Circulo De Paixões. escrita por Lorys Black


Capítulo 25
Capítulo 24 - Bônus - POV Mike Newton


Notas iniciais do capítulo

Oi Matilha!!!
Valeu pelos comentários do capitulo anterior, apesar de achar que merecemos mais...
Sejam bem vindas Aline Souza, Greice Kelly e Katy Clearwater...são lobas queridas que gostam de outro shipper, mais estão nos prestigiando aqui e comentando..Valeu mesmo..!!!
Desculpem a demora, eu deveria ter postado no domingo, mais aqui pro meu bairro tá um problema sério de faltar energia que é a treva...afs
E mais uma vez avisando que vamos responder aos comentários, aos poucos vamos atualizar as respostas...
Sem mais delongas, vamos ao capitulo, esperamos que gostem!!!
BOA LEITURA!!!



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“Não é bom dizer mentiras. Mas quando a verdade puder trazer uma terrível ruína, então mentir, também é perdoável.”

Sófocles

A chuva despenca incessante do céu. Há dias todas as noites chove da mesma maneira.


Olhava a escuridão vazia, da mata.


Desci ate a sala, peguei o telefone e disquei o numero, esperando impaciente que ele fosse atendido por ela.


– Alô. – nem a voz tranquila da minha sogra me fez relaxar.


– Oi Sue, tudo bem? É o Mike. – como se ela não soubesse.


– Oi Mike. Esta tudo bem. – ela respondeu simpática.


– Sue, cheguei a casa e Leah não esta, como ela não me disse nada sobre viajar esta semana, gostaria de saber se você sabe dela? – sentei enrolando o fio do telefone em meus dedos.


– Ela passou aqui Mike, e deve estar chegando por ai. – respirei aliviado.


– Obrigado Sue. – ela disse mais algumas palavras e desligou.


No mesmo momento, escutei o carro da minha esposa parar na porta.


Leah abriu a porta ensopada.


– Leah, eu estava preocupado, não sei por que carrega o celular se não usa, poxa... – o restante da frase morreu quando vi a expressão atormentada em seu rosto. – O que houve? – corri em sua direção.

– Eu, eu... – ela encostou-se à porta e sentou no chão. Com o rosto entre as mãos. – Não consigo Mike. Eu não sei mais o que fazer, não consigo respirar direito, não consigo pensar. Estou perdida. – um aperto massacrou meu peito.


– O que eu posso fazer? – a abracei. – Me deixa ajudar?


– Não posso. E dói tanto, não ter todas as respostas, ter duvidas, saber o que quer, e mesmo assim querer outra coisa. – as palavras saiam sem sentido.


– Vamos, venha tomar um banho, amanhã você procura respostas, hoje não. – levantei e estendi a mão em sua direção. Ela segurou e levantou.


– Eu sinto muito. – uma sensação estranha tomou conta do meu peito.


– Vamos. – subi a ajudei ela entrar no banho. Leah ficou em baixo da água por mais de uma hora. E eu aqui com essa sensação, de que algo sério esta acontecendo.


Troquei-me, escovei meus dentes e deitei.


Ela saiu do banho, e sem nada dizer deitou ao meu lado, se virou e dormiu.

Fiquei mais de uma hora observando.

Leah sempre foi diferente. Depois do nosso casamento, ela me contou que ia fazer parte do corpo de paz, viajaria muito a qualquer momento. Não me opus porem sempre achei algo estranho, uma peça solta.

De uns dias para cá ela esta tensa, triste, irritada.

Como se estivesse brigando com ela mesma, o tempo todo.

E percebi que não estava com ciúmes, ou com uma cisma boba. Há algo errado. Muito.

Fiquei por um tempo indeterminado acordado, ate que o cansaço me venceu.

Acordei e Leah não estava ao meu lado.

– Porcaria. – levantei ainda zonzo pelo sono. – Leah? – não houve resposta. – Droga.

– Mal humorado? – ela parou na porta com uma bandeja nas mãos.

Sentei na cama, esfregando os olhos.

– Não, preocupado, achei que você não estava em casa. – ela sentou na cama, colocando a bandeja nas minhas pernas. Não desviei meus olhos dos dela.

