Circulo De Paixões. escrita por Lorys Black


Capítulo 29
Capítulo 28 - Quebra Cabeças Humano.


Notas iniciais do capítulo

Primeiro de tudo e antes de falar pedimos desculpas pela demora, mas os capitulos são grandes, e agora entramos na fase de juntar pedaços, então demoramos um pouco mais para fazer. Assim mesmo desculpas pela demora minhas Leitoras.
****
Agora vamos falar de coisas Boas.
meninas que falta de atenção a de vocês, e chutes fracos viu rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs.....vou te falar cadê os chutes certeiros aqui?? Os chutes foram poucos, e bem longe da minha proposta.
Leide chutou mas somente em uma situação. Cadê os outros fatos da Fic meninas??
Yka e Stephane, sempre estão comigo no Facebook, mas aqui nada de comentar neh???
Aliás elas já leram e releram a Fic, para descobrir o que estão deixando passar.....Nem preciso falar que agradecemos tanto carinho não é??
Yka amada, logo que saiu o capitulo você deu o chute mais certeiro que qualquer outra leitora deu, mas cade que postou ele aqui?? Você ganharia facilmente, mas não postou aqui o sua descoberta.
Meninas hoje vamos postar o maior capitulo em parte unica da CP.
Vamos descobrir várias coisas nestes Capitulo.
Espero que a demora tenha válido a pena.
Carla e Eu agradecemos a vocês, e esperamos que curtam.



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Os raios de Sol me aqueciam de uma maneira gostosa. Era agradável essa sensação.
Abri os olhos preguiçosamente.
Jacob dormia tranquilo, parecia cansado.
Ouvi passos no andar de cima, eram tão sutis, quase imperceptíveis.
Corri na direção deles, sem me dar conta de nada ao redor.
Ao abrir a porta, o sol iluminava todo campo.
Caminhei pelas flores brancas tentando alcançar algo.
Mas não havia nada ali.
Então ouvi uma risadinha tão leve, que imediatamente meu sorriso se alargou. Fui à direção dela.
Uma criança corria entre as flores, quase sumindo entre elas. Via apenas o topo da cabeça, os cabelos negros como a noite, reluziam sobre a luz do sol.
Corri tentando alcançá-lo. Ao me aproximar vi Mérida sentada embaixo de uma arvore, com um livro nas mãos. Ao me aproximar notei que havia alguém deitado ali, com a cabeça nas pernas dela. Mike. Ele tinha um livro nas mãos.
A criança parou diante dele com algo nas mãos.
Varias flores.
– Posso papai? – Mike se levantou imediatamente, ficando sentado.
– Vamos. – a criança o impediu de se levantar.
– Eu vou sozinho Pai, eu consigo. – Mike sorriu lindamente, e assentiu. Ele e Mérida se olharam de maneira orgulhosa.
A criança caminhou alguns metros e parou diante de algo, que eu não conseguia ver, dividiu as flores em dois pequenos montes.
– Eu te amo papai, eu te amo Mamãe. – ele colocou as flores lado a lado.
Correu novamente para onde Mike e Mérida estavam aguardando de braços abertos.
Não consegui segui-lo novamente.
A cada passo que dava em direção àquelas flores conseguia enxergar melhor o que era.
O garotinho parou diante de uma lápide.
Havia ali gravados na pedra, dois nomes.
Jacob Black e Leah Clearwater.

…..


O grito de horror rasgou minha garganta, e poderia ter estremecido meu quarto.
– Meu Deus Leah, o que houve. – minha Mãe entrou no quarto desesperada.
– Um pesadelo. – peguei o jarro de água ao lado da cama, e sem cerimônia bebi toda água que estava ali.
– Mais um? – essa semana é a terceira vez que você tem pesadelo minha filha.
– Eu ando preocupada Mãe, só isso. Ficarei bem. – tentei tranquiliza-la.
– O que você vê nestes pesadelos que a aterroriza desta maneira filha? – ela passava a mão pelo meu cabelo, e minhas bochechas.
– Nada demais Mãe, mas é o vazio que me assusta. – menti. Não ia preocupá-la ainda mais.
– Você já falou sobre isso com Jacob? Ou não pode dizer, pois esta assim por causa de Mike? – ela olhou especulativa.
– Muitas perguntas Mãe. Estou com sono, cansada, pois fiz rondas o dia todo. Preciso dormir boa noite. – deite, e acomodei minha cabeça no travesseiro, mas ela não se moveu, seu olhar era determinado.
– Você sabe temos a noite toda. – ela dizia tranquila, enquanto olhava as unhas.
– Mãe, Jacob sabe o que eu ando sentindo, talvez entenda essa confusão que esta a minha mente, melhor que eu. Ainda sim é errado desabafar com ele. Eu sinto falta do Mike Mãe, sinto falta do sorriso, da alegria, e da forma que ele enxerga a vida, a inocência que ele via tudo a sua volta. – desabafei.
– Eu entendo filha, Mike é importante na sua vida, mas esta na hora de você pensar mais nele, e não em como se sentia ao lado dele. Agora Mike precisa de espaço, para entender tudo que esta havendo. Deixe a culpa de lado, agora é tarde para isso. – minha mãe s aproximou e me deu um beijo na testa. – Agora durma. Boa Noite filha.
– Boa Noite Mãe.
Me ajeitei na cama, pensando em tudo que ela havia dito.
A verdade é que eu penso muito em como Mike sempre me deu tanto, em como eu posso ter destruído a vida dele. Sempre me colocando no papel de vilã, e ele de vitima. Egoísmo, e certo convencimento da minha tarde, achar que sou capaz de tanto, e anular totalmente Mike.
Ele é muito mais forte do que eu poderia imaginar. Vou parar de subestimar Mike.
Coloquei a cabeça no travesseiro, fechei os olhos.
Segundos depois, dormi.
O restante da noite foi sem pesadelos.

.....

Abri os olhos, e respirei fundo. Ao me virar, podia ver através das cortinas na janela, o céu escuro de Forks. O inverno este ano será rigoroso.
Não havia ninguém em casa.
Fui direto ao banheiro, e tomei um banho. A água morna relaxando meu corpo.
Aquele maldito pesadelo grudado na minha mente.
A sensação de ver meu nome naquela lápide, definitivamente não foi nada agradável.
Sai do banho com a sensação de não ter visto algo naquela cena, ou simplesmente não estar entendendo o que vi.
Busquei nas malas uma calça, um casaco, e uma bota. Ia até Forks, e não posso aparecer por lá de bermuda e camiseta.
Coloquei minha roupa rapidamente.
Ao chegar à cozinha, um pequeno recado grudado na geladeira.

“Leah separei seu almoço, e o deixei no forno, então nada de fingir que não sabia, e coma.”

Sorri com a maneira que minha mãe, me trata como uma criança as vezes.
Atendi prontamente a ordem de dona Sue, e almocei.
Olhei para o relógio, e só agora notei o quanto dormi. Duas da tarde.
Antes que eu terminasse de almoçar, já escutava os passos duros de Seth em direção a nossa casa.
Ele entrou e subiu direto, não parecia notar minha presença.
Fui atrás do pirralho.
– O que aconteceu Seth? – ele procurava uma toalha.
– Nada Leah, estou apenas cansado. – seu tom de voz era irritado.
Me aproximei, e segurei seu braço.
– Não minta Seth eu conheço esse jeito. O que esta acontecendo. – ele suspirou derrotado, sentou-se em uma cadeira.
– Reneesme Leah, não sei o que anda acontecendo com ela. Mas, esta acontecendo. Ela anda distraída, distante, irritada. Os reflexos lentos, a vontade de treinar quase nula. Sempre arrumando algum pretexto para ficar sozinha. Parece que ando incomodando. – a surpresa por ouvir aquelas palavras, me silenciou por uns instantes. – É possível isso Leah, que Nessie deixe de me amar? – o olhar dele era torturado.
Não sabia o que dizer.
– Deixe de ser infantil Seth. Reneesme não teve Imprinting por você, ela o ama. Pare de ser inseguro. – não sabia ao certo se acreditava nas minhas palavras. – Ela deve estar cansada, ou preocupada com alguma coisa.
– Edward e Bella andam preocupados também Leah. – ele segurava a cabeça entre as mãos.

