Por Que Estou Sonhando? escrita por Allan Douglas


Capítulo 25
25 – Feridas – Final


Notas iniciais do capítulo

Depois de longos 6 meses publicando essa Fic chegou o ultimo capitulo. Primeiramente queria agradecer a garota que me incentivou a escreve-la, Carolina, uma amiga que não mantenho mais contato, mas não posso deixar de agradecer a ela e também ao meu grande amigo que acompanhou essa fic desde o inicio Leonardo que sempre ficava pedindo spoilers, talvez se ele não tivesse lendo eu não teria escrito até o fim, ou teria. Também agradecer a outros amigos como Giovanni que mesmo não terminando de ler me motivou, Murilo que começou a ler não faz muito tempo e também Elvis Lisboa por ter cedido seu sobre - nome kkk. Agradecer aqueles que comentaram e acompanharam até aqui. Muito obrigado a todos.



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Ao ouvir tudo aquilo Mariko tinha percebido que o que ela tinha feito há dois anos naquele mesmo lugar tinha mudado só a sua vida, mas também a de Martine, ela estragou a vida dele, fez com que ele fosse preso em uma clinica de loucos, fez ele se tornar realmente um louco e assim atormentar a vida dela com os pesadelos, transformar a vida dela no que tinha virado “É tudo culpa minha tudo o que ele fez foi causado por mim, eu deixei a namorada dele cair desse andar, eu fiz com que ele nunca tivesse aquele filho, eu sou a culpada por tudo, não devo querer jogar a culpa nele, eu causei, eu sou desprezível, eu quis esquecer, sempre pensei só em mim sem me preocupar com o que estava fazendo aos outros e assim foi com a Ally naquele momento, apenas pensei na briga que tinha com ela, não na família dela, que aquilo iria destruir os pais dela, eu fui tão egoísta que na verdade não pensei nem mesmo em mim, não pensei que poderia ir presa, só queria ela fora da minha vida, na hora só pensei que se a deixasse cair nunca mais teria problemas, ele tem razão de estar fazendo isso comigo, não o culpo, mas não posso morrer aqui!” Mariko pensou muitas coisas enquanto Martine contava sua vida, ela sabia que estava errada, mas não iria aceitar qualquer reação dele contra ela, também tinha algumas perguntas a fazer para ele, antes dela dizer alguma coisa ou ele cumprir o que tinha planejado para aquela noite.

- Quais eram suas intenções com os pesadelos? – perguntou ela se recompondo depois de tudo o que tinha ouvido.

- O mesmo para ter demorado tanto para trazê-la aqui, eu queria te fazer sofrer, sofrer como eu sofri com a morte dela, com a do meu filho que estava na barriga dela, queria te deixar maluca, queria fazê-la entrar em desespero e fazer de tudo para descobrir quem eu era – disse ele mais serio.

- Me deixar em desespero você conseguiu, e também você me deixou com feridas que vou levar para a vida toda – disse Mariko olhando para baixo enquanto levantava os braços e mostrava as ataduras.

- Esses machucados eu conseguia fazer com muito esforço, quanto mais me esforçava mais o sonho se tornava real, assim as cicatrizes, mas me custava um pouco de sangue saindo dos olhos e nariz e também um apagão no meu dom, assim não podia alterar seus sonhos, isso explica aquela semana sem sonho, me esforcei muito, essa noite, como você pode sentir isso levaria umas duas semanas de recuperação – disse ele colocando a mão sobre o olho esquerdo e completou – para fazer você vir aqui hoje, eu precisava do seu desespero total, que consegui e também precisava jogar dicas sobre mim nos sonhos para que você ficasse ainda mais perturbada e também o bebe no seu primeiro sonho e a garota em decomposição na fabrica eram o meu filho e Ally, ou você achou que seria apenas para deixar o pesadelo mais assustador? – terminou ele abrindo novamente aquele sorriso que perturbava qualquer um que olhasse, e era o que acontecia com Mariko naquele momento, ainda mais por ele querer matá-la, ele não precisou falar diretamente naquela noite, ele deixou claro nos pesadelos.