– Me desculpe por ontem, estava nervosa. – ela segurou minha mão.

– Você tem estado assim Leah, o que esta havendo? – coloquei a bandeja de lado.

– Nada de mais. – ela baixou os olhos.

– Não minta. Esta havendo algo, eu posso sentir. Conte. – levantei seu queixo.

– Eu vou te contar Mike, prometo. Ando adiando, mas não farei mais. Só preciso de um tempo. – senti um mal estar, minha garganta secou por um segundo. Apenas assenti.

– Tudo bem. Não tenho pressa. Confio em você. – ela se remexeu inquieta.

– OK. Vou trabalhar. – Leah levantou e deu uma olhada no espelho. – Bom dia. – ela me deu um selinho e partiu, nas escadas deu um grito. – Volto para o jantar.

Escutei a porta bater.

Ela se despediu sem dizer Eu Te Amo.

Novamente senti um incomodo quase palpável.

– Perdi a fome. – coloquei a bandeja ao lado da cama, cobri a cabeça e voltei a dormir.

Ouvia o celular e o telefone de casa tocar, estridentes.

Por algum tempo consegui ignorá-los.

Percebendo a insistência, resolvi atender o que tocasse primeiro.

Foi à vez do celular.

– Alô. – não olhei no visor para saber quem era.


– Mike, pelos céus onde você se enfiou? – a voz aflita da minha Mãe denunciava. Algo havia acontecido.


– O que foi? – sentei na cama, em alerta.


– Mike, precisamos ir a Port. Angels houve um incidente com seu Pai. – um desespero tomou conta do meu peito.


– Chego ai em alguns minutos. – desliguei o telefone sem saber ao certo o que estava fazendo. Perguntar a ela o que houve, poderia me cegar neste momento.


Troquei-me rapidamente.


Sai e lembrei que não havia deixado sequer um bilhete para Leah. - Merda. – dirigi em direção ao centro da reserva.


Passarei na loja e avisarei quem estiver por lá. Chegando ao centro, vi que a loja estava fechada. Procurei o celular nos bolsos da calça.


– Onde você esta Leah? – o celular dela estava desligado, como sempre. – Droga.

Tentei o numero de Sue. Na casa ninguém atendeu. Então liguei para Kate. No segundo toque ela atendeu.


– Bom Dia Mike. – sua voz animada, sempre.


– Kate, eu estava tentando falar com a minha esposa, porem o telefone dela como sempre este desligado, e a lo... – antes que eu continuasse, ela me interrompeu.


– Estamos no estoque e hoje a Kim faltou. – seu tom de voz continha algo indecifrável.


– Entendi, poso falar com ela um instante Kate? – queria levá-la comigo até Port. Angels, para saber o que houve com meu pai.


– Um minuto Mike, ela esta atendendo uma cliente, agora. – meu coração acelerou.


Onde ela estava?


– Oi Mike. – o tom de voz sem graça não combinava com Leah. – Ocupada amor? – empurrei as palavras.


– Um pouco, a loja esta movimentada. – o que eu ia dizer morreu ali.

Aquela impressão, que havia algo diferente no tom de voz, das duas, tanto Kate, quanto Leah, agora estava claro.


Era mentira.


Desci do carro, caminhando para o fundo da loja.


– Aconteceu algo? – a timidez no tom de voz, ainda estava ali.


– Não, apenas queria saber se posso passar, por ai no horário de almoço? – especulei.


– Podemos deixar para amanhã? Pois eu e Kate, vamos visitar alguns clientes daqui a pouco, e não voltarei a tempo. Inclusive amor, talvez vá a Seattle, para resolver algumas coisas e não volte mais hoje. – a loja estava totalmente vazia.


– Mais tarde nos falamos então. – as palavras saíram robótica mente. – Beijo.


Ao desligar o telefone, parecia entorpecido. O que a levaria mentir desta forma? Qual motivo?


Entrei no carro em direção a Forks, sem querer de fato encontrar alguma resposta. Precisava saber o que estava havendo com meu Pai.

Saber o que estava havendo no meu casamento ficará em segundo plano neste momento.


Segui em direção a casa dos meus pais, com a cabeça a mil.

