Shinjiyuu - Memórias da Estrela da Névoa escrita por Akahime


Capítulo 1
O Encontro do Esquadrão Yuugiri e a Akatsuki


Notas iniciais do capítulo

Mudei o título do capítulo, simplesmente porque "A tragédia que mudou a minha vida" ia acabar sendo o título de pelo menos uns 3 capítulos.
Bom, aqui eu apresento os principais personagens, e dou início a saga. (Espero que não tão longa, rs)



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A primeira coisa de que me lembro foi de sentir uma forte luz branca em meus olhos. Aquilo ardia, mas não era a menor das minhas preocupações. Primeiramente achei que estava no paraíso, tudo parecia tão branco e limpo segundo a minha turva visão, mas aí ela foi clareando e eu percebi que estava bem viva, sim, mas no pior lugar do mundo em minha opinião.

 

 Um hospital.

 

Eu, Shinjiyuu Azumi, odeio hospitais. Por mim eu não os freqüentaria nunca, mas sendo uma kunoichi de Kiri [1] , é meio difícil não aparecer por aqui de vez em quando. Os inimigos de minha vila não costumam dar trégua para um ninja da Névoa, pois sabem que somos os melhores rastreadores do mundo shinobi. Conseguimos encontrar qualquer pessoa que quisermos com o mínimo esforço, acho que é um dom oriundo dos habitantes do país da Água. Então, quando o inimigo nos enfrenta, sabe que terá que acabar conosco se quiser viver por muito tempo, ou não terá chance na próxima vez.

 

Minha mente ainda está um pouco enevoada... Tá, tudo bem, não ria do meu infame trocadilho, ninjas de Kiri não costumam ter um bom humor depois de uma missão rank S como a que eu estava cumprindo, principalmente quando o corpo todo dói ao menor movimento.

 

Eu não me lembro bem do que aconteceu, só de estar enfrentando a mais temível organização desde a grande guerra, a Akatsuki. Bom, não era a organização inteira, eram apenas dois deles, vestidos com aquelas longas capas negras que tremulavam ao vento. Nós (quando eu digo “nós”, estou me referindo ao meu esquadrão ANBU, a Yuugiri [2], ou Névoa Noturna, formado pelo meu taichou [3] Iwasaki [4]  Seiji [5], e meus dois colegas Zaraki [19] Ginko [6]  e Hasegawa [7]  Amaya [8], ou Hyori, como costumamos chamá-la na maioria das vezes.) estávamos numa missão de busca e captura daqueles dois monstros.

 

O que eles haviam feito de mal? Simples: alguém (que nós já temos uma forte suspeita de quem é) contratou aqueles dois indivíduos para seqüestrar, e provavelmente matar, o filho único do lorde feudal do País da Água, um rapazinho chamado Ichiro [9], de cabelos azulados escuros e olhos acinzentados, dotado de um grande potencial shinobi, que não me foi revelado naquela ocasião.

 

Bom, como eu estava dizendo, estávamos no encalço deles, depois de dois dias de perseguição quase sem descanso. Mesmo com meus dezoito anos eu começava a sentir os músculos doloridos, mas como sempre fui a mais teimosa do grupo, não fraquejei em nenhum momento. Resolvemos cercá-los antes de eles chegarem até a costa. Taichou Seiji, escondido sob a máscara de Ushi [10], sinalizou para nós três, indicando o caminho que cada um de nós deveria seguir. O plano era simples: cercar os Akatsukis, distraí-los com um jutsu de vento do Ginko-kun, até que Amaya-chan conseguisse prendê-los no jutsu de terra dela por um tempo suficiente para eu fazer  minha mágica” e deixá-los fora de combate permanentemente.

 

Mas alguma coisa deu errado, e eu acabei parando neste hospital.

 

Eu não sou nenhuma medinin [11], mas a julgar pela dor aguda vinda do meu corpo todo, eu tinha quebrado uma pancada de ossos. Não conseguia me levantar, sentia todo o meu corpo dormente, talvez pelos medicamentos, talvez pelo tempo que eu estava ali, eu não sabia ao certo. Minha cabeça doía como se milhares de corvos grasnassem dentro dela ao mesmo tempo, minhas pernas não pareciam me obedecer e meus dois braços estavam enfaixados, sem contar na dor lacerante que vinha do meu peito, também enfaixado. Senti que devia ter quebrado pelo menos três costelas, mas com aquela dor de cabeça era impossível me lembrar o que tinha acontecido para eu estar naquele estado.

