Circulo De Paixões. escrita por Lorys Black


Capítulo 30
Capítulo 29 - Atos de Coragem


Notas iniciais do capítulo

N/Carla: Auuuuuuuuuuuuuuuuu.....Oi Matilha lindaaaaaaaaaaa...!!!

Nós demoramos mas, estamos aqui...

Nosso tempo está muito escasso, mais independente de qualquer motivo, Não abandonaremos a fic....poderemos custar a atualizar mais desistir NEVER...

Nossa fic é complexa e isso leva tempo para que o texto fique pronto, pois, não admitimos passar para vocês nossas amadas leitoras um texto horrivel.

Agradecemos a todas as que comentaram...

Leiam e absorvam....capitulo está incrível e com surpresas..

Sem mais delongas..

BOA LEITURA!!!!



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“Ser muito amada por alguém, lhe dá forças... E amar muito alguém, lhe dá coragem.”
– Lao Tse.

Andava impaciente, de um lado para o outro naquele pequeno espaço.
Algumas atitudes minhas são impensadas, e me arrependo delas, no exato momento, que percebo a idiotice onde me enfiei.
Em qual planeta, eu estava com a cabeça, para ver um futuro em uma aliança, com o Imprinting de Jacob?
Na terra com certeza não era.
– Você vai ficar ai, parada e muda até quando hein? – minha irritação com a postura tranquila dela estava a cada segundo maior.
– Até encontrar uma forma de entender isso. O motivo de alguém querer Jacob. – ela abriu os olhos e se levantou.
– Ele é um Alfa certo, e tem esse lance com o espírito guerreiro. Ele pode ser diferente. Acredito que é, pela forma como todos nós parecemos nada perto dele em algumas ocasiões. Não sei, a Bruxa aqui é você, eu sou apenas...apenas...a Isca! – lembrar das palavras da Mãe de Jacob, naquele sonho causou um incomodo no meu peito.
– Jacob é um alfa poderoso sim, mas já cruzei com outros tão poderosos quanto ele, e jamais soube que eles os queriam... – a frase morreu nos lábios dela, e uma expressão incrédula tomou conta do seu rosto.
– O que foi? – fiquei a centímetros de distancia, tensa, nervosa, e querendo sacudir aquele corpo.
– Você vê apenas avisos de como evitar mortes, Kate e Reneesme só enxergam mortes. Jacob é uma ameaça como todo Lobo, mas é ainda pior, pois sabe Lutar como espírito guerreiro, isso é uma ameaça maior. Eles podem saber de Jacob não dos outros. Querer eliminá-lo por este motivo. – as especulações dela me pareciam tão fantasiosas, como a minha certeza que esse não era o motivo.
– Tenho certeza que esse não é o motivo! – afirmei.
– Como? – seu olhar em minha direção era indecifrável.
Respirei fundo.
– É uma sensação inexplicável. Uma certeza. Desde o exato momento em que eu soube que o alvo era ele, essa sensação me acompanha me joga para frente, uma tentativa insana de ter uma resposta, ou apenas de descobrir qual a pergunta certa a se fazer. – fechei os olhos tentando buscar um motivo. Descartando a possibilidade que eles querem um par, pois se procuram tanto alguém para reproduzir, sabem muito bem que eu tornaria qualquer projeto com esse fim, inviável.
– Eu preciso pensar Leah, talvez minha preocupação com essa nova ideia que você fez surgir, pode me atrapalhar, estávamos girando em torno de outra possibilidade. – ela parecia frustrada.
– Vim até você pois não tenho tempo Moira, não posso ficar parada vendo sua confusão. Droga você é o imprinting dele, deveria saber mais do que eu, o quanto ele esta em perigo. E você sabe, sua reação a me ver hoje me mostrou isso. Então faça algo com isso. – meu tom de voz irritado, dominou cada palavra dita a ela.
Não saber o que esta acontecendo ao certo, mas ter a certeza que é algo grande, e muito perigoso, e ainda ter que lidar com a calma irritante de Moira, me tira do sério.
Além da presença dela em si, já me deixar totalmente desconcertada.
– Eu sou uma ligação, sinto na maioria das vezes as angústias dele, seus medos, e neste momento o foco de Jacob não é a própria segurança, e sim a sua. – ela era irritante mente calma, serena, e concentrada. Diferente da minha postura explosiva, ciumenta e raivosa.
– Não diga nada a ele desta conversa que tivemos hoje. Ou sendo imprinting dele ou não, eu não ficarei nada feliz. Eu falarei com ele mais tarde.
– Eu não sou uma criança Leah, sei exatamente o que devo ou não guardar, e não ficarei entre vocês, essa jamais foi minha intenção. – ela pareceu ofendida.
O pedido de desculpas ficou parado na garganta.
Virei as costas para ela, e corri em direção a minha casa.
Ou era isso que eu pensava.
Um aperto no meu peito parecia querer me esmagar.
Como fazer Jacob ver a realidade, se não consegui fazer isso nem com Moira, logo ela que deveria enxergar isso tão claro, quanto eu enxergo.
Mas ela parece estar no escuro, assim como ele.
Corri pela mata. Todos os Lobos da minha matilha me acompanhado, eu sei o quanto os tenho deixado de lado, mas preciso resolver as certas coisas sozinha, sem ter meus pensamentos e planos invadidos por eles.
– Esta tudo bem Leah? – a voz preocupada de Sam, me alcançou no alto do penhasco.
– Esta. – olhava o nada pensando o que eu poderia fazer, com suposições.
Então clara como a brisa gelada de inicio de noite, a voz de Sara naquele sonho tilintou nos meus ouvidos.

– Leah, cada passo que você e Jacob deram até hoje, os levaria ao mesmo destino. Jacob sabe exatamente o que pode viver sem, e o que não pode mais. Sabe o que deseja, e como conquistar, é focado, forte, e totalmente apaixonado. Você é o ponto fraco dele. Ele é o seu. – minha garganta secou.

Automaticamente minhas mãos seguraram firmes minhas garganta.
Uma dor insuportável dominou meu peito.
Eu sou o ponto fraco dele.
– Leah esta tudo bem? – senti as mãos de Sam, em meus braços.
– Estou! – Collin, Brady e Quill me olhavam espantados. – O que foi? – perguntei irritada.
– V-você quase caiu. – Sam estava espantado.
– Vocês são umas meninas, mesmo. Eu, eu estou sem comer, e... E... E não devo explicações a vocês. – sai pisando forme, pois não queria mostrar a eles, meu espanto por não lembrar do que acabara de acontecer.
Corri o mais rápido que pude sem me dar conta realmente de onde eu ia.
Tudo era um borrão a minha volta.
Sem perceber corri até o chalé, que Jacob montou para nós!
Caminhei lentamente até a porta.
Cada imagem, cada momento da noite anterior, preenchendo minha mente.
Desde o exato momento que eu admiti, minha Paixão por Jacob, sabia o quanto este sentimento mudaria minha vida.
– Eu não serei o ponto fraco dele, e não deixarei, ele ser o meu. – sentei na porta do quarto. Apenas tentando descobrir como fazer isso. Como deixá-lo, como fazê-lo ir?
Senti um frio cortar minha espinha. Meu estomago ficou embrulhado.
Levantei e corri para a porta tentando sair dali. Mas sem de fato ter a menor vontade de fazê-lo!
Quantas vezes, eu terei que me partir ao meio? Quantas mais eu poderei aguentar sem sucumbir?
Respirei fundo e sai dali, esse lugar pode me enfraquecer, e isso esta fora de cogitação.
Corri de volta a Forks, precisava chegar em casa.
Alguns pingos de chuva me pegaram no meio do caminho.
Parei em uma gruta próxima a La Push, sem a menor vontade de ficar encharcada.
Me sentei no fundo da gruta, estava sentindo um pouco de frio.
– Frio? Mas que diabos? – me abracei tentando espantar o calafrio dominando meu corpo.
A distração por sentir foi tamanha que por alguns momentos me distrai, com a aproximação rápida, de duas humanas.
– Droga, hoje é meu dia mesmo. – caminhei para o fundo da gruta, e me escondi atrás de uma pedra. Aguentar Ayra e Mérida neste momento, é um pouco pesado.
Espero a chuva passar, e as duas partirem.
– Aqui é seguro Ayra? – Mérida parecia preocupada.
– Nenhum lugar aqui é cem por cento, seguro das audições privilegiadas de seus moradores Mérida, mas acho que estamos em um campo seguro. Agora fale de uma vez Mérida. – a única respiração acelerada ali era Mérida.
– Não consegui contar a ele Ayra. Eu tentei, de todas as formas, mas não consegui, fui fraca. – Mérida tinha o tom de voz derrotado.
– Ele tem o direito de saber Mérida, e deve saber, você não pode esconder isso dele, ou uma hora ele achará que esta louco. – a simples ideia de saber de quem elas falavam fez o calafrio, e a sensação de frio desaparecer do meu corpo.
– Eu sei Ayra, mas como dizer isso a Mike, sem que ele me odeie? Eu alterei o futuro dele, apenas para salvá-lo. – trinquei meus dentes.
O que diabos ela estava querendo dizer?
– Ele merece saber, o que vai enfrentar agora, merece que você diga isso, ou como vai se sentir quando perceber sozinho o que houve? – Ayra ponderava.
A irritação dominou cada pequena parte do meu corpo, e antes mesmo que pudesse controlar minhas atitudes, avancei contra Mérida, a arremessando na praia, seu corpo voou, alguns metros a frente.
– O que você fez? O que esta acontecendo com ele? – gritei, circulando minhas mãos em seu pescoço, e levantando o corpo facilmente quebrável dela, do chão.
– Me solte. – ela segurava minhas mãos.
– Largue-a já Leah. – tom de aviso de Ayra não me abalou.
Senti um vento varrer meu corpo.
Foi quase como um choque em minhas mãos. Larguei Mérida no chão no mesmo momento.
Ayra pronunciava algo. Mesmo sabendo que eu estava errada, uma raiva pela atitude dela tingiu tudo de vermelho.
Mérida se levantava do chão, mas antes de dizer algo, ou conseguir de fato de manter em pé, a empurrei longe, e seu corpo bateu contra uma arvore, fazendo com que ela desmaiasse, na hora.
Eu tinha uma noção muito vaga do que estava fazendo era errado, ainda sim, não conseguia me controlar, ou não queria.
Segurei um tronco no chão e arremessei contra Ayra.
O vento soprava cada vez mais forte, mas a cada passo que eu dava em direção a ela, ia ficando mais forte. Então corri. Me sentia estupidamente forte.
Ela abriu os olhos incrédula.
Circulei minhas mãos em seu pescoço, e a arremessei longe, mas antes de deixar o corpo dela, se chocar contra algo, a segurei.
– Agora você vai dizer o que houve, ou prefere que eu arranque isso de você? – agora o olhar dela, era desafiador.
– Nenhuma coisa, e muito menos a outra. – o maldito choque em minhas mãos.
Mas desta vez tão forte que eu quase cai.
Ayra parou na minha frente, erguendo as mãos. Os olhos fechados.
Não conseguia mover um único músculo em meu corpo.
– Céus! – ela deu um salto para trás, parecia apavorada.
Aquela expressão pareceu um despertador, nos tirando de um pesadelo.
– Meu Deus! O que eu fiz? – corri na direção de Mérida. – sua respiração era lenta, o sangue havia se espalhado pela grama, e galhos, a segurei com cuidado, e a ajeitei em meu colo. – Vamos Ayra, me ajude, ela não esta nada bem.
Ayra parecia estar anestesiada, me olhava fixamente. Como se estivesse diante de algo maravilhoso.
– Eu... Eu... – ela não conseguia pronunciar um apalavra sequer.
– Escute, eu não sei ao certo como eu pude fazer isso, mas eu preciso da sua ajuda ok? Vamos tirá-la daqui, a respiração esta lenta, os batimentos também, por favor, recobre os sentidos, a vida dela pode depender disso. – os olho dela ganharam foco.
– Mérida! Pelo céus. – ela colocou a mão na testa dela. – Vamos levá-la até nossa casa.
– Certo. Suba nas minhas costas, e se segure firme, enrole as pernas na minha cintura. – fiquei de costas para ela subir.
– Não posso, não posso. – ela deu dois passos para trás.
– Escute Ayra, você vai fazer, pois eu aguento ambas, apenas não sou um polvo, e não posso correr o risco de machucar Mérida ainda mais, então suba, vamos logo. – era quase uma ordem, um pedido desesperado para não machucar ainda mais Mérida.
Ela subiu cuidadosa nas minhas costas.
– Pronta? – segurei firme em meus braços, o corpo inerte de Mérida.
Corri o mais rápido que pude, e alguns segundos depois estava diante da casa, onde elas vivem com Jacob.
Graham, Aquiles e Scott, saíram de dentro da casa como raios.
Seth, Embry, Quill, Paul e Sam, estavam na mata fazendo rondas, e nos seguiram até lá.
O olhar inquieto de Seth mostrava sua preocupação.
– O que houve? – Moira perguntou assustada, enquanto entrava no quarto.
– Ela bateu contra algumas arvores, com força. – Ayra respondeu prontamente, seu olhar em minha direção, era um pedido, de silêncio.
Coloquei Mérida na cama cuidadosamente.
Estava confusa, e sem saber como agir. Não fazia ideia do que me fez perder o controle, desta forma. Eu sabia que Mérida é totalmente humana.

Desci as escadas, com um embrulho imenso no estomago.
– O que eu fiz? – a vento gelado batendo no meu rosto, sentindo meu corpo estranho. Corri para o lado de fora, meio zonza.
Apoiei minhas mãos nos joelhos, respirando fundo.
– O que aconteceu lá? – Graham tinha um olhar nada amigável em minha direção. O tom de voz mais alto, que o normal.
Automaticamente o mal estar passou.
Minha postura ficou defensiva, a raiva pelo tom de voz autoritário, fez uma irritação imensa selar, cada parte do meu corpo.
– E desde quando, eu tenho que explicar algo a você? – me aproximei lentamente, Seth, Sam, Paul, e Quill também. – Abaixe a voz para falar comigo, não sou surda, não sou uma criança.
– Qual o motivo da postura defensiva Leah? Meu tom de voz é esse, não vou mudar, apenas fiz uma pergunta. – ele cruzou os braços, sem sair do lugar.
Ayra apareceu na porta e colocou a mão no peito dele.
– Já que você quer tanto, eu a arremessei, sem querer. Ela bateu em uma arvore, e desmaiou. – incontrolável. Meu tom de voz, era sarcástico, provocativo.
– Porque você fez isso? – ele descruzou os braços e deu um passo para frente.
– Não. – Ayra colocou a mão no peito dele.
– Eu não tentaria nada, jamais desrespeitaria uma mulher Ayra. Só não entendo o que... – ele parou para olhar Ayra. Parecia estar lendo algo nela.
– Você não precisa entender nada. – a maldita irritação ali, novamente. Incontrolável.
Me aproximei. E ele desviou o olhar de Ayra para mim.
– Postura interessante. – ele parecia falar sozinho. – E não preciso que me diga nada Leah, posso, descobrir sozinho, e mesmo sem ter que entender, não preciso de muito esforço para notar, que existe algo errado no seu comportamento hoje! – o tom de voz indecifrável dele, fez minha raiva aumentar.
Minha respiração acelerou, e senti meu corpo todo queimar.
Mesmo a postura dele sendo tão calma, algo me irritava nele.
– Leah o que esta havendo? – Seth me olhava assustado.
Mas meus olhos não desgrudavam de Graham.
– Não ouse invadir meus sonhos, minha mente. Não ouse! – senti meu corpo, ferver, ia me transformar, e não conseguia me concentrar, para evitar isso.
– Leah! – a voz firme, e paralisante dele, fez meu corpo toda esfriar, e automaticamente, fiquei calma. – O que esta havendo?
Jacob se aproximava, sem entender ao certo o que estava acontecendo.
Porem, sem desviar o olhar altivo do exato local onde estava parada, diante de Graham.
Ele segurou meu braço e encostou minhas costas, em seu peito febril. O toque da pele dele, contra a minha me acalmou.
Graham não alterou o olhar, continuava me encarando indecifrável.
– Mérida esta ferida. – Moira apareceu na porta.