Ao chegar minha Mãe estava na porta, com uma ou duas vizinhas. Estava pálida, e agoniada.


– O que houve? – desci do carro e a abracei.


– Não sei ao certo Mike, uma mulher ligou, dizendo que ele esta no hospital de lá. Ai meu filho vamos logo. – ela segurava firme, a gola da minha camisa.

– Acalme-se Mãe, vamos para lá agora. – a ajudei entrar no carro.

O caminho parecia interminável.

Ao chegar ao hospital em Port. Angels fomos levados até uma sala de espera.

Os minutos pareciam pesar toneladas. Queria saber o que estava havendo.

Finalmente uma médica veio até nós.

– Prazer sou a Doutora Jones. – ela estendeu a mão na direção da minha Mãe, logo em seguida em minha direção.

– Onde esta meu marido, como ele esta, porque esta aqui? – minha Mãe não conseguia ordenar as palavras. A aflição não permitia.

– Ele esta bem agora. Esta apenas sendo medicado. – o tom de voz calmo, deveria ser rotina, pela profissão.

Envolvi minha Mãe em meus braços.

– Doutora o que houve? – tentei ser objetivo.

– Ele sofreu uma queda de pressão, devido aos remédios que esta tomando. – meu coração disparou.

– Remédios? – eu e minha Mãe, perguntamos em uníssono.

Ela nos olhou como se não estivesse entendo nada.

– Sim. Por conta do tratamento. – ela nos olhava, especulativa, ao notar nossa reação, a clareza a atingiu. – Ele não falou nada, certo?

– Não. – minha voz saiu fraca, um pressentimento ruim se apoderou do meu corpo.

Minha Mãe apenas, balançou negativamente a cabeça.

– Vocês devem conversar com ele antes. – ela estava visivelmente sem graça.

– Não. – minha Mãe a impediu de sair da sala. – Você começou e vai terminar, e fará isso agora! Vamos fale, de uma vez.

– Bem, isso não é comum, porem agora, ele vai precisar de um tratamento mais agressivo. – as palavras que saiam da boca daquela mulher, de aparência tranquila, pareciam tão irreais, que eu pareço estar sonhando. Será que não estou?

Meu Pai, aquele homem forte, vem lutando contra uma doença degenerativa, há alguns anos. O tratamento o ajudou e muito, porem agora, e não consegui assimilar como, os rins e fígado dele, estão comprometidos. Ele precisara fazer hemodiálise, tratamento que vem sendo recusado por ele, pois ele deverá realizá-lo em um hospital.

Certamente, a recusa, se deve ao fato, dele não ter contado para ninguém.

Minha cabeça parecia fora do meu corpo, eu sentia como se meu coração estivesse na palma da minha mão hoje. Essa sensação ruim me acompanhou durante todo dia.

– Pode marcar a primeira sessão, para ontem, ele vai começar a fazer isso. Não sairá deste hospital sem fazer. – a voz decidida da minha Mãe me tirou do torpor estranho, que dominava minha mente. – levante-se Mike. Seu Pai não vai morrer, e não vamos nos abalar com essa noticia nem por um segundo, ouviu? Se ele teve forças para lutar durante anos, sem nos deixar perceber, somos fortes o suficientes para ficar ao lado dele, sem achar que ele esta morto.

Me levantei com a postura, espelhada naquela mulher falante, que nem de longe lembrava minha Mãe neste momento.

– Ele, que não ouse nos contrariar, certo? – segurei forte suas mãos.

– Isso meu filho. Eu tenho certeza, que ele não vai ousar. – ela se virou para a médica. – Agora a senhora vai nos explicar como é o tratamento, e qual estágio meu marido se encontra. Sem porcentagens, pois não ligamos para isso. Ele vai lutar e isso é o que precisamos saber.

A Doutora nos explicou todo o processo que meu Pai, vem atravessando. As chances de melhora são muito grande, caso ele se trate corretamente.

Fizemos milhões de perguntas. Senti-me exausto, e ao mesmo tempo forte, pensando na luta que vamos enfrentar.

Fomos ao quarto onde ele estava após a conversa com a médica. Meu Pai dormia tranquilo. Segundo a médica os remédios que ele havia tomado o fariam dormir ate amanhã.