 

Até que levei meu braço para cima e vi, preso as minhas mãos, um medalhão feito de pedra, com o símbolo de um boi gravado nele. Foi aí que minha mente desanuviou, e eu me lembrei de tudo, as visões da batalha tão vívidas que pareciam me queimar de tão reais.

 

Gritei tão alto, que diversos medinins vieram correndo, tentando descobrir o que acontecia comigo. Mas eu estava tão cheia de ódio que não via mais nada. Arranquei os curativos e bandagens que me prendiam, saí da cama num pulo e comecei a lutar com eles, que tentavam me impedir de sair do quarto. Eu não sentia mais a dor em meu corpo, era meu coração que gritava ensandecido, sangrando, espumando raiva por todos os lados. A dor que vinha do meu peito era maior que a do corpo, e a primeira amortecera a segunda.

 

E eu só conseguia gritar: Seiji-sama, Seiji-sama, quero ver o Seiji-sama.

 

Na minha mente, eu conseguia ver o que tinha acontecido, e era tão real que eu quase conseguia tocar aqueles momentos breves, porém angustiantes.

 

Flashback on:

 

- Hebi [12], você vai na frente. Tente distraí-los com seus redemoinhos, de preferência não os deixe vê-lo, pode ser mais perigoso do que aparenta. Tatsu [13], você sabe o que fazer, assim que eles caírem no chão, prenda-os na terra, para que Usagi [14]  se aproxime e termine o serviço. Vamos logo, quero voltar logo para a minha esposa rabujenta, e não tenho o dia todo.

 

Os três riram baixinho da última fala do taichou Ushi, sempre brincalhão, mesmo nos momentos mais difíceis. Nenhum deles sabia, mas seria a última vez que os quatro estariam juntos.

 

Como uma verdadeira serpente, Ginko se aproximou os dois Akatsukis, tentando ficar invisível na visão destes. Amaya tomou seu lugar no lado oposto dele, enquanto Azumi ficava mais atrás, aguardando o momento para agir. Seiji se ocultou na folhagem, sua especialidade, e ficou olhando seus “filhos” fazerem o serviço, apenas viera para cobrir a retaguarda deles.

 

- Bah... Mas que droga, Kakuzu! Esse moleque não pára de se mexer... Que tal se acabássemos com o serviço agora mesmo? – O Akatsuki parecia entediado, e ao sugerir a morte do menino um brilho estranho e macabro passou pelos olhos avermelhados deste.

 

- Se você não quer carregar a encomenda, passe ela para cá. O serviço é matá-lo na frente do cliente, não antes. – O outro falou, sem se virar para o colega. - Não vou perder dinheiro só porque você é mole, Hidan.

 

- O quê? Não diga isso, por Jashin! Eu sou o que mais trabalha nesta dupla, e o que menos se diverte...  Será que eu vou poder...

 

- Iie [15]  ...  O cliente quer uma morte rápida e indolor. Ele não é sadista como você, Hidan, mas deseja estar presente quando acontecer, apenas para garantir. – Atrás da máscara se podia ver um quase sorriso se formando. – Fomos muito bem pagos para um serviço tão fácil. – Olhou para o colega e fez um sinal com a cabeça.

 

- Eu já percebi também. – Falou num tom baixo o outro, mas suficiente para ser ouvido pelos oinins, que entraram em alerta. O elemento surpresa acabara de ser descartado.

 

Sem demora, o ANBU de máscara Hebi começou a fazer os sinais de mãos, preparando seu jutsu de vento, mas foi interrompido por uma kunai atirada em sua direção presa a um papel bomba. Ele pulou para trás, mas foi surpreendido por dois longos braços, que o agarraram e o trouxeram para perto do Akatsuki mascarado.

 

- Hum... Eu bem que estou precisando de um novo coração mesmo... E esse é forte e jovem, é perfeito para eu absorver. – Ginko tentava se soltar, sem êxito. – Calma, shinobi, vai ser rápido e indolor... Bom, esta última parte eu não posso garantir, hehe...

 

- Akatsuki maldito! Argh, não consigo mover meus braços!! – O shinobi com  máscara de Hebi continuava tentando libertar-se, mas parecia impossível fazer qualquer jutsu do modo em que estava.

 

- Kakuzu!!!!!!! Só você vai poder se divertir, é? Kuso [16]... Já faz séculos que eu não faço um agrado para Jashin-sama! – O Akatsuki de cabelos acinzentados estava emburrado, e gritava tão alto que quase podia ser ouvido no País do Fogo, além-mar.

