Shinjiyuu - Memórias da Estrela da Névoa escrita por Akahime


Capítulo 2
O Nukenin da Cachoeira. Descontrole.


Notas iniciais do capítulo

Waaa... Chegou o segundo capítulo desta emocionante saga!
^^'' Gente, que horror... Só dois rewiews? Pessoal, eu sei que tem mais gente lendo... Por favor, nem que seja um "gostei", deixem rewiew, onegai!!
Algumas revelações, mais mistérios, um novo personagem bonitão... Ui, não me apedrejem por causa suspense!



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Continuação do Flashback:

 

A ANBU Usagi [1], mesmo ainda estar estudando os movimentos do adversário, não pôde deixar de olhar de relance para onde achava que vinha o grito. Ela conhecia bem o timbre daquela voz, o suficiente para saber que não era mera ilusão. O que seus olhos viram não foi algo agradável, tão pouco passou pela sua cabeça que ela própria estaria em perigo ao tentar ajudar a colega de time. Percebeu que o outro nukenin [2]  era tão habilidoso e fatal quanto aquele que estava a sua frente. “Não sei se sou párea para este tal Kakuzu, mas... Que Kami me ajude...” Deu um longo suspiro, fechou os olhos por um instante e murmurou, enquanto fazia os selos apropriados com as mãos:

 

-  Hebi, vá ajudar Tatsu e o taichou. Eu cuido deste Akatsuki... – Levantou o olhar, mirando os olhos de tom verde oliva que não desviavam de sua máscara, desafiadores, provocativos. Não tinha medo do que viria, seus companheiros precisavam de reforço, e colocaria sua vida em risco quantas vezes fosse para manter os laços que fizera a salvo.

 

-... Sozinha – O tom de voz dela era final e sem chance de mudar sua decisão.

 

- Usagi, você não pode... – Zaraki Ginko não admitiria deixar sua amiga ali, a mercê daquele mercenário frio e calculista, que a despedaçaria se lhe fosse dada a oportunidade. Olhou para o nukenin com asco. Conhecia bem a fama do shinobi de Taki [3]  através de suas diversas missões além do país da Água. Frio, cruel e sem escrúpulos, era o que todos diziam daquele que tentara matar o Shodaime de Konoha [4]  e falhara. Tentou dissuadir sua colega da decisão que esta acabara de tomar, mas foi inútil.

 

- Ou você vai... – A kunoichi interrompeu, virando-se em sua direção, os olhos voltados para o companheiro, e mesmo através da máscara ele pôde sentir o dourado tomar conta dos olhos desta. [5]  – Ou você vai sentir na pele o porquê de quase terem exterminado o meu clã... – Ela não estava brincando.

 

Ela nunca brincava.

 

- Fique tranqüilo, shinobi de Kiri [6] . Será bem rápido. Assim que eu acabar aqui, te darei a honra de se tornar parte de mim. – Kakuzu encarou o shinobi, tentando notar algum traço de medo, mas só o que encontrou foi uma risada cética vinda da garganta do ANBU, que ainda estava com as mãos posicionadas para atacar. Este relaxou a posição ao olhar novamente para a colega, que continuava irredutível.

 

- Espero que não se arrependa, minha amiga. – Desfez seu jutsu especial, que já estava pronto para engolir o monstro mascarado, e rapidamente passou por ela, de modo que ela ouvisse bem o que este pensava.

 

Você é impossível mesmo... Assovie se precisar de algo. Kiri Shunshin no Jutsu. [7] – E sumiu, em meio a uma densa névoa que rapidamente se desfez.

 

- Enfim sós. – Novamente a voz sarcástica e grave do nukenin se fez ouvir pela planície. Ela riu pela primeira vez na frente dele, um tom amedrontador para qualquer um que ouvisse. Kakuzu não se moveu, parecia se divertir também, mesmo que fosse de uma maneira bem mais macabra.

 

- Vamos com isso, nukenin... Suas palavras não ferem ninguém... - A kunoichi o olhou com tédio, já cansada dos discretos “flertes” que vinham do ninja. Ele novamente deu uma leve risada com aquela voz cavernosa, sua curiosidade sobre ela parecia aumentar a cada momento.

 

- Que pressa para morrer você tem... Mas seja feita a sua vontade, misteriosa Usagi... – Kakuzu forçou seu corpo para trás, de modo a libertar cinco criaturas mascaradas, parecendo grandes sombras. Azumi levantou uma sobrancelha, intrigada. A partir de seu dom tão bem escondido atrás da máscara ela descobrira parcialmente as habilidades daquele inimigo, mas a mente deste não era fácil de se ler, cheia de escuridão e sangue. Deu um leve passo para trás, apoiando-se melhor para conter o ataque que se seguiria.

