Meu Bê escrita por ARTEMIZ


Capítulo 9
A Grande Apresentação


Notas iniciais do capítulo

É um capítulo grande, eu escrevi ele com bastante calma, é muito especial para mim. Estou muito triste pelo fim dela, sério mesmo, chego a querer chorar. Eu me apeguei demais, e espero que vocês gostem tanto dessa história quanto eu gosto, eu dei amor real para o que eu estava fazendo. Não é o verdadeiro fim, porque mesmo pessoas criadas por palavras têm sentimentos, e num mundo distante daqui, essas histórias que saem da nossa cabeça continuam vivas, criando novos futuros, continuando mesmo sem nós mesmos escrevermos ou dizermos para alguém que continua. Depois do ponto final, ainda há vida em tudo que colocamos amor.
Um beijo para vocês.



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                Acordei muito cedo no dia seguinte. Era sábado, o dia da apresentação no teatro principal da cidade. Eu tinha ensaiado bastante, sabia o que tinha que fazer. Mas eu estava nervosa, Bernardo ia estar lá, eu iria ter que falar com ele para fazer a peça, mesmo com toda essa raiva que eu tinha no meu peito. E ao lembrar tudo isso, sentada no sofá da sala eu comecei a chorar, e ouvi minha mãe entrar na sala em seguida, tentei esconder meu rosto, mas não consegui, ela já tinha visto.

- O que aconteceu Mari? É o mesmo motivo de ontem? – ela perguntou sentando ao meu lado.

                Ela pegou em minha mão e tirou o chaveiro de Pikachu de lá. Peguei-o de novo, escondendo ele dentro das minhas mãos pequenas.

- É esse menino? O dono desse chaveiro? – ela perguntou.

- Sim. – eu disse chorando mais ainda. – Eu amo ele e ele disse que me odeia! Que eu sou chata... – parei de falar.

- Você é tão jovem pra ter um amor assim. – disse mamãe.

 - Se eu fosse jovem demais para sentir isso, não sentiria, não acha mamãe? Mas eu estou sentindo, e isso tá doendo. Como faz pra parar de doer? – eu disse.

                Bernardo era importante demais para mim. Não queria esquecê-lo, mas não queria mais amar ele. Era complicado demais.

                Mamãe pegou o chaveiro da minha mão e disse: "Vai parar de doer quando mais nada dele sobrar em você, ou com você." Ela colocou o chaveiro na mesa. Agora eu entendia. Eu tenho que devolver o chaveiro, e depois de um tempo tudo aquilo ia sair da minha cabeça, Bernardo ia embora e ia ficar tudo bem.

- Vamos comer algo no shopping, vai ser melhor pra você. – ela disse pegando minha mão e me levando para me arrumar.

                Duas horas depois estávamos indo à direção da praça de alimentação do shopping e conversando sobre os vestidos que a gente viu numa loja. Eu estava bem agora, mamãe sempre me deixava bem.

- Você acha aquele vestido verde bonito? – perguntei.

- Eu acho, gostei dele. – mamãe disse.

- Credo mamãe ele tem cor de sapo, e sapos são feios. – eu disse.

                Ela riu. Ri junto. Andamos até uma mesa então ela me deixou lá e foi pedir alguma coisa para comermos. De repente uma menina de vestido azul claro sentou na cadeira que minha mãe havia guardado para ela.

- Oi Mari. – ela disse.

- Oi Amanda! – eu disse assustada.

- Fiquei sabendo pelos meninos da sala que você chorou na escola porque Bê disse que não gostava de você. Você tá bem? – ela perguntou tão rápido que tive que respirar um pouco antes de responder.

- Estou sim, ele não vai mais me deixar triste. Isso vai passar. – eu disse.

                Ela sorriu para mim e pegou minhas mãos.

- Essa sim é a minha Mari. Forte e decidida como sempre. – ela disse.

- Oi pequena. – disse uma mulher atrás da Amanda, a mãe dela. O nome dela é Manuela, ela é linda, igualzinha a Amanda.

- Oi tia Manu! – eu disse e corria abraçar ela.