– Vou perguntar novamente. O que esta havendo? – ele girou meu corpo.
– Não sei. – tentava buscar alguma, explicação, para o meu comportamento, essa raiva incontrolável, que parece dominar meu corpo, a cada mínimo movimento das pessoas a minha volta. _ Eu estava na gruta, e então ouvi Mérida e Moira, e de repente, me vi com Mérida nos braços.
– Leah escute. Mérida ficará bem, mas você deve ver como Mike esta. – Moira falava, calma, e pausadamente.
– Como assim? – olhava para ela e Jacob.
– Vá! Cuide dos ferimentos de Mérida, e eu falo com ela. – Jacob não desviava os olhos negros como a noite, dos meus.
– Explique Jacob, o que diabos Mike, tem a ver com Mérida? – estava irritada, mas aquele surto de raiva no meu corpo havia desaparecido.
– Sente-se. – ele mostrou a cadeira, caminhou até os primeiros degraus na varanda, -Podem ir. Ela ficará bem. – aquele maldito tom de voz insuportavelmente inebriante, ele voltou e sentou ao meu lado. – Antes de começar, quero saber se esta tudo bem? Você não machucaria um humano como fez hoje.
– Eu sei Jacob, mas uma força incontrolável me dominou, eu não conseguia... Não queria...Parar!... Sinto muito, não queria machucá-la. – aquele sentimento ridículo, que adolescentes, em crise carregam o tempo todo. Insegurança.
– Você esta sob pressão Leah. Mérida ficará bem, não se preocupe. – ele segurou minhas mãos.
– E se eu a tivesse ferido Jacob? Não conseguia me conter. – o nó na garganta, quase me impediu de continuar.
E não era por ter ferido Mérida, ou por não fazer ideia, o que aconteceu naquele momento. O nó na garganta era por estar ali ao lado dele, e saber que precisaria me afastar.
– Pare de se martirizar por aquilo, que não fez. Assuma apenas, ações concretas. – ele me envolveu em seus braços.
Encostei minha cabeça, no peito dele. As batidas cadenciadas do coração forte, dele, no mesmo ritmo que as minhas.
O cheiro dele se misturando ao meu. Uma paz, que jamais será minha, ou ainda vai demorar muito para ser!
Respirei fundo. Os olhos azuis de Mike dominando minha mente.
Impressionante, como Jacob conseguiu, tirar totalmente meu foco, e pior, eu não percebi!
– O que Mike tem a ver, com tudo que aconteceu hoje Jacob? – os olhos negros dele, eram indecifráveis!
– Serei direto, e peço calma. – meu corpo relaxou imediatamente. Irritante.
– Fale logo! – tentava mostrar na voz, uma raiva que não existia.
– Leah, nós fazemos escolhas, mas nem sempre, sabemos a reposta para os resultados, que essas escolhas trazem. – a calma, em sua voz era tão irritante, porem meu corpo, não conseguia reagir. – Mérida fez uma, ao salvar a vida de Mike, na noite do acidente. Ela sabia o que isso poderia causar, ainda sim optou por não deixá-lo morrer!
– Do que Diabos você esta falando?! – me debatia desesperadamente, para fugir da calma irritante, que dominava meu corpo. – Era disso que elas falavam naquela maldita gruta certo?
– Provavelmente sim. – a postura de Jacob era inabalável.
– Jacob pare de usar este maldito tom, e tentar me acalmar agora! Pois quando eu conseguir me soltar, este tom, não salvará você! – meu tom de voz doce, não permitiu, que a raiva que eu tentava sentir ficasse a mostra.
Ele pareceu não ouvir, ou simplesmente ignorou a ameaça.
– Serei direto. Não sabemos como, e muito menos o motivo. Mas algumas vezes, quando uma bruxa da linhagem a qual Mérida pertence, salva um humano, sem nenhuma habilidade, isso muda totalmente a genética deles. – a respiração dele era tranquila.
– O que isso quer dizer? – a confusão me dominava, muito mais que a calma.
– Quer dizer, que todo sentimento humano mais forte nele, fica sensível. E ele cria um laço, com a bruxa que o salvou. Nada parecido com Imprinting, nada romântico, muito menos emocional, é uma ligação física! – os olhos negros dele, não desviavam dos meus.
– Pelos céus! – minha respiração acelerou. – Como? – um sussurro, foi como a pergunta saiu. O desespero por imaginar que ele poderia estar machucado, envolveu meu corpo violentamente. Os olhos azuis, e o sorriso sincero dele, preenchendo minha mente.
– Ele pode achar Mérida, onde quer que ela esteja. Assim como ela poderá encontrá-lo. Mike conhece Mérida melhor do que qualquer pessoa, assim como ela o conhece. Mike pode se focar, e conseguir enxergá-la mesmo a milhas de distancia. – ele interrompeu algo. Segurou as palavras.
– Droga Jacob, começou termina. – a vontade de gritar era imensa.
– Leah, existe algo nisso. Delicado, que Mike pode não aceitar bem. – Jacob respirou fundo.
– De uma vez Jacob, sem enrolar! – meu coração acelerou.
– Mérida vem de uma linhagem de bruxas poderosas, mas ela Moira e Ayra sempre negaram isso. Fizeram com sucesso, durante um tempo, claro que sempre souberam o quão poderosas poderiam ser. Mas começaram a praticar tarde. Mérida tinha 23 anos quando se tornou bruxa, assumindo a linhagem. – enrolação.
Mas a palavra “ tinha” não passou despercebida!
– Tinha? – a confusão, e o choque me acertaram em cheio, por entender, mesmo não querendo, o que Jacob estava me dizendo. – Isso há quanto tempo Jake? – fiquei em pé, a calma começando a deixar meu corpo. – Quantos. Anos. Mérida tem. Agora? – falei pausadamente, tentando me preparar para a resposta!
– Quase sessenta. Elas são mortais imortais. Como nós, enquanto Mérida não parar de praticar a magia ela não envelhece. Ou isso pode acontecer, mas pode demorar muito! – ele parou a centímetros de mim.
– Ou seja. Enquanto ela praticar, Mike não poderá ter a chance de envelhecer? – andava de um lado para o outro, calmamente, pois essa era uma reação natural minha, caso estivesse, no meu estado normal!
– Sim, ele terá. Só não sei quando. – ele suspirou derrotado.
Sentei me sentindo derrotada.
Pois haviam no meu peito dois sentimentos brigando entre si. O ódio por Mérida ter feito isso a ele, e a gratidão, por ela ter salvo sua vida!
Só percebi que estava chorando quando as lágrimas molharam minhas mãos.
– Porque, tudo tem que ser assim Jacob, tão complicado? Ela poderia ter salvo, a vida dele, e não mudar mais nada, só o fato que ele iria viver. E ser feliz. Mas agora... Agora ele vai mudar. E não faço ideia do que fazer para ajudar, quando eu demorei tanto para aceitar, que não ia envelhecer facilmente! – levantei tentando me lançar a mata.

– Eu sinto muito. – Jacob segurava uma, minha mão.
– Preciso ir Jacob. – não sabia ao certo, como estava me sentindo. Só que talvez, eu o tivesse ferido. E não sei nem como ou quanto.
Respirei fundo, senti a força voltando ao meu corpo.
Segundos depois estava correndo pela mata.
O vento no meu rosto, o aroma da mata, permitiram que eu ganhasse foco novamente. Que aquela calma irritante abandonasse meu corpo!
Não sei exatamente, se foram alguns segundos, ou minutos. Mas parei diante da casa de Mike, com o coração acelerado, e apertado.
As batidas do coração dele, eram cadenciadas, mas a respiração totalmente irregular!
Pulei o portão. E passei pelas portas tão rápido, que elas pareciam nunca ter estado ali.
– Leah! – a voz sussurrada dele, esmagou meu coração.
– Mike! Você esta bem? – coloquei a mão em sua testa, ele estava quente.
– Eu estava, mas, me senti mal. Estou cansado. Apenas cansado. – ele fechou os olhos. – Como entrou...? – a frase morreu, quando ele provavelmente se lembrou da minha condição, e a força que isso traz. – O que faz aqui?
– Falamos sobre isso depois, vamos, a reserva. – o enrolei na coberta.
– Não precisa. – a voz grossa, no tom rouco, de voz de Jacob, me surpreendeu.
Moira, e Ayra, passaram por ele,e ficaram paradas ao lado da cama.
– O que elas estão fazendo? – a irritação dominava tudo a minha volta.
Mike encostou a cabeça inconsciente no meu peito. Ele estava quente.
Moira e Ayra, seguraram nas mãos, uma da outra, e começaram a dizer palavras, que eu não entendia.
– O que esta acontecendo Jacob? – o segurei protetoramente em meus braços. Minha vontade era arremessá-las para fora.
– Elas estão ajudando Leah, apenas isso. – trinquei os dentes.
Mas alguns segundos depois, senti o corpo de Mike, esfriando rapidamente em meus braços.
A respiração normalizou.
– Obrigado Mérida. Obrigado Leah. – Mike disse sem abrir os olhos, e adormeceu.
Coloquei sua cabeça o travesseiro, e o cobri.
Provavelmente ele estava sonhando, pois chamou por Mérida!
– Vocês vão me explicar agora, o que esta acontecendo, ou vou arrancar cabeças, mais rápido do que Jacob vai conseguir socorrê-las! – ameacei Moira, e Ayra.
– Nós conseguimos manipular alguns fragmentos de natureza Leah, e assim podemos ajudá-lo. Mérida fez isso ao salvar a vida dele, de uma forma mais concentrada, Doou parte do que é, para dar a ele, a chance de viver. Talvez por este motivo, aconteça a ligação. Ou não seja nada disso, não sabemos ao certo, são suposições. – Ayra, parecia cuidadosa com as palavras.
Prestando atenção agora, que estava relativamente calma, ela parecia me olhar admirada com algo.
Tentei não olhar diretamente nos olhos dela, pois lidar com este olhar, é muito mais do que posso fazer agora!
– Ele vai ficar bem? Quero dizer, caso ela morra, ele pode morrer também? – o medo da resposta, não poderia abafar a pergunta. Precisa me preparar, para ajudá-lo, e aprender a aceitar esse tipo de informação antes, dele é mais fácil!
– Não. Ele vai sentir, pode adoecer, mas morrer, nunca vimos. Ou soubemos de algo parecido. – o tom de voz, inseguro de Ayra, me irritou.
– O que? Você esta me dizendo, que não sabem? – levantei num rompante. – Ou seja, vocês o envolveram em algo, que sequer entendem. Maravilha.
– Ela deveria ter feito o quê Leah? Deixado ele no asfalto morrendo? – pela primeira vez, Moira se manifestou.
A irritante calma na voz, irritante dela, fez a raiva avançar rapidamente.
Poderia esquartejá-la neste momento.
Avancei em sua direção.
Jacob parou entre nós.
– O que eu quero, não é da sua conta. O que certamente, não queria era confusão na vida dele. Mais uma. – segurei firme, nos braços de Jacob.
– Eu entendo Leah, mas naquele momento, ela tinha uma escolha rápida a fazer. Ou ela decidia não dar a ele, parte do que ela é, ou escolhia deixá-lo morrer. Não havia tempo para pensar, ou parar, e julgar prós e contras, certo e errado. Havia o Fazer, ou o Olhar ele morrer. – Moira deu dois passos para trás.
Todas as palavras ditas por ela, faziam sentido. Mesmo estando com raiva por vê-lo ali, ligado a Mérida, eu teria feito exatamente a mesma escolha. O problema, é que ouvir isso, da boca do maldito Imprinting, é absurdo.
– Se acontecer algo a ele, eu juro. Mato vocês. Todas! – prometi.
– Chega! Ficar aqui discutindo, não vai mudar o fato, que vamos ter que ajudá-lo. – Jacob, tinha um olhar indecifrável.
– Ele precisa saber a verdade. – me afastei de Jacob.
– E vai. Mérida fará isso. – Ayra, olhava Mike. – Agora vamos, ele esta acordando. – Moira já não estava no quarto.
– Vou ficar, ele precisa. – Mike estava prestes a acordar. – E prepare Mérida, ela vai dizer tudo isso a ele. Ou eu mesma farei! – Ayra apenas assentiu.
Jacob saiu do quarto ao lado dela.
Antes que ele chegasse às escadas segurei seu braço.
– Porque você as trouxe até aqui? – queria dizer algo, mas diante dele partindo, perdi o foco.
– Mérida, precisava delas aqui. Para ajudá-lo, o mais rápido que elas pudessem. Eu vim, por você. – meu coração disparou frenético, como a forma que a voz dele chegou aos meus ouvidos, ao dizer essas palavras. – Eu vou a qualquer lugar por você, mesmo aqueles que não gostaria de estar! – um sorriso idiota, escapou por meus lábios.
– Desculpe. Eu estou nervosa, e confusa. Muitas coisas em um único dia. – Jacob entrelaçou seus dedos, nos meus. – me sentia mais forte ao lado dele.
– Eu sei. – ele encostou a testa na minha. – Amar mesmo, com o mau comportamento. Lembra? – assenti. O aroma na pele dele, o hálito, a temperatura do corpo, tudo tão meu. – Agora preciso ir.
Jacob soltou sua mão da minha, e se afastou.
Afastei, o pensamento do objetivo inicial deste dia. Que é afastá-lo, pois agora preciso me focar em Mike!
Fechei a porta, é o sussurro que o vento trouxe, fez um sorriso largo se espalhar em meu rosto.
– Eu te amo Leah. – minha respiração acelerou.
Reprimi com as mãos, a resposta imediata, que ia escapando por meus lábios.