Minha Mãe me pediu algumas roupas, e que eu fosse para minha casa, descansar. Ela dormiria com ele no quarto já que havia cama ali.

Depois de muita relutância concordei.


Durante todo o caminho tentei exaustivamente falar com Leah. A chuva era intensa, e minha necessidade em ver minha esposa era maior que qualquer coisa.

As luzes da minha casa estavam apagadas, não desci do carro. Parti em direção a casa da minha sogra.

Desci correndo, tentando não ficar ensopado, toquei a campainha algumas vezes. Nada.

– Mas que Diabos. – sentei na cadeira na varanda e esperei alguns minutos.

Porem o cansaço já dominava meu corpo.

Dirigi ate minha casa. Vazia e escura.

Acendi as luzes.

Ao entrar, me deparei com um bilhete de Leah.

Mike. Ficarei fora durante dois dias amor. O corpo de paz me requisitou, de ultima hora
Tentei falar no seu celular, e não consegui, assim que puder te ligo. Amo-te.
Leah.

Amassei o papel.

E não só porque, ela não esta aqui. Mas por admitir pela primeira vez em anos, que talvez esta história de corpo de Paz, não exista.


Estranhamente, sinto que ela não me traiu, é algo que não consigo identificar.


Subi para o meu quarto, e abri o guarda roupa.


Aparentemente não faltava nenhuma roupa ali. Nenhuma mala havia sido levada.


– Acalme-se Mike. Você esta cismado, é apenas isso. – repeti a mesma frase, durante algum tempo.


Tomei um banho demorado. Um turbilhão de pensamentos preenchendo minha mente.


Leah. Meu Pai.

E apenas Leah, me deixava com essa sensação esmagadora de perda.


Não estava conseguindo respirar ali dentro.


Desci as escadas em direção a sala, a procura das chaves do meu carro.


A chuva ainda era intensa.


Ia ate a casa dos meus Pais, arrumar as coisas da minha Mãe, e quem sabe ficar por lá esta noite.


Mesmo com a chuva, alcancei a estrada de Forks rapidamente.


No centro de Forks, as luzes iluminaram escuridão da estrada.


Essa época do ano as ruas principais ficam movimentadas. Decidi pegar um atalho, por algumas ruas intermediárias, elas são desertas e chegarei rapidamente.


Senti meu celular vibrar em meu bolso. Ao tirar o aparelho, meu coração disparou, pois o nome de Leah estampava o visor.


Fui atender e o aparelho escapou das minhas mãos.


Um único segundo.


Não consegui assimilar ao certo o que houve. Perdi o controle do volante um único segundo.


Um maldito único segundo.


O freio parecia não existir mais.


Tentei desviar de duas coisas.


Uma mulher.


Um carro.


Não sei ao certo, se consegui fazer algumas delas.

Mas o impacto do carro sendo esmagado em algo, e meu corpo ser lançado, foi incrivelmente violento.

Nada fazia sentido, durante um tempo indeterminado. O silencio era opressor.

– Socorro. – um fio de voz foi tudo que consegui tirar da garganta.

– Você não pode fazer isso. – uma voz, ou seria apenas delírio?


– Já fiz. – senti uma mão levantar minha cabeça. – Oi, sei que você pode me escutar, então preste atenção na minha voz ok?! Você consegue fazer isso?


http://youtu.be/yedD4JsZyT0


Tentei ganhar foco.

Minha visão era turva.

– Sim consigo. – empurrei as palavras.

– Então me olhe, vamos lá abra os olhos. – respirar fundo doía, tanto. Porem lutei e o fiz.

Abri meus olhos.

Um par de olhos verdes, ofuscantes, iluminava tudo a sua volta. Eu devo estar delirando, pois era a única coisa que eu via.

– Agora seja forte. – senti meu corpo ser tirado do chão. – Promete que vai ser?

– O que você esta fazendo? – o medo ameaçou tomar conta de mim.

– Salvando você. – a tom de voz era melodioso.

Comecei a sentir um frio desesperador.

– Estou com tanto frio. – as palavras saiam sem rumo.