 

- Fuuton – Atsuga! [8] – Da boca de uma das criaturas surgiu um grande vendaval, que começou a sugar e destruir grande parte da paisagem ao redor. Mais que rapidamente, Azumi começou a realizar alguns selos com as mãos, enquanto pedia a Kami que protegesse seus companheiros, pois naquele momento todos os seus esforços estavam concentrados ali. Fechou os olhos, assim que percebeu que os chackas destes estavam numa distância segura. Agora sim, estava pronta para agir.

 

O vendaval levantava uma imensa poeira, cegando o nukenin por instantes. Ouvia-se apenas o som das árvores sendo arrancadas com fúria da terra e jogadas nas mais diversas direções, enquanto este ia destruindo e modificando toda a paisagem ao redor, antes tão bela e cheia de vida.

 

Aos poucos, o jutsu foi se dissipando. Os troncos arrancados foram, um a um, batendo contra o solo, enquanto a poeira baixava, mostrando os sinais da desolação em que estava aquela parte do bosque. Kakuzu quase sorriu, ao olhar o lugar em que antes estava a ANBU de Kiri, agora coberto por madeira e terra, mas foi interrompido por uma breve explosão, seguida do arremesso de alguns troncos antes empilhados.

 

Azumi continuava ali, na mesma posição. Não havia se movido nem um centímetro, não parecia cansada nem suja pela montanha de poeira que havia sido jogada sobre si. Estranhamente, esta sorria divertida, enquanto estralava os dedos. Estava na hora de brincar.

 

O adversário desta arregalou os olhos, mas não se intimidou. “Realmente, estou subestimando demais esta garota.” Intrigado, mirou a ANBU, tentando descobrir o segredo que a mantinha tão intocável perante seu jutsu elemento vento, destrutivo para a maioria das pessoas. Estava em desvantagem, já que ela conhecia bem seus poderes e ele não tinha idéia do que ela poderia fazer. Precisava de um plano, e rápido, ou acabaria sua carreira ali.

 

Enquanto isso, sem pestanejar, ela retirou uma espada presa a suas costas, esta ainda mais longa que a do seu primeiro jutsu. Dividida ao meio, formava duas espadas quase transparentes e serrilhadas que imitavam a aparência de cristal puro. Pousou novamente o olhar neste, posicionando-se para a batalha, enquanto cravava a espada na terra, cegando-o por um momento com o reflexo que esta fazia por causa da luz do sol.

 

- Minha vez. Me concede esta dança, Taki no Nukenin [9] ? – Seus movimentos ao fazer os selos eram ágeis e firmes, e antes que o inimigo percebesse, ela já estava com o jutsu pronto. Em segundos ela teria concluído sua missão, e poderia finalmente voltar para a vila onde crescera.

 

Mas alguma coisa deu errado.

 

Interrupção do Flashback, retorno ao tempo real:

POV's Azumi

 

Enquanto as minhas lembranças lentamente retornavam, a minha sanidade continuava perdida em algum lugar do passado. Eu estava possessa, sem controle sobre minhas ações, totalmente fora da realidade. Eu só tinha uma meta - descobrir o que havia acontecido com meu sensei e quase pai – e na minha concepção shinobi, quem me atrapalhasse de cumprir as minhas metas era meu inimigo, e só. Na minha fúria, ativei o Hoshigan de uma vez, fazendo diversos medinins tombarem ao chão, sem nenhuma piedade. Não me importava naquela hora quem eram ou se apenas estavam cumprindo ordens, provavelmente ordens da minha própria oba-san [10].

 

Saí do quarto feito uma louca, tropeçando em tudo e em todos, já que minha perna ainda estava em frangalhos, não que naquela hora eu sentisse algo, ou me importasse como estava. No corredor encontrei mais meia dúzia de medinins, mas nenhum deles conseguiu chegar nem ao menos a um metro de mim, já que o dourado tomava conta de meus olhos, e eles não perdoariam a ninguém que ficasse em meu caminho.

 

Eu não estava para brincadeira. Por anos, qualquer um que me conhecesse dificilmente diria que eu tinha sangue de Kiri correndo em minhas veias, tão preocupada e solícita com todos, misericordiosa ao extremo, ignorando sempre as tendências frias e assassinas oriunda dos shinobis do País da Água. Agora? Descabelada, sangrando, os olhos dourados tomados pela fúria, com a adrenalina tomando conta de minhas veias, meus instintos shinobis estavam mais apurados que nunca, embora estivesse cega pela raiva e não percebesse o que realmente acontecia ao meu redor. Eu parecia uma fera que passara muito tempo enjaulada, e que finalmente se libertava.