– Mas o quê Seth? – ele permaneceu em silêncio. – Vamos Seth responda.
– Não posso. – trinquei meus dentes.
– Responda já, nunca usei um tom alfa antes, mas farei agora se você não responder. – ele suspirou derrotado.
– Ele não anda enxergando nada na mente dela, nem os sonhos, nem os pensamentos diários. Edward acredita que não vê, pois esta relacionada aos Lobos. Ele tem certeza que tem a ver com você. – minha respiração, acelerou.
– Fique calmo Seth, você precisa entender sua namorada. Sei o quanto deve ser difícil, mas comece a enxergar as coisas pelo lado dela. Nessie não é uma pessoa livre. Não tem o direito sequer de ter um segredo, mesmo detestando os Pais, confio na filha. Pessoas tem o próprio tempo Seth, às vezes, é no silêncio que encontramos nossas respostas. O silêncio diz muitas coisas Seth. – tentei confortá-lo.
– Esse silêncio anda me enlouquecendo Leah, espero mesmo que esteja dizendo algo, caso contrário, não sei o que farei, nem como vou agir. – pela primeira vez, vi meu irmão perdido, sem saber ao certo o que fazer, e sem ter confiança em nada.
– Descanse Seth, a deixe respirar, pensar, organizar os sentimentos, dê esse espaço a ela. SE você ganhar foco, mais do que ninguém vai saber do que ela precisa, e pode ajudar. Depositei um beijo em sua testa.
– Você tem razão Leah, eu posso ajudá-la, e farei isso, mesmo a distância. – Seth me deu um abraço. – Obrigado Leah. – senti uma leveza tão grande com aquele gesto. Ver Seth sofrer me deixa pesada.
Me afastei, e antes de sair do quarto do pirralho ele me impediu.
– Sei o quanto toda essa situação com Mike, esta te fazendo sofrer, faça algo simples, peça perdão. Mas não faça o pedido movido pela culpa, ou até mesmo por pena, pois ele não merece isso. Peça perdão por ama-lo, por respeita-lo. E tenha em mente que agora a sua verdade deve ser defendida, aquilo que você acreditou todos esses, e por isso não disse nada a ele. Defenda isso com unhas e dentes, e só assim o fará entender. – ele abriu a porta do quarto, e caminhou para o banheiro.
Um sorriso natural, e que há dias eu não sentia tomar conta do meu rosto, brotou por ouvir aquelas palavras. Era orgulho, e uma certeza. Seth se tornou o homem que meu pai sonhou, e que ficaria orgulhoso se estivesse aqui.
Senti orgulho, e felicidade por ser eu aqui neste momento, ouvindo e vendo isso.
Desci as escadas sem nada dizer, apenas sentindo uma leveza, sem explicação.
Sai e como ando fazendo há alguns dias, caminhei tranquila até a minha casa.
Antes de me aproximar da varanda pude ouvir os batimentos cardíacos acelerados, e a Roma suave na pele de Reneesme. Ela estava sentada na frente da casa.
– Esconderijo perfeito. – brinquei.
– Não pensei por este lado. – ela tinha um falso tom de animação na voz.
Sai do meio das arvores, e ela estava ali, com uma expressão carregada.
Sentei ao lado dela.
Ficamos ali um bom tempo. Era nítido que ela queria me dizer algo, ou simplesmente desabafar.
Uma sensação estranha se alojou no meu peito, talvez seja a mesma sensação que vem tomando conta do peito de Seth. Uma agonia súbita.
– Eu ando sonhando muito Leah, e tendo muitas visões, mas elas são de momentos específicos, estão quebradas, soltas e sem sentido. Estou tentando me focar, Alice me deu algumas dicas, mas não sei ao certo o que fazer. – havia em sua voz, um pedido. Mas na minha garganta somente um nó.
– O que você anda vendo Nessie? – meu coração acelerou de uma maneira descompassada.
Ao se virar em minha direção, os olhos de Reneesme não continham emoção alguma.
Como se ela fosse dar uma noticia ruim a alguém importante.
– Eu o vejo morto Leah. Eu vejo destruição ao redor dele, como se ele tivesse lutado até o fim. – parecia não haver um único som ali, todos os corações dos lobos, ruídos na mata, aromas, desapareceram ali.
– I-isso pode ser apenas um sonho certo? – empurrei minha voz.
– Não sei Leah, da ultima vez não eram apenas sonhos. – a dor que cada palavra dela trazia, era insuportável.
– Onde Reneesme, quando? – minha voz era colérica.
– Não sei Leah, eu simplesmente não consigo ver. – ela ficou hesitante por um segundo.
– Tem mais certo? – ela assentiu, sentei novamente ao lado dela.
– Kate. Da ultima vez, meus sonhos se entrelaçavam com os dela, mas as imagens na minha mente eram distorcidas e só fizeram sentido quando pude ver as imagens, na mente dela Leah. – ela me olhava sugestiva.
– Você esta querendo dizer, que ela poder ter alguma habilidade, algo diferente. – balancei a cabeça negativamente. – Não, não, isso é impossível, Kate é uma humana comum Nessie. – a inquietação tomou conta do meu corpo.
– Ok pode ser apenas uma teoria. Vamos apenas dizer que foi extraordinário você parar para descansar com Jacob a ans atrás e simplesmente salvar o imprinting do Embry. Ok isso foi à explicação mais obvia. Destino. Mas se o encontro de vocês não tenha nada a ver com Embry e o imprinting? E se, o imprinting foi apenas um tropeço? Não sei Leah, alguém vem tentando dizer algo, e esses dias eu parei para pensar em tudo e percebi que tudo começou a mudar com a chegada dela. As visões com os membros da matilha, meus sonhos. Pode ser apenas uma teoria maluca, mas acho que Kate pode fazer muito mais do que podemos imaginar.
As palavras dela não faziam sentido, mas algo que Reneesme disse chamou minha atenção.
– Você disse que alguém vem tentando te dizer algo. O que isso quer dizer Reneesme.
A expressão de receio estampada no rosto dela fez meu coração acelerar.
– Não sei ao certo Leah, não sei explicar. Tudo é muito confuso nos meus sonhos, e visões. – o tom de voz, as mãos na testa, gestos que eu conhecia muito bem de Nessie, quando ela queria esconder algo. Sem mentiras, mas nada de verdades também.
– Mentira! Reneesme me ouça. Se você realmente não souber, ou se não tiver ideia do que é isso que anda acontecendo, eu vou entender. Porem se por um segundo você desconfiar, que isso tem haver com Jacob, diga, me mostre faça como preferir, mas não esconda, ou minta.
– É um corpo sem rosto, ando vendo sempre Leah, meus sonhos e visões estão sempre distorcidos, escuto essa voz tão distante, e não sei ao certo se é apenas isso que a voz diz, mas a uma única palavra que consigo escutar sempre é: Isca. – Senti um sopro gelado varrer meu corpo todo. Estou deixando algo para trás, mas o que?
– Ele vai viajar, vai atravessar o país por mim Nessie, preciso que você se concentre. Não posso deixar nada acontecer a ele. Não posso perdê-lo mais uma vez. – empurrei as palavras, de repente um medo insuportável se instaurou, e me dominou.
– Temos que falar com Kate, ajuda-la a entender, ou descartar a ideia que ela pode nos ajudar. – ela se levantou.
– Vamos Nessie.
Corremos em direção à casa de Kate e Embry, porem meus pés cravaram na terra no meio do caminho.
– Mike. – os batimentos acelerados, o cheiro mentolado da pele. Mudei o meu caminho no mesmo segundo.
Ele parecia agoniado.
– Mérida, Mérida. – ele gritava o nome dela em frente a casa onde ela vivia com Jacob, e os demais amigos.
Mérida desceu as escadas, no interior da casa correndo.
– O que foi Mike? – sua expressão preocupada, e os batimentos cardíacos frenéticos, denunciavam a preocupação com ele.
– Mérida ajude meu Pai. Ele esta muito doente, cheguei hoje no hospital e ele esta em coma. – Mike segurava Mérida pelos braços, desesperado. – Por favor, o ajude Mérida, ele não pode morrer, não pode, ajude-o, assim como me ajudou. Por favor, Mérida.
– Acalme-se Mike. – ela o abraçou, e sentou-se com ele nos degraus da escada na varanda.
– Não posso deixa-lo partir desta forma Mérida, não assim. – ele a envolvia em seus braços com força.
Partindo meu coração em milhões de pedaços.
Não era o abraço deles que partia meu coração.
Era saber exatamente o desespero que ele estava sentindo neste momento. Quando perdi meu Pai, ao receber a noticia que ele estava no hospital.
– Mérida você pode, eu sei que sim. – Mike pedia, entre soluços nos braços dela.
– As coisas não são tão simples assim Mike. – ela se afastou, cuidadosamente.
– Como assim Mérida? Eu não posso deixa-lo sofrer ainda mais. – ele parecia ignorar o que ela tentava dizer.
– Mike o que fiz com você foi algo fora do comum. Eu não pensei, simplesmente fiz. Mas não posso fazer isso com seu Pai. Não posso mudar a vida dela desta forma Mike, não seria certo. – o tom de voz de Mérida é tão tranquilo, e confiante que chega a ser irritante escutar.
– Você mudou a minha Mérida, pode fazer novamente. – Mike não tinha emoção alguma na voz, seu olhar na direção a ela era vazio.
– Não posso, e não vou Mike. Acalme-se pense se isso é certo. Trazer seu Pai para toda essa loucura. Se você achar certo, então eu errei. – ele sentou-se diante dela derrotado.
– Eu sei que é, mas não sei como lidar com a possibilidade de ver meu Pai machucado. – as lágrimas escaparam pelos lindos, e profundos olhos azuis dele. – Não tiro sua razão, em se arrepender de me salvar.
– Nunca vou me arrepender de salvar a sua vida Mike. Se você realmente achasse certo, bagunçar a vida do seu Pai, eu teria errado, ao achar que você entendeu o que houve na sua vida após minha interferência àquela noite. – ela sentou ao lado dele novamente. – Eu tudo que ainda esta por vir Mike.
– Minha vida jamais será a mesma, não é Mérida? Você ensaia há dias uma conversa, eu ensaio junto, tentando perguntar o que está preso na sua garganta. Dois covardes. – ele segurou a mão dela.
Olhar a cena me fez ter dois sentimentos, um logo suprimiu o outro.
Ver Mike e Mérida juntos me causou uma saudade imensa de conversar com ele. O primeiro sentimento foi raiva, de ver Mérida ocupando lugar na vida dele. O segundo foi alivio. Mérida sabe como lidar melhor com Mike em dias, do que eu jamais soube lidar em anos. Os dois tem algo, que nós jamais tivemos, ou eu jamais tive. Confiança absoluta um no outro.
Mike é sincero, e sempre confiou em mim. Contudo eu, nunca contei a ele quem eu realmente era por não confiar na reação dele diante da verdade.
– Ouvindo conversa alheia? – o tom de voz grosso e rouco dele me sobressaltou.
– Jake! – senti minhas bochechas arderem por não ter percebido a aproximação. – Droga Jacob, detesto quando você faz esse tipo de coisa, aparece como um fantasma. Merda.
Ele gargalhou.
– Desculpa por atrapalhar. – o tom sarcástico em sua voz, disfarçou bem o ciúme.
Jacob deu as costas e sumiu entre as arvores.
Dei uma ultima olhada em Mike e Mérida. Um sorriso bobo escapou por meus lábios. Uma paz que há dias não sentia me dominou, pois pela primeira vez desde a descoberta de Mike, sobre quem eu realmente sou, percebi que Mike encontraria uma forma de ser feliz. Ele já esta no caminho, e eu gostando disso ou não, é o que ele precisa.
Corri atrás de Jacob.
Ele caminhava tranquilo pela mata.
Circulei minhas mãos em sua cintura, e só neste minuto me lembrei de Nessie.
Ele envolveu sei braço no meu pescoço.
– Eu preciso Jake, ter a certeza que ele vai ficar muito bem, ele precisa ser feliz, pois é uma parte vital na minha vida. – confessei.
– Leah eu não disse nada, e sei que o que ele significa para você. – ele afundou o nariz nos meus cabelos.
– Onde você passou a manhã? – me aconcheguei em seu peito enquanto caminhávamos.
– Conseguimos as passagens. Embarcamos no inicio da semana. – um vazio insuportável dominou meu corpo, apertei meus braços em sua cintura. – Hei, acalme-se voltarei logo.
A aparente tranquilidade dele, me causa náuseas.
– Não acho que seja necessário Jacob. É um exagero sem fim. – argumentei me afastando dele.
Existe uma sensação estranha crescendo no meu peito. Detesto quando isso acontece.
– Preciso ir. – me soltei de seus braços, mas antes que pudesse me afastar Jacob me puxou de volta.
– Fique. – os olhos negros penetrantes, intensos. – Eu quero te levar para longe algumas horas, vamos sair de La Push, só nós dois.
Seu nariz percorria a curvatura do meu pescoço.
Minha respiração acelerou, assim como os batimentos cardíacos.
– P preciso ir á loja Jake, ver como as coisas estão ver a matilha que esta praticamente abandonada. – fiz um esforço imenso para manter minha linha de raciocínio.
– Claro claro. – ele sussurrou no meu pescoço, as mãos quase tocando minha cintura.
Jacob deu um passo à frente fazendo com que minhas costas encostassem, em um tronco de arvore.
– Pare Jake. – não sei ao certo o motivo de evitar, mas de uma forma estranha eu apenas precisava finalizar de vez minha história com Mike.
– Eu estive pensando. – o olhar dele era insuportavelmente sedutor.
Jacob mexia nos fios soltos que deveriam formar um laço na minha blusa.
– Você pensa bastante hã? – os dedos dele tocaram minha pele, sua mão envolveu toda, a lateral da minha cintura.
– Muito. Mas não é só isso, eu desejo também. – seus dedos traçavam um caminho pela minha barriga. – E eu gostaria muito de realizar um desejo, apenas um. – ele grudou meu corpo no dele. – Vamos sair de Forks antes da minha viagem, uma noite apenas, eu prometo você não vai se arrepender. – ele sussurrava em meus ouvidos.
Sentia cada parte do meu corpo pedir por ele.
– Sim. – soltei, sem sequer saber o que estava dizendo.
– Obrigado. – ele me beijou da maneira que somente ele faz. Apagando tudo ao redor. – Agora preciso ir. – ele se afastou, ajeitando a camisa branca. – Vamos, vou deixá-la na loja.
Respirei fundo, tentando não arremessa-lo e rasgar aquela maldita camisa.
Ele estava apenas respeitando os malditos limites que eu coloquei.
