Pokémon!Nova Jornada!Hoenn escrita por Maya


Capítulo 13
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Ei pessoal!
Recentemente escrevi esse epílogo de Nova Jornada e resolvi postar aqui para que todos pudessem ver. Tem bastante coisa que não foi explicada na fanfic, então se quiserem maiores explicações, podem me contatar pelo MP :)
Divirtam-se com o final dessa jornada dos meus eternos moleques!
PS: No finalzinho do capítulo tem um trecho de uma música. Se quiserem procurá-la, o nome é Hitorijanai (sim, de DBGT).



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            Mason estava quase desistindo quando viu o olhar de Ana. Mesmo chorando, sua expressão permanecia firme e determinada, e ela olhava para o namorado pedindo silenciosamente que levantasse. O jovem treinador acatou sem pensar duas vezes. Ao seu lado, o sempre fiel Charizard acompanhou-o.

            Lá na frente, Kenny e seu Venasaur travavam uma batalha violenta contra Chaos. Pokémon e treinador sangravam enquanto a criação dos Rockets continuava praticamente ilesa. O Ketchum ofegava numa frequência preocupante, e seu velho companheiro parecia ter dificuldades para simplesmente ficar de pé. Mason se perguntou como a situação havia chegado àquele ponto; afinal, uma hora atrás eles estavam apenas dialogando com Chaos. Quando foi que tudo explodiu e se tornou um pesadelo?

            – Kenny quer atingir o núcleo dele – Ana observou. – Aquela esfera que Chaos tem no peito... Mas isso pode acabar o matando.

            – E seria tão ruim assim? – Ben, o corpo apoiado por Swampert, retrucou. Ele com certeza teria um treco se soubesse o quão maltrapilho estava. – Se as coisas continuarem assim, esse demônio vai destruir Hoenn!

            Ana o fuzilou de um jeito que Mason nunca tinha visto antes.

            – Não é um demônio, Ben. Chaos pode ter sido feito em laboratório, mas continua sendo um Pokémon. Aliás, isso que você acabou de dizer só comprova o que ele disse antes!

            A Ranger se referia à frase que se repetia de novo e de novo na cabeça de Mason desde que foi dita por Chaos, pouco antes de tudo virar uma grande bagunça: "Vocês, humanos, há milhares de anos tiram a liberdade dos Pokémons e os tornam seus escravos totalmente descartáveis, e minha espécie está tão acostumada com tal fato que não consegue mais ver sua própria capacidade fora das batalhas sob as quais vocês nos impõem." O Stuart sempre dizia que via os Pokémons como amigos, mas será que não os estaria usando como ferramentas também? Ele teria coragem de soltar seus parceiros apenas para que buscassem sua plena liberdade? Será que seu Charizard gostava mesmo das batalhas ou estava só acostumado?

             Mason olhou para seu primeiro Pokémon, esperando que ele entendesse a pergunta, e a forma como o dragão lhe encarou deixava claro que tinha entendido – e também qual era sua resposta.

            – Temos que encontrar um jeito de deter Chaos sem machucá-lo – Ana continuou. – Mason? Alguma ideia?

            – Vamos dar a Chaos o que ele quer.

            – Do que está falando?

            O treinador se virou para a namorada. Mesmo naquela escuridão e com toda a sujeira e os ferimentos em seu rosto, Ana continuava emanando uma luz que só Mason conseguia ver.

            – Ele quer que os Pokémons sejam livres. Então vamos libertar os Pokémons.

            A jovem levou a mão imediatamente às Pokébolas presas à cintura. Ben franziu o cenho e se aproximou mais um pouco de seu Swampert.

            – Ficou maluco? – Exclamou. – Não podemos fazer isso!

            – Pense um pouco sobre isso. – Mason ainda encarava Ana, desejando que ela, mais do que ninguém, compreendesse. – Chaos tem razão. Nós podemos ser amigos dos Pokémons, alimentá-los e cuidar bem de cada um, mas isso não nega o fato de que os prendemos em Pokébolas e os usamos para ganhar concursos ou em alguma tarefa que poderíamos fazer sozinhos. Será que eles ficam mesmo felizes com isso? Será que não querem algo mais?

            – Eles são nossos amigos, Mason. Não quero perder isso.

            – Não vamos. – Mason segurou a mão da namorada, querendo tanto transmitir forças quanto receber. – Só lhes daremos livre-arbítrio. Eles poderão nos visitar quando quiserem, e quando quiserem partir, partirão. Estou certo de que serão mais felizes assim.

            Antes que Ana dissesse qualquer coisa, seu Blastoise saiu espontaneamente da Pokébola e assentiu para a dona, que começou a chorar imediatamente.

            – Blas...

            – Eles querem ser livres – Mason sussurrou. – Quem somos nós para tirar isso deles?

            – Ninguém – Ben respondeu. O Stuart notou que o rival agora abraçava seu Pokémon inicial. – Não podemos nos considerar superiores a eles... Certo?

            – Certo.

            Ana enxugou as lágrimas e apertou a mão do namorado com mais força.

            – Está bem.