Mesmo sem saber o motivo concreto para isso. E sabendo a certeza que Jacob tem, do meu amor, por ele.
Subi as escadas de volta para o quarto, sentindo um vazio estranho, e apavorante.
Era o vazio, de saber que tenho que provocar dor, em uma das pessoas, que mais amo, para mantê-la a salvo!
Entrei no quarto, e Mike estava acordado. Parecia assustado.
– O que aconteceu? – ele levantou rapidamente.
– Acalme-se esta bem?! – respirei fundo, tentando não fazer movimentos bruscos.
– Eu estava me trocando para ir as lojas, e me senti tão mal, uma dor insuportável na cabeça. E por um segundo, pequeno, tive a sensação, de ver Mérida, diante dos meus olhos machucada. – ele parecia falar sozinho, não comigo, pois fitava o chão. – Eu senti algo estranho, jamais senti isso em toda a minha vida. Mas por quê? O que isso quer dizer? – ele parou de olhar o nada, e me encarou. – Vamos Leah, diga o que esta acontecendo, qual o motivo de ter vindo até aqui? – o olhar de quem sabia que existe algo errado, e simplesmente não identifica o que, estava ali.
Por um segundo as palavras quiseram fugir dos meus lábios.
Seria eu, a contar o quanto a vida dele, ia mudar.
Mas olhando Mike, em toda sua dúvida, me calei.
Não podia mais uma vez, atrapalhar sua vida, com a raiva que as mudanças nela, esta me causando. Pois eu gostando ou não das consequências, o resultado era muito mais importante. Mike vivo.
– Queria saber se você estava bem. – não menti.
– Porque eu não estaria? – ele respirou fundo. – Diga o motivo do meu, mal estar. Pois é evidente que você sabe, ou não estaria aqui. – ele cruzou os braços.
Suspirei derrotada, sentando na cadeira perto da porta.
– Mike, eu omiti tantas coisas de você todos esses anos. Me arrependi muito por isso. Prometi que jamais faria novamente. Porem existem alguns assuntos, que estão fora do novo espaço que existe entre nós, após o fim do nosso casamento. Não vou mentir. Mas, também não posso, e nem devo contar. – levantei me sentindo mais leve.
Mike descruzou os braços.
– Então você vai me levar ao lugar onde eu acharei minha resposta. – ele pegou o casaco, que estava no pé da cama. – Vamos.
Mike desceu as escadas determinado.
Ele já sabia que havia algo diferente. O que houve aqui, apenas, o fez criar coragem para perguntar!
– As vezes eu invejo sua coragem Mike. A forma como você encara seus medos. Isso é tão... Tão você! – ele me encarou.
– Eu sempre fui um medroso Leah. Primeiro tive medo de enfrentar meus Pais. Depois tive medo, de não saber viver, sem corresponder as expectativas deles. E por ultimo, tive medo de perder você. Mesmo sabendo que muitas coisas, em determinados momentos, iam acontecer, não enfrentava. E o que isso me trouxe? Perda de tempo, e dor. – ele respirou fundo. – Não posso mais ter medo. Viver sem sono, com a sensação que algo será tomado de mim, ou que não me pertence. Decidi o seguinte, serei feliz, ou não. Viverei com medo, ou simplesmente terei a coragem de enfrentá-los. A vida é simples Leah, nós a complicamos, e acabamos sofrendo. Eu faço isso, mas estou tentando mudar. – seu olhar em minha direção, era um conselho mudo, de: faça o mesmo. – Agora vamos, preciso ir até a reserva. E sei que você é a maneira mais rápida de chegar lá. – gargalhei da postura dele. Como se fosse domar um touro.
– Vamos lá Valente. Suba! – ele subiu em minhas costas, eu o segurei.
– Isso é humilhante sabia. Além de ser engraçado também. – Mike envolveu os braços no meu pescoço.
– Porque humilhante? – ele se ajeitava em meus braços.
– Porque Leah? E você ainda pergunta? – ele bufou, fingindo irritação. – Porque eu pareço uma garota, nos braços do Hulk de saias. Isso definitivamente, é algo que não vou querer contar aos meus netos. – gargalhei.
– Pare de choramingar. Vou devagar, para não ferir seus sentimentos ok. – tentei descontrair, e me apegar a este momento, pois não sei qual a reação dele, ao que vai descobrir em poucos minutos.
– Não! Isso é um exagero. Não se intimide. Sou Valente lembra? E fecharei os olhos! – a risada gostosa dele, me deixou tão feliz.
Mike é uma parte vital na minha vida agora!
Iniciei a corrida. Não corri um terço do que posso, e assim mesmo ele ficou tenso. Não respirou de forma natural durante todo o caminho.
Ao chegar próximo a casa onde Jacob mora, com as “meninas bruxas”, foi a minha vez de sentir, meu corpo ficar tenso.
Diminui a corrida, preferindo caminhar alguns metros.
Parei, e durante, alguns instantes Mike, permaneceu imóvel.
Cocei a garganta teatralmente, fingindo tossir.
– Já? – ele desceu lentamente. – Estava me divertindo tanto. – seu falso tom de animação me fez sorrir.
– Percebi. Sua falta de respiração me mostrou o quanto estava se “divertindo”! – ele respirava fundo.
– Eu mereço um desconto. Lembre-se nunca fui fã de alta velocidade. – concordei solenemente.
Mike fitou a casa, que estava um pouco abaixo de onde paramos.
– Parece que esta na hora não é? – era evidente seu nervosismo.
– É esta. – segurei firme em suas mãos.
– Você estará por perto certo? – havia um pedido naquela pergunta.
– Não estaria em outro lugar de modo algum Mike. – ele apertou minhas mãos.
– Vamos. – descemos a pequena colina. A cada passo que Mike dava em direção a casa, o coração dele batia frenético.
Ao chegar alguns metros de distancia da varanda, Mérida abriu a porta.
Estava com alguns machucados no rosto. Braços. Andava com certa dificuldade.
Senti um prazer secreto, e errado ao ver isso. Mesmo sabendo, que teria feito a mesma coisa. Ainda sim, é incontrolável o desejo de me sentir vingada. Mesmo não sabendo ao certo pelo quê.
Mike caminhou até a varanda, e me afastei.
Sabia que neste momento a vida dele ia mudar para sempre.
– Preparada? – a voz de Jacob, fez uma calma dominar meu corpo.
– Não sei. – fui sincera. – Existe alguma forma de se preparar para isso?

– Com certeza, não. Você sabe que algo vai mudar, quer impedir, porem, sabe o quanto fazer isso seria errado. – a vontade de abraçá-lo era opressora. Porem cruzei os braços. E olhei para Mike e Mérida que estavam sentados, um ao lado do outro, na varanda da casa.
– Não posso dizer que não estou feliz, por vê-lo ali. Bem. Saudável. Mas sei o quanto essa atitude dela, vai machucar Mike.
– Eu entendo. Toda boa ação, pode gerar uma reação adversa! Só espero, que um dia ele entenda, o quanto isso também foi difícil para ela. – Jacob ponderou.
Mike e Mérida ficaram ali um tempo apenas olhando a imensidão verde, que os cercava.
– O que houve? – Mike perguntava olhando para os machucados de Mérida. Ele parecia sufocado, em vê-la machucada daquela forma.
– Um acidente. – ela fitava o chão.
Ele assentiu. O coração frenético.
– Mérida, você sabe o que me trouxe aqui hoje. De uma forma apavorante, eu sei que você até esperava por este momento. Então por favor, explique, e prometo ouvir, e deixá-la terminar. – o tom de voz dele, era tranquilo.
Mérida respirou fundo.
– Não sei como começar. Pela primeira vez, não sei como começar! – Mérida levou as mãos ao rosto. O coração acelerado.
– Hei, a verdade nos liberta, lembra? Você deve ser livre Mérida, e me deixar livre também. – ele segurou as mãos dela.
Mérida levantou o olhar, fazendo Mike respirar fundo.
Ele sabia que era o momento da verdade.

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– Não posso ter medo, daquilo que não me arrependo. E mesmo existindo a possibilidade, do meu ato, fazer com que você me odeie. Não me arrependo Mike. – ele se afastou e voltou a sentar ao lado dela. – A noite do seu acidente, eu me vi diante de duas escolhas. Ou te salvava, ou segurava a sua mão e o via morrer. Optei por salvá-lo. Não peço que entenda. E peço desculpas desde já, por isso.
– Não conseguiria te odiar. – ele soltou as palavras.
– Pode ser. Mas ouça a até o final antes de se decidir. – o coração dela parecia querer saltar de seu peito. Eu sou uma bruxa Mike. Posso fazer algumas coisas, que outras não podem, assim como outras tem habilidades que eu, desconheço. Quando resolvi mantê-lo vivo, concentrei uma grande parte dessas habilidades, e mesmo tentando evitar, elas acabaram sendo compartilhadas com você. Se misturando no seu DNA. Cada imagem que você viu na sua mente da minha vida aquela noite, assim como as que eu vi, nos uniu. Nada parecido com o Imprinting. Mas pelo fato, de dar a você partes de mim, criamos um laço. – ela observava cada reação dele.
Meu coração ficava cada segundo mais apertado.
Mike olhava Mérida, de uma forma indecifrável.
– Por isso, eu sinto coisas agora? Fiquei mais atento a pessoas. Pequenos detalhes, que antes não percebia. – as batidas do coração de Mike, aceleravam cada vez mais.
– Sim. Pois os sentidos de uma pessoa como eu, são muito mais fortes que uma pessoa comum. Então agora, se você se concentrar, pode saber quando alguém mente, ou esconde algo. São pequenos detalhes sutis, que a pessoa nos dá. – ela tentava explicar calmamente, mas seu coração, não batia com a mesma calma, que ela aparentava.
– Como agora, que você, esta tentando esconder alguma coisa, ou apenas tentar me preparar, para o verdadeiro fato de tudo isso? – ela assentiu. – Porque eu me senti mal hoje? Foi por conta, do seu “acidente”?
– Sim. – ela foi direta. – O laço, é algo físico Mike. Ou é apenas o sentimento, que nos mostra isso.
– Eu tenho algum dom agora, é isso? – a respiração dele era irregular. Mike esfregava as mãos o tempo todo.
– Não. Mas, agora seus instintos são infinitamente maiores. Seu instinto de preservação vai aumentar também. – Mérida estava visivelmente tensa. Pois ela sabia que a informação mais importante ainda estava escondida.
– Meu Deus! – Mike se levantou com as mãos na cabeça.
Foi um instinto natural, e dei um passo, mas barrei a reação no exato momento que Mike, voltou a falar.
– Isso não é tudo certo? – Mérida balançou a cabeça negativamente. – Ok, então vamos lá. Seja direta, e depois explique.
Mérida respirou fundo.
– Eu pratico magia desde os vinte e três anos Mike. Desde o exato momento, que deixei o poder que vinha da minha linhagem entrar no curso da minha vida, eu não envelheci mais. Ou se aconteceu, foi em uma escala muito pequena. – Mike ficou paralisado.
– O que esta informação.... – a frase morreu no exato momento que ele percebeu, o que as palavras dela significavam. – Não! Não, não, não!
– Eu não poderia fazer diferente Mike.
– O que? Deixa... Deixa... Eu, tentar entender... – Mike andava de um lado para o outro, a respiração ofegante. – Se estou ligado a você, a ponto de sentir, até mesmo quando se machuca, isso quer dizer, que não vou mais envelhecer? É isso? É Mérida? – o tom de voz dele era colérico.
– Você pode. Quando eu não praticar magia. Neste momento, ambos poderão envelhecer. – Mike tinha um olhar desesperado.
– O que você fez? – ele gritou. – Porque fez isso? Você sabe o que isso significa? Claro que não. – ele segurou os dois braços de Mérida com força. – Eu verei meus Pais, e todos os meus amigos, envelhecendo, e morrendo, e ficarei aqui. Como você pôde? Como me condenou a isso. – ele andava desnorteado, de um lado para o outro. – Preferia ter morrido aquele dia, teria vivido o tempo certo, sem interrupções. Teria sido um bom filho, um excelente marido, um amigo para todos os momentos. Era o curso natural de uma vida. Mas você me condenou, a ficar preso no tempo, sem ter a chance de envelhecer. – Mike caiu no chão, chorava como uma criança indefesa.
Meu coração ficou em pedaços.
Caminhei lentamente descendo do ponto da mata onde estava, em direção a ele.
– Mike eu sei, o quanto isso é difícil... – ele não a deixou finalizar a frase.
– Não, você não sabe Mérida. Seus Pais provavelmente estão vivos, mas os meus, não são eternos. Meus amigos, minha vida. Eu não quero isso, não posso ser assim. A vida tem um curso natural, toda vida deve ser assim, a minha deveria ser assim. – ele se levantou num rompante. Deu as costas a Mérida, e começou a caminhar.
Fiquei paralisada.
– Vá Leah. Ele precisa. – Jacob parou ao meu lado.
Apenas assenti. O rosto banhado em lágrimas.
Caminhei até ele.
Mike apenas olhou, para o lado. Nenhuma reação ao me ver parar ali.
Caminhamos até a praia.
Ao colocar os pés na areia, ele se sentou. E chorou.
Não disse nenhuma palavra, Apenas chorou. Um choro mudo.
Depois de um longo tempo, ele apenas fitava o horizonte, e a madrugada fria.
Ficamos quase a noite toda ali.
Sem dizer nada.

– Você pode me levar até minha casa? – não havia emoção alguma, no tom de voz dele.
– Sim. – estendi a mão em sua direção, ele segurou firme, e se ajeitou nas minhas costas.
Corri em uma velocidade moderada.
– Na casa onde vivíamos. Ficarei aqui. – me surpreendi com o pedido.
Apenas assenti.
Parei alguns metros da entrada.
Mike caminhou, até a porta, procurando a chave nos bolsos.
Quando encontrou, derrubou o chaveiro no chão.
– O que você teria feito Leah? Caso fosse você me socorrer aquela noite? – as lágrimas voltaram a rolar livres pelo rosto dele.
– Teria feito o mesmo Mike. Não conseguiria vê-lo morrer. Prefiro que me odeie o resto da vida, para ter seu coração batendo. – fui sincera. – Ela tinha uma escolha difícil nas mãos
Ele apenas assentiu.
– Obrigado, por ficar ao meu lado. Jamais esquecerei disso. – ele abriu a porta.
– Estarei sempre ao seu lado Mike. Sempre. – Mike fechou a porta, e subiu as escadas lentamente.
Parecia carregar um peso enorme, nas costas.
Ele jogou as chaves, que estavam em sua mão no chão, e se jogou na cama.
– Pode ir Leah, eu preciso, e quero ficar sozinho. E sei que você pode ouvir cada movimento meu aqui dentro. Vá. – o tom frio nas palavras, e o desânimo, fizeram meu peito se comprimir dolorosamente.
Respeitei o desejo de deixá-lo ali.
Caminhei lentamente de volta para a mata.
Dei uma olhada na casa ao longe, pensando, como seria o dia dele amanhã.
Olhei para frente, e a minha matilha me acompanhava.
Sorri por isso. Já que mesmo estando distante deles, eles jamais ficam distantes de mim. Sorri por saber que sempre os terei em minha vida.
E entendi a tristeza de Mike, por não ter que ver os próprios amigos partindo.
Caminhei distraída até chegar em casa.
Entrei e tudo estava em silêncio.
Minha Mãe dormia no andar de cima.
Subi as escadas, e parei diante de seu quarto.
Eu também a veria partir, sem poder fazer absolutamente nada.
Respirei fundo tentando afastar este pensamento, pois já convivo com este medo desde a minha transformação.
Fui até meu quarto, peguei uma toalha para tomar banho.
Meu corpo estava destruído. Me sentia cansada, como há muito não sentia.
Tomei um longo banho. Vi o dia amanhecer, em baixo do chuveiro.
Ao sair do chuveiro, o sorriso natural que a presença dele, me causa, tomou conta do meu rosto.
Me enrolei na toalha, e caminhei até meu quarto. Parei na porta.
– Você sabe que, esta casa, tem porta de entrada, certo Jake? – caminhei até meu guarda roupas, tentando parecer despreocupada com a presença dele.
– Detalhes. Pequenos. Mutáveis. – ele levantou e caminhou até mim. – Eu tenho uma certeza, que esta casa tem janela, pode ser? – ele envolveu os braços na minha cintura. Beijou meu ombro.
– Preciso descansar. – sussurrei. Esquecendo até onde estava.
– E vai, ou melhor, vamos! – ele soltou os braços da minha cintura, caminhou, parando ao lado da minha cama. – Eu só quero estar aqui, ao seu lado. – ele estendeu a mão em minha direção. – Vem, me deixa aquecer você.
Meu coração disparou.
Puxei uma camiseta do armário, e a coloquei por cima da tolha. Deixando a tolha cair, no momento que a camisa caiu pelo meu corpo.
Jacob sorriu.
Peguei a primeira peça intima ao alcance das minhas mãos.
Fique parada olhando o movimento dos braços dele ao arrumar a cama.
Parei do outro lado, e fiquei observando.
– Nada de conversas, e nem segundas intenções. Estou apenas querendo dormir horas. Dias. – suspirei quase me rendendo a vontade opressora, de rasgar as roupas dele, ou apenas jogá-lo ali, e deitar sobre seu corpo. – Estou com frio, cansada. Infeliz, com tudo que aconteceu.
Ele apenas se deitou, um sorriso no rosto.
– Estou me sentindo um homem, depravado, e sem controle algum agora Leah. Obrigado por isso. – sorri com a forma quase envergonhada, que ele disse as palavras. – Vem cá, só se deite aqui ao meu lado, sem me fazer recomendações, que você mesma vai quebrar.
– Não vou. – deitei e encostei minha àbeça no peito dele.
– Claro, claro. – ele me puxou, e colou os lábios nos meus.
– Eu te amo Jacob. – soltei as palavras, sem conseguir me segurar, ou tentar reprimir, a felicidade imensa, que estar nos braços dele me causa.
Me sinto mais forte, inteira ao lado dele.
– Eu também te amo Leah. – ele sussurrou. – Quando estava longe, muitas vezes, eu ficava tentando imaginar, como seria essa sensação. A de ter você novamente em meus braços, sentir o cheiro da sua pele. – ele me apertou contra o seu corpo.
– Sei, sei. Imagino, que a “doce” Moira, o ajudou a preencher vazios. – o ciúmes, de apenas imaginar, aquela mulher com as mãos no corpo dele, fizeram as palavras, saírem, mais amargas, do que eu gostaria.
Ele sorriu. Se divertindo claro.
– Nas noites frias era interessante. – dei um murro no peito dele, e sentei na cama.
– Saia Jacob! – tentei levantar, mas ele me puxou de volta para cama.
– Ninguém se aproximou, de preencher o vazio, que a sua ausência sempre me deixou Leah. Ninguém. O Imprinting não conseguiu, nem um, exercito de mulheres faria isso. Eu amei você sem magia alguma, e amei muito mais, quando percebi, que meu amor por você, era maior que qualquer encantamento. – ele me ajeitou ao seu lado. – Agora vem aqui, deite-se ao meu lado, vamos ficar do jeito que você quiser, apenas juntos.
Ele parecia cansado.
– Esta bem! – me ajeitei nos braços dele.
E era evidente, que o meu cansaço estava gritante, pois meu plano em tentar, mantê-lo afastado, teve o mesmo fim que o Titanic.
Estava aquecida ao lado dele. Segura.
Adormeci em poucos minutos.