- Oi Manu! – disse minha mãe chegando com uma bandeja com um prato de comida, um hambúrguer para mim e dois refrigerantes. – Que prazer te encontrar aqui! Venham, se juntem a nós. – ela disse.

                Manu e Amanda pegaram seus lanches e se sentaram conosco. Mamãe e a mãe de Amanda ficaram conversando coisas de adultos e eu e Amanda ficamos brincando com as batatas dos nossos lanches.

- Você vai fazer a apresentação? – perguntei.

- Vou sim, ontem não fui para aula porque papai voltou de viagem e eu quis passar um tempo com ele. – ela disse.

                Sorri.

- Eu queria passar um tempo com o meu pai, mas ele é muito ocupado. – comi e quis encerrar o assunto.

                Ele tentava passar um tempo comigo, mas trabalhava demais para me dar tudo de bom e melhor que posso ter. Entendo-o. Mas eu queria mesmo que ele fosse à minha apresentação. Seria muito importante pra mim.

- Seu pai vai arrumar um tempo pra você, você vai ver. – mamãe disse de repente.

                Olhei pra ela e sorri. Estava sorrindo pra todos hoje. Talvez por estar feliz ou tentar estar feliz. O que poderia ser?

                Depois do lanche, mamãe me deixou na casa de Amanda com Manu e disse que nos víamos no teatro, e que ia fazer de tudo para levar papai para a apresentação. Eu estava torcendo muito para que ele fosse mesmo.

- Vamos Mari, a gente tem que ir! – disse Amanda me puxando para fora do quarto.

- Eu to nervosa! – eu disse me agarrando na porta.

- Nervosa por quê? Você nunca fica nervosa para apresentações. – ela disse me puxando mais forte e fazendo minhas mãos soltarem da porta.

- Por causa do Bê! – eu disse.

                Ela me empurrou até o carro.

- Ignora ele. Ele não merece isso que você tá fazendo. – ela disse.

                Concordei com a cabeça. Demorou um pouco para chegarmos ao teatro, e quando chegamos, todos já estavam lá, inclusive o Bernardo. Respirei fundo e cheguei perto da professora.

- Ah! Você mesmo, venha comigo. – disse a professora quando me viu me puxando pela mão.

                Ela entrou comigo na salinha de fantasias, e me entregou um vestido azul lindo, que estava escrito na etiqueta “Mari” e eu sorri de orelha a orelha. Finalmente minha roupa para a apresentação! E era muito mais bonito que o da Susana! Agora ela ia ver. Vesti a roupa, depois a professora arrumou meu cabelo preso num coque e colocou uma tiara presta nele. Depois coloquei sapatos pretos para combinar com o vestido, e meia calça branca. Me olhei no espelho... Eu estava linda! Sorri mais ainda. Agora sim eu estava realmente muito feliz, até parei de me importar com o Bê. Essa apresentação ia ser maravilhosa pra mim! Quando saí da sala, todos já estavam com suas roupas também. Amanda me olhou e ficou boquiaberta, correu para mim.

- Você está linda! – ela disse. Eu sorri pra ela.

                Todos olharam para mim e ficaram felizes por eu ter minha roupa nova, exceto Susana que me olhava feio e Bernardo que ficou do lado dela me encarando indiferente. Não deixei que aquilo me afetasse. Saí saltitante para ver se mamãe já estava no teatro, que já estava bem cheio. Olhei por todos os lados e não a vi. Talvez ela fosse chegar atrasada.

- Mari... – disse alguém atrás de mim.

                Virei-me no susto e vi um Bê sem jeito.

- Que foi? – perguntei seca. Não perdoaria ele.

- Você está braba comigo? – ele perguntou.

- Como eu ia estar de bem com você quando você me chamou de chata e disse que não gosta de mim? Eu gosto de você! Na verdade, eu te amo! E depois você mente para mim, fala que gosta de mim, mas é mentira. Eu estou muito braba com você, de verdade mesmo. – eu disse despejando tudo em cima do garoto sem jeito.

                Ele arregalou os olhos e foi se afastando de mim. Achei melhor daquele jeito. Agora as lágrimas voltaram aos meus olhos e procurei de novo por mamãe, e dessa vez a vi sentada perto do palco, e então ela acenou para mim. Procurei do lado dela e não vi papai, meu choro piorou e então saí de lá.