- Em um dos pesadelos você me perguntou se eu me arrependia, agora depois de ouvir tudo isso, e contar tudo o que houve naquela festa para Joe, eu realmente me arrependo de não ter salvado ela, por favor, me perdoe! – exclamou Mariko enquanto se ajoelhava novamente e se abaixava como em um comprimento comum no Japão, ela naquele momento mostrou todo o seu desespero acumulado durante aquele mês de tortura com pesadelos, sangue e busca, ela estava com muito medo e se pôs a chorar desesperadamente enquanto Martine apenas olhava para ela com um olhar desprezador e respondeu a pergunta feita.

- Perdão é algo que devemos pedir apenas quando realmente nós nos arrependemos por ter feito mal a alguém, não quando alguém nos faz se sentir mal sobre isso, você não sente pela Ally, você não está arrependida por não ter ajudado ela, você está se sentido mal por tudo o que eu passei e também pela família dela, você é mais horrível do que pensei – disse ele ficando serio de uma maneira que ainda não tinha ficado naquela noite e olhando profundamente para os olhos de Mariko.

- Estou sim! Eu não queria ter feito aquilo com ela, graças a isso Joe me odeia, e você sofreu o que sofreu até agora – disse Mariko parando no meio da frase quando percebeu que o que Martine tinha dito era real, ela se sentia mal por tudo o que outras pessoas tinham sofrido com a morte de Ally, ela não estava mal pela pessoa que realmente importava que era a Ally.

- Viu? Você não consegue mentir nem para si mesma – disse ele confirmando o que ela havia dito há pouco.  Mariko ficava ainda mais desolada a cada frase tida por Martine e também descobria mais sobre sua própria personalidade, mas no fundo ela sempre soube que era daquela maneira, ela apenas tentava esconder de si mesma, mas muitas vezes a deixava escapar por algum motivo bobo ou por atos de egoísmo como na noite de sangue naquele mesmo andar.

- Eu entendo o seu silencio, é difícil aceitar a si mesmo, é difícil aceitar a realidade, desde quando você conheceu a Allysa você sempre teve inveja dela, você sempre quis ser o centro, mas não conseguia, então começou a tirar amigos e namorados dela, você é podre e vingativa, não valeria nem uma gota de sangue derramada, mas graças a você, eu também me tornei uma pessoa vingativa e podre! – quando Martine disse aquilo Mariko enfim percebeu o que ela realmente era, Ally nunca esteve errada na historia, ela era culpada, Mariko foi a causadora de todos os problemas de Ally desde que chegou à cidade quando tinha apenas 11 anos, e como ele havia dito, estava sendo difícil aceitar quem ela realmente era – assim poderia continuar com o meu plano contra você – terminou ele se virando para a parede e se aproximando de alguma coisa que estava encostada ali, e quando ele pegou o objeto voltou novamente para Mariko, então ela percebeu o que era, um machado.

- O que pretende fazer com isso?! – perguntou Mariko desesperada enquanto dava dois passos para trás.

- O que planejei fazer a mais de um ano, justiça! – disse Martine com ódio no olhar, e tudo aquilo se tornava mais assustador com a luz da lua que deixava Martine mais perturbador do que realmente era, Mariko nunca havia sentido tanto medo na vida, nem mesmo há dois naquele mesmo lugar, ela sabia que poderia morrer ali, na verdade estava certa disso, por isso não conseguia se mover direito nem pensar muito, queria gritar mas não conseguia, ficou apenas parada como em um dos seus pesadelos parecia não estar sob o controle do seu corpo, até o momento em que Martine se aproximou com o machado já atacando e ela em puro extinto desviou da lamina que cortava o ar em alta velocidade, fazendo – a cair no chão de frente para Martine, ele então levantou o machado mais uma vez preparando outro golpe, então Mariko se levantou e correu para um canto da sacada e ficou de costas para a parede e olhando para Martine que errou o segundo golpe como o primeiro, ele parecia feliz com a situação, ele sorria, parecia que tudo aquilo era um sonho se tornando realidade e na verdade era.