– Ok Jacob. – passei por ele irritada. – Não precisa me levar, eu ando sozinha desde meus dois anos de idade, posso fazer isso hoje, se não se importa.
A gargalhada maravilhosa dele, fez um sorriso escapar a contra gosto dos meus lábios.
– Claro, claro. Nunca diria o contrário. Apenas queria caminhar ao seu lado. Posso? – a expressão de apaixonado pidão, e aquele sorriso maravilhoso nos lábios grossos dele.
– Covarde. – estendi a mão, sem olhar novamente eu seu rosto.
Senti os dedos dele, se entrelaçando aos meus. A outra mão, envolvendo minha cintura e levando meu corpo até o dele.
Jacob era necessário na minha vida. Meu amor.
Caminhamos até à loja abraçados.
Ele me contava como conheceu Graham, Aquiles e Scott.
Eu apenas ali observando os movimentos que o rosto dele fazia, cada gesto.
A sensação de estar ao lado dele, era sempre forte, mas agora era tão tranquilo, pois não havia dor. Aquela que antes nos acompanhava, e me atormentava. Dor por saber que não era a escolha dele.
Agora eu tinha nos braços aquela sensação, que sonhava há tanto tempo atrás.
Aquele conselho de Seth fez tanto sentido agora.
– Bem não vou bancar o namorado Ou o amigo Grudento. – minha expressão divertida com a tentativa de definir o que somos dele, o fez ficar ainda mais sem graça. – Não sei qual nossa definição neste momento, mas vou deixá-la em paz. Notei sua distância durante o caminho.
– Não sou nenhuma garotinha indefesa lembre-se disso. – dei um selinho em seus lábios. – Eu estou apenas, pensando em como pequenas coisas podem ser importantes, pensando em como, pequenas atitudes determinam quem somos o que queremos o que sonhamos. – fui sincera.
– Você pensa bastante hã?! – gargalhei com o tom sarcástico que ele me imitou.
– É eu penso.
– Eu entendo Leah, são muitas mudanças, em pouco tempo. – ele sugou meu rosto entre as mãos. – Eu sou paciente, e adoro uma dificuldade. E te amo o suficiente para esperar, e estar ao seu lado enquanto enfrenta cada uma delas. – meu coração sempre dispara frenético quando ouço Jacob dizer que me ama. – Agora preciso ir, prometi passar o dia com meu Pai, e sinto a aproximação agradável da sua cunhada.
Mesmo me concentrando não conseguia ouvir a aproximação de Reneesme.
– Vamos ter que aprender a conviver. – dei de ombros. E só então escutei os passos e os batimentos cardíacos acelerados dela.
– Vamos ter que aprender a aceitar que eu não faço média com quem não gosto. – a expressão leve dele, foi desaparecendo rapidamente.
– Mas já fez. – provoquei. Ele trincou os dentes.
– Mas não faço mais. Estou indo. – ele me deu um beijo rápido, correu na direção contrária aonde Nessie vinha, e desapareceu entre as arvores. A velocidade que ele se move é impressionante.
– Minha presença, o agrada de uma forma encantadora. – Nessie parou a poucos metros de distância.
– Ele é um doce. – dei de ombros.
– Não o condeno. E admiro no que ele fez com a dor, e a decepção que sentia, transformando tudo isso, para definir quem ele realmente seria a partir dali. – cruzei os braços.
– Que romântico. – foi à vez de ela dar de ombros. – Pena que a pessoa, estar longe dele, e não ver cada etapa dessas mudanças foi Eu.
– É eu sei. – ela respirou fundo.
– Kate esta chegando, vamos espera-la dentro da loja. Kim esta preparando café e eu estou faminta.
Entramos e ficamos jogando conversa fora com Kim algum tempo. Fomos tomar café na praça, e assim que Kate se aproximou com Embry voltamos para a loja.
– Reunião de Mulheres? – Embry olhou desconfiado.
– Não horário de trabalho. – respondi sem humor. – Não temos ronda esta manhã Embry?
– Entendi o recado. – ele deu um beijo nos lábios de Kate. – Volto para te buscar.
– Claro amor. – ele saiu, no exato momento em que Embry bateu a porta, Kate cruzou os braços. – Qual o motivo do péssimo humor com o meu Marido?
Era engraçado ver Kate irritada com algo, e isso só acontece quando envolve Embry.
– Precisamos conversar. – a expressão especulativa sumiu no mesmo momento.
– O que esta havendo? – no mesmo instante ela ficou tensa.
– Vamos sair daqui. – apontei para a porta.
– Kim voltamos mais tarde. – Kate informou.
Kim já nos conhecia, apenas assentiu.
Caminhamos até a estrada.
– Venha. – estendi os braços.
–Por favor, nos braços é muita humilhação. Nas costas pode ser? Eu e Nessie gargalhamos com o pedido dela.
Kate se ajeitou em minhas costas, e segundos depois estávamos correndo em direção ao centro de Forks.
Chegamos há um parque onde não havia ninguém por perto.
– Vamos fugir novamente? – Kate me olhava sugestiva.
– Eu não fujo Kate. – afirmei.
Reneesme se aproximou.
– Serei direta esta bem. – ela segurou as mãos de Kate, as duas sentaram-se em um tronco no meio do campo. – Kate você continua tendo aqueles pesadelos?
O coração dela acelerou.
– Não, quero dizer pesadelos não, ando tendo sonhos, calmos e tranquilos. Por quê? – ela olhava diretamente nos olhos de Nessie.
– Kate eu ando tendo sonhos, pesadelos e visões. E de alguma forma, isso sempre acaba me trazendo a você. – a minha reação foi à mesma de Kate. Surpresa.
– Não estou entendendo. – ela se levantou, parecia nervosa.
– É sempre você que eu vejo no final de cada visão, ou sonho Kate. É tudo escuro, complicado de entender, menos o seu rosto. – Kate sentou novamente.
Parecia esperar por isso.
– Kate me mostre o que anda vendo, e eu te mostrarei o que vejo. – ela penas assentiu.
Mas antes de tocar o braço de Reneesme eu segurei.
– Desta vez você vai me mostrar Reneesme. Tudo. – fui taxativa.
– Tem certeza? – seu olhar em minha direção não era otimista.
– Absoluta. – afirmei.
Reneesme segurou a minha mão e a de Kate.
Fechei meus olhos.
As visões de Reneesme eram escuras, e era estranho ver algo através de olhos diferentes dos meus.
Lutas, e mortes de estranhos, que pareciam estar do lado de alguém. Em segundos a visão mudava fugas, e mais mortes pelo caminho.
Ate que as visões ficaram concentradas.
Jacob lutava como Lobo, não como espírito. Parecia desgastado.
Moira o defendia com tanto força, que por um segundo me vi nos seus olhos.
Segundos depois a visão já tinha outro endereço.
Jacob parecia acorrentado, machucado, totalmente sem rumo.
Morto.
Cada peça do que ela disse mais cedo se encaixou. Ele estava morto ali, mas seu corpo continuava ali, sem vida, apenas o coração batia. As mortes ao redor dele o consumiam.
Nessie via tudo escuro, era difícil entender, os momentos quebravam de uma forma estranha.
Mas meu peito se comprimia dolorosamente em cada mudança de foco que ela vinha tendo.
Ao soltar meu braço uma vontade incontrolável de gritar quase me dominou.
Uma raiva me consumiu.
Raiva por não entender absolutamente nada daquilo.
Como eu o levaria a isso? Onde eu estava?
– Kate, nos mostre o que anda vendo. – Nessie pediu com os olhos grudados em mim, assim como Kate.
– Eu vejo coisas diferentes Nessie, desde a chegada de Jacob. – ela parecia surpresa em ver toda aquela bagunça pelos olhos de Nessie. – Veja.
Respirei fundo, e segurei firme os braços de Reneesme.
Kate via um campo lindo, uma menina corra por ele, com os cabelos ruivos de Kate balançando com o vento. A visão era agradável. Mas eu não estava entendendo o que isso tinha a ver com as visões de Reneesme. Até o exato momento em que a menina correu para os braços de uma mulher, eu conhecia aquela mulher. Ela estava parada próxima a uma pessoa estendida em uma cadeira, essa pessoa era Eu. Soltei o braço de Nessie no mesmo momento.
– O que foi Leah? – Kate parecia preocupada.
– Sua teoria Reneesme. Kate não esta vendo nada, apenas porque era isso exatamente isso que ela tinha que ver. – as duas pareciam não entender nada.
– Mas ela não vê nada parecido com que eu estou vendo. – Nessie especulou.
– As suas visões Nessie têm um único rosto claro e nítido Kate, pois é com ela que esta visão interessante para nós. As visões da Kate mudam o foco as suas não. – me virei para olhar Kate. – Quem é a mulher que a menininha no seu sonho abraça Kate?
Ela me olhava sem entendeu nada assim como Nessie.
– Minha avó. Ela não aparece tem alguns anos, mas sempre a vejo em sonhos. O que esta havendo Leah? – sentei no tronco.
Meus pensamentos a mil. Pois a teoria de Nessie ganhou forma, vida, e uma importância imensa.
– Leah o que tem neste sonho que a deixou assim? – Nessie segurou minha mão.
– Há alguns anos, quando Jacob recebeu o envelope de casamento de Bella, ele saiu sem rumo de Forks, eu fui atrás dele, e o encontrei triste, sozinho. Mas resolvi ficar, pois precisava estar ali. Paramos em uma pequena cidade, e desci das montanhas para comer. Antes de entrar, esbarrei em uma mulher, que me disse exatamente o que aconteceu durante esses anos. Ela viu isso segurando minhas mãos. Parecia saber exatamente quem eu era. As palavras dela sempre ficam rodopiando na minha mente. Quando Jacob partiu, quando conheci Mike, durante meu casamento. A volta de Jacob. Sempre soube que aquelas palavras eram reais, apenas não sabia a importância delas. – meu tom de voz era frio, a palavra que a mulher disse aquela tarde martelava na minha mente sem parar. Um sacrifício.
– O que minha avó tem a ver com isso? – Kate sentou ao meu lado.
– Era sua avó Kate, a mulher que previu meu futuro, é ela. Eu não a encontrei por acaso, e ela me avisou sobre isso, que nada acontecia por acaso. Veja Reneesme e mostre a Kate. – deixei as imagens flutuarem até Reneesme.
O que as palavras dela querem dizer?
Uma escolha, e um sacrifício.
– Kate, você deve sonhar com pontos e cenas exatas, pois esta no seu DNA, assim como eu, Leah, Embry, Seth e todos os Lobos, Eu que nasci diferente, você também nasceu. Todas as minhas visões sempre se entrelaçam as suas, pois quem as vê objetivamente é você. – Nessie estava ao lado de Kate.
– Você apenas precisa se esforçar Kate, apenas deixar o que esta no seu sangue se mostrar. – ponderei. Ela parecia assustada.
– Eu tenho medo! Eu sempre soube que existia algo – ela parecia não saber como dizer algo, como se isso fosse errado.
– Você já sabia que tinha visões. – não era uma pergunta. Reneesme foi objetiva.
– Sim, eu penas não as tinha mais. Neguei tanto isso que elas pararam. Eu sonho, mas aqui não tenho mais visões, ou simplesmente as ignoro. Não sei. – Kate parecia atormentada.
– Nós vamos ajudar. Se você quiser, e não tiver medo. Se quiser aqui definir quem realmente é. Parar de fugir, e enxergar que mesmo que fuja disso, uma hora isso vai se impor. – segurei suas mãos e a levantei.
– Chega de fugir. – Kate respirou fundo.
– Não sei ao certo como vamos ajudar, mas vamos. – Nessie ponderou, com um sorriso nos lábios.
– Não precisaremos fazer nada, apenas ficar ao lado dela. Kate tem tudo no sangue, ela apenas se fechou para isso, mas no exato momento que se abrir, ela conseguirá ver. E entender que todo grande poder, traz sempre grandes responsabilidades. Não fuja mais da sua Kate. – pedi. – Agora vamos.
Sem fazer uma única pergunta Kate subiu nas costas de Nessie.
Era tão certo agora que algo ruim vai acontecer.
Esta fora ou não do meu alcance impedir?
Esse é o problema, não fazer ideia.
Kate desceu das costas de Reneesme, ao chegar próximo a rua da loja. Caminhamos em silêncio até a loja.
– Nós estamos perto da verdade Leah. – Reneesme sabia o motivo da minha inquietação.
– Sim estamos, e por isso preciso fazer algo. – sem avisar aonde ia, corri em direção à mata.
Seth, Collin, Embry, Sam, Jared e Paul me seguiam.
– Não se preocupem, estou bem, apenas preciso fazer algo importante. – tentei acalma-los.
Corro até alcançar os fundos do hospital de Forks.
Passei agilmente pela lateral, e entrei pela porta da frente.
A recepcionista me informou onde era o quarto de Pai de Mike.
Mike estava lá, o Pai dormia tranquilo.
Fiquei parada um tempo vendo Mike foliar uma revista e não perceber minha presença.
Tossi teatralmente para ele notar minha presença.
O espanto dele a me ver parada ali, era imenso.
– Como ele esta? – me aproximei da cama de Nicholas.
– Melhor. – os batimentos cardíacos dele estavam acelerados.
– Eu precisava vir, queria saber sobre ele. Eu gosto do seu Pai, e da sua Mãe Mike. – fui sincera.
– Eu sei. – ele respirou fundo. – Eu sei.
A mãe de Mike se aproximava. Estava no andar debaixo.
– Você veio falar comigo certo? – Mike foi direto.
– Certo. – conformei.
– Não posso deixa-lo sozinho. – ele apontou para o Pai dormindo na cama.
– Sua Mãe esta no elevador. – ele me olhou surpreso. – Audição privilegiada. – bati o dedo indicador no ouvido.
Ele disfarçou, mas caminhou até a porta do quarto, para verificar se a Mãe vinha mesmo.
– Mãe! – ele a abraçou.
– Leah. Que bom vê-la por aqui. – ele se aproximou e me deu um abraço sincero.
– Eu queria saber como ele estava Karen, espero não atrapalhar. – estava sem graça com a situação.
– Leah você e Mike podem se acertar ainda, e mesmo que isso não aconteça você é da família agora, fez tão bem ao meu filho, que conquistou meu coração. Espero que se acertem, e se não acontecer, que se respeitem, e conduzam à situação da melhor maneira possível. – ela nos olhava séria.
– Vou levar a Leah lá fora e volto rápido. – Mike deu um beijo na testa da Mãe.
– Vá descansar meu filho, não se preocupe, ele esta bem, e vai dormir o dia todo. – ela o tranquilizou.
Ele apenas assentiu e abraçou a Mãe.
– Vamos. – ele fez um gesto para a porta.
Me despedi de Karen, e caminhamos em silêncio até a saída do hospital.
Nos sentamos em um banco na praça em frente ao hospital.

