“Ao longo da minha vida, tive várias paixões mas nunca tive a certeza do que era aquele “amor” de que a maioria das pessoas falavam. Ficar presa a vida inteira por causa de uma pessoa? Jamais! Isso nunca me passou pela cabeça, na verdade eu achava que isso não fazia sentido algum. Como dedicar a sua vida inteira a uma pessoa assim? Será que alguém faria o mesmo por você? Era realmente difícil de acreditar nesse tipo de coisa. Algumas pessoas pareciam ser tão vazias por dentro...”

Estava eu, Louise, uma garota com quase 16 anos sozinha em meu quarto e como de costume, escrevendo em minhas redes sociais. Nem sei porque ainda insisto nisso, acho muito provável que ninguém leia o que eu escrevo. Na verdade era como se fosse uma espécie de diário, transcreviam meus sentimentos. 

Estava revisando  meu texto quando algo me surpreendeu, olhei no canto da página e havia uma mensagem lá. Logo um sorriso foi crescendo em meu rosto e meus olhos estavam fixos na tela do meu notebook. Ual! Alguém lê o que eu escrevo todos os dias.

 “Visito seu blog todos os dias, acompanho tudo o que você escreve e pode parecer estranho, até porque nunca me manifestei, mas é que eu não consigo parar de pensar em você. Me identifico com cada coisa que você escreve, é como se você enxergasse com os meus olhos e sentisse com o meu coração. Seu jeito de se expressar e...” – fui interrompida por batidas na porta do meu quarto, era minha mãe me chamando para almoçar.

“Já estou indo.” – respondi fechando meu notebook e saindo do transe.

Enquanto mexia a comida em meu prato com o garfo, aquela mensagem me intrigava. No intervalo de cada garfada eu esboçava um pequeno sorriso que causou curiosidade em minha mãe, que estava sentada na minha frente.

“Quem é ele?” – disse ela me olhando.

“Ele quem?”- eu disse olhando para o prato e tentando disfarçar, talvez se não fizesse contato visual com ela, ela poderia acreditar e mudar de assunto.

“O garoto de quem você gosta Louie.” – e bebeu um gole de seu suco.

“Eu gosto? Da onde você tirou isso?” – dei uma risada sem graça – “Não to gostando de ninguém mãe..”

“Seu sorriso não mente e está brincando demais com a comida, você nunca enrolou tanto para comer suas panquecas!” – ela riu.

“É que não estou com muita fome não...na verdade eu até ia te falar isso, já posso ir para o meu quarto?” – olhei para ela.

“Hmmmm tudo bem, mas só dessa vez.”

“Obrigado mãe!” – e sai correndo para o meu quarto.

Me peguei pensando nisso o dia inteiro.

Deitei em minha cama, peguei meus fones de ouvido e por algumas horas viajei em meus pensamentos. Eu realmente queria saber quem era aquele garoto, ele me pareceu muito sincero. 

Acho que permaneci com um sorriso bobo em meu rosto por um bom tempo, cada dia que passava, aquilo mexia mais comigo. Será que eu estava apaixonada? Não, não podia ser,  eu nem ao menos sabia quem era o autor daquela mensagem. 

Os dias se passaram e eu decidi que iria esquecer isso, afinal essa pessoa havia parado de escrever pra mim. Foi então que mil coisas passaram pela minha cabeça. O que teria acontecido com ele? Será que ele estava bem? Será que estava sem internet para me escrever? Enfim, decidi deixar pra lá ou isso ia me enlouquecer mais ainda.

Passei a noite deitada na frente do meu notebook na esperança de que aquele garoto pudesse me escrever outra vez. Estava babando de sono, literalmente, quando me assustei com um tipo de campainha. Esfreguei meus olhos, olhei para a tela e lá estava, outra mensagem...