Mariko após desviar de dois ataques mortais, havia retomado a consciência completamente e já conseguia raciocinar normalmente, poderia gritar para Joe vir ajudar, mas ela não queria envolver Joe naquilo, não queria pedir ajuda á ele mais uma vez como sempre fez durante toda a sua estada na cidade, durante longos sete anos, desde que o conheceu no primeiro dia seu na escola nova, ele estava com a Ally, os dois eram muito amigos antes de Mariko chegar à cidade, eram como unha e carne, quando ela chegou até debocharam dela, mas com o passar do tempo Joe passou a gostar do jeito de Mariko e se aproximar dela, fazendo assim o ódio da Ally por Mariko aparecer e aumentar cada vez mais, logo no fim da 5° serie em uma festa de despedida Joe acabou convidando Mariko para dançar com ele, já que havia sido rejeitado pela melhor amiga, e ao aceitar Mariko sabia que isso traria problemas com Allysa e, como esperado aconteceu, no dia da festa as duas brigaram e Joe sofreu ofensas da parte da ex-amiga, assim fazendo com que no ano seguinte se afastasse dela  e começasse uma amizade longa com Mariko e depois essa amizade se tornar um sentimento mais forte tornando-o submisso á ela, e era isso que Mariko queria superar naquele momento, não queria depender de Joe, queria mostrar para ela mesma que era forte o bastante para passar por aquilo sozinha, mesmo correndo risco eminente de vida, ela na queria fazer Joe sofrer mais por ela.

Aquele flashback durou apenas alguns segundos na realidade, mesmo parecendo toda uma eternidade na cabeça de Mariko, quando voltou a si percebeu que Martine não tinha levantado o machado completamente para preparar outro golpe que poderia ser fatal, foi quando ela percebeu que tinha que fazer algo para que sobrevivesse, então procurou por alguma pedra ou coisa do tipo, mas nada encontrou, então Martine veio correndo mais uma vez com o machado e colocando toda a sua força no ataque, Mariko desviou para o lado e a lamina do machado acertou a parede atrás atravessando quase que por completo os tijolos podres e velhos do prédio, ela correu para o outro lado e percebeu que havia pisado em um pouco de areia velha, aquela mesma que Ally jogou em seus olhos na briga que tiveram naquele local, ela pegou um pouco antes que Martine percebesse e ficou olhando para ele até que conseguisse retirar o machado fincado na parede, ao conseguir mais uma vez se virou para Mariko e olhou bem fundo nos olhos dela e disse.

- Hoje será o seu julgamento, o julgamento que você não teve anos atrás – enquanto abria o mesmo sorriso psicopata de sempre e corria para cima dela com outro golpe preparado, Mariko então fechou bem a mão com a areia e quando ele se aproximou perto o bastante para que a ária fizesse efeito ela jogou em seus olhos o fazendo parar.

- Cacete! Vadia! – gritou ele enquanto colocava uma das mãos sobre os olhos tentando em vão limpa-los, Mariko então se aproveitando da situação pensou em fugir e pedir ajuda, mas depois de lembrar-se da promessa feita por ela mesma de resolver aquele problema sozinha, correu na direção dele o chutou no meio das pernas fazendo o cair de joelho e soltar o machado e fazer ruídos de dor, ela pegou a arma que ele utilizava para tentar matá-la, preparou um ataque que se acertasse seria o fim daquele filme de terror, mas Martine ao perceber a situação a mordeu na perna e a derrubou, ao cair Mariko bateu a cabeça com força a deixando tonta sem conseguir se levantar imediatamente, assim Martine tentou pegar o machado ainda ajoelhado, mas ela segurava o machado com força então ele se lembrou das feridas que havia feito nela no ultimo sonho e apertou os braços com as bandagens com toda a força a fazendo soltar o machado, Mariko logo se esforçou para levantar e tentar desviar do próximo golpe, que como os outros seria fatal, se levantou junto com Martine e ao tenta se equilibrar ele a chutou com a sola do pé bem no meio do peito fazendo a cair novamente e quase perder todo o ar, ele a olhou e disse.