Uma Luz forte, ardeu meus olhos.
– Jacob!
Ia jogar o travesseiro nele, quando passei a mão, e percebi que não estava na minha cama, e sim sobre uma grama verde, e confortável.
Levantei em segundos.
Sara me olhava, com um sorriso maravilhoso.
Senti uma calma impressionante.
– Tenho tantos motivos, para admirá-la. E outros vários para protegê-la. – seu sorriso era encantador.
– Por favor, diga algo, eu farei. – meu tom de voz, era um pedido desesperado.
– Hoje vou te ajudar, com algo muito mais valioso minha querida. Você terá que ser forte. Apenas isso. Feche os olhos.
Respirei fundo e fechei!
– Abra. – a voz não era de Sara.
Dei um salto para trás.
– Ela não irá te ferir, esta jamais foi s intenção dela. – Sara tinha uma certeza, que me contagiou.
E fez o medo, e a desconfiança, que sentia há alguns segundos atrás por aquela mulher de olhos rosa, e cabelos longos, desaparecer.
– Porque você fez aquilo com os Lobos, o que acha que Jacob fará quando a encontrar? – minha raiva em lembrar a visita dela a reserva, era quase real.
– Escute Leah, nada do que eu fiz, foi para o mal. Eu tinha um propósito, fui enganada. Naquela ocasião, eu acreditava estar ali, pelo bem maior. Mas vi que estava no meio de uma luta pelo poder. – a voz dela era encantadora, forte, verdadeira.
– Muito real. Muito. – alguns pontos luminosos começaram a aparecer diante dos meus olhos.
Os pontos brilhantes ficavam cada segundo mais fortes, Prestando atenção, ao fundo havia uma imagem.
Um lugar que poderia ser escuro, mas que os pontos iluminavam.
Era uma espécie de quarto, com uma mulher de braços, e pés acorrentados.
– Escute Leah. Você verá algo, que não pode mais salvar. Eu já me livrei deste corpo. E por isso vou te explicar algo. Não sei ao certo quem eles são. Algumas memórias, ainda estão no escuro. Mas sei exatamente o que eles querem. – voltei minha atenção novamente para a imagem da mulher, de olhos cor de rosa, enigmáticos.
– O que é você, como fez aquilo? – me aproximei.
Não via Sara ali.
– Não tenho tempo para todas as explicações que você precisa. Ainda estou fraca, mas logo estarei forte. – ela ficou a centímetros do meu rosto. – Leah, você é uma isca.
– Eu já sabia disso, conte algo que eu não saiba. – ela sorriu, admirada.
– Você foi descoberta, quase sem querer. Quando o Clã Italiano, veio buscar a joia dos Cullens, eles nem sabiam que a sua espécie, tinha descendentes nesta região. Eles apenas procuravam o Alfa. Jacob não estava aqui, e Eles não faziam ideia que estavam na casa dele. Mas descobriram uma fêmea. Você. Já existiam outras. Ninguém faz, a menor ideia, do quanto ele a ama. Isso eu não entreguei a eles. Já sabia as mentiras, e não faria mais nada para atrair Jacob. Eu estou tentando ajudar Leah, mostrando a sensitiva, o que tinha na minha mente. Só alterei o lugar, pois Jacob precisa se afastar, até saber com que esta lidando, proteger os amigos, de espíritos tão poderosos quanto eles. Aqueles que quase me destruíram, devem ser exterminados aqui. Todos juntos, vocês serão mais fortes. – ela respirou fundo. – Mas você terá que ajudar!
– Me diga como? – o desespero, tomou conta da minha voz, do meu corpo.
– Salve-o. Agora você já é um escudo. Você já tem o que eles querem Leah, mas jamais vai deixar que eles usem. Jacob acha que a salvará, mas é a sua força, que vai mantê-lo vivo. O amor, é o maior poder no mundo. O seu por ele será. Então quando você parar de fugir, vai parar de temer. – ela se virou. – Lembre-se. Não acredite, nas palavras enganosas que serão cantadas a você. Eu acreditei, e causei muito mal. Acredite, na auto proteção, que você já tem! – ela se afastou. – Agora preciso ir.
Estava atordoada.
É um sonho? Realidade? Meu Deus.
Fechei os olhos, e ao abri-los novamente, Sara me olhava com o sorriso, encantador.
Me acalmou totalmente.
– Estamos cada minuto ficando mais fortes Leah. Pois no momento que vocês precisarem salvar os espíritos, estaremos lá. Então escute com atenção. Muito da sua historia, da história de Jacob, já vem se entrelaçando há décadas. Não era única fêmea da espécie Leah. Não sou a única que sacrificou muito por amor ao filho. Olhe ao redor. Preste atenção, e saberá o motivo da caça a você, e principalmente da busca por Jacob. – ela segurou minhas mãos, tinha lágrimas nos olhos. – São difíceis, algumas escolhas na vida Leah. Você sabe. E a sua será especialmente mais dura. Mas lembre-se. Todo grande sacrifício traz grandes recompensas. Todo ato grandioso, exige uma coragem sem precedentes, e você é corajosa. – ele soltou as minhas mãos.
– Estou com medo. – confessei.
– Não tenha. Tudo dará certo, mesmo quando parecer, que não! Olhe ao redor, e suas perguntas serão respondidas.
Ela se virou e um segundo depois desapareceu.

Fiquei ali, para da tentando entender o que ela quis dizer.

– Olhe ao redor. – acordei, soltando essas palavras.
Sentei na cama, com o sorriso encantador de Sara Black na mente.
Olhei para o lado, e Jacob dormia tranquilo.
Sei que sonhei algo importante, mas estranhamente não consigo me lembrar.
Olhei em direção a janela, e a chuva deixava a noite ainda mais fria.
– Nossa dormi demais. – me cobri, e colei meu corpo, no corpo de Jacob.
Estava com frio.
Frio.
Levantei rapidamente, e parei ao lado da cama.
– Frio. Eu ando sentindo frio. Céus, o que esta havendo?
– O inverno. É isso que esta havendo Leah. – a voz sonolenta de Jacob, me assustou.
– Eu sei exatamente, em que época do ano estamos, Jacob. Eu passo por elas, todos os anos, desde minha transformação. Só estou confusa, com essa sensação, de querer me enfiar em baixo de uma coberta. Eu nunca mais senti isso. – o calafrio causado pelo vento frio, que entrava pela janela, eriçou os pêlos do meu braço.
– Sua vida saiu da rotina Leah. Não esta nada no lugar neste momento. Você esta estressada. Preocupada. – ele segurou minha mão, me puxando para cama.
– Estranho. Mas deve ser exatamente isso. – me enrosquei no corpo febril dele.
Não escutei mais nada.
Adormeci mais uma vez.

...............

Sussurros, e risadas no andar de baixo.
Abri meus olhos preguiçosamente, sem a menor vontade de mantê-los assim.
Tentei me enroscar em Jacob mais uma vez, mas o espaço estava vazio.
Abri os olhos, rapidamente.
– Jake? – sem resposta.
As risadas no andar de baixo chamaram minha atenção.
– Achei que ia dormir o ano todo! – Seth parou na minha porta.
– Olhei pela janela, e a luz do dia acinzentado, me fez notar que já era dia.
– Nossa, eu dormi, o dia todo? – me levantei confusa, procurando minha toalha para tomar um banho.
– Dormiu, e a noite toda também. – ele tinha um sorriso debochado nos lábios.
– Estava cansada. – tirei a camiseta.
– Leah! Que nojo! – Seth resmungou, por me ver tirando a roupa na sua frente!
– Você entrou no quarto, eu não convidei. Ficou para show, porque quis. – joguei a camiseta na cabeça dele. – E Jacob? – tentei parecer despreocupada, mas não estava nada feliz, em acordar ao sem ele ao meu lado.
– Nossa, você demorou exatamente três minutos. Um recorde. – arremessei minha escova de cabelos, e ele pegou sem dificuldades. – Você se lembra que eu sou Lobo certo? – Seth colocou a escova que arremessei na cama. – Ele te deixou um bilhete, pois achou melhor deixa-la descansar. – Seth levantou e me entregou o bilhete.
Desdobrei o papel, com uma sensação estranha no peito!

Leah.
Fui buscar as passagens, pois vamos embarcar em poucos dias.
Não quis te acordar, seu sono era tranquilo, e você estava merecendo descansar!
À noite vamos para o nosso lugar.

Lembre-se de algo importante.
Estou aqui por você. E para você.

Te amo.
Jake.

É natural a felicidade que ele me traz.
O sorriso que escapa dos meus lábios, quando olho, algo que vem dele!
Irritante. Mas incontrolável.
Seth me olhava com um sorriso debochado nos lábios.
– Vai querer acompanhar mais um show Seth? – ameacei soltar a toalha.
– Que nojo! – ele se levantou rapidamente e caminhou até a porta.
– Ele te faz feliz. E eu fico feliz por você. – ele fechou a porta sem se virar. – Quando estamos ao lado, de quem amamos, não importa contra o que, ou quanto tempo dure as batalhas, apenas sentimos que seremos mais fortes até o fim.
Sentei na cama com o bilhete entre os dedos.
As palavras de Seth eram verdadeiras. Ele mais do que ninguém sabe, o quanto luta para estar ao lado de Reneesme.
Palavras bonitas, para sonhos sem futuros, no meu caso, permanecer ao lado dele, pode significar sua morte.
Levantei espantando a dúvida para longe.
Coloquei uma roupa rapidamente, e desci.
Na sala minha Mãe servia o jantar.
Na mesa praticamente toda minha família.
Com as baixas dos Lobos que faziam a ronda!
Reneesme olhava em minha direção. Um olhar indecifrável.

– Inquieta? – ela parou ao meu lado despreocupadamente.
– Irritada. – menti.
– Sei. – ela parou na minha frente e segurou meu braço com firmeza, minha mente foi invadida pela voz firme dela. – Não continue com essa ideia. Ela não dará certo.
Trinquei os dentes!
Foquei nos olhos dela.
“Não se meta em assuntos, que não são seus!” – tentei disfarçar minha raiva.
“ Suas decisões, estão invadindo minha mente. Você não percebe, que só vejo aquilo que vai afetar todos vocês?” – as palavras de Nessie ecoando na minha mente, causaram um arrepio na minha espinha!
Puxei meu braço.
– O que esta acontecendo? – minha Mãe olhava para nós curiosa.
– Nada, Reneesme esta apenas me mostrando alguns sonhos. – menti.
– Não me pareceu isso de longe. – minha Mãe rebateu.
– As aparências enganam dona Sue. – sai de perto delas rapidamente, e me aproximei da mesa.
Não sentia um pingo de fome, mas sentia a necessidade de comer!
– Precisamos conversar. – a voz de Kate era preocupada. Revirei os olhos.
– Sobre? – coloquei um garfo com carne na boca.
– Eu não acho que você deva seguir adiante, com este plano. – ela sussurrou.
Como se esse sussurro fosse impedir qualquer Lobo nesta sala, de não ouvir o que ela estava me dizendo.
A irritação, e a impaciência, dominaram meu corpo.
– Mais uma! – deixei o prato na mesa, respirei fundo e caminhei até a varanda.
Sem olhar para trás corri pela mata.
Alguns segundos depois, Reneesme se aproximava.
Kate vinha em suas costas.
Parei bruscamente.
– Digam rapidamente o que querem. – Kate descia das costas de Reneesme. – E digam o que estão vendo.
– Vemos você sofrendo. Mas se estamos vendo, é algo que vai afetar uma decisão importante. – Kate falava calmamente.
Revirei os olhos.
– Então devo esperar que vocês sejam mais objetivas, e vejam algo realmente útil? Espero sentada ou deitada por isso? – a expressão surpresa de Kate, não me abalou.
– Leah, o que esta acontecendo? – Nessie deu um passo a frente de Kate.
– Eu não tenho mais tempo, é isso que esta acontecendo. Ou eu me parto ao meio tentando protegê-lo, ou sigo conselhos, que vocês nem sabem ao certo, aonde vão me levar para tê-lo ao meu lado. O que vocês estão vendo, é a dor que vai me acompanhar, mas olhem novamente, pois o alivio por saber que ele estará bem, vai estar ao meu lado. Ou vocês, me dão algo mais objetivo, ou fiquem longe. E ai vocês tem algo mais, do que visões das minhas lágrimas, e do meu sofrimento? – cruzei os braços, torcendo para haver uma saída.
– Não temos, mas estou começando a progredir. – Kate tentava justificar.
– Esta bem, quando conseguir, me avise, antes disso, apenas me deixe. – respirei fundo. – Agora vamos voltar, e, por favor, me deixem comer, pois estou faminta!
Passei por elas, fingindo não perceber suas expressões incrédulas.
Corri fazendo o caminho de volta para a minha casa.
Não fazia a menor noção de hora.
Entrei em casa, e passei por todos rapidamente.
Porem antes de alcançar o segundo degrau da escada, que me levaria ao quarto, o aroma mentolado na pele de Mike invadiu minhas narinas.
Automaticamente olhei para trás.
Ele estava com um prato em uma das mãos.
Conversava com minha Mãe, encostado no balcão da cozinha.
Nenhum deles havia notado minha entrada.
Caminhei até eles.
– Mike, que bom vê-lo aqui. – fui sincera.
– Obrigada Sue. – ele deu um beijo na bochecha da minha Mãe. – Eu vim falar com você, Leah. – ele caminhou em minha direção.
– Claro. Vamos lá fora. – apontei para a parte dos fundos da minha casa.
Ele apenas assentiu.
Ao abrir a porta um vento frio fez meu corpo inteiro estremecer.
– Vou fazer uma viagem Leah. Preciso ficar uns dias fora. Meu Pai esta melhor, foi para casa hoje. E eu preciso respirara fora de Forks, longe de todos. – ele parecia quebrado. Como se algo faltasse ali. Como se faltasse ele.
Estava perdido, sem saber ao certo o que fazer, ou até mesmo se era isso que queria.
Um reflexo.
Mike parecia eu, quando Jacob foi embora.
Um segundo, e de repente uma ideia, dominou minha mente.
– Não vou deixar que você vá. Não sozinho. – acabei de achar a maneira de magoar Jacob. A ponto dele, me deixar ir. Mike.
– Não posso pedir nada a você Leah. Sei o que você e... E... – ele engasgou antes de pronunciar a ideia de Jacob e Eu como um casal.
– Você não pediu, eu quero ir. E não por achar que devo algo a você, mas por ter a certeza que você precisa de uma amiga neste momento. Alguém que entenda tudo que esta vivendo, por ter vivido algo bem parecido. – meias verdades.
– Esta certo. – ele sorriu fraco.
– Você pretende ir quando? – perguntei com o coração nas mãos.
– Três ou quatro dias. Vou ajeitar as coisas. – ele passou as mãos pelos cabelos, parecia querer saber algo.
– É o tempo que levarei para ajeitar algumas coisas também. – tentava afastar o rosto de Jacob da minha mente.
– Bem nos vemos então. – Mike deu as costas, e se encaminhou até a porta da minha cozinha, porem, antes de abrir a porta ele parou bruscamente. – Ela me avisou, que eu teria habilidades especiais, que meus sentidos agora são muito mais sensíveis. Mérida me disse que seu eu me focar, posso saber determinadas coisas, foi assim que eu soube de você. Foi assim que percebi algo errado.
Estava confusa com as palavras dele, pois Mike parecia estar pensando alto, e não perceber que eu estava ali, ouvindo.
– Mike do que você esta falando? – a confusão fez um sorriso, sem graça vir junto com as palavras.
– De você. – os olhos azuis dele, pareciam conter fogo. – E das meias verdades que acabou de me contar. Você esta me escondendo algo. Mentindo não, mas não esta sendo totalmente verdadeira. Diga o primeiro motivo, pois sei que sou o segundo. – não era uma pergunta, ou especulações. Mike sabia exatamente que eu escondi algo.
Me aproximei dele, e cochichei no seu ouvido.
– Aqui não. – pedi.
Mike apenas assentiu. Abriu a porta e foi embora.
Meu coração disparou.
Primeiro por saber o quão dolorosa será a conversa Jacob.
Segundo por saber que vou magoar Mike com a verdade.