– Que bom. Sabe, estamos em pleno inverno, sentir frio é normal. – o tom de voz, parecia conter um sorriso.

Senti meu corpo entrar em contato com o frio novamente.

– Merida você tem certeza? – outro som diferente, mais grave, porem parecia estar a quilômetros de distancia.

– Claro, vamos lá, me ajude. – senti um algo quente na minha orelha. – Você ainda não prometeu que será forte.

– Prometo. – soltei as palavras, pois aquela voz me transmitiu uma tranquilidade imensa.

O frio ameaçava congelar meus ossos.

Fechei os olhos, e sonhei.

Via uma garota, correr pela mata. Linda. Livre.

Ela brincava com duas outras meninas.

Mas eu conseguia ver apenas uma, com nitidez.

Morena, de olhos verdes ofuscantes.

Parecia estar vendo um filme, com passagem de tempo.

Era tão real, que me sentia ao lado dela, vivendo tudo aquilo nas imagens.


A medida que a garota ia crescendo, ia sentindo meu corpo se aquecer.

Não havia mais dor alguma. Ou frio.

– Hei. – uma linda mulher parou diante dos meus olhos. Sequer havia notado tê-los aberto.

– Oi. – eu não conseguia dizer nada.

– Bem vejo que você cumpre suas promessas. – o sorriso preenchendo os lábios dela era lindo.

– Na maioria das vezes. – dei um passo à frente. – Qual o seu nome? Acho que você me salvou. Obrigado.

Ela sorriu.

– De nada. Agora você precisa acordar e seguir em frente esta bem? – ela ficou a centímetros de mim.

– Como me salvou? O que houve? Isso é realidade, ou estou sonhando? – ela deu de ombros, o sorriso ainda nos lábios, achando graça a minha confusão.

– Um pouco de tudo. Salvei-te, você me salvou. Esta sonhando, e tambem são realidade – ela me olhava de uma forma diferente.

– E como saberei se estou sonhado? Eu a verei novamente? – não sabia ao certo que sentimento me dominava agora.

– Não saberá. E infelizmente, não poderei mais vê-lo. – seu olhar perdeu um pouco do brilho.

– E por que não? – tentei me aproximar novamente, ela deu alguns passos para trás.

– Por que eu não poderia mentir para você. E a pergunta é: Você aguentaria a verdade? – sentia a distancia aumentar.

– Se você não tenta, não saberá. – tentei me aproximar porem ela estava tão distante.

– Lembre-se. Seja forte. E tudo vai se encaixar. – ela desapareceu diante dos meus olhos.

Incrivelmente rápida.

– Senhor, esta tudo bem? – abri os olhos e um homem mexia no meu peito.

– Onde eu estou? – a confusão me atingiu.

– Em uma Rua de Forks, o senhor sofreu um acidente, e uma moça nos chamou para ajudá-lo, pois o senhor desviou do carro dela. – tentei me mover, porem o homem colocou a mão no meu peito.

– Acalme-se esta bem? Vamos ver se esta tudo bem no hospital. – outro homem, segurou meu pescoço e colocou algo ali que me impedia de ver a rua e movimentar meu pescoço.

– Onde esta a moça que ligou para vocês?Onde? – estranhamente um desespero tingiu meu tom de voz.

– Aqui. – uma mulher desconhecida apareceu diante dos meus olhos. Não era a mesma do meu sonho, ou delírio.

– Obrigado. – soltei as palavras.

Fui levado ao pronto socorro de Forks, submetido há alguns exames, e após algumas horas, recebi alta.

Não havia osso algum quebrado, ou maiores cortes, apenas alguns arranhões.

Porem minha mente estava terrivelmente confusa.

Pedi um taxi na recepção, na saída reconheci o paramédico que havia me atendido.

Perguntei pela morena que viu o acidente, e ele informou que se tratava de uma turista.

Ou seja, jamais ia vê-la novamente.

O táxi me deixou na porta da casa dos meus Pais.

Parecia surreal, o que havia acontecido esta noite. Alias o que estava acontecendo durante todo o dia.

Meu Pai, meu casamento, um acidente, e um delírio tão real.

Percorri cada cômodo da casa dos meus Pais, queria ter certeza que estava acordado desta vez.