            Mason beijou levemente sua bochecha e voltou a olhar para seu Charizard. Ele mantinha aquela expressão decidida que deixava seu treinador seguro do que estava fazendo.

            – Vou sentir saudades, parceiro. Por favor, não se esqueça de me visitar quando puder.

            Charizard rugiu em resposta. Foi o rugido mais sutil que Mason já havia ouvido dele, e o garoto não precisou pensar muito para entender seu significado.

            – Kenny! – Gritou enquanto caminhava até Chaos. Ana e Ben o seguiam, assim como os Pokémons– Pare a luta! Eu já sei como deter Chaos!

            – Grande moleque Mason – o Ketchum falou enquanto retornava Venasaur a Pokébola. – O que pretende?

            – O contrário do que você acabou de fazer, na verdade. Vamos soltar os Pokémons.

            Kenny ergueu a sobrancelha. No outro lado, Chaos inclinou a cabeça em interesse.

            – Ficou maluco? – Perguntou o Ketchum.

            – Não. Chaos está certo: não podemos mais prender os Pokémons e submetê-los a nossa vontade. Não é justo com eles.

            – Então seu plano é simplesmente soltar todos eles? É isso?

            – Está falando a verdade, humano?

            — Sim. Juro que estou.

            Chaos deu alguns passos na direção de Mason. Ainda parecia desconfiado com aquela promessa, o que na realidade não combinava muito com ele. O garoto sentiu medo e vontade de correr no início, mas tentou parecer o mais firme possível.

            – Você libertará todos os Pokémons? Lhes concederá liberdade?

            — Não posso garantir que será rápido, mas farei o possível para convencer o maior número de pessoas. E começará aqui mesmo, por mim e por meus amigos.

            – Eu não concordei com isso! – Kenny protestou. Sua única resposta foi mais um olhar fuzilante de Ana.

            – Mas eu preciso que você me prometa algo antes – Mason disse. – Prometa que vai parar os ataques aos humanos e em troca eu inicio esse movimento de libertação.

            – Como posso saber que sua palavra é de confiança?

            Mason olhou para seu Charizard e este assentiu com segurança. Com as mãos trêmulas, o jovem treinador tirou do bolso sua primeira Pokébola e a colocou no chão, para depois buscar um pedra grande o suficiente. Kenny ofegou assim que entendeu.

            – Cara, não faz isso!

            Tarde demais. Antes que se deixasse pensar muito no assunto, Mason enterrou a pedra na pequena esfera vermelha e branca de novo e de novo até que ela se quebrasse. Uma luz azul saiu dela ao final, iluminou Charizard e logo se dissipou.

            – Essa é a minha disposição, Chaos. Não precisa duvidar de minha palavra.

            Pokémon e humano se encararam. Enfim, Chaos balançou a cabeça.

            — Não! – Kenny protestou. – Mason, Não vou abrir mão dos meus Pokémons! Ficou doido?!

            – Desculpe, parceiro...

            Kenny já ia gritar mais alguma coisa, quando o Venasaur saiu voluntariamente de sua Pokébola e grunhiu algo para o treinador. Pelo choro do rapaz, ele entendeu a mensagem.

            – Mason Stuart. Acredito em suas palavras. Deixarei os humanos em paz. Conto com você para fazer sua parte.

            — Eu farei. É uma promessa.

            Mason nunca havia sentido uma convicção tão estranha.

. . .

            Chaos ajudou a levar o grupo de volta à superfície antes de desaparecer mais uma vez nos céus.

            Mason sacou suas outras cinco Pokébolas e libertou as criaturas dentro delas. Jolteon, Magcargo, Aggron, Vigoroth e Cacturne também tinham ferimentos – embora muito menores do que os Charizard –, e também assumiam expressões determinadas. Aparentemente já tinham escutado e compreendido tudo, e estavam de acordo com a decisão de seu treinador.

            O Stuart reuniu todos os seis e abriu o melhor sorriso que pôde, em meio ao cansaço, à dor e à tristeza que sentia no momento.

            – Nunca vou me esquecer do que passamos juntos aqui – disse a eles. – As insígnias que conquistamos, as batalhas que vencemos e perdemos, o quanto nos divertimos juntos... Levarei tudo isso comigo. Será que podem levar com vocês também?

            Os Pokémons grunhiram alegremente. Mason sentiu um aperto indescritível no peito.

            – Que bom. Obrigado, pessoal. Por tudo.

            Os outros treinadores seguiram seu exemplo, um a um. Ana libertou Vaporeon, Nuzleaf, Altaria, Seviper e Breloom, que a encaravam com os olhos repletos de emoção. Ela não aguentou, começou a chorar imediatamente.

            – A jornada agora é de vocês. Cuidem-se, viu? Não esqueçam de comer, conheçam outros Pokémons e se divirtam bastante. Quando quiserem voltar para uma visita, já sabem onde me encontrar! – Ana abriu um sorriso choroso. – Eu amo vocês demais.

            O próximo foi Ben. Ninetales, Mawile, Sableye, Ninjask e Grumpig juntaram-se à Swampert, todos sorrindo.