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– Se alguém me dissesse há alguns meses atrás, que minha vida estaria essa bagunça hoje, eu ia rir. – Mike olhava algumas crianças brincando.
– Eu sou culpada por esta bagunça, ou grande parte dela. – olhava o perfil de Mike, ele parecia tão sereno.
– Sim é. – ele respondeu com uma risada gostosa na voz.
– Mike eu não vim para jogar a minha dor, ou tentar arrumar desculpas pelo meu comportamento. Minhas atitudes não voltam. Vim dizer a verdade, embora ela não mude mais nada, eu queria pedir que você ouvisse. – ele se virou para me encarar, a imensidão azul nos olhos dele, tão familiar novamente.
– Pelos motivos certos agora hã? – ele sorriu tão lindo, tão familiar. – Eu acho que preciso ouvir, tanto quanto você precisa falar.
Sorri junto.
– Eu serei sincera agora, mesmo que tenha demorado. Isso pode fazer você jamais me perdoar, ou querer falar comigo novamente. Mas eu não me arrependo de ter guardado o segredo. Mesmo sendo errado, eu achei em todo momento que era o certo. Queria a melhor parte do meu dia intocada. Foi egoísta, errado, mas não sou uma pessoa altruísta. Ou não fui ao seu lado, não vou mentir quanto a isso, queria o que tínhamos só para mim. E eu pensei em contar, mas meu desejo de não fazer, foi bem mais forte. – ele me olhava tranquilo. O coração também.
– Jacob teve algo a ver com essa decisão? – ele parecia envergonhado em fazer esta pergunta.
– Não teve. Eu queria ser feliz, queria e fui. O egoísmo não me permitiu dar espaço para pensar em ninguém Mike. – confessei.
– Eu jamais tive chance não é? Eu vi a maneira que você, e ele se olham, pelos céus, só eu sei como não ter visto seria mais fácil. Pois fingir que estava tudo bem depois de ver, se tornou impossível. – seu tom de voz continha certa melancolia, talvez por lembrar-se do casamento de Kate.
– Mike eu o amo, amei cada minuto da nossa vida. O sentimento por ele é diferente. – barrei as palavras.
– Você não respondeu, lembre-se nada de mentiras agora, ou meias verdades. – seu olhar era diferente. – Eu mereço um ponto final Leah.
Respirei fundo.
– Sim Merece. Mike, eu sempre conheci Jacob, quando me aproximei dele, estava quebrada. Havia perdido Sam, descoberto que era um ser sobrenatural, a única mulher no meio de homens que me queriam longe. Era amarga, fria, e muito sozinha, pois eu queria de verdade punir as pessoas pela minha dor. Eles não tinham culpa. Contudo, não faziam questão de entender. Jacob foi o único a não ter medo, enfrentar, e ver quem eu era de verdade. Porem ele também estava partido Mike, e eu juro que tentei não amar, não sonhar, não querer, mas não consegui. Jacob jamais mentiu jamais me deu esperanças Mike, ainda sim jamais consegui esquecer. O que sinto por você é lindo, mas totalmente diferente. – fui sincera.
– Obrigado por isso. – Mike entrelaçou os dedos nos meus.
– Não queria que você me odiasse, mesmo tendo motivos para isso. – dei de ombros.
– Eu não posso te odiar Leah, o que vivemos juntos foi bom, e lindo, enquanto durou. Respeito demais a nossa história, para odiar o final dela. E mesmo com erros, fico feliz por ter feito parte da sua vida. Eu te amo Leah. – ele levou minha mão até os lábios e beijou.
As lágrimas escaparam.
– Eu também te amo Mike. Quero que você seja feliz, e estarei por perto. – o abracei.
– Seja feliz Leah, eu farei o mesmo. – ele me apertou em seus braços.
Ficamos ali por alguns minutos, não queria chorar, mas as lágrimas eram mais fortes neste momento.
– Preciso ir. – segurava suas mãos. – E não se preocupe, seu Pai ficará bem.
– Eu tenho fé nisso. – as batidas do coração dele eram tão tranquilas.
Soltei suas mãos, respirei fundo e dei as costas a ele, a caminho da autoestrada.
– Eu te perdoo Leah. Como não perdoar, erros que cometemos por amor? Eu teria feito às mesmas escolhas, e se não, quem garante que elas seriam certas? Vá em frente agora, eu farei o mesmo. – ele sorria ao falar todas essas palavras.
Voltei e o abracei novamente.
– Eu te amo para sempre Mike Newton. Obrigada por me deixar ser feliz ao seu lado. – depositei um beijo em sua bochecha.
Continuei caminhar, ao olhar para trás, o sorriso, encantador, e a imensidão azul nos olhos dele, eram as mesmas que eu tive ao meu lado durante, todos os dias felizes do nosso casamento. E eles eram felizes todos os dias.
Corri pela autoestrada, adentrando a mata.
Eram dele as palavras que eu precisava ouvir para seguir em frente.
Acabou.
Mesmo da maneira errada, conseguimos achar o caminho certo para não magoar quem amamos, e existindo amor, encontra-se um jeito. Mike e Eu encontramos o nosso.
Me concentrei ao chegar à mata. Procurava uma única pessoa.
Mesmo sabendo que em todo meu trajeto até Mike havia alguém me observando, não era ele. Tinha certeza que Jacob estaria em algum lugar por aqui.
Podia ouvir há alguns quilômetros o barulho das risadas e a conversa dos meninos na parte dos fundos da casa de Jacob. Ele não estava lá.
Mesmo sem ouvir, ou ainda sentir o aroma amadeirado na pele dele, já sabia onde ele estava.
Nos penhascos, na parte onde ficamos quando ele se machucou.
Ao me aproximar já podia sentir o aroma na pele dele em todos os lugares.
Jacob estava sentado na pedra, em frente ao penhasco.
– Escondido? – parei alguns metros de distância.
– Como se isso fosse possível por aqui. – ele me olhou sorrindo.