Me deitei no sofá e adormeci.

....

Acordei com o toque de Mary, a empregada da casa dos meus Pais. Ela é praticamente, u membro da família.


– Mike. Telefone para você. É a Senhora Newton. – sacudi a cabeça empurrando a sonolência para longe.

Peguei o telefone apressado.


– Esta tudo bem? – a preocupação dominou meu corpo.

– Esta meu bem, apenas queria pedir alguns livros para o seu Pai. – um alivio me dominou.

– Vou levar Mãe, e como ele esta? – Mary deixou uma xícara de café ao meu lado.

– Esta bem meu filho. Confiante. Agora vá tomar seu café, não tenha pressa. Já falei com os gerentes nas lojas e eles vão cuidar de tudo.

– Venha após o almoço. Mande um beijo a Leah. – assenti e me despedi dela.

Tomei um banho demorado, minha cabeça estava trabalhando de uma forma totalmente diferente neste momento.

Não sabia ao certo se era de forma positiva ou não.

Era a maldita alucinação. Tão real. Palpável.

Desliguei o chuveiro e me troquei rapidamente.

Desci as escadas correndo. Peguei as chaves do carro da minha Mãe, e sai.

– Mike o café esta na mesa. – Mary gritou na porta. Eu já estava no carro.

– Estou com pressa. – liguei o carro e parti.

No caminho liguei para a seguradora, e fui informado onde o carro estava.

O carro iria passar por uma pericia.

Fui recebido por uma atendente simpática, e levada ate o local onde o veiculo estava.

Ao abrirem a garagem minha garganta secou.

O carro mais parecia uma lata amassada por um elefante.

Fiquei olhando e tentando puxar minha ultima lembrança dirigindo ele.

A parte da frente estava totalmente destruída.

– Como, eu saí sem um único arranhão daí? – falava sozinho, olhando a destruição do carro.

Um rapaz veio em minha direção com um pequeno envelope lacrado.

– Bom dia. – ele estendeu a mão, fiz o mesmo. – Esses são os objetos que encontramos em seu carro Senhor. – ele entregou o pequeno pacote em minhas mãos.

Dentro do pacote estava meu celular, os documentos do carro, algumas bobeiras, e uma corrente desconhecida.

Tentei avisar que aquilo não era meu, porem o rapaz não estava mais ao meu lado.

Aquela sensação de que aquilo esta, onde deveria de repente dominou meu peito.

Coloquei tudo no lacre e sai dali.

Liguei meu celular e havia algumas mensagens da minha esposa.

Retornei porem, e como sempre o celular estava desligado.

Fiquei ouvindo a voz dela na mensagem da caixa postal.

Não deixei nenhum recado.

– Preciso tanto de você Leah. Tanto. – sentia uma necessidade de desabafar, de abraça-la.

Passei na casa da minha Mãe. Mary havia arrumado uma pequena mala. Com roupas, alguns livros, para os dois. E os objetos pessoais do dia a dia da minha Mãe.

Conhecendo-a bem eu sabia que ela ficaria ali por muito tempo.

Sai dali em direção a minha casa.

Chegando lá, notei que a diarista já estava por ali. Disse um oi, e subi para trocar de roupa.

Deitei na minha cama e o cheiro de Leah me fez relaxar um pouco.

O dia seria cansativo, e não fazia idéia de quando veria minha esposa.

Respirei fundo e fui enfrentar meu dia.

.......................



O hospital foi massacrante.

Meu Pai. Tentando amenizar a doença.

Minha Mãe, se segurando para não explodir e bater nele, por ter escondido isso de nós.

Eu, tentando não explodir pelo mesmo motivo que ela esta segurando. A vida dele agora é o mais importante. Depois nos preocupamos com o que foi dito, ou não.

Fiquei no hospital ate o anoitecer.

Cheguei à casa exausto.

Na secretaria haviam dois recados de Sue. Ela me convidava para jantar em sua casa, já que Leah estava fora.

Não sentia a menor vontade de sair de casa hoje.

Subi as escadas e tomei um banho demorado. Deitei-me querendo apenas dormir.

Ao fechar os olhos, todas aquelas imagens da menina, invadiram minha mente.

