um beijo em sua bochecha. Senti seus braços um pouco frouxos em volta de meus ombros, mas ignorei qualquer pensamento ligado a isso. O que importava era que ela estava de volta.

- Eu senti tanto a sua falta! – disse me afastando um pouco dela e vendo-a sair rapidamente de meus braços, subindo um degrau da escada logo em seguida. – o que foi Sam?  - franzi a testa e pude ver seus olhos se enchendo de lágrimas.

- mãe? Robin? – ela chamou e logo pude ouvir passos se aproximando.

 - o que foi Sammy? O que está acontecendo? – perguntei com um sorriso e dei um passo hesitante em sua direção, vendo ela subir mais um degrau.

- eu sinto muito – pude escutar sua voz chorosa.

- o que? – minha voz saiu mais baixo do que eu esperava e então Harry entrou na sala. Ele deu uma olhada na cena e colocou a caixa que estava em suas mãos no chão.

- ai, merda! – disse e andou até nós.

Fiquei olhando, sem entender nada, enquanto Samantha subia as escadas correndo e senti a mão de Anne em meu ombro.

- Liam, querido? – sua voz era calculada – nós precisamos conversar... – suas mãos me direcionaram até a cozinha e ela me fez sentar na mesa de madeira que tinha lá.

Os olhos dos três demonstravam preocupação. Anne sentou à minha frente na mesa e pegou minha mão.

- querido, quando estávamos em Londres, em uma das primeiras semanas, Sam sofreu um acidente de carro ...

- o que? -  enruguei a testa olhando para ela – não pode ser... Harry me contaria se algo assim tivesse acontecido, não é Harry? – olhei para ele, mas ele encarava os pés – Harry? – perguntei inseguro e Anne continuou.

- Liam, escute, está bem? – ela tinha lágrimas nos olhos – no acidente, ela bateu a cabeça muito forte, na parte onde é guardada a memória, e... bom, depois de alguns testes no hospital, chegamos a conclusão de que ela se esqueceu totalmente do que aconteceu nos últimos dois anos e meio ou até mais um pouco...

- o que você quer dizer? – perguntei confuso, com medo de já saber a resposta.

- o que ela quer dizer – disse Harry me olhando – é que para minha irmã é como se ela tivesse ido ir dormir com catorze anos e acordado com dezesseis... ou com treze- disse pensativo – já que ela nem ao menos lembra da sua festa de catorze.

- o que? – passei a mão no cabelo sem acreditar no que estavam dizendo – você quer dizer que ela ... – não consegui terminar a frase, e Robin completou meu pensamento baixinho.

- quer dizer que ela não se lembra de você... – senti meus olhos enchendo de água.

- querido, você conheceu ela bem nesse período que ela se esqueceu... Eu sinto muito, mas você é um estranho para ela – Anne disse com a voz calculada novamente.

- não. Isso não pode ser verdade! – segurei para não gritar essas palavras – porque você não me contou? – olhei para Harry – nós conversamos tantas vezes...

- desculpa, Liam... É que eu não sabia como eu deveria te dar a noticia. Quer dizer, não é todo dia que se liga para um amigo e fala – colocou a mão na orelha imitando um telefone – “tenho que ir, cara. Ah, e só pra constar, eu por acaso mencionei que minha irmã sofreu um acidente e não se lembra de você?” ...

- Harry! – sua mãe o repreendeu, mas eu ignorei.

- os meninos já sabem? – ele concordou com a cabeça – eles sabem que vocês estavam voltando?

- Zayn foi o primeiro que ela ligou pra contar a novidade – deu um sorriso triste.

Só fui perceber que as lágrimas que a pouco estavam em meus olhos já estavam rolando pelo meu rosto quando Anne as limpou com a ponta dos dedos.

- posso falar com ela? – perguntei depois de cobrir meu rosto com as mãos, limpar as lágrimas que sobraram e respirar fundo.