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Pela primeira vez em dias, eu sentia novamente.
O peso de mentir, e magoar outra pessoa, são algo que somente quem carrega pode conhecer.
Me aproximei dele.
– Eu te amo. – o coração dele disparou frenético. – Eu te amei, mesmo quando eu tinha somente à distância. O vazio. Agora eu quero novas lembranças, agora eu quero seguir em frente, ao seu lado. Agora eu quero você, quero uma vida, quero dividir, lutar, chorar, e tudo que estiver nos esperando, porque agora, eu quero lutar. Eu sempre soube que seria assim, um pelo outro. – fechei os olhos, com a aproximação dele. Podia sentir as lágrimas no rosto dele molhando o meu rosto.
– Eu te amo Leah. – ele sussurrou nos meus lábios.
Meu coração disparou frenético.
As mãos dele percorreram o caminho da minha cintura até os meus cabelos.
Jacob segurou meu rosto entre suas mãos.
Repetia inúmeras vezes... Eu Te Amo Leah.
Minhas mãos na cintura dele, o puxei para mais perto.
O aroma amadeirado na pele dele, se misturando com o meu.
E aquela sensação, ao sentir os lábios dele nos meus. Tudo a minha volta desapareceu.
Eu era totalmente dele agora.
Como eu sonhei.
– Venha vamos sair daqui. Construir novas lembranças. – ele passou o nariz pela curvatura do meu pescoço.
Ele me deu a mão, e caminhamos até minha casa.
– Novas lembranças? Não entendi. – subi os degraus e ele continuou parado me observando.
– Nós não vamos ficar aqui Leah, eu disse que seríamos Eu e você hoje. E será. – ele deu as costas. – Volto as seis para te buscar.
– Jake não seja bobo, vamos para com isso. – ele ignorou.
– As seis Leah. – Jacob desapareceu.
Sorri com a maneira que a voz dele chegou aos meus ouvidos.
Minha casa estava vazia. Mas minha Mãe saiu a pouco, já que a comida no fogão ainda esta quente.
Lavei as mãos, e como algo, não queria parecer um cão em fúria esta noite.
Comi, e me senti satisfeita. Olhei no relógio que marcava cinco da tarde.
– Nossa o tempo voou hoje. - subi e fui direto ao meu quarto. Passei a mão em uma toalha e fui tomar um banho.
Fiquei ali mais de meia hora.
Me sentia feliz. Completa.
Desliguei o chuveiro e voltei para o meu quarto.
Minha Mãe organizou minhas roupas no guarda roupas.
Escolhi uma calça jeans justa. Presente de Kate. Uma blusinha branca, e um casquinho curto. Mesmo com o frio intenso, eu tenho muito calor. Mas as pessoas não podem saber o quanto.
Coloquei a roupa, arrumei o cabelo, passei um rímel.
Ri com a minha imagem fazendo escolhas tão femininas.
Coloquei minhas botas.
Olhei para o relógio e ele marcava cinco e trinta e cinco.
Ainda tinha tempo.
Descia a escada despreocupadamente quando a aproximação veloz de Seth chamou minha atenção.
O coração dele batia frenético. Corri ate a porta, e no exato momento que abri a porta, Seth tinha uma expressão atormentada.
– O que houve Seth? – segurei seus braços e o abracei.
– Eu sinto tanto Leah, tanto. – senti um vazio opressor por dentro, por dentro., a tristeza na voz dele era quase palpável.
– O que houve meu irmão. – olhava ao redor, e percebia a aproximação dos Lobos da minha matilha.
– O que houve Seth diga, aconteceu algo com ele não foi? Jacob está ferido? Seth diga de uma vez. – o sacudi.
– Ele não esta ferido, mas você vai ficar, e eu sinto tanto minha irmã, tanto. – o olhar dele era atormentado.
Minha respiração ficou ofegante.
– Diga Seth. – eu não queria e não podia admitir que soubesse o que ele ia dizer.
– Jacob teve um imprinting. – senti meu coração vazio.
Aquela sensação de dor insuportável não me atingia.
Ninguém poderia fazer isso agora.
Não ouvia nenhum som.
Não sentia nenhum toque.
Apenas uma lembrança tingia minha mente, e me colocava em movimento.