- Não chora Mari. – disse Amanda me abraçando. – Tenho certeza que seu pai queria estar aqui.

                Eu não disse nada, não tinha mais nada para dizer. Então as apresentações começaram.

                A primeira era um musical, que eu adorei. A segunda foi um poema que uma aluna fez que foi lindo. Foi sobre borboletas. Eu gosto de borboletas. A terceira foi uma menina tocando violão e um menino cantando. Lindos, mas não gostei muito da música, era lenta demais. A minha apresentação seria a sexta, eu estava ansiosa.

- Sabe Mari, eu não sei se quero mais apresentar, eu to tão nervosa que to tremendo. – disse Amanda que estava assistindo tudo junto comigo.

- Eu também to nervosa Mandy, mas vamos apresentar e dar o melhor de nós. – eu disse.

- É. – ela respondeu.

                As outras duas apresentações seguintes pareceram tão demoradas, tudo só para aumentar muito mais meu nervosismo. E finalmente depois do que pareceu ser anos, nossa turma foi chamada ao palco grande.

                Muita gente se mexendo para construir o cenário o mais rápido possível, e as crianças que começavam a peça se ajeitando conforme o cenário ia se montando. Os primeiros que iam começar eram Amanda, o menino de óculos que não me lembro o nome agora, Bernardo e mais duas pessoas.

                Bernardo estava sentado no sofá lendo um jornal e tomando vinho, que na verdade era suco de uva, e Amanda brincava com duas crianças no centro da sala que era o cenário. O menino de óculos, que era o motorista, estava parado na porta esperando algo.

- Daniel! – chamou Berdardo, ou melhor... Tiago, o nome do personagem dele.

                O menino de óculos se mexeu e foi até o Bernardo, então Daniel era o nome do personagem dele.

- Senhor? – ele perguntou.

- Onde está Renata? – perguntou Tiago.

- Está ser arrumando senhor. – disse Daniel.

                Tiago deixou o jornal de lado, levantou e ficou de frente para Daniel, com as mãos nos bolsos.

- E aonde ela vai, você sabe? – ele perguntou.

- Não senhor. – respondeu Daniel.

                Tiago se dirigiu às garotas que estavam na sala brincando e se agachou perto delas.

- Carol, minha filha, pode ir brincar lá para dentro só um pouquinho? – disse ele à Amanda.

- Claro papai. – disse ela.

- E chame sua mãe para mim, quero conversar com ela. – disse ele.

                A cena foi se desenvolvendo tão bem, estavam todos indo bem, e acho que quando chegasse  minha hora eu iria estragar tudo com o meu nervosismo. Mas esperei paciente, vendo a cena acontecer.

                Carol estava escutando a conversa deles atrás da porta.

-... Eu só queria saber por que está tão interessado em onde vou, nunca ficou interessado! – disse Susana, ou melhor... Renata.

- Só me diga! Sou seu marido, mereço muito uma explicação. – disse Bernardo (Tiago).

                Renata (Susana) andou um pouco, parecendo nervosa, e foi até o centro da sala sem olhar para Tiago, e a conversa seguiu.

                Estava chegando minha vez, e então a professora veio até mim.

- Está pronta querida? – ela perguntou.

- Acho que sim. – eu disse.

                Ela sorriu para mim e disse “Você vai se sair bem” e me posicionou para entrar na cena. Respirei fundo.

- ALINE! – chamou Renata.

                Fui rápido para o palco, Aline era o meu personagem, que era a empregada.

- Senhora? – eu disse. Odiava me dirigir à Susana assim, mas era o papel.

                Ela andou até mim e fiquei parada. Olhei de canto para minha mãe e ela estava sorrindo para mim.

- Você está desconfiado de mim, Tiago. – disse Renata. – Mas então me explique porque olha tanto para essa mulher! Olha para ela com algo a mais nos olhos...

- Não é o jeito que olha para Daniel? – disse Tiago a interrompendo.

                Ela pareceu surpresa. Tentou dizer algo e não conseguiu.

- Pois é, eu sei. Está apaixonada pelo nosso motorista! – jogou isso para Renata.

