Por Que Estou Sonhando? escrita por Allan Douglas


Capítulo 8
08 – Allysa.


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a todas as pessoas que estão lendo e os comentários.



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Ela estava surpresa por não tido nenhum sonho, aquilo tinha sido ótimo poder deitar-se na cama e acordo no outro dia como se fosse um piscar de olhos. Ela estava feliz, muito feliz. Não a culpo. Joe disse que já estava saindo de casa, ele iria demorar um pouco para chegar a sua casa, então Mariko não se apressou em levantar da cama, estava apreciando aquela manhã comum que ela já nem se lembrava mais como era.

Ficou por lá por uns 20 minutos deitada olhando para o teto “Porque eu não apreciava as manhas como esta antes disso tudo?” Então se levantou e foi até o banheiro, lavou o rosto e fez o mesmo ritual de sempre, foi rápido.

Já estava saindo de casa quando Joe ligou para ela. Ele foi rápido ao dizer que iria demorar porque perdeu o ônibus e iria a pé. Mariko estava feliz então não ligaria de ter que esperar por mais que ela odiasse isso. “Por que estou tão feliz? Isso ainda não acabou, ou pode ser que tenha acabado! Não, uma noite sem um sonho não significa que tenha acabado. Eu tenho que me recompor e pensar em todos os meus sonhos até agora para eu poder pesquisar melhor no cartório, mas eu devo ficar feliz, não tive pesadelos, ninguém vai culpá-la Mariko.”

Logo chegou ao ponto de ônibus, onde tinha combinado com Joe, um sorriso de orelha a orelha a acompanhava. Alguns minutos e Joe chegou já perguntando o porquê de tanta felicidade.

– O que houve para causar esse sorriso?

– Joe... Eu não tive sonho algum essa noite, eu voltei a dormir como dormia antes.

– Isso é ótimo Mariko, pode ser que a partir de agora você não tenha mais sonho algum e faça com que essa nossa disposição de domingo logo cedo seja em vão – disse Joe já em tão de brincadeira.

– Bem que fosse Joe, mas com certeza é uma coincidência – disse Mariko cortando a esperança de Joe e completou – trouxe as chaves?

Joe não disse nada, apenas as balançou e eles seguiram em direção ao seu destino. “Ele faz essas coisas por mim mesmo sabendo que o máximo que eu vou fazer é dar um ‘obrigado’ e sorrir. Quando ele precisa de alguma coisa, eu acabo inventando uma desculpa e não o ajudo. Eu sou desprezível, mas ele continua assim mesmo, se nós acharmos alguma hoje que posso dar um pouco de sentido ao que está acontecendo,acho que vou agradecer como se deve.” Um leve sorriso veio ao seu rosto e Joe logo perguntou:

– Pensando em algo bom?

– A esquece nada de importante, bobeira – disse Mariko voltando ao mundo real.

– O que você espera achar lá Mariko? – perguntou Joe serio.

– Olha Joe, qualquer coisa, qualquer coisa mesmo já vai me deixar mais calma, mesmo que seja um nome, uma localização, qualquer coisa já vai me deixar mais calma.

Joe sorriu e não disse mais nada. Eles andaram por quase 30 minutos e só pararam em frente ao prédio do cartório. Agora Mariko poderia melhorar ou piorar sua situação, ela poderia encontrar a solução ou mais duvidas sobre o que estava havendo. Joe destrancou a porta com cuidado e olhando em volta para conferir que ninguém veria que eles estavam invadindo o lugar, poderiam ser presos por aquilo. Entraram e Joe logo procurou as luzes, Mariko ficou andando em volta procurando algo então Joe disse:

– A sala dos arquivos é logo ali, vamos?

Mariko acenou que sim com a cabeça e foram até a sala. Ao chegarem se deparam com muitas prateleiras e caixas empoeiradas “Vamos levar horas ou dias para acharmos algo aqui” Joe foi logo para o fundo e pegou uma caixa dizendo:

– Vamos começar a procurar há 20 anos – sorrindo.