– Eu Te amo Leah. Te Amo. – Jacob segurou firme meu braço. Meu coração disparou frenético. – E desta vez, não serei o fraco que a deixa aqui, Eu vou lutar.

Despedaçada, e sem a menor chance de me recuperar novamente.
Corri sem saber ao certo onde estava indo, mas precisa vê-lo olhar em seus olhos.
Não enxergar mais o meu Jacob ali.
Parei diante a casa onde ele vivia.
Moira estava na varanda.
Algo na minha expressão a alertou que havia acontecido alguma coisa.
– O que houve? – olhei para o lado, e só então percebi que Seth estava ali.
– Ela já sabe de tudo Moira. – a expressão confusa de Moira não me atingiu.
– Onde ele esta? Preciso vê-lo. Onde? – não sentia absolutamente nada.
– Jacob? Ele saiu há uns minutos ia passar no centro da reserva, e ir até a sua casa. - ela segurou meus braços. – O que esta havendo Leah?
– Como se você já não soubesse. – empurrei seu braço, e sem ter noção alguma de força, acabei jogando-a longe. – Por quem? Quero saber por quem?
Quase não percebi a aproximação veloz de Reneesme.
Mérida apareceu na varanda.
– Onde ele esta? – gritei.
Mérida fechou os olhos, dizia algo indecifrável.
Tentei me aproximar, mas não consegui.
– O que esta acontecendo? – Aquiles se aproximava com Scott.
– Eu contei a ela. – Seth parou ao meu lado. – Contei sobre o imprinting de Jacob, ela tem o direito de saber.
– O que você fez criança? – Moira tinha um tom de repreensão em direção a Seth.
– Com quem? Onde ele esta, eu preciso vê-lo, onde ele esta? – não contive as lágrimas.
– Leah não é nada disso, ouça. – dei as costas, iria atrás de Jacob.
Mas antes de conseguir alcançar a mata, meus pés travaram no chão.
– Espere. – o tom de voz de Jacob.
Respirei fundo antes de me virar para olhar nos olhos dele.
No exato momento que fizesse isso ia ser real.
– Quem Jacob? – meus olhos estavam fechados.
– Leah deixe-me explicar o que aconteceu. – a baque de algo no chão, flores. Minhas, ou dela?
– Você não tem controle sobre isso Jacob, não tem culpa, não tem como evitar. Eu tinha que ter desconfiado me preservado, me defendido. Mas eu te amo tanto, que não quis saber. Eu precisava de você, preciso, quero.
– Olhe nos meus olhos, vire-se e olhe. – senti as mãos dele nos meus braços, tão meu, tão real, ele girou meu corpo, me fazendo ficar de frente com ele. – Olhe nos meus olhos amor, olhe.
– Não! – o empurrei. – Quem? – gritei.
Senti o aroma suave na pele de Reneesme dominar tudo a minha volta.
Olhei na direção onde ela estava parada.
– Escute Leah, olhe nos meus olhos. – Jacob pedia.
– Você não me avisou, poderia ter visto, mas ficou ai parado com essas visões estúpidas e inúteis. Você não me avisou. – minha raiva por ela explodiu.
– Não posso ver o que já aconteceu há anos Leah. Olhe para trás, olhe nos olhos de Jacob. Ele não teve esse imprinting hoje. Certo Jacob? – me virei para olhar nos olhos dele.
– Não. Foi há anos atrás. – ele olhava diretamente nos meus olhos. Não havia mudança, ou era a minha negação, me deixando cega.
– O que? – olhava para Reneesme.
– Ele sofreu um imprinting logo que saiu daqui Leah. – Moira parou junto com Mérida ao lado de Seth. – O que houve aqui foi um mal entendido. Seth ouviu algo, mas não tudo.
– Leah eu não ia esconder. Ia contar esta noite, pois queria que você tivesse novas lembranças, e a certeza que jamais vou partir novamente. Só não tive tempo para isso. – seu olhar para Seth era de raiva.
– Ele quis me proteger, apenas isso. – justifiquei. A confusão ameaçava me enlouquecer.
– Não o culpo, ele apenas se precipitou, com meias verdades. – Jacob se aproximou.
– Se você teve um imprinting há tanto tempo, como... Como? – não conseguia encontrar explicação para nada.
– Eu vou explicar. – Jacob me sentou em um tronco quase ao lado da casa. – Quando eu saí daqui, estava perdido, sem um rumo certo. Então eu corri, viajei dias, e parei em um vilarejo. Fui acolhido por um homem, muito bom, e parecia me conhecer bem. Aqueles dias foram os dias que eu me vi sem você, me reavaliei. Eu vi o quanto te amava Leah, eu ia voltar, mesmo sem me conhecer direito, ia voltar e faríamos isso juntos. Até que a filha dele voltou de uma viagem, e no momento que a vi, senti o Imprinting me dominar. – ele estava tranquilo.
– Meu Deus o que você fez comigo Jacob? Porque voltou, e me fez acreditar que seríamos eu e você, quando você está destinado à outra. – me levantei furiosa.
– Eu não acredito em destino, Leah já disse a você. – ele se levantou junto.
– Eu sou a passa tempo é isso, como você teve coragem, de vir aqui e me dar esperanças? Como? – o empurrei, ele não se moveu.
– Porque ele lutou contra. – a voz de Moira me pegou de surpresa. – Ele nunca deixou de amar você, e querer você, durante algum tempo, ele viveu bem aceitando o imprinting, mas depois, ele simplesmente não conseguiu mais, ele apenas não conseguia partir. Pois Eu não conseguia deixar, entender e aceitar que ele jamais seria meu Leah. – a surpresa tingiu minha expressão.
– É você? – não conseguia acreditar.
–Sim. Ele achou algo mais poderoso que o Imprinting, Leah, ele quebrou isso. Jacob não aceitou o que o destino deu a ele, pois ele já tinha algo tão forte quanto o Imprinting. – cada palavra de Moira batia sem chance de penetrar na minha mente.
– Eu deveria ter notado, deveria ter visto claro estava na minha frente o tempo todo. – senti o aperto forte de Jacob em meus braços.
– Me ouça, eu amo você, sempre foi. – ele respirou fundo. – Quando aconteceu, Eu não podia voltar. Passei três anos, para entender que o que eu sentia por Moira não era o suficiente para passar o resto da vida ao lado dela. Na tentativa, de quebrar a magia, eu me descobri, descobri do que era capaz quem eu realmente era. Todo passo que me afastou de você, me trazia para perto. Mesmo na escuridão eu tinha você. Não era simplesmente quem eu queria ser, quando sai daqui, era quem eu realmente seria. Quem eu me tornei na busca. Foi então que percebi que o Imprinting não é uma obrigação, é um laço. Um laço de amor claro, mas não necessariamente de amor entre amantes. A forma que a relação será conduzida depende simplesmente de quem a conduz. – ele me olhava com a mesma intensidade de antes.
– Eu posso mostrar a ela. – Reneesme se aproximou.
O olhar de Jacob em direção a ela não era nada amigável.
– Eu também. – ele me segurou em seus braços.
– Pare de me odiar apenas um segundo, e mostre a ela o que você passou olhando em seus olhos. Não pense quem esta ajudando a fazer isso. Você é maduro o suficiente para deixar de lado nossas diferenças, certo?
Jacob estendeu o braço, e Reneesme segurou firme minha mão.
Fechei os olhos.
A imagem torturada de Jacob ao sair daqui, quase me fez tocar aquele momento novamente.
A busca dele por algo, que não conseguia identificar, a própria dor, em se achar um tolo.
O momento que ele conheceu o Pai de Moira.
O Imprinting.
A forma como ele continuava se sentindo perdido, sem rumo, mesmo tendo Moira ao seu lado.
Jacob pensava na reserva, no Pai, nos amigos, e mim.
Mas acima de tudo, pensava que a dedicação a Moira não era o único laço que o prendia a terra.
Moira o incentivou a ver isso, a buscar uma forma de deixa-la partir, assim como ela precisava deixa-lo ir também.
Jacob foi descobrindo pelo caminho o quão poderoso poderia se tornar, como ser um Espírito guerreiro. Parecia estar ali o tempo todo, ele apenas esteve ignorando.
Ele descobriu que existiam coisas acima dele, pessoas ao redor do mundo precisando de ajuda.
Na busca dele por desfazer esse laço, com Moira Jacob aprendeu a entender amores, e sentimentos que ele jamais pensou entender. A cada conhecimento, ele amadurecia mais, e se tornava ainda mais poderoso, pois estava centrado, focado.
Em nenhum momento ele desistiu de quebrar a magia, mesmo sabendo que ele me amava, a palavra Imprinting, era forte demais para que ele pudesse me fazer entender.
Ele só parou de procurar, quando Reneesme, e Kate o alcançou.
Soltei a mão de Nessie.
Estava sem ar, sem pensar e sem saber ao certo como agir.
– Todo passo que você deu, te traria de volta. – soltei as palavras.
– Todo passo que eu dei, foi para voltar. – o sorriso dele, era arrebatador.
A imagem da mulher que agora, eu sabia ser a avó de Kate se encaixou neste momento.
Todo caminho que ambos fizeram, acabariam desta maneira. Um pelo outro. Um tentando de alguma forma, encontrar novamente o outro.
– Eu sempre soube que seria assim, era a única coisa que eu sabia. – Jacob segurou meu rosto entre as mãos.
– E Moira? – olhei ao redor, e não havia mais ninguém ali.
– Eu tenho um laço com ela Leah, de amor. De amizade, de irmandade. Um quer a felicidade do outro. Mas um pode, e consegue ser feliz, sem ser um casal. Sempre juntos, não importa como. – o abracei com tanta força, que se ele fosse um humano comum, teria quebrado todos seus ossos.
Era amor.
Circulei minhas mãos em seu pescoço, e o beijei.
De uma forma nova.
E totalmente sem amarras, sem dor, sem dúvidas.
– Vamos, temos um encontro. Que já foi adiado tempo suficiente. – Jacob circulou as mãos na minha cintura.
Caminhou calmo e tranquilo até o carro. Abriu a porta onde eu sentaria.
Tinha um sorriso de alivio nos lábios, que estava em sintonia com o meu.
Saber que sempre fui amada por ele, me dava uma nova perspectiva de muitas situações. Claro que elas não mudariam com essa descoberta, mas mostra que não esperei em vão.
Jacob dirigia segurando minha mão próxima aos seus lábios.
Tentava controlar a euforia que ameaçava me dominar, por saber que ele não se rendeu ao Imprinting, não fez isso, pois me amava.
É esse sentimento é estranho, ser tão amada a esse ponto.
– Posso saber aonde vamos Black? – tentava acalmar todo meu corpo, pois cada parte dele parecia querer explodir.
– Você verá. – ele beijou minha mão, e a levou até seu peito.
Você sabe que nós correndo já estaríamos lá certo? – ironizei.
– Sei, mas a graça hoje é ser normal, e não ter pressa. Teremos outros dias para correr, hoje não. Hoje eu quero calma.
Jacob dirigiu as áreas de montanha em Port Angels. Parou o carro em uma entrada de trilha. O lugar era deserto.
Jacob pegou uma bolsa e me entregou.
– Vamos? – ele estendeu a mão. – Suba nas minhas costas.
Meu sorriso se alargou.
– Só desta vez. Não gosto de parecer uma criança ok?! – fiz minha melhor expressão de repreensão.
– Claro claro. – ele sorria, enquanto me ajeitava em suas costas.
Jacob correu pela mata.
Quase como um fantasma não sabia ao certo se ele tocava o chão.
– Feche os olhos, por favor. – ele pediu solene.
– Céus Black. – resmunguei, fechando os olhos.
Jacob parou a corrida. Desci de suas costas.
– Não abra ainda. – sentia o cheiro de flores. – Bem quando eu parti, deixei minha vida aqui. Alguns projetos, alguns sonhos. E havia um projeto, que eu ia compartilhar com você, antes de toda a loucura. Pode abrir os olhos.
Abri meus olhos e a surpresa tingiu meu rosto.
– Que lindo Jake. – as palavras fugiram.
Havia uma espécie de tenda. Não era imensa, porem também não era pequena. Ela estava decorada com velas e flores por todos os lados.
– Eu faria isso. Sei que parece ridículo, mas – ele trazia nas mãos uma pequena caixa, tirou de dentro um pequeno buquê, com um laço, uma pulseira. – Eu não me formei, não fui ao baile. Mas queria ter ido, ter dançado com você. – ele colocou o buquê no meu pulso. – Você aceita?
Respirei fundo, tentando conter a maldita lágrima que me faria parecer uma mulherzinha em crise. Impossível.
Apenas assenti.
Jacob andou a frente, e ligou o celular a duas caixas pequenas de som. Provavelmente ligadas à pilha, já que estávamos distantes de qualquer tipo de fonte de energia.