                Ela continuou sem dizer nada, mas agora se jogou no sofá com a mão no peito.

- Mas não ligue, eu também tenho algo para dizer. – disse ele agora vindo para perto de mim. – Faz algum tempo que percebi essa sua paixão por Daniel, mas sabe não me importei porque meu coração já não era mais seu.

- Como assim? – perguntou Renata se levantando e olhando para ele.

                Tiago olhou para mim, pegou minha mão e então meu coração acelerou muito.

- Essa mulher, Aline. – disse ele e fez uma pausa. – É a nova dona do meu coração. Eu escondi que amava ela, mas agora tenho que dizer. É você que amo, Aline. – ele disse agora se dirigindo à mim. – Posso ter dito que não, mas aquela era a verdadeira mentira. Eu te amo e quero que seja minha mulher.

                Bernardo se ajoelhou na minha frente e me deu uma caixinha com anéis dentro. Colocou um em minha mão esquerda e outro na sua mão esquerda e sorriu para mim. Por um momento eu pensei que aquilo não fazia parte da peça, porque todos olhavam confusos para ele, mas aquilo podia sim fazer parte da peça, eu tinha que perder as esperanças!

- MÃE! – entrou Amanda, ou Carol, gritando na sala. – Você vai se separar de papai? – perguntou ela.

- Não vejo razões para continuar com ele, já que ele encontrou seu verdadeiro amor, e eu também. Minha filha, seu novo pai agora é Daniel. – disse Renata pegando a mão do menino de óculos. Amanda sorriu e a cena acabou ali, com um grande FIM aparecendo no fundo.

                O que aconteceu na peça não saia da minha cabeça enquanto eu estava no camarim me arrumando agora com as minhas próprias roupas. O anel ainda estava em meu dedo e eu olhava fixamente para ele. E então me lembrei de uma coisa.

                Corri até minha mãe na platéia e pedi para ela me dar o que pedi para ela trazer: o chaveiro de Pikachu. Corri de volta para o camarim e procurei por Bernardo entre muitas crianças mais altas que eu, e então finalmente o achei sentado perto da entrada do palco sozinho pensativo.

- Oi. – eu disse chegando perto dele.

- Oi Mari. – disse ele surpreso se ajeitando.

- Eu queria dizer uma coisa... – eu disse. – Um dia você deixou um chaveiro seu cair, e eu o achei. Eu sabia que era seu porque eu sempre o via com você. E então eu guardei ele para poder devolver o dia que eu falasse com você.

                Estiquei a mão e abri. Ali estava o chaveiro de Pikachu que eu havia guardado com tanto carinho para um dia especial eu poder dar para Bernardo. Eu não sabia se era um dia especial hoje, mas provavelmente era o ultimo dia que nos víamos.

- Mari...

- Só pegue. – eu o interrompi.

- Não! Eu também quero falar! – ele disse.

                Esperei ele começar a falar.

- Eu nunca falei com você porque tive vergonha, sabe. Você é a menina mais bonita que eu já vi. E eu pensei que você ia me rejeitar. Mas aquele dia que você estava desenhando na calçada eu tive coragem e fui falar com você, e parecia que você não queria falar comigo, mas eu insisti. E viramos amigos. Eu pensei que você não gostava de mim como eu gostava de você então eu não falei nada. E aquele dia que os meninos perguntaram aquelas coisas e eu disse que não gostava de você, era mentira. Eu só não queria que eles soubessem por que iam contar para você e isso ia acabar com a nossa amizade. – ele disse e ficou me olhando para ver minha reação.

                Eu estava surpresa, assustada, sem reação. Eu não sabia o que dizer ou o que fazer. Eu o olhava fixamente. A raiva passou, eu acreditava nele. Meu coraçãozinho agora sentia alegria, e nervosismo por não saber o que fazer.

- Eu gosto de você do mesmo jeito que gosta de mim. – ele disse e me abraçou.

                Eu o abracei forte, mesmo sem dizer nada. Alguns minutos depois alguém o chamou e ele sorriu para mim.

- Vai me encontrar na frente da escolha amanhã 14h, eu quero te ver. – ele disse e saiu.

                Sorri bobamente o resto da noite. Aquele sim era um dia especial, o mais especial do ano todo.