 

- Não se eu puder impedir. – Azumi, já fazendo sinais de mãos, encarava o mascarado que prendia o amigo com seus braços. – Hyouton: Soodonagai Shiro. [17]

 

O chacka de elemento vento misturou-se rapidamente com o de elemento água, formando uma grande espada toda feita de gelo, que ela lançou e cortou os braços que prendiam Ginko. Rapidamente, este caiu de pé no chão, afastando-se um pouco e preparando seu jutsu. Enquanto isso, o nukenin da Vila da Cachoeira fitava a kunoichi a sua frente, os olhos brilhando de surpresa e excitação.

 

- Ora, ora... E eu pensei que não havia mais nenhum membro vivo dos clãs que dominavam o elemento gelo... Diga-me, pequena, quem é você afinal, que tão bem lida com o gelo.

 

- Meu nome não é importante, vil shinobi Kakuzu da vila da Cachoeira. Não importa o que sou, e sim o que farei com você, raptor de crianças indefesas.

 

- Para uma kunoichi de Kiri, você parece se importar muito com os demais, pequena. Será que agora os frios e sanguinários shinobis da Vila da Névoa Sangrenta se tornaram tão patéticos quanto os da Vila da Folha? - Ele riu. Enquanto isso, Amaya e Seiji lutavam ambos contra Hidan, que parecia finalmente estar se divertindo, correndo de um lado para o outro, no intuito de cansá-los até lhe dar vontade de matá-los.

 

Voltando ao embate entre Azumi e Kakuzu, a kunoichi percebeu que não seria bom expor sua ligação com Konoha, apenas daria uma vantagem a mais para ele. Cerrando os dentes, colocou-se em posição de luta, tentando controlar a adrenalina que tomava conta de suas veias, e do fogo oriundo de sua vila natal [18] que invadia seu corpo.

 

- Chega de discursos. A luta é feita com suor e sangue, e não de palavras jogadas ao vento. – Empunhando a espada, ela esperou aquele momento que mudaria sua vida para sempre.

 

- Seja feito como você diz. Será divertido lutar com você, apenas para no final descobrir sua vil origem e adicioná-la a minha coleção. – Ele pela primeira vez sorriu, sarcástico, já sentindo o sangue da kunoichi sendo derramado.

 

O silêncio que se seguiu durou apenas alguns segundos, que pareceram séculos para quem observava a cena. Não se ouvia nenhum ruído sequer além dos passos rápidos e quase silenciosos dos outros perseguindo Hidan. O vento parecia ter parado, as aves que há pouco estavam cantando haviam sumido, enquanto os dois adversários encaravam um ao outro, estudando cada movimento, cercando-se mutuamente numa estranha dança.

 

Até que esta foi interrompida por um grito agudo e dolorido.

 

Continua...

 

Glossário:

 

[1] Kiri: Névoa, neste caso, Vila da Névoa Oculta.

[2] Yuugiri: Névoa Noturna, time de ANBU’s rastreadores da Névoa.

[3] Taichou: Capitão

[4] Iwasaki: Extremidade do rochedo

[5] Seiji: Sincero, Religioso, Puro Segundo Filho

[6] Ginko: Espécie de árvore

[7] Hasegawa: Rio que corre

[8] Amaya: Chuva Noturna

[9] Ichiro: Primeiro filho.

[10] Ushi: Boi

[11] Medinin: Médico ninja.

[12] Hebi: Serpente

[13] Tatsu: Dragão

[14] Usagi: Coelho

[15] Iie: Não

[16] Kuso: Droga, exclamação de desaprovação.

[17] Libertação do Gelo: Longa Espada Branca.

[18] Isso vai ser explicado mais para frente

[19] Zaraki: Guarda Noturno


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Notas finais do capítulo

Bom, pessoal, esta é a primeira parte. O resto das explicações viram ao longo da história.
Zaraki Ginko e Hasegawa Amaya são inspirados em dois grandes amigos meus, o Gusutabo-kun e a Nathy-Ivo, meus companheiros inseparáveis de quem eu sinto uma imensa falta. Este capítulo é dedicado aos dois.
Aos que lerem, mil abraços.
Aos que deixarem rewiews, mil beijos.
Espero que curtam as aventuras da Azumi.
Ja ne, e não esqueçam os rewiews!



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