Shitashii Sensei escrita por Jibrille_chan


Capítulo 16
Epílogo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/18905/chapter/16

Reita's P.O.V.

~ Seis anos depois ~



Destranquei a porta de casa, o chaveiro com guizos e dizeres "made in Finland' fazendo barulho. Provavelmente eu era o morador de Tokyo mais informado sobre a Finlândia e suas taxas. Que a taxa de analfabetismo da Finlândia chegava a zero, que era um dos países com maior IDH, que era frio ao extremo e que era um dos países com maior índice de suicídios.

A casa em frente a minha já tinha sido vendida há alguns anos. Agora ela era o lar de um simpático casal de idosos. Entrei em casa, fazendo careta para a bagunça que eu tinha deixado na sala. Tinha prometido pra mim que iria organizar as cartas de Taka por data, mas eram muitas e no fim das contas eu tinha pego no sono ali no sofá mesmo.

Cartas era bem úteis. Descobrimos isso depois que eu quase tive um ataque quando a conta telefônica chegou. Meu salário com certeza não iria suportar aquilo todo mês. Isso fez com que eu conhecesse todos os funcionários do correio e o carteiro. Joguei minhas coisas no sofá livre, recomeçando a arrumar as cartas de Taka.

A impressão que eu tinha, a olhar aquelas cartas, era que os anos haviam se arrastado, demorando o triplo do tempo para passarem. Nakayume ainda vinha me visitar de vez em quando, e eu agradecia sua consideração por mim. Por mais que eu ainda estranhasse quando ela me chamava de "cunhadinho". Pelo menos ela estava feliz em Mie, ainda estava casada e, segundo ela, em processo de produção de filhos.

Levei bons minutos arrumando as cartas, guardando-as com cuidado. Sei que era idiota e infantil, mas era um pouquinho do Taka que eu tinha comigo e eu não me perdoaria se perdesse ou danificasse. Fechei a caixa que tinha arrumado apenas para as cartas dele, guardando-a na estante. Já faziam alguns dias que eu não recebia nada dele, mas Taka havia me dito que estava na época de provas finais. Claro, ainda tinha medo que alguma coisa acontecesse por lá... mas era muito bom receber uma carta sua pela manhã.

Me espreguicei, nem dando atenção à cozinha. Estava com fome, mas o sono e a preguiça eram bem maiores. Fui rumando para o quarto, passando por alguns bibelôs finlandeses que ocasionalmente eu recebia, abrindo a porta. Fiquei estacado no lugar, olhando o cômodo. Havia um amontoado de malas a um canto que com certeza não eram minhas, e jogado na minha cama, completamente adormecido, estava ele. Continuava do mesmo tamanho, as feições mais amadurecidas e os cabelos mais loiros.

Mordi o lábio, momentaneamente pensando que era miragem, mas acabei sorrindo, feito o idiota que eu era. Sentei na cama ao seu lado, remexendo nos seus cabelos. Parecia bom demais pra ser verdade. Ele se mexeu, abrindo os olhos. Assim que me viu, abriu um lindo sorriso sonolento. Ele não havia mudado tanto assim, afinal.

- Hey... achei que não ia chegar nunca. Ainda tem muitos alunos problemáticos?

Sorri de volta.

- Se eu soubesse o que tinha me esperando em casa, teria voltado bem mais cedo.

- Ah, mas aí estragaria a surpresa.

Me deitei ao seu lado, abraçando-o. fazia muito tempo que eu não sentia seu calor, o seu perfume. Taka retribuiu o abraço, afundando o rosto no meu pescoço.

- Quando foi que você chegou?

- Hoje de manhã. – ele respondeu, a voz abafada. – Na verdade, eu tinha que ficar por lá até amanhã, mas eu fugi.

- Fugiu?

- Claro. – ele riu baixo, me olhando – Disse que eu tinha um professor muito querido pra ir visitar.

- Oh. Então é só uma visita?

Ele me olhou por alguns segundos, sem responder. Depois sorriu, simplesmente.

- Sabe que não, Aki. Ou eu não teria trazido tantas malas e todas as minhas coisas.

- Ah, bem... Sei lá, vai que você tivesse encontrado um finlandês rico e bonitão...

- Eu te amo, Aki.

Certo, ele havia me desarmado, pra variar. Suspirei, roubando o beijo que eu tanto queria a tanto tempo. Ainda era o mesmo gosto, a mesma entrega... só as mãos no meu traseiro que estavam mais atrevidas. Ri baixo, cortando o beijo.

- Alguém aqui ficou mais atrevido?

- Você ainda não viu nada, Akira.

- Fica pra sempre?

- Pra sempre e um pouco mais... Querido professor.













~ F i m ~


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Acabei Tia Onça já ia me esfolar –q Desculpem mesmo a demora, ta? Vestibulares realmente me atrapalharam e talz ;_; Obrigada a quem acompanhou!