- claro. Pode subir lá – Robin disse depois de Harry e Anne hesitarem por um segundo – alguma hora eles teriam que ter essa conversa... – completou olhando para os outros dois.

- com licença – disse me levantando da mesa.

Assim que cheguei à ponta da escada pude sentir Harry atrás de mim.

- me desculpa, dude. De verdade, eu... só não sabia como te contar. Ninguém sabia...

- tudo bem. Não se preocupe – dei o melhor sorriso que consegui e subi os degraus.

Parei na frente da porta fechada do quarto de Sam e por um minuto imaginei seu interior, já tão conhecido por mim: toas as paredes eram brancas com exceção  de uma, que era pintada de verde claro, onde a cabeceira da cama ficava encostada. Ao lado dela ficava uma escrivaninha com um computador e, na parede da frente, uma mesa maior que ela usava para estudar e, provavelmente, já estava toda bagunçada, mesmo sendo o primeiro dia na casa. À sua frente ficava um quadro magnético cheio de fotos de Sam em todas as idades. Na parede ao lado da cama ficava um guarda-roupa e, para completar, embaixo da janela, que ficava na parede restante, estava um banquinho acolchoado, que ficava no nicho que a parede formava, onde ele sempre ficava lendo.

Ela adorava ler. Seu quarto era cheio de livros espalhados e, em cada porta ou gaveta que você abria, era possível achar um deles. Isso meio que tornava o quarto de Samantha aconchegante...

Respirei fundo e parei de enrolar, girando a maçaneta da porta. Ela estava no banco da janela. Lendo. Dei um sorriso com a cena e quando percebi já tinha falado com ela.

- você sempre gostou de ler aí – sorri

- como você sabe? – perguntou marcando a pagina do livro com o dedo e se virando para mim.

- eu conheço você – dei de ombros e ela olhou para o chão. Entrei e fechei a porta – me desculpe por aquilo lá em baixo. Eu não sabia do ...

- acidente – ela completou minha frase ao me ver hesitar – tudo bem, eu já sabia que aqui ia ter algumas pessoas que eu não me lembraria – continuou sem me olhar.

- é ... – sentei na cama – eu não acredito que você não se lembra de mim – passei as mãos no cabelo e abaixei o rosto.

- eu sinto muito – disse colocando o livro de lado e vindo em minha direção – de verdade. Você... é amigo do meu irmão? – deu um pequeno sorriso.

- também sou seu amigo...

- não. Você não entende... Eu não conheço você – falou devagar e com uma cara de quem se desculpa.

- claro que conhece, Sammy ...

- não me chama assim, por favor – ela me cortou e senti minha mandíbula contrair e levantei. Ela deu um passo para trás.

- você é a minha melhor amiga, Samantha. Você não pode ter se esquecido assim de mim, de repente. – eu devia soar desesperado. Ela respirou fundo.

- eu não sei se você entendeu, mas não fui eu que escolhi isso – lágrimas vieram aos seus olhos, assim como nos meus.

- por favor. Se você tentar, eu sei que você vai se lembrar de mim – eu sabia que não ia, mas eu estava tão desesperado que parecia que minha boca estava funcionando por si só.

- me desculpa, mas não vou...

- eu só preciso da minha melhor amiga de volta – senti uma lágrima cair enquanto dava um passo em sua direção

-eu não sou sua melhor amiga. Eu nem ao menos te conheço...

- não fala isso, Sammy.

- eu não te conheço! – ela gritou me fazendo parar e encará-la - me desculpa, mas eu não te conheço! – disse com o tom mais baixo – agora, se você, por favor, puder ir embora, eu vou agradecer!

Hesitei durante alguns segundos olhando em sua direção e então saí pela porta. Desci rapidamente a escada e passei rapidamente na porta da cozinha.

- é bom ter vocês de volta – disse para os três senados na mesa. Escutei Harry chamando meu nome, mas ignorei, saindo para a rua. 


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Notas finais do capítulo

bom, essa é a minha ideia louca haha, o que acharam? :)