Estranhamente eu parecia estar ao lado dela, nessas lembranças.

Então algo chamou minha atenção. A corrente em seu pescoço.

– Meu Deus. – dei um salto da cama. Procurava pelo envelope, que recebi esta manhã.

Rasguei o lacre e o abri.

Era a corrente, no pescoço da mulher, que preenchia minhas lembranças.

– Eu não estava sonhando?Eu não estava sonhando? – me sentei na cama. – Droga, eu não estava sonhando. O que isso quer dizer? Eu estou louco, ou essa mulher existe? O que aconteceu comigo naquele carro?

Sinto minha cabeça pesada.

Mas há algo que posso confiar. Esta corrente esta em minhas mãos.

Resolvi ir jantar na casa de Sue.

Me vesti rapidamente, coloquei a corrente no bolso e sai.

Não seria saudável ficar em casa sozinho agora.

Liguei para Sue e avisei que já estava a caminho. Ela como sempre foi amável.

Cheguei e percebi a movimentação dentro da casa.

Apenas fique calmo. Seja forte. – repetia mentalmente. Já que não contaria nada sobre meu Pai, e o acidente a Sue. Não posso alarmar Leah. Vou esperar seu retorno.

Respirei fundo e desci do carro.

A casa dos pais de Leah é acolhedora. Sue tem essa postura. Sinto-me bem aqui.

Cumprimentei todas as mulheres na casa. Até alcançar Charlie e um homem enorme.

– Animado o jantar aqui hoje Charlie? – meu tom era divertido, estendi a mão para ele e assim que recebi seu aperto, fiz o mesmo para o homem ao seu lado.

– Mulheres Mike, mulheres. Aquiles este é Mike, o marido da Leah. Mike este é Aquiles, um primo do Billy. – ele nos apresentou.

O homem assentiu.

– Qual o motivo da pequena reunião hoje? – precisava preencher vazios. Não queria perder a expressão leve que estava sustendo meu rosto.

– O casamento de Kate. As comidas, roupas, bebidas. – assenti, rindo verdadeiramente da expressão entediada no rosto dele.

– Venha Mike jantar. – senti a mão de Sue, no meu braço. – Coma algo.

– Sue, você conseguiu falar com a Leah hoje? – a encarei sério.

– Sim ela me disse que tentou te ligar ontem e esta tarde. Aconteceu alguma coisa? – ela colocava comida em um prato.

As lembranças do meu carro destruído, e meu Pai no hospital, preencheram minha mente.

– Não apenas alguns contratempos no trabalho. – ela me entregou os pratos. – Tentei falar com ela, pela manhã e depois à tarde e também não consegui. – informei.

– Desencontros. – Sue suspirou.

Sentei a mesa junto com Charlie e o tal primo de Billy, Aquiles. Jantamos entre algumas piadas do chefe Swan.

Estava me sentindo muito melhor. Vir jantar aqui foi realmente uma boa atitude.

Estava estranha a ausência de Seth, Kate, Reneesme e Embry por aqui esta noite.

Perguntei a Charlie, e aparentemente todos estão ocupados com o casamento.

Conversava com Charlie, quando uma sensação estranha dominou meu corpo.

Não sei descrever que tipo de sensação, é essa, mas automaticamente virei para trás.

Meus olhos não acreditavam no que viam.

Ela estava diante dos meus olhos.

Fiquei totalmente sem ação diante dela.

Aquiles a chamou. Ele aparentemente a conhecia.

Quando ela notou minha presença ali ao lado do amigo, parou por um segundo, estava visivelmente espantada.

– Essa é Mérida, minha irmã. Todos foram viajar e ficamos por aqui. – apertei a corrente no bolso som uma mão. A outra estendi em sua direção. Eu precisava tocá-la e saber se não estava sonhando.

Sentir a pele dela em contato com a minha, me causou sensações totalmente desconhecidas.

– Prazer Mike Newton. – eu não estava louco, era ela naquela rua ontem.

E o sorriso nos lábios dela, me fez ter a certeza disso.

– Igualmente Mike. – ela parecia alheia aos meus devaneios.

Estava paralisado.

Não conseguia sair do lugar.

Charlie e Aquiles se afastaram um segundo.