Entrei e passei pelos olhares, de todos que escutaram minha conversa claro!
Peguei um novo prato, coloquei muita comida, e fingi não estar reparando nas expressões surpresas, com , a minha oferta a Mike.
Seth me encarava incrédulo.
Ignorei. Faria isso o tempo que conseguisse.

.......

Um pouco mais de uma hora depois, todos partiram, e tentei seguir Collin até o local da ronda.
Não sentia a menor vontade de me transformar.
Me sentia cansada, irritada.
Tratei mal, duas pessoas que amo, mas simplesmente não consigo manter meu humor, alinhado. Controlar, ou ponderar.
– O que diabos você esta fazendo Leah? – o tom de repreensão na voz de Seth, me causou um suspiro involuntário, pois a irritação já dominava meu corpo.
– Só me deixe em paz. Cinco minutos sem esse assunto Seth. Por favor! – pedi.
– Leah, não quero vê-la sofrer, você tem amigos. Jacob. Pessoas que a amam, e não vão deixar nada acontecer. – ele sentou ao meu lado.
– Eu sei, eu sei. Mas agora, quem precisa de ajuda e Mike. Ele é minha prioridade agora. – levantei. – Volto para passar a madrugada fazendo rondas.
– Lembre-se que cada ato nosso, mesmo para proteger quem amamos, pode simplesmente despedaçar a pessoa. Seja corajosa Leah, ou destemida. – olhei para trás, olhando a expressão tranquila e verdadeira dele.
– Esta certo. Agora posso ir, ou tem mais algum conselho na cartilha “ Minutos de sabedoria do Seth!”? – ele riu da minha piada.
– Faça aquilo que você achar certo! – ele se virou entrando na mata.
Enquanto caminhava, pela trilha que me levaria até a casa de Mike, o Uivo dele estremeceu as folhas por onde eu passava.
Meu irmão, e Embry, fizeram minha escolta até a casa de Mike.
Respirei fundo antes de tocar a campainha.
Levantei a cabeça e o fiz.
Mike abriu a porta, sem o habitual sorriso nos lábios.
Era estranho vê-lo desta forma! Sombrio. Desanimado.
Entrei e olhei ao redor.
Era estranho estar ali agora.
Ver a dês construção, de uma vida.
Ele caminhou até a cozinha.
Sentou na bancada. Puxou o prato de cereais.
– Nada de enrolar, Leah. Seja direta. Vai por mim, dói bem menos. – ele colocou uma colherada cheia de cereais na boca.
– Eu preciso que Jacob se afaste Mike. E a única pessoa que o deixa inseguro o suficiente, para ele fazer isso, é você. – ele ficou paralisado me olhando.
Engoliu tudo que estava na boca de uma só vez.
– Vai me usar? – Mike cruzou os braços.
– Você sabe que não. Mas vou usar sua saída de Forks. – fui sincera.
– O que esta acontecendo? Qual o motivo disso? – ele respirou fundo, aparentemente tentando esconder uma ponta de incomodo nos olhos. – Você o ama.
– Sim. Mas ele deve se afastar daqui. E não fará isso caso não tenha um bom motivo. – empurrei as palavras, fazendo um esforço imenso para não desabar.
– Você deve saber o que esta fazendo. – apenas assenti. – Mas lembre-se que atos de coragem, não diminuem dores. Não voltam, e não ficam mais bonitos, mesmo quando são necessários. Mas, eu fico ao seu lado, assim como você esta ao meu.
Mike segurou minhas mãos.
– Obrigada. – o abracei.
Ele não disse nada.
– Bom, hoje não dormirei aqui, Ficarei com meus Pais, até minha viagem. Preciso aproveitar cada segundo. – ele se afastou.
– A ultima coisa, que você quer agora é alguém se intrometendo neste assunto. Mas vou ignorar isso, por trinta segundos. – ele cruzou os braços. – Eu agradeço a ela. Mérida. Pois se ela não o tivesse trazido de volta. Seus Pais, seus amigos, Eu, viveríamos com a dor, de ter perdido alguém tão precioso, de uma forma tão estúpida. Somos egoístas Mike, quando se trata de você. – dei de ombros, e passei por ele, deixando-o ali paralisado. – Até amanhã Mike Newton.
– Até Leah Clearwater. – ele disse enquanto fechava a porta.
Eu já estava um pouco distante dali.
A madrugada se aproximava.
Fria e chuvosa.
Entrei em casa pela janela do quarto.
Minha Mãe estava em seu quarto dormindo tranquila ao lado de Charlie.
Peguei uma parca, grossa, e sai novamente.
Quando me aproximava da mata, o aroma na pele dele me paralisou por alguns segundos.
Jacob vinha em minha direção.
Um sorriso lindo nos lábios.
Repreendi a vontade de sorrir junto.
– Boa noite! – ele me abraçou animado. – Olha o que eu trouxe. – Jacob tirou uma passagem do bolso.
– O que é isso? – meu tom de voz era seco.
– Sua passagem Morena. Você não estava se sentindo segura em ficar, então vai comigo. Não a deixarei aqui. – ele tentou me beijar. Desviei.
– Eu queria conversar com você sobre isso. – me soltei do aperto dos braços dele.
– Pode dizer. – Jacob se aproximou novamente.
– Não acho que precise estar nesta viagem. – respirei fundo.
– Não acha? Você queria ir. Descobrir quem são os invasores. O que a fez mudar de ideia? – o tom de voz dele era tranquilo.
– Nada, existem assuntos mais importantes aqui. – fui seca.
– Como a sua nova teoria, sobre quem de fato é o alvo? – minha respiração acelerou.
– Não é uma teoria Jacob. O alvo é você, não eu! – essa poderia ser a minha chance de tentar convencê-lo que precisamos nos afastar. – Escute. Isso faz todo sentido. Jake para quê eles iam querer uma fêmea que não pode procriar, caso ela não atraísse um Alfa, como você? Eu não sou nada para quem o quer. Mas pense nas vantagens que ter um Lobo, que faz de Sanguessugas poeira? Para que guerras, ou lutas, se apenas uma ventania vocês podem destruir um exercito todo. – me aproximei, colocando as mãos no peito febril dele. – O que eu posso dar a eles? Nada Jacob.
– Nada? Leah você é um mar de possibilidades. Não é uma Hibrida qualquer. É uma fêmea. Não sabemos quais as suas limitações, quais são as possibilidades que isso traz. – ele tentou me abraçar. – Eu jamais fui perseguido Leah. Estive fora durante anos, e jamais tive ameaça focado em mim. Minha preocupação é você. – minha esperança morreu ali.
– Eu preciso, fazer uma ronda, ajudar os meninos, Há dias estou afastada. – caminhei em direção ao ponto de ronda de Embry.
Nada que eu dissesse a ele, o faria ver o quanto minha teoria, poderia estar correta.
Deveria ser ao menos considerada.
– Fique! – ele segurou minha mão. – Vamos ficar juntos hoje.
– Não posso tenho a matilha. – puxei minha mão.
– Claro, claro. – Jacob sentou-se sobre uma pedra.
– Vai ficar ai a noite toda? – perguntei fingindo irritação.
– Estou acostumado a não dormir Leah. – ele cruzou os braços.
Fechei a parca. Tentando me aquecer ainda mais.
– Fique aqui. – pedi.
Antes de alcançar o primeiro metro, Jacob disse algo que chamou minha atenção.
– Você não anda se transformando. Não anda explodindo em suas roupas. – ele continuava deitado sobre a pedra, com os braços cruzados, apoiando a cabeça.

Continuei minha caminhada.
Sem olhar para trás.
Mas aquelas palavras ficaram na minha mente.
Comecei a correr como a dias não fazia.
Com toda a velocidade que minhas pernas podiam ganhar.
Era libertador.
Sam e os meninos dividiram os turnos de rondas.
Passei por Joseph e Paul.
Os demais meninos da matilha de Sam estavam nos arredores da reserva Makah. E Forks.
Collin e Seth, junto com Embry estavam fazendo a ronda por aqui, esta noite.
Os olhos deles eram curiosos.
– Fiquem calmos. Apenas não quero homem algum invadindo minha mente por alguns dias! – expliquei o motivo por estar ali, diante deles sobre duas pernas, e com uma parca.
Mas no findo, não encontrava respostas, para não me transformar.
Sem perceber estava fazendo isso.
Corri o mais rápido que pude. A noite toda.
Quando o dia estava amanhecendo, decidi voltar para casa.
Brady, Quill, Jared, Evan e Brian, assumiram a ronda.
Me sentia estranha.
Com uma vontade imensa de dormir.
Tracei um caminho diferente.
Ao invés de ir para a casa da minha Mãe, fui na direção da casa, onde morei ao lado de Mike.
– Perdida Leah? – a voz de Jacob me sobressaltou.
– Que droga Jacob. – queria arremessar algo nele, pelo susto. – Vou dormir com ele hoje. – provoquei. – Ele precisa.
Jacob respirou fundo.
– Mike não esta lá Leah. – a certeza nas palavras dele me irritou.
– Como sabe? Anda espionando ele? – provoquei.
– Não preciso disso Leah. Mas Mérida sabe exatamente onde encontrá-lo. – trinquei os dentes.
– Não tenho que informar onde quero, ou não descansar. – continuei o percurso.
– Eu não entro lá Leah. – a voz dele, era quase um sussurro.
– Eu quero ficar lá hoje Jacob. Mike pode aparecer de repente. – não olhei para ele.
Caminhamos em silêncio até a porta da casa.
– Eu sinto que você esta querendo fazer algo errado Leah. E aviso. Não vai funcionar. – ele me deu um beijo. – Eu te amo.
Minha vontade de responder era imensa.
– Preciso dormir Jacob, e pelo visto você também, já esta fantasiando coisas. – abri a porta, e antes que a fechasse Jacob me puxou para seus braços.
– Eu te amo, e sei que você anda preocupada, com essa suspeita. Fique calma, eu não corro perigo algum. – enterrei meu nariz, em seu pescoço apenas alguns segundos.
– Eu sei. – me afastei. – Preciso dormir.
– Claro, claro. Eu também. – Jacob caminhou calmamente para fora da propriedade.
Fiquei observando pela janela, e depois escutando até o limite da minha audição privilegiada os batimentos cardíacos dele.
Arranquei minha roupa, e liguei o ar em uma temperatura agradável.
Entrei no chuveiro, e fiquei ali poucos minutos.
Sentia uma vontade imensa de dormir.
Deitei, e segundos depois adormeci.

“Vamos Leah, lembre-se. Seu sonho é importante!”

A voz de Sara me fez pular da cama assustada.
Olhei pela janela, é a luz do dia, ainda iluminava o quarto.
Deitei novamente querendo dormir mais um pouco, porem, o barulho na minha barriga causado pela fome, me fez ficar em pé mais uma vez!
– Droga. – procurei pela minha roupa irritada. Mesmo querendo voltar a dormir, estava faminta. – Vou comer e voltar a dormir.
Mesmo não entendo o motivo, minha irritação estava me surpreendendo.
Abri a porta de entrada, e o vento frio me causou um arrepio insuportável.
Corri pela mata sob os olhares de alguns Lobos da matilha de Sam.
O cheiro da comida gostosa de dona Sue preenchia os ares próximo a minha casa.
– Leah! – ela veio em minha direção e me abraçou. – Céus, estava indo até você! Seth e Embry me disseram que estava na casa onde morou com Mike, e ia até lá verificar se o aroma de uma boa comida te despertaria! – ela me olhava preocupada.
– Do que estava falando? – a confusão me atingiu.
– Das vinte e quatro horas que você esteve dormindo. – meu coração disparou. – Seth, Embry, e até Jacob estiveram lá para verificar se você estava bem. Ficamos preocupados.
– Calma, eu dormi durante vinte e quatro horas? – impossível.
– Na verdade, durante quase trinta, pois Jacob me disse que a deixou lá, por volta das sete da manhã ontem. – ela apontou o relógio na cozinha. – É meio dia minha filha.
– Droga Mãe, o que diabos esta acontecendo? Eu ando me sentindo cansada, mesmo sem me transformar. Sentindo frio. Veja se é possível, frio? Justo Eu. – levantei da mesa incomodada.
Minha Mãe tinha um olhar indecifrável em minha direção.
– A-Acho que é toda esta situação. Isso pode deixá-la cansada mesmo. – Minha Mãe deu de ombros, e voltou a mexer a comida nas panelas.
Senti um vazio dominar meu peito de repente.

E aquela sensação estar diante de algo, e simplesmente não conseguir definir exatamente o que!
O telefone tocou, fazendo aquela estranha sensação desaparecer.
– Leah... – antes que ela finalizasse, a interrompi.
– Eu sei Mãe, e Mike. – bati no ouvido.
Peguei o telefone e esperei ela se afastar.
– Esta tudo bem Mike? – a preocupação com ele, me dominou.
– Sim Leah, dentro do possível. Enfim, decidi sair de Forks apenas um final de semana. Meu Pai precisa de mim agora, e vou aproveitar todo tempo que tenho ao lado deles. – me senti aliviada, e ao mesmo tempo, sem saber ao certo como vou usar isso.
– Esta certo. Para onde vamos? – tentei, usar um tom de voz animado.
– Não quero ser grosseiro. Mas sair para me sentir leve, com minha Ex-mulher, não esta nos meus planos Leah. – o tom de desculpas estava ali.
– Essa doeu. Já ia fazer as malas. – o tom de brincadeira, desapareceu, quando senti a aproximação de Jacob. – Mike, nos falamos mais tarde ok?! Passo ai mais tarde!
– Esta bem. – Mike desligou, e Jacob já estava muito perto!
Subi as escadas calmamente, até meu quarto. Peguei uma mala, e uma quantidade de roupas, apenas para preenchê-la.
Jacob entrou pela janela, quase imperceptível.
Antes que ele circulasse os braços na minha cintura, o interrompi.
– Você deveria usar a porta Jake. – cruzei os braços. Era agora ou nunca.
Prendi o cabelo, e coloquei uma jaqueta. Fechei a mala.
– Olhe o que eu trouxe. Nossas passagens, você, eu e... – ele se fixou na mala em minhas mãos. – O que é isso?
Respirei.
Toda decisão importante na vida, deve corajosamente executada, mesmo contra nossa vontade.
– Eu ia falar com você sobre isso. – minha voz ganhou um tom firme, como jamais achei que ganharia.
– Sobre? – ele cruzou os braços.
Passei por ele descendo as escadas, ele me seguiu.
– Mãe, ligo assim que chegar! – ela apenas assentiu. A confusão estampada no rosto. Porem ela sabia que eu planejava algo, Minha Mãe me conhece melhor que ninguém!
Sai de casa com Jacob atrás.
Alcançamos a mata.
– Vocês, ronda no perímetro Sul. – olhei para o ponto onde Seth, Quill, e Collin estavam.
– Vamos conversar sobre o que esta havendo agora, ou vai me mandar uma carta? – o tom de voz de Jacob era calmo. – O que esta havendo? – ele cruzou os braços. – Para que esta mala?
Era agora.