            – Eu não conseguiria me tornar uma pessoa melhor sem vocês. Obrigado, por tudo! E lembrem-se que, não importa o que as pessoas digam, vocês todos são os Pokémons mais belos e graciosos e de toda Hoenn!

            Finalmente, Keny tomou coragem para se juntar a eles. Ainda com o coração apertado, lançou para fora seus companheiros Absol, Dragonite, Aerodactyl, Murkrow e Espeon. O Ketchum juntara o time especialmente para sua missão secreta de deter Chaos e os Rocket, procurando durante quase um ano inteiro pelos mais fortes, e não podia estar mais satisfeito com a formação.

            – Foi uma jornada maluca, né? Mas todos foram tão incríveis... Mesmo eu pedindo demais de vocês, nunca reclamaram e sempre deram o melhor que tinham. Estou muito orgulhoso de cada um, e agradeço por tudo. Vocês foram o melhor time que poderia pedir.

            Todos os Pokémons grunhiam, cada um dizendo suas próprias palavras de despedida aos treinadores, até finalmente tomarem seus rumos – alguns em grupo, outros individualmente. Charizard, Blastoise, Venasaur e Swampert, os iniciais, foram os últimos a irem.

            Ver o poderoso dragão de fogo alçar voo trouxe-lhe todas as lembranças que tinha de seu primeiro companheiro: o dia em que escolheu o pequeno Charmander e partiu na jornada por Kanto, os treinamentos, os Pokémons que capturaram juntos, o dia em que evoluiu para Charmeleon, os ginásios, a evolução final na luta em Cinnabar, o Torneio de Kanto, tudo o que tinham vivido e aprendido juntos em todo esse processo... E só então caiu a ficha: eles estavam se separando.

            Mason cedeu ao ímpeto de correr atrás do parceiro, embora este já estivesse voando alto. Alguns metros depois, parou e gritou com todo o pulmão:

            – Charizard!! Obrigado por tudo! Você é meu melhor amigo, eu te amo!!

            O dragão virou-se para trás e, sorrindo, soltou um rugido potente. Mason sorriu em meios às lágrimas incessantes e acenou.

            – Você também, Blas! – Ana gritou ao Blastoise. – Cuide-se bem, e esforce-se sempre! Venha me ver em Pallet quando quiser!!

            – Venasaur, você é o cara! Aproveite bastante!!

            Ben não conseguiu dizer nada ao Swampert; continuava chorando sem controle. Mas ainda assim o aquático mandou um sorriso ao coordenador.

            Mason pensou nos outros milhares de treinadores espalhados por aí e em como seria difícil convencê-los a libertarem seus Pokémons; nos membros das Elite 4 e líderes de ginásio; pensou em Zacky, em seus pais, os pais de Keny, e todos os outros que conhecia. Pensou, especialmente, nas crianças que aguardavam ansiosamente o aniversário de dez anos para conseguirem seus primeiros Pokémons. Esses talvez seriam os mais difíceis de conversar. Essas coisas balançaram a convicção do rapaz.

            Então, Ana segurou sua mão. A Ranger sorria com sinceridade acima da dor da despedida ainda estampada no rosto.

            – Você é incrível, sabia?

            Mason retribuiu o sorriso.

            – Desculpe por te levar a fazer isso... Vocês também, Ben e Keny.

            – Se é o que os Pokémons querem, então tudo bem – Ben enfim conseguiu dizer algo. – Você é um idiota, mas pelo menos faz as coisas direito às vezes.

            O adolescente levou um tapa na nuca do rival, mas continuou rindo. Mason também riu um pouco, só que logo se virou ao Ketchum; era com ele que mais estava preocupado ali.

            – Ei...

            – Sabe que não vai ser fácil convencer meu pai disso, né?

            – Sei. Não só ele, como a grande maioria das pessoas. Será um desafio e tanto.

            Keny respirou fundo.

            – Você é inacreditável, Mason. Isso tudo é maluquice! – Ele ficou quieto por alguns instantes, e depois deu um soquinho no ombro do amigo. – São coisas assim que fazem de você o cara que mais corajoso que conheço. Conte comigo, parceiro! Estamos juntos até o fim.

            Mason deu um soquinho nele também.

            – Vê se não some de novo!

            – Não vou.

            – Então, é isso? – Ben perguntou. – Nossa jornada acabou?

            O Stuart sorriu para ele. Viu os olhares de determinação da namorada e do velho amigo, e depois virou-se novamente para o caçula do grupo; este entendeu o recado e tentou sorrir do mesmo jeito que os outros, embora claramente não estivesse com a mesma coragem. Ainda assim, Mason sabia que podia contar com Ben também.

Ajeitou o boné na cabeça e olhou para o céu – o mesmo que agora era dominado por seu eterno fiel companheiro. O voo de liberdade de Charizard seria para sempre sua maior inspiração para dar as mesmas asas aos demais Pokémons.

"Finalmente entendo que posso acreditar nas pessoas"

            – Não, moleque. Estamos só começando.

            E assim deu-se início à revolução.


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