A caixa parecia não ser aberta há alguns anos, Joe a abriu e disse para Mariko pegar outra que estava perto. Os dois começaram a procurar por um homem que se chamasse Ally ou pelo menos tivesse um nome parecido.

Já estavam procurando a 20 minutos e Mariko tinha separado apenas um homem que se parecia com o do sonho dela, mas o nome era Dominik Silva, nada no nome se parecia com Ally mas o rosto era familiar. Eles estavam na 3º e 4º caixa e nada de alguém com Ally no nome, arquivos de pessoas estavam todos jogados em volta dos dois. Mariko terminou com todos da sua caixa, olhou para prateleira não tinha mais nenhuma caixa e então disse:

– Não achamos nada, e as caixas acabaram.

Joe olhou para ela, e percebeu que realmente tinham acabado então disse:

– Bom Mariko vai olhar por ali talvez você encontre alguma caixa de 1990 por aí, eles bagunçam às vezes e eu olho desse lado.

Mariko concordou e começou a procurar, estava escuro e difícil de enxergar e a poeira também atrapalhava “Parecem que não usam esse lugar há anos, tem arquivos aqui deste ano, por que está tão empoeirado?” Ela continuou até que encontrou uma caixa que chamou sua atenção “1992” Era a caixa com os arquivos do ano de nascimento dela e de Joe, ela resolveu olhar por simples curiosidade. Abriu a caixa e foi passando os arquivos, vários ali tinham morrido na festa dos Condenados, ela achou seus arquivos e os separou “Ninguém vai dar falta mesmo, depois eu peço para o Joe trazer aqui” Então ela continuou olhando e viu um nome que chamou muito a sua atenção, por ser familiar e por começar com Ally.

– Joe! – gritou Mariko parecia desesperada.

– Encontrou algo Mariko? – perguntou Joe muito curioso.

– Olha isso aqui – e entregou o arquivo.

– Allysa Mirrele...? Essa não é...

– Sim ela mesma – disse rapidamente Mariko cortando Joe – Ally era o apelido dela – completou.

– Nós estávamos procurando um homem, mas na verdade era uma mulher.

– Mas ela está morta lembra Joe? – disse Mariko.

– É mais fácil alguém morto fazer isso do que alguém vivo não acha?

– Ou a pessoa que está fazendo isso esteja ligada a Allysa, e disse o apelido dela no meu sonho por algum motivo.

– Ainda acho que para alguém morto é mais fácil de fazer isso tudo.

– Não sei de mais nada Joe, mas pelo menos descobrimos que Ally era um apelido e agora ficou mais fácil de descobrir o que está havendo.

– Mais fácil? Isso não está nem perto de fácil.

– Mas saímos da estaca zero – disse Mariko confiante.

Eles fecharam o lugar e se dirigiram para casa discutindo sobre a pequena descoberta sobre todo esse mistério.

– Vocês se odiavam não é? – perguntou Joe.

– Ela me odiava, sempre foi assim desde 5° série. Mas tudo piorou quando o namorado dela me beijou. Ela me bateu, me humilhou, mas tudo bem, ela foi a chifrada não eu – disse Mariko com tom de felicidade.

– Dessa historia eu lembro, estávamos no começo do 1° ano, um garoto do 1º B filmou, vocês tiveram sorte dele não ter colocado no Youtube.

– Ela fez um belo corte na minha testa naquela briga, mas eu deixei minha marca, tirei sangue do nariz dela com uns dois socos.

– Você sempre teve esses surtos de violência, lembra aquela vez que meu cachorro avançou em você, e depois você começou a chutá-lo? Eu tive que te segurar se não iria matá-lo.

– Ele começou – disse Mariko culpando o cão.

Eles continuaram andando e trocando lembranças durante o caminho, tinham várias historias do tempo de escola, muitas na época eram constrangedoras, mas hoje são motivos de bons risos. Mariko estava com o sentimento de dever cumprido com a descoberta da Allysa, era pequena, mas já era alguma coisa. Não a culpo.



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