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Olhei diretamente para os olhos negros como a noite, que só Jacob tem. Havia nos meus, um pedido de perdão antecipado, silencioso, sufocado.
– Mike decidiu deixar Forks, Jake. Ele se parece comigo há alguns anos atrás. Perdido, sem saber o que fazer. Eu não posso, e não quero deixá-lo passar por isso sozinho, neste momento. – fixei meu olhar nas arvores, Jacob tem uma força quase gravitacional nos olhos.
– Eu entendo. – ele trincou os dentes. – Por quanto tempo? Aonde vão? – segurei a alça da mala com firmeza, e passei rapidamente por ele.
– Não sei Jake. Poderão ser dias, ou meses. Não posso determinar uma data. – continuei caminhando.
– O que? Deixe-me entender melhor. Ou tentar. Esta partindo, sem data para voltar, é isso? – a respiração dele, estava acelerada.
– Eu voltarei, só não sei quando. – continuei a caminhar, Jacob segurou meu braço, se aproximou ficando a centímetros do meu rosto, sua respiração se confundia com a minha.
– O que esta havendo? – ele encostou a testa na minha.
– Nada que você possa resolver! – puxei meu braço, tentando ganhar forças, novamente, pois a aproximação dele as levou para longe.
– Eu vou junto. – o coração dele estava cada vez mais acelerado, e o tom de voz mostrava a irritação que já mudava a postura calma de alguns minutos atrás.
Era exatamente com essa irritação que eu contava.
Respirei fundo empurrando qualquer vestígio de covardia, para longe.
– Você realmente não percebe não é? Tudo o que esta acontecendo a ele, é minha culpa. Se eu não estivesse ao seu lado àquela noite, não o teria deixado aqui, sozinho na noite do acidente! Sua vida não estaria esta bagunça sem fim. Ele não sabe quantos séculos vai viver! – respirei fundo. Percebe a ironia de tudo. Ele era a parte normal na minha vida, e mesmo estando longe, eu estaria feliz, em vê-lo ter uma escolha. Até eu tenho uma. Mas ele não terá. Sua vida foi violada, de uma forma avassaladora! E você tem a coragem de me dizer que vai junto? Justo você! – continuei a caminhada. – Eu estou feliz, por ele ter me permitido ir junto.
– Eu te amo Leah. Você me ama... – não o deixei finalizar a frase.
– Esse amor, não muda o sofrimento de Mike. – a frieza já dominava meu tom de voz, não poderia fraquejar agora. – Nosso amor, sempre foi assim. Defeituoso, impossível. – olhei para trás. Eu o amarei sempre, e provavelmente para sempre, mas não serei feliz ao seu lado, sabendo que Mike não é feliz.
– Não faça isso Leah. – havia algo indecifrável nos olhos negros dele. – Nossa história, esta apenas começando. Não me afaste desta forma.
– Não é toda história de amor, que tem um final feliz Jacob. Nem todos os sonhos, se tornam realidade, e o nosso sempre foi impossível. – engoli o embargo, que ameaçava dominar minha voz.
Olhei para Jacob, e sua expressão era especulativa. Não havia dor, ou confusão em seus olhos.
Minha respiração acelerou.
– Mando noticias em breve. – continuei a caminhar. Segurava a alça da mala com firmeza, neste momento este gesto, era o que me manteria em pé!
Empurrei minhas pernas para longe dali. Deixando-o imóvel.
– Espera! – o tom de voz era totalmente diferente. Poderoso, travou minhas pernas no mesmo momento que atingiu meus ouvidos. – Você acha mesmo, que eu acreditaria neste show Leah? – não conseguia mover minhas pernas.
– Pare já com isso! Não ouse usar um tom Alfa comigo Jacob Black! Não sou um dos seus seguidores, ou uma idiota qualquer! – tentava fugir, mas não conseguir sair do maldito lugar.
– Claro, claro. – o tom de deboche dele, me fez trincar os dentes. – Então, foi essa a maneira que você encontrou, para me mostrar que estava certa? – ele parou na minha frente.
– Nem toda atitude minha tem a ver com você, ou é sobre Nós. – ele me encarava sério!
– Covarde! Quer fugir? Pois bem. Vá. – senti a leveza voltar as minhas pernas, conseguir dar um passo a frente.
– Você foge Jacob, eu não! Mas preciso escolher entre quem me partiu ao meio, e quem resgatou meus pedaços. Então a escolha não será você! – soltei as palavras.
– Covarde! – minhas palavras flutuaram longe dele. – Você acredita mesmo, que estarei seguro desta forma? – ele parou a centímetros na minha frente novamente. – Eu passei anos, afastado. Não me orgulho do que fiz ainda sim eu lutei! Cada dia, cada hora, cada maldito minuto, para ficar ao seu lado. Pois eu sabia que nada, mais na minha vida seria tão forte. Nem meus erros, suas escolhas, em exercito e até mesmo um maldito Imprinting. Lutei contra minha dor, por ter escolhido errado, contra a sua raiva, sua paixão por outro. Eu lutei. Agora é a sua vez. Pare de dizer, o que faria, e faça, pare de sofrer por alguém que sempre foi seu. Venha aqui e pegue a sua felicidade. Lute. Quem ama luta. Lute por mim, como eu lutei por você. Não se acovarde agora. Lute!
As lágrimas que tanto segurei me venceram.
– Você não me ouve, não entende o que esta em jogo. Prefiro vê-lo me odiar, me achar uma covarde, ainda sim saberei que você esta vivo. – sentei na terra fria.
– E o que garante minha segurança com a minha partida? Você acha mesmo que eu sairia daqui, por conta de meia dúzia de palavras duras, que você me diz? – ele segurou meus braços e me colocou de pé. – Você não tem mesmo dimensão do meu amor por você não é? – as batidas cadenciadas e calmas do coração dele, relaxaram meu corpo. O abracei com força.
– Eu não posso pensar em te ver ferido! Não posso. – ele me afastou. Olhava sério diretamente nos meus olhos.
– Então seja a mulher que sempre me encantou. Seja forte. Quem ama luta. Amor exige atos de coragem. Você jamais desistiu de nada, não faça isso justo comigo. – Jacob se afastou. – Juntos, em tudo... – ele estendeu a mão.
Era impressionante vê-lo assim diante dos meus olhos. Forte, decidido, Inabalável.
O lado forte dele completava fortalecia o meu.
Segurei forme sua mão.
– Juntos em tudo! – ele me puxou para os seus braços.
– Eu te amo Leah. – ele colou os lábios nos meus. Mesmo querendo continuar, me afastei.


– Você precisa me escutar Jake... – foi a vez dele me interromper!
– Eu acabei de fazer isso Leah. Você não partiria, ou tentaria me fazer partir, caso sua teoria não estivesse certa, ou que também seja verdadeira. – segurei firme suas mãos. – Mas a minha não será descartada, pois, se estou exposto, você também esta!
Senti uma paz inexplicável.
Apenas assenti, e o abracei.
Senti raiva, por agir como uma garota indefesa, e não confiar na minha própria força.
– Vamos temos malas a organizar, rumo a China. – Jacob colou seus lábios aos meus, e toda aquele medo sumiu.
O amor é maravilhoso, mas quando ele é muito forte, e intenso nubla nossos pensamentos, e muda nossa maneira de resolver as coisas.
– Jake, não posso ir a China, embora, saiba que aquela criatura vai, e estará ao seu lado. – soltei um suspiro irritado. – Não posso abandonar Mike agora. – foi a vez dele respirar fundo.
– E vai ficar aqui, sem tentar fazer nenhuma besteira? – ele sussurrou no meu ouvido.
– Já fiz uma quando me apaixonei por você Black. Agora é permanecer e aparar os danos. – meu tom era de brincadeira, Jacob bufou irritado.
O abracei o mais forte que pude.
– Estou brincando seu bobo. Eu te amo, e amo tanto, que seria capaz de sofrer décadas apenas para não te ver machucado! Então nada de drama, não faça como eu fiz. – ele se soltou do meu abraço e me encarou.
– O que você fez? – havia desconfiança no tom de voz.
– Fiquei parecendo uma garota em crise! Uma tragédia. Não faça o mesmo. Por Favor! – ele gargalhou.
– Claro, claro. Deixarei as presilhas de lado, Vou pensar como um homem. E este homem esta começando a sentir ciúmes do Newton. – a confissão me surpreendeu.
– Bem jamais deixei de sentir ciúmes daquela mulherzinha, então estamos quites. – o abracei novamente. – Agora vamos estou morrendo de fome.
– Preciso passar em casa, e levar a comida do pessoal. – o cheiro delicioso de comida, fez meu estomago revirar inquieto. Só agora senti o cheiro da comida.
– Vamos não quero deixar ninguém morrendo de fome. – entrelacei meus dedos nos dele, e corremos para a casa onde ele vivia com os amigos.
Mérida, Ayra, e Eike, estavam aos risos na sala. Algo sobre uma situação constrangedora que Eike viveu.
Os demais estavam na cozinha.
– O banquete chegou. – Jacob parou na porta e levantou as bolsas com as comidas!
– Finalmente. – Graham se aproximou, pegando as bolsas. – Boa noite Leah.
Mérida ficou mais séria.
– Boa Noite Graham. Boa Noite a todos. – ouvi várias vozes me desejando boa noite.
Jacob seguiu com os rapazes para a cozinha.
Mérida parecia desconfortável com a minha presença.
Sentei no sofá da sala.
– Leah você não vem jantar? – Jacob parou na porta, com um prato nas mãos.
– Não, farei isso em casa. – uma irritação sem motivos começou a me dominar. – Mérida, quero te pedir desculpas, pelo que houve aquele dia. – os passos cautelosos de Moira, fizeram minha respiração acelerar.
– Você esta com raiva. – ela levantou.
– Não, não estou. E por isso, estou aqui me desculpando. E vou te agradecer. Sei que não fez por mim. E por isso estou agradecida, você fez pela única pessoa que importa. Mike. – Moira parou na porta do pequeno corredor, que dividi a sala da cozinha.
– Obrigada por entender. – Mérida ia caminhando para a cozinha.
– Faça com que ele entenda também. O meu entendimento é o que menos importa. – fui taxativa. Ela apenas assentiu.
Moira nos olhava admirada.
Esse olhar me deixou mais irritada.
Ou meu ciúme por ela, é algo sem explicação, ou eu apenas não gosto dela.
Talvez uma, ou as duas alternativas.
– A comida esta maravilhosa Leah, jante conosco. – a cordialidade dela é irritante.
– Não! Vamos Jacob. – o chamei, mais para tirar meu foco do pescoço dela, do que qualquer coisa.
– Eu quero tentar deixar as coisas entre nós calmas Leah. Nós duas queremos apenas o bem de Jacob. – o tom de voz fraternal, a postura meiga, o olhar carinhoso, tudo me faz perder a cabeça.
– Sabe o que eu quero? – nada de segurar a raiva, circulei minhas mãos no pescoço dela, e tirei seus pés do chão. – Quero que você pare de se meter na minha vida. E quero também que aprenda a manter a boca fechada.
– Leah, por favor. – Jacob estava parado na porta, com todos os demais moradores da casa atrás.
– Da próxima vez que eu te contar alguma coisa, e você fizer o que fez, eu prometo, que arranco sua cabeça fora! – soltei Moira. Ela tossia incessantemente.
– Uma hora todos aqui podem perder a paciência com seu comportamento Leah. – Eike, confortava Moira.
– Estou morrendo de medo. – sai de lá.
– Isso não pode se repetir, primeiro Mérida, agora Moira, Jake onde isso vai parar? – Scott questionava Jacob.
– Tenham calma, Leah esta... Esta, passando por mudanças. É normal isso, com todas as informações, que ela tem recebido. – Ayra tentava justificar! O que me deixava intrigada.
Jacob não respondeu.
Segundos depois estava do meu lado.
– Você sabe mesmo como movimentar um jantar! – ele caminhava ao meu lado.
– Não gosto de pessoas fazendo fofoca pelas minhas costas. – fui sincera.
– Leah. – Jacob segurou meu braço, de uma forma leve. – Você deve lembrar da sua força. Elas são humanas. Uma hora as coisas podem sair do controle. E você vai se arrepender quando sua raiva passar. – o tom sereno dele, me fez trincar os dentes, pois ele tinha razão.
– Eu não sei o que anda acontecendo Jake. Talvez seja o nervosismo, com tudo isso, eu apenas não consigo me controlar, sinto tanta raiva, e tão de repente, e não consigo. Aconteceu com Mérida, com o seu amigo. E não pude controlar. – tentava achar o ponto que a irritação começou aquele dia.
– Aconteceu com Moira a pouco. – Jake me lembrou.
– Com Moira era totalmente controlável, eu apenas não quis o controle. Queria somente dar um susto. Mais nada. – confessei.
– Leah! – ele cruzou os braços.
– Você sofreu um Imprinting por ela. A porcaria de um Imprinting. Lutando ou não contra ele. Me amando o bastante para conseguir fazer isso, você esta ligado a ela para sempre. Eu merecia me vingar. E ela provocou indo te contar o que não devia. – fui sincera.
– Ela apenas quis me proteger, nada a mais Leah. – ele se aproximou.
– Eu também, nada a mais Jake. – me afastei.
– Vejo que não sou o único ciumento na relação. Isso é bom. Muito. – ele entrelaçou os braços na minha cintura, afundou o nariz no meu pescoço.
Esqueci o que estava fazendo naquela mata.
Sem o peso de achar que deveria deixá-lo. Com a certeza que ao lado dele sou mais forte. Meu corpo esta unido ao de Jacob, um único toque, e eu me sinto flutuando para ele.
– Preciso comer. – empurrei as palavras com todas as minhas forças.
– Claro, claro. – ele respirou fundo. – Deixa eu te levar estressada. – gargalhei com a careta dele ao dizer essas palavras.
– Nas suas costas? Como uma garota indefesa? Sério? – cruzei os braços.
– As vezes é bom ser assim. – ele deu de ombros.
– Indefesa? – o tom sarcástico dominava minha voz.
– Não. Apenas uma garota, sendo levada pelo namorado nas costas. – meu coração disparou frenético. – Vem.
Jacob estendeu a mão.
Entrelacei meus dedos nos dele. E subi em suas costas.
Ele caminhou calmo, e lentamente pelo caminho até minha casa.
Foi tão normal. Tão gostoso.
Sem a super velocidade, ou coisas de Lobos.
Dois namorados, aproveitando a noite juntos.
Ao chegar na minha casa,Jacob fez questão de tocar a campainha.
– Eu posso entrar sem fazer isso Jake. – tentei descer, mas ele segurou minhas pernas.
Minha Mãe abriu a porta, e riu, com a cena.
– Bem alguém me acusou de usar apenas a janela para entrar, então resolvi bater, e provar a ela, que sei onde fica a porta. – minha Mãe nos deu passagem.
Jacob me colocou no chão.
– Leah, chegando em casa de carona. Que cena linda. – Seth estava no sofá ao lado de Nessie.
– Cala a boca Seth. Oi Nessie. – abracei minha Mãe.
– Vamos comer filha. – ela me puxou para a cozinha. – Venha Jacob.
Nos sentamos a mesa.
Jacob conversava com Seth. Ignorava totalmente Nessie. Ainda sim me sentia completa. Feliz. Minha família, estava em um clima de paz.
Jantamos, e depois ficamos um tempo na sala.
– Bem a conversa esta ótima, mas vou encontrar Charlie. – minha mãe se levantou, pegou a bolsa e as chaves do carro. – Se comportem. – ela olhou na direção de Jacob e Reneesme.
Ambos apenas assentiram.
Minha Mãe saiu, e assim que o carro partiu, Seth e Nessie, se levantaram.
– A conversa esta ótima, mas temos que ir encontrar Charlie. E assistir as cenas nojentas de beijos, claro. – gargalhei com a careta de Seth.
– Se quiser eu vou, faz alguns dias que não faço isso. – me ofereci de má vontade.
– Não. Seu humor esta bom demais para eu tentar modificá-lo. Fique. – ele deu a mão a Nessie.
– Preciso falar com você depois Leah. – Nessie, soltou as palavras antes de sair.
Apenas assenti.
Esperei um tempo até os dois, estarem longe.
– Você não vai nunca falar com ela? Ou tentar? – ele olhava a televisão.
– Porque, você tentará ter a mesma educação com Moira? – revirei os olhos irritada. – Esta vendo, existem coisas, que nem mesmo querendo podemos mudar. E não fazendo questão alguma de mudar nada, piora tudo. – seu tom de voz era irritantemente certo.
– Vamos para com este assunto. – encostei no sofá.
– Muito melhor. – ele roçou a ponta do nariz no meu pescoço. – Reparou no que nos aconteceu hoje?
– Não vamos falar do meu momento de franqueza, vamos? Mais sábias lições suas, e eu vomito sério! – ele gargalhou.
– Estou dizendo deste momento. Jantar, filme, e conversas na sala. Namorado em família. Normalidade Leah. É disto que estou falando. – um sorriso escapou pelos meus lábios.
– Claro que reparei. Talvez este tenha sido o primeiro. Quero dizer com nós dois assim... Juntos. – encostei a cabeça no peito dele.
– É bom ter noites assim. Tranquilas. Ao seu lado. Muito bom inclusive. – ele respirou fundo.
– Sim é. – meu coração apertou. – Quando é a viagem?
– Em dois dias. – ele apertou minha mão.
– Alguns dias apenas. Nada mais que isso. – levantei para encará-lo.
– Nada mais. E já será o suficiente para me matar de saudades. – os olhos negros, de Jacob tem uma força incrível sobre mim.
– Você vinha me visitar antes, sonhos. Ou sei lá o que você fazia. Faça o mesmo, todos os minutos que precisar, e puder. – pedi.
– Farei. – ele me abraçou forte. Afundando o rosto no meu pescoço.
Segurei seu rosto entre minhas mãos.
– Eu te amo Jacob. Eu te amo. – o coração dele batia frenético em uma dança sincronizada com o meu.
– Então não tente fazer nenhuma besteira, me deixando aqui. Prometa. Vamos lá, prometa. – ele segurou minhas mãos.
– Prometo. – prometi solene.
– Eu te amo Leah, e se tentar ir por estes motivos, eu te acho, ouviu. Nem que passe, o restante dos meus dias a sua procura. – sorri com a promessa de perseguição dele.
– Não vai precisar Jake. Não vou a lugar algum. Não sem você. Juntos, lembra? – o sorriso se alargou pelo rosto maravilhoso dele.
– Sempre. – Jacob circulou as mãos na minha cintura e colou nossos lábios.
Envolvi minhas mãos em sua nuca.