                Fui embora sem dizer nada para ninguém, Amanda conversava comigo sem parar no carro e eu respondia sempre que ela perguntava alguma coisa. Quando chegamos em casa eu me despedi dela com um abraço apertado e entrei.

                Papai estava deitado no sofá da sala lendo alguns papeis que eu nunca entendia pra que serviam. Cheguei perto dele.

- Por que não foi na minha apresentação? – perguntei.

                Estava tudo perfeito exceto por isso, ele nunca foi a nenhuma apresentação minha sempre com a mesma desculpa. Isso me magoava, mas eu nunca reclamei. Porém ele podia tentar pelo menos uma vez.

- Ah, querida, me desculpe. Papai estava muito ocupado e não pode ir. Talvez da próxima vez? – ele disse.

- Eu não acredito em você. Você sempre diz isso e nunca vai, você sempre diz que tá ocupado e eu acho que é mentira. Eu queria que participasse mais da minha vida. – eu disse chorosa.

                Ele ficou me olhando e parecia querer dizer algo, mas não disse. Tentou me abraçar, mas não deixei. Corri para o meu quarto e dormi chorando.

                Quando acordei no outro dia tinha um bilhete no meu bidê onde sempre ficava o Pikachu.

                “Querida, me desculpe por não ir às suas apresentações. Mas você sabe que trabalho muito só para poder te dar sempre o melhor, que é o que você merece. Papai te ama. Beijos.”

                Sentei na cama e deixei o bilhete de lado, corri para cozinha e vi as horas. ERA QUASE 13 HORAS, EU IA ME ATRASAR PARA O PRIMEIRO ENCONTRO DA MINHA VIDA. Corri para o banheiro tomar banho, vesti meu vestido vermelho que Bê disse que gostava e arrumei meu cabelo com a fita vermelha também. Corri para o quarto da mamãe e a acordei para me levar ao encontro. Ela sorriu para mim dizendo “já fizeram as pazes?” e levantou para se arrumar. Eu comi alguma coisa e ela apareceu com as chaves do carro. Já era 14h, a gente ia chegar um pouco atrasadas, mas acho que Bê ia me esperar.

                Mamãe me deixou na esquina, e ficou me esperando lá. Olhei e Bê me procurava pela rua, então fui rápido até ele.

- Oi Mari! – ele disse me abraçando. – Pensei que não ia vir.

- Eu acordei meio tarde. – eu disse. – Mas é claro que eu ia vir, eu queria te ver.

                Ele sorriu e pegou minhas mãos.

- Eu tenho uma coisa para te dizer. – ele disse e então o sorriso sumiu do seu rosto. – Eu ainda vou me mudar. Tentei convencer minha mãe a ficar, mas ela não quer. Então vou ter que ir com ela.

                Senti um aperto no peito e tristeza. Eu não queria que Bê fosse embora mais, não mesmo. Ele tinha que fazer algo para ficar.

- Vou viajar daqui duas horas. – ele disse. – Eu queria que você ficasse com algo para se lembrar de mim.

                Ele tirou do bolso o Pikachu que eu lhe dei no dia passado. Eu não pude evitar sorrir mesmo estando triste.

- No futuro a gente vai se encontrar de novo, eu te prometo. – ele disse.

- Eu te amo Bê. – eu disse.

- Também te amo Mari. Nunca se esqueça de mim. – ele disse.

- Você também. – eu disse e o abracei, chorando.

                Ele me abraçou e depois saiu, foi embora. Eu ia demorar para ver ele de novo, mas ele prometeu que vai me encontrar. Eu confio nele. Voltei para o carro da mamãe sorrindo e chorando ao mesmo tempo. Bê era meu, mas era meu de longe. Mamãe sorriu para mim e dirigiu para casa.

                Às vezes esperar é bom, a recompensa faz valer a saudade toda que dói no peito. Eu ia esperar Bê para sempre.

FIM!


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Notas finais do capítulo

Agradeço muito quem leu até aqui, e digo que terá continuação! Tenho esperanças que leiam ela também.
Mesmo depois de terminada, eu responderei todos os reviews de quem começar a ler desse dia em diante. Beijos, até a próxima história!



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