– Era você não é? Ontem na rua, você me salvou. – sussurrei.

A confusão estampou sua expressão. Mas havia algo nos olhos que não conseguia identificar.

– Você esta me confundindo. Não sai da reserva desde que cheguei. Mas não se preocupe, tenho um rosto comum. – ela parecia desconfortável.

Uma ova que ela tinha um rosto comum.

Seus cabelos longos e negros, os olhos esverdeados. A cor bronzeada. E o modo de se vestir, se movimentar, demonstra que ela é singular.

Não a nada de comum ali.

– Estranho tenho a sensação que já a vi em algum lugar. – controlei a ansiedade na minha voz.

– Deve ser impressão sua só isso. Agora se me da licença. – ela me deu as costas e foi em direção à varanda, passou entre as mulheres, com uma agilidade impressionante. Fui atrás dela.

Quando cheguei ao lado de fora, ela á estava caminhando em direção a pequena trilha, que leva a praia.

– Então isso não te pertence certo? – tirei a corrente do bolso assim que pisei na varanda. Ela se virou e automaticamente levou as mãos onde a corrente estaria em seu pescoço. Caminhou de volta a varanda, com as mãos ainda no peito. Quando ela ficou a poucos centímetros de mim, notei que seus olhos estavam cheio de lagrimas.

– Foi o ultimo presente da minha Mãe. Eu jamais consegui me separar dele. – ela tocou o pingente, pendurado na corrente em minhas mãos. – Este símbolo significa união. Ela creditava que sem união, nada pode dar certo. Posso?

Ela pedia a corrente em minha mão.

– Claro. É sua. – ela segurou a corrente com um sorriso largo nos lábios, em seguida a colocou no pescoço. – Quem é você? Como fez aquilo? E você fez, certo? – mesmo sabendo a realidade, era difícil aceitar.

– O que você acha? – ela me encarava desafiadora. – A pergunta é simples, a resposta é infinitamente mais complicada. Você quer mesmo a resposta.

Respirei fundo.

– É melhor ter as dificuldades de lidar com uma verdade, do que as facilidades que a mentira traz. Prefiro a dificuldade. Nunca gostei de coisas fáceis, geralmente elas nos fazem infelizes, mais tarde. – ela sorriu mais uma vez. Encantadora.

– Sim eu estava lá. Sim eu o salvei. Mas aqui não posso dizer mais nada. – seu tom de voz firme, me mostrava que as respostas estavam encerradas hoje.

– Preciso saber por que tenho suas lembranças na mente. Como isso é possível? – estava tentando assimilar tudo, e ainda permanecer de pé.

– Você saberá. – ela deu as costas, e começou a caminhar por uma trilha.

– Quando? – tentei acompanhá-la, mas ela parecia correr e não andar.

– Não se preocupe, eu te acho. – ela parou alguns metros de distancia.

– Promete? – a palavra fugiu, pois estranhamente eu confiava nela.

– Prometo. – ela se virou e sumiu na escuridão.

Não havia mais aquele pânico desesperador na minha mente.

Eu não estava louco. Mas tinha a impressão que meu mundo havia acabado de virar de ponta cabeça.

Voltei para dentro da casa, fiquei mais algum tempo. E parti agradecendo Sue pelo jantar.


Cheguei a casa, e o vazio opressor dominando tudo. Era a saudade opressora dela. Leah.

Deitei na nossa cama, o único lugar na casa, onde me sentia bem, pois o aroma delicioso do corpo, dos cabelos dela aqui é forte, e o suficiente para me fazer ter uma noite tranquila de sono.

Ao fechar os olhos, mais uma vez a imagem da estranha mulher que salvou minha vida, preencheu minha mente.

Fechei os olhos, percebendo que de alguma forma, essa imagem me trouxe paz.

E neste momento é tudo que eu preciso.






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Notas finais do capítulo

Bem meninas, esta ai o Bônus do nosso querido Mike.
Bom temos mais um inicio nessa Fic. O inicio das descobertas de Mike.
Vamos acompanhá-las calmamente rs e nada lentamente viu rs.
Bem espero que curtam.
Bruna e Eu, agradecemos por acompanharem esta FIC.