.

Filhos, provavelmente na época em que estiverem lendo isso,  não sabem quem era seu tio sabem porquê? Por que aquele ser é um cachorro sarnento, futuro defunto e traidor de uma figa! Bom, Argh! Vou contar o que aconteceu.

Depois daquilo do banheiro, eu estava meio confuso, que merda de confuso o quê?

 Eu estava confuso pra cacete! Eu ainda não acreditava que tinha acabado de confessar, ao meu filho, que eu amava a mãe dele.

Minha mente só ficava falando assim: “Você se fudeu, ele vai contar”. E eu fiquei rodando pela ilha e nada do capeta. Até que o achei no mar com o Gabriel, você estava tentando aprender a surfar enquanto as mulheres ficavam tomando sol e o tio de vocês estava um pouco afastado só na caipirinha, a bebida, bando de pervetidinhos!

Temendo que você já tivesse abrindo seu buraco negro que você chama de boca, preferi evitar ficar com as garotas e fui até meu irmão que até então eu não sabia que era um cachorro sarnento traidor de uma figa. Eu preparei uma caipirinha pra mim também e sentei ao seu lado.

-Mano, eu tô ferrado...- Falei e ele sorriu me olhando de esguelha e tomando um gole da sua bebida.

-Você sempre tá, mas qual é o problema dessa vez?

-Porra... Acho que eu tô fazendo a maior besteira da minha vida me casando com a Lucy... –Comentei olhando-a perto de Anna, mas o suficientemente longe pra que pudesse criar uma barreira gigante de pedra entre as duas.

-Você acha? –Perguntou irônico. – Eu até hoje não intendi o porquê de você tê-la pedido em casamento.

Dei de ombros.

-Já namoramos há mais de seis anos, estava na hora de dar o passo à diante. – expliquei meio nostálgico. –Achei que era o certo a fazer, mas agora...

-Nem tanto. – Completou quando eu não consegui. – Só me diz uma coisa: Por que você não quis a Anna antes?

 -Não foi assim, se eu bem me lembro, foi ela que não quis que nós ficássemos juntos.

-Oh, depois de você ter uma crise de adolescência tardia você esperava que eu fizesse o quê? – Anna se intrometeu na conversa do nada, tomei um susto daqueles. – O quê? Se quiserem uma conversa privada seria mais inteligente ir para um lugar menos publico, hein?

-Não é privada, Anna. Junte-se a nós. – Richard falou a puxando pelo braço e ela acabou caindo no seu colo. – Desculpe. – Disse todo sem graça e ela se sentou entre nós.

-O que os homens estavam conversando? –Perguntou tentando parecer engraçada, mas só o Richard riu. Qual era o problema dele? Parecia até quando ele estava afim de Bianca na faculdade, ria quem uma hiena só por que ela falava um oi. Só que não sabia se era esse o caso... Ainda.

-Sobre como Matt é um idiota por ter deixado uma linda que nem você escapar. – O linguarudo falou e ela riu.

- E qual é a novidade?- É, ele riu, de novo. Eu não via tanta graça... O mais estranho foi que ele, enquanto ria, pôs os braços ao redor dos ombros dela e ela não tirou.

Porra, só eu vejo que tá tudo errado nisso?

-Sabe... – E a puxei para mim, admito que foi um pouco brutalmente, mas eu simplesmente não podia deixar que aquela pouca vergonha continuasse. – Eu não acho que fui eu quem te deixou escapar

-Sim, foi sim. – Richard afirmou puxando a.

-Não, foi não. – E a arranquei dos braços dele.

-Ah, foi sim.

-Ah, foi não.

-Ah, foi sim senhor.

-ARGH! Parem os dois de me puxarem de um lado para outro como se eu fosse um ioiô! –Anna esbravejou se levantando. – E sim, foi eu quem não quis mais nada com esse energúmeno e não quero ele nunca mais!

-Anna! – Eu e Richard falamos juntos e ela falou um palavrão, depois saiu correndo.

Eu e o tio de vocês nos olhamos, desafiando um ao outro a segui-la. Quando achei que tinha vencido e dou as costas, ele pega e saí correndo atrás dela.  Eu também, como não sou de ferro, corro também. Como sou mais novo E mais forte, estou ganhando e boto o pé pra ele tropeçar, só que assim que ele caiu, Richard me puxou pelo pé e nós dois caímos no chão e enchemos a boca de areia e a cara de tapas e pontapés.

-O que você quer com ela? – Rick perguntou. – Já não basta o que você fez com ela no passado, quer machuca-la de novo?

-Claro que não. E você, o que quer com ela?  -Perguntei irritado. – Você é casado e fica de gracinha com a Anna... Por quê?

Ele parou e me olhou sério.

-Não é da sua conta. – E se levantou indo na direção da casa e da direção que a Anna havia tomado.

Eu olhei pra praia e ninguém parecia ter visto o que tinha acabado de ocorrer, somente Alexia que passou por mim que nem um foguete e entrou na casa batendo a porta assim que passou por ela.

Eu fui até lá vagarosamente, temendo o que eu iria presenciar e pra falar a verdade eu preferia jamais ter ouvido o que eles estavam conversando, pela janela e escondido. Anna parecia estar chorando e o traidor estava ao seu lado a consolando.

-Uma hora você vai ter que contar pra ele, querida. – Richard disse segurando sua mão. – Isso é uma coisa grande demais pra se esconder no armário.

-Você sabe como ele é, Rick. Ele não vai entender...

-Mas Anna, você não pode esconder disso dele pra sempre, ele é o pai de seus filhos! – É isso aí, Alexia! Também acho...

-Você acha o quê Richard, devo contar? –Perguntou olhando para o infeliz com quem tá tendo um caso. – As crianças, Bianca, todos vão ficar tão chocados...

-Mas eu vou estar ao seu lado, meu bem. – Richard garantiu amorosamente. – Pro que der e vier.  

Eu não estava acreditando! Anna e Richard estavam tendo um caso secreto e o pior, Alexia sabe disso!  Estavam com medo de me contar, só pode! Deus, por quê?