 

Eu tinha sido uma máquina de matar a vida inteira, e não havia percebido isso.

 

Me agarrando as paredes, enquanto minhas longas unhas arrancavam a fina camada de tinta destas, eu vagava sem rumo, sem noção de onde estava ou do que fazia. Derrubei mais algumas pessoas com meu dom, e ri, gargalhei alto no auge da minha loucura.

 

Passei por um espelho, e olhei para mim mesma, não me reconhecendo. Quem era aquela com um sorriso sarcástico no rosto e olhos manchados de crueldade que eu não conhecia? Para aonde fora a kunoichi de bons princípios e emoções? Estaria ela perdida, assim como os pais desta estavam, já habitantes de outro mundo?

 

Foi aí que eu senti algo em meu ombro, algo estranhamente familiar. Olhei para frente, e pelo reflexo do espelho eu vi dois grandes olhos azulados, num rosto moreno de cabelos negros como a noite. Ele sorria, enquanto pressionava meu ombro. Desse toque eu sentia calor, compreensão, carinho, e ao mesmo tempo ia me acalmando, mandando embora toda aquela raiva que antes havia tomado conta de todo o meu ser, como se fosse um jutsu de paralisação, ou algo parecido.

 

Fui lentamente fechando os olhos, enquanto minhas pernas ficavam dormentes e desabavam, levando consigo o resto do meu corpo. Minhas costas bateram com força no chão frio do hospital, e comecei a sentir novamente as dores tomando conta de meus músculos, as costelas pareciam ainda mais danificadas que antes. Ele me pegou em seus braços, tomando um cuidado extremo para não piorar minha situação. Olhei em  seu rosto, e eu tinha certeza de que já vira aquele sorriso largo em algum lugar, mas não me lembrava.

 

- Você vai ficar bem, eu prometo... – Nada o que eu já ouvira tinha um som tão belo e melodioso. Eu me sentia um bebê, acalentado e cuidado por um pai amoroso. Mas meu otou-san não estava aqui, este nem ao menos pudera conhecer o país da mulher que o fizera enfrentar o próprio conselho de Konoha, minha mãe. Meus sentidos novamente eram tragados pela escuridão que tomava meus olhos, e a última coisa que ouvi apenas confirmou minhas suspeitas de que aquele que me carregava não era um simples estranho.

 

- Azumi...

 

Fim da Segunda Parte. Continua...

 

Glossário:

 

[1] Usagi: Coelho.

[2] Nukenin: Ninja Renegado, Desertor.

[3] Taki: Cachoeira, neste caso, País ou Vila da Cachoeira.

[4] Shodaime Hokage, ou Primeira Sombra do Fogo, conhecido como Senju Hashirama. O motivo real para Kakuzu ser um nukenin é que ele tinha a missão de matar o Shodaime, mas foi derrotado por ele, acabando humilhado e rejeitado por sua vila, o que o levou a fugir de lá.

[5] O Hoshigan, Kekkei genkai visual dos Shinjiyuu, faz os olhos de seu portador ficarem dourados e com uma estrela de cinco pontas marcada nestes. Mais informações, continue acompanhando.

[6] Kiri: Névoa, ou Vila Oculta da Névoa.

[7] Kiri Shunshin no Jutsu: Técnica do Movimento Rápido do Corpo da Névoa. Basicamente o ninja desaparece, deixando um rastro de névoa no lugar.

[8] Fuuton – Atsuga! : Libertação do Vento - Dano de Pressão. Jutsu de Kakuzu. Ao libertar de seu corpo cinco criaturas mascaradas que representam seus corações, uma delas abre a boca e liberta um enorme tufão que destrói tudo o que atinge.

[9] Taki no Nukenin: Ninja Renegado da Cachoeira

[10] Oba-san: Avó. Bom, sobre a avó da Azumi, prefiro deixar para contar no próximo capítulo, vai ficar mais “emocionante” assim... hausuasasuhu...

[11] Otou-san: Pai. Quanto a este, digamos que vou continuar o mistério, apenas para fazer vocês sofrerem um pouquinho, hehe.

 

 


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Notas finais do capítulo

Quem será esse estranho de olhos azuis, que parece estar ligado de alguma forma ao passado de nossa heroína? Hohoho... Leiam o próximo capítulo para saberem, hehe...
Beijos especiais para o Senpai e para vc nii-san...
Obrigada por estarem acompanhando.
Aos que lerem, abraços.
Aos que comentarem, beijinhos.
Amo todos vocês.
Ja ne.
Aka-chan



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