With Eyes Closed escrita por Carol, Thata Ferreira


Capítulo 3
Novos sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Bem o capitulo demorou um pouqinho,mas mesmo assim espero que vocês gostem!
Capitulo betado.
Tenham uma boa leitura!



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Pegou o cabo de vassoura e com auxilio dele saiu do banheiro. Havia ficado ali por bastante tempo, estava nervoso e achava melhor se acalmar primeiro para depois voltar ao trabalho.

Caminhou um pouco e logo acabou esbarrando em alguém. Temendo que fosse José, ele conta até dez, preparando-se para o pior, já que precisa se controlar para não voar na cara daquele Porto Riquenho metido.



–Desculpe-me.- Sentiu um enorme alivio ao perceber que era Maria, a mulher de poucas palavras, como ele mesmo secretamente a chamava. Mas este pseudônimo tinha um fundo de verdade, afinal ela quase nunca falava com ele, somente quando era extremamente necessário.

–Eu é que deveria pedir desculpas, afinal eu não estava olhando para onde ia.- Pela primeira vez ela vira um lado de Edward que ainda não conhecia e simplesmente odiou conhece-lo, porque na opinião dela ele era mais bonito falando coisas banais, do que coisas carregadas de humor negro.

–Não diga isso! A culpa é toda minha, estou muito avoada ultimamente.- "Por estar pensando em você mais do que devia" completou em pensamentos ficando completamente corada e pela primeira vez agradecendo por ele não poder vê-la.

–Bom já que insiste, a culpa não será sua e nem minha, será nossa.- Ele sorriu ao terminar de falar, e ela adorou o emprego da palavra "nossa" na frase.

–Tudo bem.- Colocou uma mecha de cabelo para traz da orelha. Estava encabulada por estar conversando ali com ele.

–Bem Mari, eu tenho que ir ajudar o seu pai. Até outro esbarrão.- Falou em um tom de riso, sem nem imaginar que ela estava se derretendo ao ouvir ele pronunciar seu apelido.

–Até!- Gritou quando ele já estava longe.



Continuou caminhando até escutar as vozes de Juanes, provavelmente conversando com algum cliente.



–Sim estas são as tulipas mais lindas daqui.- Juanes comentou.

–O senhor tem razão, são definitivamente lindas.- Uma voz doce e suave que pareceu música aos ouvidos de Edward pode ser ouvida.

–Vai leva-las?- Indagou.

–Sim.



Edward havia finalmente chegado ao lado de Juanes, que estava na entrada da floricultura, e se sentia um pouco envergonhado, estranho e ...feliz? Sim ele estava se sentindo feliz, porém não sabia o porque.



–Ah você deve ser o famoso Edward certo?- Se espantou ao saber que ela o conhecia.

–Famoso?- Perguntou.

–Sim, Maria fala muito de você. Inclusive se não estou enganada, fora você que plantara estas belas flores, certo?- Pela primeira vez notara que ele era cego e no fundo sentiu um pouco de pena do rapaz, era tão bonito, não merecia ser assim, alias ninguém merecia.

–Certo.- Juanes não gostara muito do que via, sabia que José gostava da moça e não queria que o filho visse Edward conversando com ela. Ele lá no fundo queria que Edward fosse feliz com alguém, mas não com ela, a única mulher capaz de fazer com que a camada de gelo que estava sob o coração de José se derreter.

–Rapaz, pode ir fazer outras coisas, deixa que eu atendo a Isabella.- Edward percebera a mudança no tom de voz do chefe e rapidamente saiu dali. Não se despediu de Isabella, o nome que ele descobrira ser dela, porque estava feliz demais para dizer algo e mesmo não sabendo o porque de sentir este sentimento, ele não queria estragar a sensação que lhe tomava o corpo, lhe fazia tão bem, e que a muito tempo não sentia.



Resolveu procurar Maria, quem sabe ela o ajudasse a achar sua muleta. Não precisou andar muito para encontra-la. Algo que agradeceu, já que o cabo de vassoura era muito curto e as vezes ele acabava batendo em algo, além de andar um pouco agachado.



–Edward!- Maria, que estava ajudando José a molhar algumas plantas, larga o regador no chão e corre em direção dele. O irmão na mesma hora fecha a cara.

–Hey tudo bem?- Edward pergunta, com cautela sabendo que José estava ali, escutara ele reclamando algo.

–Tudo, e com você?- Ela limpa as mãos molhadas na roupa, pouco se importando se elas ficariam sujas e ela teria que lava-las.

–Tudo. Er... eu queria te pedir um favor. Você...- Sentiu algo lhe molhar os pés antes de terminar de falar. Não precisava ver para saber quem havia feito isto.

–JOSÉ!!! Porque fez isso?- Maria indaga, procurando algum pano para secar os pés de Edward.

–Isso o que?- Se faz de desentendido, fingindo estar mexendo em algo.

–Molhá-lo.- Finalmente achara um pano e com o mesmo, seca delicadamente os pés de Edward.

–Deixe que ele se vira sozinho Maria! Largue do pé desse ceguinho!- Esbraveja fazendo um trocadilho.- Não vê que ele nunca vai te dar bola menina tola. Ele nem ao menos vai poder ver seu rosto.- Começa a gargalhar.-Olhe ele nem vai saber onde colocar, quando vocês forem para a lua de mel. Se tiverem uma lua de mel e...- Fora interrompido por um tapa, bem dado que Maria lhe deferiu na face. Olhou-a com ódio.