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Preciso do cheiro dele no meu corpo.
Em segundos estávamos no meu quarto. Eu o puxei.
– Seu irmão vai voltar logo. Sua Mãe também. – ele empurrou a porta com o pé, e trancou a porta.
– Não faça barulho Black. – provoquei.
O empurrei na porta, e me afastei.
Ameacei abrir o primeiro botão da blusa.
– Eu posso ser silencioso, mas não consigo ser lento. – ele se aproximou e rasgou a blusa, a calça, me segurou nos braços, e em seguida colocou meu corpo na cama.
– Seja rápido Jake, meu irmão vai voltar. – sussurrei segurando firme nas costas dele.
Ele soltou um gemido no meu ouvido.
– Você pede, eu faço. – a respiração dele se misturando com a minha.
Ele se ajoelhou na cama, e tirou minha calcinha.
Bom era não ter certeza se conseguiria definir a aproximação de Seth depois disso.
– Jake. – rasguei a camisa dele. O sorriso malicioso, e sedutor ali, me enlouquecendo ainda mais. O puxei, fazendo seu corpo nu, encobrir o meu.
Era deliciosa a sensação de ter a minha pele colada a dele, sem nenhuma roupa, somente nós, sem nada nos impedindo.
Uma das mãos dele percorria meu corpo, a outra acariciava minha nuca.
– Minha, você é minha. Eu sou seu, só seu. – Jacob encaixou uma das minhas pernas no seu quadril, o senti deslizar pelo meu corpo.
Não conseguia mais pensar normalmente.
O movimento do corpo dele, no meu, fazia com que enxergasse, ouvisse, e sentisse somente ele.
Segurei firme suas costas.
Os movimentos dele começaram a ficar mais intensos.
Queria gritar o nome dele milhões de vezes.
– Seu irmão esta voltando. – ele soltou as palavras no meu ouvido.
Coloquei a minha boca nos lábios dele.
– Não seja lento Jake. – sussurrei.
O olhar dele parecia conter fogo.
Os movimentos ficaram tão fortes, que meus gemidos não estavam mais sob controle.
Foi a vez dele colocar os lábios sobre os meus.
– Isso! – a expressão dele era estava me enlouquecendo.
Senti meu corpo ferver.
– Não posso mais segurar. – sussurrei no ouvido dele, tentando conter os gemidos que estavam escapando por meus lábios.
– Vem. E me leve junto. – ele selou nossos lábios.
Senti meu corpo todo pegar fogo.
Flutuar junto com ele.
Uma sensação maravilhosa.
Jacob arqueou minha cintura e alguns segundos depois a soltou, deitando sobre meu corpo.
O martelar dos nossos corações era calmo.
– Silenciosa hã?! – ele se ajeitou na cama, ficando do meu lado.
– Não disse que era, apenas pedi para que você fosse. – ele sorriu.
– Eu não quero ficar longe Leah. Nenhum dia. – ele me encaixou em seus braços.
– Também não quero mais Jacob. Façamos um trato. – o encarei séria. – Essa será a ultima vez. O que você acha, da proposta?
O sorriso dele iluminou o quarto.
– Acho certo. Já passamos tempo demais longe um do outro. – ele passou os dedos pelo meu rosto. – Vamos acabar logo, com esses detalhes nos separando, e poderemos conhecer o mundo juntos. – assenti, encostando a cabeça no peito dele.
– Vamos. Juntos. Sempre. – senti um cansaço me dominar.
– Eu te amo Leah. – a voz dele estava distante.
– Eu também te amo Jake. – adormeci.

.......

Senti um calor gostoso.
Abri meus olhos preguiçosamente.
Pelo pequeno espaço que a cortina do meu quarto permitia, vi a luz do dia brilhando no céu azul.
Abri por completo meus olhos.
Será que estava sonhando?
Olhei para o lado, e Jacob dormia tranquilo.
Seu corpo envolto no meu.
Encostei novamente minha cabeça em seu braço.
Olhei para baixo, e notei que ele jogou uma manta sobre nós.
Sorri com o gesto, não sei bem o motivo.
Adormeci tão feliz nos braços dele.

.....

– Acorde amor. Não seja assim. – a voz grossa dele me causou um arrepio pelo corpo todo.
– Hum. – minhas costas coladas no peito dele.
– Quanta preguiça. – ele beijou meu pescoço. – Já são quase duas da tarde.
Abri os olhos rapidamente.
– Que horas? – sentei assustada na cama.
– Isso mesmo, já esta na hora do café da tarde, não do café da manhã.
– Jake porque me deixou dormir tanto? – ajeitei meu cabelo.
– Estou a mais de meia hora tentando te tirar desta cama. – ele me puxou para baixo.
– Sei. Você estava dormindo também. – depositei um selinho em seus lábios grossos.
– Estive, mas já acordei muitas vezes, você que estava parecendo uma pedra. – ele fechou os olhos e encostou os lábios no meu ombro.
– Conta outra. – investiguei para saber quem estava em casa.
– Não tem ninguém em casa Leah. Sua Mãe foi almoçar com Seth, e a família da namorada dele, na casa de Charlie.
– Estamos sozinhos? – o abracei entrelaçando minhas pernas no quadril dele.
– Estamos, mas não vamos ficar felizes, Kate estará aqui em alguns poucos minutos. – suspirei irritada.
– Como sabe disso? – a curiosidade falou mais alto.
– Secretária eletrônica. – já podia ouvir a aproximação de Kate.
– Vamos ter que sair da cama. – colei nossos lábios.
Queria permanecer ali naquela cama por dias.
Kate tocou a campainha.
Jacob apertou minha cintura.
– Mais tarde. No nosso lugar. – ele se soltou dos meus braços. – agora vou tomar um banho se não se importa.
– Só me importo de não estar junto. – soltei as palavras. Jake sorriu.
Ele se levantou, e me deixou sem ar, mais uma vez.
Vê-lo andar nu pelo meu quarto era maravilhoso.
Jacob pegou minha toalha e seguiu para o banheiro.
– Não esqueça da sua amiga na porta. – levantei rapidamente e coloquei uma roupa qualquer.
Desci e abri a porta.
– Finalmente. Achei que não conseguiria mais falar com você. – ela parecia tensa.
Olhei para cima.
– O que houve? – sentei ao seu lado.
Kate me olhava curiosa.
– Jake esta aqui? Estou atrapalhando algo? – ela olhava em volta,
– Não. Quero dizer você jamais atrapalharia alguma coisa Kate. E Jake esta tomando banho. – escutava o barulho da água, cair no corpo dele. – Aconteceu alguma coisa?
– Nada demais. Não a vejo a dias Leah – Kate pegou um papel e uma caneta no móvel onde fica o telefone., escrevia delicadamente. – Vim trazer os livros de contabilidade da loja. – ela ergueu o papel. “ Precisamos conversar, sem Jacob por perto!”
Assenti preocupada.
– Kate você sabe que confio plenamente em você, não há razões para trazer os livros aqui. Sei que estou devendo a minha presença, mas vou ajeitar tudo e logo voltarei a todas as minhas atividades. – coloquei o papel na bolsa dela.
– Bem passa lá em casa mais tarde, nos falamos melhor. – ela me abraçou e sussurrou no meu ouvido: “Não demore!” – senti meu estômago se revirar inquieto. Assenti mais uma vez.
Jacob já estava colocando suas roupas no meu quarto.
– Vou sim. – gesticulei para que Kate fosse antes de encontrar com Jacob.
Ela saiu tranquilamente e se despediu de Jacob.
– Ela esta com pressa, por que motivos? – ele ajeitava os cabelos curtos.
– Coisas de mulher Jacob. – circulei meus braços ao redor do pescoço dele. – Vamos comer? Estou faminta.
– Pensei que não ia ter esta ideia. Vamos eu farei um almoço para você. – Jacob circulou os dedos nos meus, e foi me guiando para fora de casa. – Vamos pegar algumas coisas, e almoçamos na beira do rio.
– Vou tomar um banho antes Jake. – puxei minha mão.
– Leah estaremos na beira de um rio. – ele me olhava divertido.




– Detesto água fria e congelada Black. – dei um selinho nos lábios grossos do moreno, e o empurrei para fora. – Vá buscar o que tem que buscar, e vou me arrumando. Não queremos uma cena com Moira e seus amigos, certo? – sustentava o olhar dele, com um ar de provocação.
– Dez minutos. – ele me puxou para um beijo delicioso.
Quase o puxei para o meu quarto novamente.
Subi as escadas e liguei o chuveiro, entrei sem notar se água estava quente ou fria, estava concentrada nos movimentos dele pela mata.
No exato momento que o senti sair da minha linha de alcance, a tensão me dominou.
Passei o sabonete rapidamente pelo meu corpo.
Corri para o meu quarto, e peguei a primeira roupa que vi pela minha frente.
Peguei uma escova para ajeitar os fios dos meus cabelos.
– Meu Deus! – a imagem no espelho me surpreendeu.
Aquela estranha mulher de olhos cor de rosa.
“ Não foi só um sonho Leah, foi uma aviso”
Olhei para trás no mesmo minuto.
Não havia ninguém além de mim, naquele quarto.
Sentei na cama, e fechei os olhos.
– Olhe ao redor. – soltei as palavras naturalmente. – O sonho. Lembrei!
O telefone tocou, me sobressaltando.
Desci para atender calmamente.
Lembrar deste sonho embaralhou totalmente meus pensamentos.
– Alô. – minha respiração estava acelerada.
– Parece que nosso almoço será cancelado. – a voz nada animada de Jacob, me fez ganhar foco novamente.
– E o que nos impediria? – a imagem de Moira dominou minha mente.
– Mike esta aqui, quero dizer, esta com Mérida pela mata, veio até aqui para conversar com ela, achei que isso fará nosso almoço ir pelos ares, pois sei o quanto ele é importante. – cada parte do sonho que eu havia esquecido, agora estava reluzindo forte na minha mente!
– Ela pode ajudá-lo melhor Jake. Vamos almoçar, precisamos. Amanhã é sua viagem, e temos que aproveitar. – me sentia tão calma, que isso estava me surpreendendo.
– Estou a caminho. – sei que em alguns minutos ele estará aqui.
Disquei o número de Kate. No primeiro toque, ela atendeu!
– Kate me espere esta noite, marque algo casual, e faça Embry tirar Jacob de casa, pois ele viaja amanhã, e não vai se afastar facilmente. – as batidas fortes e ritmadas de Jacob entraram no meu campo de percepção. – Mais tarde nos falamos beijo Kate!
Desliguei o telefone e abri a porta.
Segundos depois Jacob saiu da mata. Um sorriso largo nos lábios.
– Vamos! – ele estendeu a mão.
Apenas assenti, o sorriso dele era contagiante, e me fez sorrir junto.
– Kate nos chamou para ir até lá. Ela anda sentindo minha falta. – encostei no braço dele. – Embry tem perguntado de você, e amanhã você vai viajar!
– Ok, vamos lá. Eu pesco algo, e levo para o almoço, ficamos lá, e depois vamos para o nosso lugar, esta bem? – ele afundou o nariz nos meus cabelos, apenas assenti.
Chegamos a casa de Kate, e Seth estava lá com Nessie. A expressão nada feliz de Jacob ficou evidente.
Embry e Seth foram com Jacob pescar.
Esperamos que os três ficassem longe o bastante.
– Eu consegui ver Leah. Algumas coisas. – Kate segurou minhas mãos. – Jacob precisa partir, sinto algo ruim chegando.
– Ele vai viajar amanhã cedo Kate, eu ia junto, mas não posso deixar Mike aqui, no meio de toda essa confusão! – tentei tranquilizá-la.
– Não sei, mas acho que a melhor solução, é você ir junto Leah. Nós podemos cuidar de Mike. Ficar de olho. – Nessie ponderou.
– Não. – fui taxativa. – Mike também precisa de ajuda, e Jacob vai investigar o foco dos seus sonhos Kate, para tentarmos achar alguma resposta.
– Eu estou com aquela sensação, que esta muito perto de descobrirmos, só não sei quando, ou o dia exato, mas esta perto. – Kate olhava pela janela.
– Eu acho que tudo isso é obra dos Italianos. – confessei.
– Não acho que seja. Eles iam esperar tanto por qual motivo? – Nessie parecia perdida nas próprias ideias.
– Não existe mais ninguém, com tanto interesse no poder como Aro Volturi. De alguma forma Nessie, eles estão por trás, só precisamos descobrir como estão fazendo isso sem que sua tia consiga ver. – soltei as palavras, sem estar certa da verdade nelas.
Jacob, Seth e Embry se aproximavam entre risos, e brincadeiras.
Fiquei observando o entrosamento natural entre eles. Como se Jacob jamais tivesse saído daqui.
Jacob tinha Três peixes enormes nas mãos. Embry dois e Seth um, e muito pequeno.
– Eu disse Seth, paciência é a chave para pescar. – Jacob colocou os peixes na pia.
– Eu avisei, ele é afobado, os peixes fogem dele, como vampiros de nós! – Jacob e Embry gargalharam da piada. Seth sorriu sem graça.
– Eu tenho muita paciência esta bem, mas tenho muito fome. E isso atrapalha a caça. – meu irmão justificou.
– Vamos lá crianças, nos deixem cuidar da comida agora. – Kate se aproximou.
– Você pode cozinhar Seth, tenho certeza que vai se sair melhor, que na pesca. – Embry continuou.
– Pára com isso Embry, e alias... – Kate jogou um avental para Embry. – Comece a limpar.
As gargalhadas de Seth e Jacob ecoaram pela casa, ao ver Embry limpando os peixes de avental.
Eu estava ali, guardando tudo aquilo.
– Não serão apenas memórias Leah. – Nessie, parou do meu lado. – Será a nossa vida, quando tudo acabar.
– Sim, será! –, sorri fraco na direção dela.
Jacob se aproximou e como sempre ignorou totalmente Reneesme.
– Preocupada? – ele me abraçou, tirando meus pés do chão.
– Não. Apenas ansiosa. – ele me olhou sem entender.
– Ansiosa? – ele colocou alguns fios de cabelos, atrás da minha orelha.
– Para começar viver desta maneira, tranquila, sem ter essa sombra em nossas vidas. – encostei a cabeça em Jacob.
– Vamos começar em breve, eu prometo. – ele acariciava minhas costas.
– Por hora vamos ajudar a Kate. – respirei fundo e o puxei para a cozinha.
Passamos o restante da Tarde ali.
Almoçamos, depois ficamos conversando.
Ao anoitecer fui com Jacob, Seth e Embry até a mata.
Fizemos uma fogueira com os demais Lobos.
Ando me sentindo tão irresponsável com a matilha.
Preciso resolver minha vida, e parar de negligenciá-los.
A madrugada estava fria como sempre.

http://www.youtube.com/watch?v=JF8BRvqGCNs

Os amigos que vieram com Jacob se juntaram a fogueira, trazendo comidas.
– Vamos fugir. – Jacob sussurrou no meu ouvido. – Vem.
Entrelaçamos nossos dedos.
E saímos dali.
Nossa velocidade era incrível.
Sabia exatamente onde estávamos indo.
Nosso lugar.
A pequena casinha no meio do nada. Onde só Jacob e Eu vamos viver depois desta bagunça.
Parei na porta antes de entrar.
– Ficarei aqui te esperando voltar. – o olhar dele em minha direção era intenso.
– Não vai esperar muito. Voltarei em uma semana. – ele me abraçou.
– Eu sei. Quando você voltar, aconteça o que acontecer, vamos viver aqui. Juntos. – não era um convite.
– Sim senhora. – ele bateu continência.
Sorri com o gesto.
Entramos e o aroma era agradável.
Caminhei até o quarto e notei que Jacob trouxe outra cama.
– Essa é mais forte. – ele envolveu as mãos na minha cintura.
– Vamos testar. – me virei e o beijei apaixonadamente.
A noite passou por nós rapidamente.
A cama era mais resistente, muito mais.