http://www.youtube.com/watch?v=dm43_X8hE8U


Paramos no meio da pequena tenda.
Jacob circulou o braço direito na minha cintura, e a mão esquerda entrelaçou os dedos nos meus.
A dança era calma.
Mas nossos corações batiam frenéticos.
Não havia muito a ser dito neste momento.
Encostei minha cabeça no peito dele. O senti afundar o rosto nos meus cabelos.
Nada aqui ia me atingir. Não esta noite. Era o nosso momento.
– Eu te amo Leah. – meu coração disparou frenético.
A intensidade nos olhos dele era maravilhosa.
– Eu te amo, seu encrenqueiro. – ele me girou, e o som da sua gargalhada me fez sorrir.
– Uma vez eu desisti de ficar, e prometi que jamais faria novamente. Não fiz, e não farei. Então prevejo muitas confusões, e que elas venham, pois estarei esperando. – Ele me girou mais uma vez, ao segurar meu corpo entre seus braços, minha respiração se tornou ofegante, com o olhar dele.
Jacob respirava fundo, o coração batia frenético em seu peito.
– Essa é aquela sensação, que precisa sentir Jake. De não haver mais nada, entre minhas mãos e você. – rasguei a blusa branca que separava minhas mãos da pele bronzeada dele.
O sorriso malicioso, e sedutor dele preencheu seus lábios.
Jacob me segurou em seus braços, encaixando minhas pernas em seu quadril. Senti o vento em minhas costas. E paramos a vários metros da tenda, desta vez estávamos na porta de uma pequena casa.
– O que é isso? - tentei descer, mas ele segurou minhas pernas em seus quadris.
– Nosso esconderijo. – Jacob abriu a porta. Era uma pequena casa, quase um chalé. – Um truque, muito legal. – ele fechou os olhos, e soprou uma vela, que pegou na ponta, no mesmo momento, dezenas de outras se acenderam, iluminando todo o espaço.
O lugar era lindo. Os móveis eram novos. Na sala um pequeno sofá, algumas almofadas no chão, sobre o tapete. Um pequeno corredor, com o quarto nos fundos, antes de chegar lá, duas portas, em lados opostos no pequeno corredor. Uma dando acesso a um banheiro, outra, a uma pequena cozinha.
– Que lindo Jacob. – desci do coloco dele, admirando tudo ao redor.
– É apenas um lugar onde eu e você poderemos nos deitar, sem pensar em nada. Mesmo que isso não aconteça agora, esse será nosso lugar. – ele envolveu os braços na minha cintura, apoiou o queixo no meu ombro.
Sentia meu corpo arder com a respiração dele no meu pescoço.
– Claro claro. – respondi imitando a maneira que costuma encerrar um assunto.
Girei meu corpo e selei nossos lábios.
Empurrei seu corpo de leve contra a parede. Pressionei o meu o prendendo ali.
Não precisava ser cuidadosa com ele. Sabia exatamente o que ele é capaz de aguentar.
O sorriso malicioso nos lábios dele poderia incendiar tudo a minha volta neste momento.
Os dedos dele faziam um caminho de fogo pelas minhas costas.
Jacob girou meu corpo, fazendo minhas costas ficarem coladas em seu peito. Ele arrancou minha jaqueta, e retirou suavemente a blusinha. Seus lábios percorriam um caminho da minha nuca, uma de suas mãos nos meus cabelos, a outra nos meus seios.

http://www.youtube.com/watch?v=9DMSXGDZZpM

Segurei seu braço, e o lancei a diante, na cama.
– Isso. – ele sussurrou, olhando meu corpo enquanto caminhava em sua direção. – Como você é linda Leah.
Ouvi-lo dizer meu nome, da maneira que ele estava fazendo, fazia tudo ao meu redor desaparecer.
Puxei a calça dele em um único movimento, e a joguei longe.
As mãos dele seguraram firmes os meus quadris. Jacob sentou-se na ponta da cama, e enquanto me beijava abriu minhas calças, em um movimento rápido, ele me colocou na cama. Senti o barulho de o ferro bater contra a parede.
Jacob descia minha calça, olhando nos meus olhos.
Respirou fundo novamente.
– Minha. – ele sussurrou, enquanto beijava minha virilha. O barulho da calcinha sendo rasgada me fez arquear o corpo nas mãos dele. Os lábios grossos, e quentes dele tocaram minha intimidade.
– Jacob! – o gemido de prazer escapou pelos meus lábios.
Sentia meu corpo leve, e em chamas.
As mãos dele seguravam a parte interna das minhas coxas.
Senti seus lábios passeando pela minha barriga.
Olhei em sua direção; O corpo dele é simplesmente maravilhoso.
Jacob separou minhas pernas.
Segurei seus braços, girando seu corpo na cama. Outro baque na parede.
– Minha vez de ficar por cima Black. – ele sorriu, com aquele olhar lascivo.
– Você vai preferir estar por baixo desta vez. – ele segurou minha cintura, e girou mais uma vez meu corpo, separou minhas pernas, e encaixou nossos corpos. Ambos soltamos gemidos de prazer.
Jacob era um homem agora. Dominava tudo ao seu redor, a postura, de quem sabia exatamente o que fazer e como fazer. E ele sabia.
Circulei minhas pernas em sues quadris.
–Leah! – a maneira que ele pronuncia meu nome, me enlouquece.
– Mais! – sussurrei em seu ouvido.
Senti o corpo dele queimar.
Os movimentos dele eram intensos. Minhas mãos espatifaram alguma parte da cama.
Jacob girou meu corpo, colocando meu peito na cama, e o seu em minhas costas. Suas mãos se enroscaram em meus cabelos, seus lábios na minha nuca, fazendo um caminho até meu pescoço. Sentia cada parte do meu corpo querendo se descolar.
Segurei o braço musculoso dele e o joguei ao meu lado na cama. Ao fazer isso, senti um barulho, de madeira de partindo, e a cama ficando mais baixa. Encaixei nossos corpos mais uma vez.
Minhas mãos apoiadas no peito febril do moreno. Jacob repetia meu nome, com um tom urgente, e maravilhosamente sedutor, me fazendo aumentar os movimentos sobre seu quadril. Mais um barulho de madeira se partindo.
Jacob segurou minhas coxas, e se levantou com meu corpo encaixado no seu. Com a mão esquerda, Levantou a cama e puxou em um movimento ágil o colchão, o jogando no outro canto do quarto. Em um único salto, suas costas estavam novamente no colchão.
– Mais... – o maravilhoso sorriso que me desmontava estava ali, nos lábios grossos dele.
Sentia meu corpo querer explodir.
Entrelacei minhas mãos nas dele, e colei nossos lábios.
– Juntos amor. – sussurrei em seus lábios.
Ele girou nossos corpos, me fazendo ficar com as costas no colchão.
– Sempre. – os movimentos intensos, a expressão de prazer, os gemidos.
Senti cada parte do meu corpo se entrelaçar com o corpo dele, no momento que chegamos juntos ao ápice.
Nada nunca foi parecido com essa sensação.
Não era somente a explosão de prazer que senti, era maior.
Jacob permaneceu no meu peito.
Mas o calor insuportável o fez deitar ao meu lado.
– Eu... – não consegui dizer nada.
– Foi intenso, como nunca tinha sido antes. – ele parecia tão surpreso quanto eu.
– Foi! – a sensação de ser um só, ainda estava ali, não da mesma forma que estava no momento em que chegamos ao ápice, mas ainda estava.
Ficamos um tempo ali, apenas olhando um, nos olhos do outro.
Depois de algum tempo, fomos tomar banho.
Jacob havia providenciado um pequeno gerador, para o chalé. O banheiro era grande, e havia uma banheira nele. Era uma graça.
Tomamos banho, e ao voltar para o quarto sorri ao ver o estado que deixamos a cama.
– Vou comprar uma mais forte. – Jacob me abraçou, e depositou um beijo no meu ombro.
Apenas sorri. Pois estava simplesmente feliz. Embora eu saiba que há uma tempestade chegando, esta noite, ela não vai me alcançar.
– Esta com fome? - Jacob caminhava em direção à cozinha, me levando junto, em seus braços.
Em cima da pia havia uma cesta imensa, com frutas, Pães, frios, suco, doces.
– Nossa quanta coisa Jake. – olhava a quantidade de comida, no interior da cesta.
– Leah somos dois Lobos. Acho que nenhuma comida nunca será o bastante. – ele deu um beijo na ponta do meu nariz, retirou pratos de um armário acima da pia, e montou alguns lanches.
Não me permitiu ajuda-lo.
Voltamos para o quarto, com a bandeja.
Nos alimentamos, enquanto Jacob me contava como Ele, Aquiles, e Scott, reformaram o chalé.

Após devorarmos tudo na bandeja, nos deitamos, encaixados um no outro.
O cansaço dominou meu corpo.
Há dias não dormia bem.
Adormeci sem conseguir controlar.
Acordei com um frio insuportável.
Jacob estava virado para o outro lado.
Levantei e fechei a janela do quarto.
– Tudo bem? – a voz dele estava embargada pelo sono.
– Senti frio. – deitei ao lado dele, e puxei a manta, que estava nos pés do colchão, antes de me aconchegar em seu peito.
Me senti aquecida novamente, e segundos depois voltei a dormir.

Acordei sentindo um frio insuportável, mas desta vez, o gelo nos meus pés, me fez ter a certeza que estava em um sonho.
– Mas que droga. A irritação ameaçava me dominar.
Olhava ao redor, e podia jurar já ter visto esta cena antes, ou este lugar. Via uma luta sem fim de Lobos. Eu estava no meio deles. O olhar desesperado que eu partia para cima deles era sufocante.
Não via Jacob em canto algum.
Senti meu peito se comprimir dolorosamente.
Então uma lembrança me levou a outro lugar.
O sonho de Kate. O abraço daquela criança na avó de Kate. Mas naquela imagem ouvia a voz dela clara e alta.

“ Dois amores, uma única escolha. E um sacrifício. ”

Um sacrifício?

Então mais uma lembrança preencheu minha mente.
Um sonho que ignorei antes, mas que parecia ser muito importante agora.

– Leah você é uma isca. Toda fêmea da sua espécie esta presa, você é a ultima, e só esta livre, pois é a isca. Escute, o que vou te pedir é doloroso, mas lute por ele, aja o que houver. “Não o deixe agir somente por você, mostre a ele do Você é capaz, se fizer isso, os dois ficarão mais fortes e futuramente nada mais poderá separá-los.”