–Nunca. Mais. Fale. Isso.- Ela diz entre dentes. Edward já deveria saber de tudo que ela sentia, ou ao menos deduzido, e ela nunca teria chances com ele, sabia disso pois vira o jeito em que os olhos dele, sempre tão tristes e sem vida, brilhavam quando Isabella, sua amiga, falava.



Edward não sabia o que fazer.Na verdade ele não queria fazer nada, pois toda a felicidade que antes sentia se foi com apenas algumas palavras. Ah, palavras! Um dia lhe disseram que elas não eram tão dolorosas, fortes como as ações, mas agora ele sabia que isto era uma completa mentira.



Ao ouvir o som de um tapa e depois Maria dizendo algo com a voz embriagada, ele finalmente "acorda" e percebe que já estava na hora de tirar o lixo para fora. E usando esta simples desculpa, sai de perto dos irmãos, ainda utilizando o cabo de vassoura e uma trilha de fitas, com um relevo diferente, que dava a uma pequena área, onde ficavam algumas coisas, inclusive o balde de lixo, ele caminha até lá, com as palavras de José martelando em sua cabeça. Por um lado a maioria das coisas que ele falara era verdade, nunca poderia ver o rosto de Maria, ou de qualquer outra pessoa, não como ele realmente era, mas de qualquer forma, ele estaria condenado a viver sem ver as coisas mais belas do mundo.


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Pegou a xícara de café quente e suspirou cansado. Seu dia não fora um dos melhores, voltara para casa um pouco mais cedo e até agora não fizera nada, aliais de melhor não tivera nada...ou será que tinha? Sim com certeza tinha e Isabella era o nome dela. A moça de alguma forma mexera com ele e com apenas poucas palavras o fez se sentir vivo novamente.



Bebeu o líquido quente, sentindo todo o seu corpo, pouco a pouco adquirir calor. Aquela era uma noite fria e ele se encontrava sentado no sofá, enrolado em um cobertor. A televisão estava ligada e Edward apenas escutava a voz de uma apresentadora de um programa qualquer, que não lhe chamava atenção, já que na verdade ele não estava com vontade de ouvi-la, mas por preguiça e por não saber onde o controle da televisão estava, ele a deixou ligada.



Por um momento ficou imaginando como seria o rosto Bella, apelido que ele dera para ela, não sabia o porque mais tinha esta estranha mania de dar apelidos para as pessoas. Se perguntava se um dia ela olharia para ele. Sorriu fraco, achando-se bobo por pensar tais coisas, era óbvio que ela não se interessaria por um ceguinho, quando deveria ter muitos homens caindo aos seus pés.



Pensou em Maria, a mulher de poucas palavras. Descobrira que ela gostava dele e não entendia o porque. Já ouvira tantos homens comentando o quanto ela era bonita e perfeita, então era difícil acreditar como ela se apaixonara por ele, mas não dizem que o amor era cego, porém neste caso era o contrário, pois ali o amado que era cego e não o amor. Com este pensamento, ele fecha os olhos, esquecendo-se de José, da morte de sua mãe e até de Isabella, para então se entregar ao mundo dos sonhos, o único lugar, onde na maioria das vezes, ele se sentia livre.



Na casa dos Juanes



–Maria o jantar está pronto e a mamãe mandou eu vir te chamar.- José apareceu na porta do quarto dela, que se encontrava na sacada do mesmo. Estava cansada do seu irmão, cansada das idiotices que ele fazia e de seu jeito de ser.

–Deixe-me sozinha, quando eu estiver com fome eu como.- Respondeu sem nem olha-lo. Ele apenas deu de ombros e saiu dali. Pode parecer estranho esta atitude dele, afinal o certo seria que José fosse até a irmã, pedisse desculpas e a convencesse de ir jantar. Mas ele não era assim, deixou de se importar com as pessoas depois de ver a mãe se entregar de corpo e alma para as drogas, enquanto ele implorava e fazia de tudo para ela larga-las, mas ela nunca dera ouvidos a ele e pouco tempo depois fora encontrada morta, em um beco qualquer. Depois daquilo ele nunca mais foi o mesmo, até Isabella aparecer, a moça fazia com que ele se sentisse diferente e ele logo mudava ao vê-la.



Desceu as escadas em forma de caracol e foi até a cozinha onde viu seu pai e sua mulher, mãe de Maria, mas que ele também chamava de mãe, no maior clima, que logo fora interrompido por ele que chegou fazendo barulho. Não suportava ver as pessoas felizes e por mais que fosse egoísta agir assim, ele estava pouco se importando.



–Onde está sua irmã?- Seu pai indaga.

–No quarto.- Responde se servindo de uma deliciosa macarronada.

–Deixe comida para sua irmã!- A sua "mãe" reclama.

–Tudo bem Luce. - Senta-se à mesa e logo janta em silêncio, gesto que foi imitado pelos mais velhos.



Maria sentiu o vento lhe acariciar a face. Imediatamente fecha os olhos e é a imagem de Edward que vê. Ele era tão lindo, simpático e nunca a amaria como ela o amava. Ao pensar nisso, sente o coração se apertar e uma pequena dor, que aos poucos ficava mais forte, lhe apossar o peito. E o pior de tudo era saber que nada a pararia.



Resolveu sair da sacada e entrar para o seu quarto. Precisava tomar um banho quente, a noite estava fria e suas mãos estavam geladas.

Caminhou até o seu roupeiro e pegou o seu pijama, foi até o banheiro e tomou um demorado banho, aproveitando para chorar debaixo da água. Não estava feliz, porque José estragara todas as chances que ela estava começando a ter com Edward e ela estava odiando o irmão por isso.



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Notas finais do capítulo

Se quiserem comentem.