.......

Os pingos de chuva batendo no telhado produzem um som, que pode nos fazer dormir durante dias.
Passei a mão pela cama, e não senti Jacob ali.
– A viagem! – sentei assustada na cama.
– E você acha que eu a deixaria aqui sozinha? Sem me despedir? – Jacob estava sentado na cama. Olhava a chuva do lado de fora.
– Tenho certeza que não. – o olhar dele era indecifrável. – O que foi?
– Uma sensação de vazio imensa. – a voz dele era sufocada. – Uma saudade de você que já começou antes mesmo de entrar naquele avião.
O abracei. Ele envolveu seus braços no meu corpo, me aninhando em seu colo.
– Eu estarei com você, onde você estiver Jacob. Vamos ter saudade sim, mas melhor que isso, vamos ter reencontro, vamos ter nossos sonhos. Você poderá vir aqui em espírito. – ele apenas assentiu.
– Eu sei, ainda sim, tê-la desta forma nos meus braços, é algo que não posso descrever Leah. – ele me apertou contra seu peito.
– Então volte logo, pois estar nos seus braços também não tem explicação. Volte o mais rápido que puder. – pedi.
– Voltarei. – ele respirou fundo. – Mas agora preciso ir. O Voo sai em pouco mais de duas horas, depois um longo caminho se estenderá a nossa frente. – ele depositou um selinho nos meus lábios.
Me levantei, e sem dizer uma palavra coloquei a roupa rapidamente.
Caminhamos para a reserva em silêncio.
Não existem palavras que possam descrever o que estamos sentindo neste momento.
Ao chegar próximo a casa de Jacob, Aquiles tinha um sorriso nos lábios.
– Vamos ganhar a estrada novamente. Estava com saudades de um pouco de ação. – ele estava visivelmente feliz. – Nada contra a reserva, mas ter ação na vida é maravilhoso. – ele olhava em minha direção, quase se desculpando.
– Vocês todos devem estar amando partir. – tentei ignorar Moira.
– Mas quem disse que todos nós vamos? – ele olhava divertido para dentro.
– Não entendi. – cruzei os braços.
– Mérida, Ayra, Graham ficam na reserva. – ele ajeitou a mochila nas costas.
Jacob saiu de dentro da casa, com a mochila nas costas, e uma roupa linda.
– Você achou mesmo que ia te deixar aqui, sem proteção alguma? – ele me abraçou.
– Eu acho, que não sou uma florzinha Jake, e tenho certeza que os Lobos que vivem na reserva, vão se sentir lisonjeados com a sua fé neles. – Jacob pareceu não ouvir.
– Claro, claro. – ele envolveu as mãos no meio dos meus cabelos. – Eu te amo. Mais que qualquer coisa, lembre-se disso.
Assenti.
– Não vou esquecer. Não se esqueça que eu também te amo. – selei nossos lábios.
Não queria deixá-lo partir.
Me afastei alguns centímetros, e ele permaneceu com os olhos fechados.
– Vai ao aeroporto? – ele ajeitou a mochila nas costas.
– Não. Você sabe, não gosto de movimentação. – ele sorriu. – Não esta muito cedo? Você disse que faltavam mais de duas horas.
– Vou passar no meu Pai. Quero um momento com o velho. – entendi o que ele quis dizer.
– Vá, vocês merecem. – soltei minhas mãos das dele.
– Então, até logo. – Jacob segurava entre os dedos, a passagem de avião.
– Até logo Jake. – meu coração parecia ter um buraco.
Ele caminhou em minha direção.
– Juntos sempre. Não importa onde cada um estiver. – os lábios grossos deles se moldando aos meus.
– Sempre. – prometi.
Jacob se afastou, e sem olhar para trás sumiu na mata.
Senti um vazio opressor, em pensar que ficarei sem vê-lo dias, e dias.
Ayra me olhava admirada.
– Você me olha de uma maneira estranha. Por quê? – me virei para encará-la.
– Logo você vai saber os meus motivos. Mas olhar para você, é algo natural, Sua postura é tão forte que chama atenção Leah. – ela levantou, e entrou.
Fiquei sem saber ao certo como reagir diante as palavras dela.
Caminhei pela mata em direção a minha casa, sentindo o aroma amadeirado da pele de Jacob por todo o caminho.
Me sentia aquecida, como se ele estivesse presente.
Estava sentindo um frio chato.
Entrei em casa, sentindo um vazio chato. Jacob tinha acabado de partir, e eu estava com saudades.
Sentia meu corpo estranho.
Como se meus ossos quisessem ganhar outra forma. Não sentia dor, apenas uma estranheza incomoda.
Deitei e dormi.
– Alguns minutos apenas. – me cobri e segundos depois adormeci.

....

“Esta chegando! Acorde!

Acordei sobressaltada.
Olhei pela janela e notei que o cochilo durou um pouco mais. Já era noite.
– Mas que droga! – levantei irritada.
Peguei uma parca, vesti e sai pela janela. Agradecendo aos céus por Jacob não ver a cena. Isso ia me custar dias de paz.
Antes de iniciar minha corrida Sam se aproximava com Jared, Evan e Paul.
– Precisamos conversar. – ele tinha uma expressão carregada.
– O que esta havendo? – Nessie e Seth se aproximavam.
– Sanguessugas. – Paul dizia irritado.
– Tentando invadir? – fiquei em alerta.
– Pior, tentando entrar “amigavelmente”. – Jared concluiu.
– Expliquem, estou confusa. –meu pedido já mostrava minha irritação.
– Posso explicar? – Nessie pediu.
– Alguém deve fazer. – me virei na direção dela.
– Meus Pais estão recebendo visitas. Um clã veio cobrar um favor. – Reneesme não parecia nada satisfeita.
– Um favor? – estava ainda mais confusa.
– Sim, dois irmãos, que ajudaram meus Pais a anos atrás, vieram pedir o mesmo agora. Ajuda. – a desconfiança estava nítida nos olhos de Nessie.
– E o que nós temos com isso? Eles querem livre acesso pela reserva? Tem o mesmo tipo de alimentação, que a sua família Nessie? – aquela sensação que andava me dominando voltou com força.
– Não sabemos muito, mas também não acho que eles devem ter passagem livre. Não deveriam estar aqui, e devem ficar restritos, a área que compete a minha família, e eles farão o possível para adiantar a ida deles. – havia algo no ar.
– Como sempre os Cullens mudando nossa rotina. – Paul saiu resmungando irritado.
– Vamos redobrar as rondas. – Sam avisou. Graham, Mérida, e Ayra nos ofereceram ajuda, e teremos um reforço.
Assenti.
– Nessie, eles tem data para partir, ou uma previsão disso? – sondei.
– Não sabemos o que eles querem ao certo, vamos descobrir agora. – Nessie parecia incomodada. – Mais tarde nos falamos.
Senti um calafrio cortar meu corpo.
Estava com uma sensação que essas visitas nos trarão dor de cabeça.
Corri pela mata, junto com os meninos da matilha.
No meio do caminho, ouvi as batidas aceleradas do coração de Mike.
Fui na direção onde ele estava.
– O que esta acontecendo? – a preocupação por vê-lo no meio do nada, quase me dominou.
– Estava indo embora. Estive com Mérida quase a tarde toda. – ele parecia sem graça.
– Isso é bom. Ela pode te fazer entender tudo que esta acontecendo melhor que ninguém. – comecei a caminhar ao lado dele.
– É sim. Ela errou, tentando fazer algo que julgou ser certo. Não posso culpá-la. Não posso viver com raiva de tudo. Tenho que aprender viver com a minha nova realidade. – vê-lo mais tranquilo, me deixava mais leve.
– Eu vou me surpreender com você sempre Mike Newton. Sempre. – o barulho das arvores, e os passos que mal tocavam o chão, me alertaram a presença de desconhecidos.
O Uivo de Sam cortando o céu só confirmou.
– Vamos, você precisa sair daqui agora. – puxei seu braço e o coloquei nas costas.
Corri pela mata. Sabia onde o deixaria.
Antes de chegar Graham estava na porta.
– Cuide dele, temos visitas, e não posso deixá-lo se ferir. – Graham apenas assentiu.
Mérida saiu alguns segundos depois, e sorriu ao ver Mike entrando na casa.
– Estaremos na mata em segundos. – Ayra avisou. Apenas assenti.
Todos os Lobos estavam na mata.
Parte de mim queriam explodir nas minhas roupas, a outra metade, não.
Corri para o lado que dividia a fronteira, dos Lobos e dos Cullens.
O cheiro enjoativo dominando o ar.
Na propriedade dos Cullens, havia três vampiros. Dois homens, e uma mulher.
Eles conversavem com Edward, Carlisle, Esme, e Bella.
Alice e Jasper estavam mudos ao lado deles.
Nessie, não estava ali.
Um deles se virou para me olhar.
Os olhos vermelhos carmim. Mórbido.
Senti o calafrio cortar minha espinha.
– Vamos sair daqui. E que eles permanecem nas terras dos Cullens. – avisei.
Senti uma necessidade imensa de falar com Mike.
– Seth, Embry, Quill, e Collin, fiquem de olho nas entradas da reserva, os demais, não desgrudem os olhos da casa dos Cullens. Vou verificar como Mike esta, e volto. – corri sem olhar para trás. Tudo a minha volta era um borrão.
Ao me aproximar da casa, notei que os batimentos de Mike, eram frenéticos.
O cheiro enjoativo, e ausência de respiração.
Abri a porta, e Mike estava lívido sentado no sofá.
Um homem, sentado diante dele. Os olhos vermelhos, quase gentis.
Trinquei os dentes com a ousadia.
Uma sensação de perigo circulou meu corpo
Assim que entrei ele se levantou.
– Finalmente a conheci pessoalmente Leah. – a intimidade com que ele pronunciou meu nome, fez aquela sensação de cegueira desaparecer.
Procurava algo, e sabia que estava diante dos meus olhos. A presença do Vampiro, e a ousadia dele em entrar em terras Quileutes, fizeram com que uma luz de repente acendesse diante dos meus olhos.
– Você esta no lado errado da fronteira. – parei na frente de Mike.
– Nunca estive do lado errado. – sentia uma brisa fria circular pelo ar.
Sentia que Ayra, Graham, e Mérida corriam perigo.
– Deixe Mike fora disso. – ele olhava admirado em minha direção. Estava com as roupas molhadas.
– Não era a minha intenção segurá-lo minha querida. – a irritação deu lugar ao receio.
– Vá Mike, fique ao lado dela, Mérida precisa da sua ajuda agora. – havia no meu olhar um pedido de silêncio.
Mike saiu lentamente, estava aterrorizado.
– Bom, agora nosso tempo é curto. – ele permaneceu ali, como se fosse um amigo intimo.
– Como você ousa, entrar em terras Quileutes? – havia uma ameaça nas palavras não ditas.
– O Alfa é escorregadio, ardiloso. Vim ao encontro dele, e achei outro interesse meu. Você. – minha vontade era rasgar o pescoço dele, mas preciso de respostas.
– Jacob esta longe daqui. – não sabia ao certo, o motivo, mas me sentia segura.
– Eu sei. Cheguei atrasado, como sempre. Mas acho que não terei problemas em levar você comigo. – o tom de voz dele era calmo, convencido.
– Veremos. – o meu tom era desafiador. – Você deve sair enquanto ainda pode caminhar.
– Você é diferente de todas as outras fêmeas. É forte, destemida, mas ignorante como as demais. Eu não sou seu inimigo Leah. Nem inimigo de Jacob, embora estejamos em lados opostos, estamos no mesmo time. Você, Jacob, e os demais na defesa. Eu no ataque. – ele ficou de pé.
– Eu não faço parte da sua equipe. Não quero saber da sua triste história, como eu disse, você esta do lado errado da fronteira, seus amigos estão do outro lado. – sustentei o olhar dele.
– Vou dizer rapidamente o que vou levar. – ele olhou ao lado. – Você. Mesmo Jacob estando longe, você faz parte da família. Você é o que eu preciso para ter a atenção dele. E você vai por bem. Não vou te machucar, não quero nada além do que você pode me dar. – ele caminhou, até o lado de fora.
Os Lobos já ladeavam a casa.
– Não saio da reserva. – afirmei.
– E eu não saio daqui de mãos vazias. – me lancei contra ele. Mas não havia nada diante dos meus olhos.
– Vou matar um por um, começando com os que são espíritos. Uma única facada e nenhum deles volta, ao corpo. Ficam presos. Os seus amigos também, os transmorfos. Não posso ter a mesma gentileza em poupá-los. Gentileza essa que guardei para você. – o tom de voz dele era calmo.
Ele segurou meu braço.
A imagem na minha mente era aterrorizante.
Sanguessugas saindo do mar, invadindo a reserva.
Os Uivos estavam espalhados em toda reserva.
Os barulhos de rochas sendo partidas era de enlouquecer!
Senti um torpor envolver todo meu corpo.
A impossibilidade de me mover.
Um baque.
E o sanguessuga voou longe.
Parou em pé, e sorrindo.
– Você é o bônus. Ficarei feliz em levá-la junto. – o tom era ameaçador.
Uma ventania cercava começava a atingir as arvores.
– Olá Vladimir. – Nessie o cumprimentou. – Achei hostil da sua parte, fazer uma visita, e não passar em casa. Meus Pais ficaram chateados com essa atitude.
Senti a força voltar ao meu corpo.
Ele investiu, e desviei Nessie, acertando o corpo dele.
– Vamos. – Nessie e Eu corremos até a clareira próxima aos penhascos.
O cenário era estarrecedor.
Graham lutava como Lobo.
Não via Mérida ou Ayra, nem sequer Mike.
– Ele tem que estar a salvo. – senti mãos frias envolvendo meu pescoço, olhei para Nessie. – Encontre Mike, deixe-o em segurança. – espatifei as mãos do sanguessuga, e sem me virar separei a cabeça do pescoço.
Avancei contra dois outros, que estavam nas costas de Seth, e mais três que lutavam com Joseph.
Me sentia forte, e mais forte do que jamais me senti.
O número de sanguessugas estava diminuindo.
Os Cullens estavam deste lado da fronteira.
Saltei no ar para me transformar, mas antes de deixar o fogo dominar meu corpo cai no chão, sem reação.
Uma batida acelerada.
Duas.
Várias.
Via Bella, lutando contra alguns sanguessugas ao meu redor.
Tudo parecia girar em câmera lenta!
– Meu Deus. – me virei caminhando para o nada. Perdida.
As batidas fortes, cadenciadas.
Vindo do meu ventre.
Circulei minhas mãos na barriga.
– Impossível! Impossível.
O coração pulsava forte, dentro de mim.
Senti um novo baque.
Meu corpo voou.
Bati as costas contra o mar.
Estava totalmente sem sentidos.
Afundando.
O único som preenchendo os meus ouvidos, era o som acelerado do coração, que pulsava no meu ventre.
Forte.
Acelerado.
Circulei minhas mãos ao redor da cintura novamente.
– Vamos passear Cinderela. – uma voz feminina, me puxou para cima. Tentei lutar, mas o torpor me dominou.
As ultimas palavras que ouvi.
– Tenha bons sonhos.
A escuridão me dominou.




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Notas finais do capítulo

Bem amadas, está ai, muitas emoções....

Leiam, absorvam, se deleitem e comentem, comentem muitoooooooooooooooo....

Assim que o próximo estiver a contento, atualizaremos...

Obrigado à todas que passarem aqui...
Saudações Lupinas e Blackwaters...



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