Um estalo me fez abrir os olhos no mesmo momento, que a imagem da mão de Jacob desapareceu na minha mente.
Como pude ser tão burra, e não perceber?
Não montei o quebra cabeças antes, pois fui desatenta.
Não consegui mais dormir.
Precisava voltar para a reserva rapidamente.
Abracei Jacob com força.
– Hum, quero acordar desta forma todos os dias. – ele segurou meus braços.
– E vai. – prometo. – Agora precisamos ir meu amor. Preciso fazer tantas coisas que não sei por onde começar.
– Deveríamos ficar aqui e esquecer o Mundo lá fora. Isso seria uma ideia bem melhor. – ele sugeria, enquanto seus dedos passeavam pela minha cintura.
– Seria, mas a realidade é outra. – levantei num salto e me afastei.
Jacob tinha um sorriso no rosto, que desapareceu assim que ele notou algo na minha expressão.
– O que esta havendo? Tem algo errado, o que foi? – o tom de voz dele era totalmente inebriante, como um laço magnético.
Respirei fundo, pois as palavras que eu não queria soltar, antes de ver Kate estavam querendo sair sem controle.
Tentei focar nos sons na autoestrada, e fugir daquele tom de voz dele.
– Não esta havendo nada. E por favor, Jacob, não use mais esse tom de voz. Não comigo. – o abracei, tentando disfarçar a ansiedade.
– Claro claro. – ele não estava convencido.
– Escute, mais tarde voltamos para cá, quero conversar com a minha Mãe, e Seth sobre a situação com Mike. É hora de reassumir minha matilha, essa situação na minha vida tem me afastado deles, e não posso deixar isso acontecer. – tentava não transparecer, minha preocupação.
– Desculpe, sou Eu querendo ter você mais tempo do que posso. – ele me abraçou e selou nossos lábios.
Me soltei do aperto de seus braços, para colocar minhas roupas.
Ajeitamos o chalé, e voltamos para a reserva.
No meio do caminho a chuva ficou intensa, assim como o frio também.
– Chegamos. – Jacob parou em frente à casa da minha Mãe, ele me encarava sério. – O que esta te incomodando Leah? Sei que existe algo.
Respirei fundo.
– Talvez seja minha preocupação com essa situação, de ser um alvo sabe? E não saber sequer o motivo disso. – menti.
– Vamos resolver isso, e você vai voltar a ter uma vida normal. – bufei sarcástica. – Dentro da sua realidade claro. Não se preocupe Leah, não deixarei nada acontecer com você. Eu prometo.
Me aproximei dele, e segurei seu rosto em minhas mãos.
– Eu também não, e faço a mesma promessa, Jake. Será assim sempre. Dois feitos de um, e nada poderá mudar o fato, que um sempre vai lutar pelo outro. – o beijei apaixonadamente.
– Eu te amo minha morena. – sorri com a maneira que ele me chamou.
– Eu também meu Alfa. – o sorriso largo nos lábios dele, me serviria de impulso. – Ate mais tarde então?
– Claro, vou até Forks agora, tratar das passagens, e os últimos acertos, depois ficarei por aqui com os outros ajudando no treinamento dos Lobos, que estão cada dia melhores, com as técnicas de Eike e Graham. – Jacob me deu um selinho.
Desci do carro, e fiquei observando ele partir.
Me concentrei nos batimentos cadenciados do seu coração.
Assim que não pude mais ouvir.
Corri pela praia em direção à casa de Kate.
A chuva era forte, mas eu tinha urgência em falar com ela.
Kate estava sozinha em casa, Collin e Quill estavam por ali na mata.
Embora estivessem distantes, podia ver nos olhos deles a preocupação.
– Fiquem tranquilos, estou bem, podem ir, eu estarei por perto. – eles apenas balançaram positivamente as cabeças.
Esperei eles se afastarem, e bati na porta de Kate.
Ao abrir ela se surpreendeu com a minha expressão diante de seus olhos.
– Leah! Pelos céus o que houve? – ela me puxou para dentro.
Só neste momento eu poderia deixar toda a sensação ruim a que venho contendo desde que abri os olhos esta manhã, correr livre pelo meu corpo.
– Como eu pude ser tão idiota Kate, como eu pude não ver o que esta diante dos meus olhos há meses. – sentei no chão próximo a porta.
– Leah o que esta havendo? – ela se agachou diante de mim, na tentativa de ajudar.
– Eu nunca entendi o que alguém poderia querer comigo Kate. Porque Eu? Venho tendo todos esses sonhos, vendo Jacob devastado, preso. Ou vendo apenas o que queria ver, nos recados destes sonhos Kate, demorei tanto para montar esse quebra cabeças, que talvez já esteja a ponto de estragar nossas chances de vencer, seja lá o que for. – levantei, tentando enxugar as lágrimas que insistiam em cair e molhar ainda mais meu rosto.
– Por favor, explique, me deixe te ajudar Leah, confie em mim. – ela segurou minha mão.
– Não sou eu o alvo Kate, nunca foi. Eu sou apenas a isca, e o pior, ele mordeu Kate. Nós mordemos. – uma ponta de desespero ameaçava me dominar.
– Como assim não é você, do que esta falando Leah? – ela estava confusa, mas ao mesmo tempo, parecia ter encaixado a peça, que faltava, assim como Eu.
– Eles querem Jacob Kate. Eu sou apenas uma isca, que ele mordeu ao voltar para Forks. Eu preciso da sua ajuda, preciso saber como encontrar quem esta por trás de tudo isso. Eu preciso protegê-lo Kate, assim como ele voltou para fazer o mesmo por mim. – me sentia sem ar.
– Como faremos isso? – ele segurou minhas mãos com firmeza.
– Você vai aprender a usar suas visões, e faremos isso rápido. Você, e Reneesme juntas podem conseguir. As visões dela são caminho para as suas, tenho certeza disso. Vamos proteger quem amamos. – uma força desconhecida despontava no peito.
– Conte a ele Leah, Jacob saberá o que fazer. – Kate sugeriu.
– Não posso, ele vai se colocar em risco, tenho certeza Kate. E não posso arriscar a vida dele, antes mesmo de saber contra quem, ou o que estamos lutando. Farei o possível para afasta-lo, nem que pra isso precise, ferir, magoar, e despedaçar seu coração, vou mantê-lo em segurança. Longe daqui. – um vazio por deixar essas palavras soltas no vento, cresceu tão rápido no meu peito, que me causou um mal estar.
– Não faça isso Leah. Não faça. – Kate me encarava com a dor de quem sabia exatamente o que afastar a quem se ama pode nos causar.
– Nos sonhos a Mãe dele me disse que somente Eu poderia salvá-lo. Se eu fizer isso agora, posso ganhar foco, e descobrir contra o que estamos lutando. Depois Kate, eu irei atrás dele até no Inferno se for preciso. – a decisão de manter Jacob a salvo, era a mais importante neste momento.
– Então eu vou ajudar você a trazer seu amor de volta. Vou começar fazendo isso agora. – ela segurou minhas mãos. – Vamos descobrir o que minha mente é capaz de fazer.
– Vamos. Pois nada agora é mais importante do que descobrir contra o que vamos lutar. E qual o interesse deles em Jacob. – sentei no sofá de Kate. A decisão de afastar o homem que eu amo, foi a mais difícil que tomei em toda a minha vida.
– Vai ser difícil Leah. – Kate me olhava com lágrimas nos olhos.
– Eu vou te ajudar. – tentei passar segurança a ela, e não deixar a angustia me dominar.
– Não estou me referindo a isso. Será difícil para você afastar Jacob. Eu não conseguiria jamais fazer isso. – ela segurava minhas mãos, na tentativa de não me deixar desmoronar.
– Não Kate, difícil seria vê-lo se machucar, para salvar algo que não corre perigo. Todo passo que der agora, será apenas para não perder, não sofrer eternamente sem ter ele, ou simplesmente saber que Jacob esta bem. Não Kate, não vou sofrer, pois não vou deixar de amar, e ter a certeza que é ao lado dele que vou passar o resto da minha vida, ou a eternidade. – sequei a ultima lágrima que deixaria cair por este motivo. Não vou mais derrama-las, pois afastar Jacob não será uma despedida, será apenas algo necessário, e temporário.
Ele foi forte o suficiente para viver distante, tentando quebrar o Imprinting, por me amar, e não poder mais me dar metades. Eu serei forte para manter o coração dele batendo, mesmo que para isso eu o magoe.
Levantei do sofá e sem nada dizer sai dali.
A chuva levaria embora a covardia em saber o quanto faria Jacob sofrer com essa atitude.
Caminhei até minha casa, que mais uma vez estava vazia.
Entrei e fui direto ao banheiro. Entrei no chuveiro de roupa e botas.
Fiquei um bom tempo assim até rasgar todas as roupas no meu corpo.
– Você precisa apenas seguir em frente, e fazer o certo Clearwater. Apenas isso.
Me sentia cansada, sem fome, apenas com a mente pesada.
Me enrolei na toalha, e fui para o meu quarto, e me joguei na cama.
– E se eu contasse a ele? Como Jacob iria reagir? – tentava me enganar e acreditar que ele não reagiria com descrença. Mas infelizmente a realidade é que ele vai agir assim. Com descrença.
E se alguém pudesse convencê-lo que talvez minhas descobertas sejam reais.
Me ajeitei no travesseiro e segundos depois o sono me venceu.
Um rosto me despertou, sem eu ter consciência de quanto tempo havia adormecido.
Talvez eu tenha uma esperança antes, de magoar Jacob.
Existe uma pessoa que pode me ajudar.
Uma pessoa que embora eu odeie admitir, exerce algum tipo de poder sobre Jacob, ou simplesmente se entender, pode fazê-lo entender também.
Jacob não quebrou o Imprinting, ele apenas não cedeu a ele, mas está ligado a Moira enquanto eles estiverem vivos.
Moira pode me ajudar.
Coloquei uma roupa qualquer, respirei fundo e saltei a janela.
Precisava tentar de tudo, antes de machucar Jacob.
E o faria.
Ao chegar alguns metros da casa onde Jacob estava vivendo, Moira olhava na minha direção da varanda.
Vim aqui deixando meu orgulho, e temperamento de lado, pois o amo o suficiente para saber, que Moira, pode dar uma perspectiva a ele, que talvez eu não consiga.
– Precisamos conversar. – cruzei os braços fora da varanda.
Ela respondeu com o olhar de quem sabia que o assunto ia alem de um imprinting.
Pelas batidas aceleradas de seu coração, Moira sabia que a vida dele corria perigo.
Infelizmente, o meu olhar não desmentia.
– Ele esta correndo perigo, não esta? – a pergunta era tão firme, quanto e resposta positiva em meus olhos.
– Esta.
Mesmo odiando a situação, eu sabia que alem de mim, ela faria qualquer coisa para manter o coração dele batendo.
Então façamos juntas, por ele.


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Notas finais do capítulo

Ninguem deu o chute certeiro estão vendo rs.
Não tentarei propor mais chutes, pois os motivos, ah esses eu DUVIDO alguém aqui acertar rs.
Bem meninas esperamos de coração que vocês estejam gostando.
Leitoras que estiverem no face, me deixem um recado, ou passem o link aqui, sempre tenho Spoliers no meu mural.
Frases e partes do capitulo que não foi postado ainda.
Meninas próximo Capitulo continua na visão da Loba ok.
Beijos em todas e prometo não demorar.
ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh
A CP ganhará uma história adicional.
Esta história vai se entrelaçar com o que começou a acontecer neste capitulo, só que vamos conhecer a origem de tudo.
Será uma SHOT-FIC, que traz a história de Sara Black e Billy Black, muito antes do nascimento de Jacob.
Será Maravilhoso conhecer as raízes de tudo que veremos aqui na CP.
Deixo no próximo capitulo o link aqui para vocês.
Beijos a todas.
Voltamos mais rápido desta vez...



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