- É o fim, tudo o que você fez até hoje será recompensado, todos os que sofreram por sua causa vão poder descansar, principalmente a Ally – disse ele muito serio a olhando mais uma vez nos olhos preparando o que seria o ultimo de todos os golpes falidos até aquele momento, Mariko ao ver ele levantar o machado rolou para o lado tentando desviar, mas já era tarde ele estava muito próximo quando ela rolou, o seu braço ficou enquanto ela foi e ele acertou o machado em dois dos seus dedos da mão direita, o anular e o mindinho os decepando como fez com seu braço em um dos pesadelos, ela gritou com todas as suas forças a dor era insuportável, enquanto gritava ele levantava o machado para mais um ataque, o sangue saia pelo que antes era os seus dedos e que agora eram apenas pedaços de carne jogados pelo chão, Mariko mais instintivamente do que nunca naquela noite correu desesperada para escapar do que seria o ultimo ataque, enquanto a ferida na sua mão ainda sangrava, correu, correu até se encostar perto da saída da sacada que dava para escada, ela parou pois tinha perdido as forças por causa da dor, e Martine começou a se aproximar lentamente só para que ela sofresse mais, com a dor e com o desespero de morte, ao chegar nela levantou o machado e riu. Ao descer o machado, algo parou o ataque, uma mão segurou os braços de Martine, Mariko então olhou para o lado e viu aquele que tinha a ajudado mais uma vez a salvou da morte, Joe Lisboa tinha subido e parado o ataque, ele então empurrou Martine para trás e perguntou.

- Por que não me chamou?

- Eu queria resolver isso sozinha, não queria depender de você mais uma vez, queria me redimir com você – e ela foi interrompida com uma gargalhada estrondosa vinda do homem que queria matá-la.

 - O namoradinho chegou meu plano não era te matar, pois você não tem nada haver com isso, mas agora não tenho escolha – terminou ele correndo em direção aos dois amigos, Joe se colocou completamente na frente de Mariko que continuava sentada com as duas mãos cheias de sangue, a esquerda estava tentou estancar o sangramento da direta, Martine atacou com o machado e Joe desviou se esquivando para a direita a lamina do machado ao atingir o chão e fazer um pequeno rachado no concreto, Joe deu um soco no meio da bochecha do homem com cicatriz, fazendo cambalear para o lado e logo Joe mandou mais um soco para que ele se batesse na parede e ficasse encurralado, Joe então o chutou da mesma forma que Martine havia feito minutos atrás com Mariko, bem no peito com a sola do pé, o fazendo ficar pressionado contra a parede e ficar ofegante, e depois uma cotovelada para que ele caísse de uma vez, Joe se virou e pegou o machado ainda com o sangue da mão de Mariko, para desmaiá-lo de vez, ao se virar preparou o ataque com a parte de trás do machado para não matá-lo, mas Martine foi mais rápido e chutou o joelho de Joe o fazendo desarmar o ataque, assim Joe ficou equilibrado em apenas uma perna se curvando deixando com que Martine o pegasse pela gola da camisa azul que Joe estava usando, e lhe deu um soco no nariz fazendo Joe cair e rolar no chão, Martine se levantou e olhou para Mariko que estava desesperadamente tentando fazer um curativo na mão para poder ajudar Joe, então Martine se voltou para Joe novamente, e se jogou em cima dele, e Joe tentando afastar Martine coloca o Machado entre os dois o segurando na horizontal contra o peito de Martine, que logo segura o machado também e os dois começam uma medida de força, com Joe de costas para o chão e Martine o empurrando com o machado.

Mariko até aquele momento havia rasgado um pedaço da calça que estava usando e feito um curativo improvisado, antes de poder ajudar Joe, sabendo que se aquilo continuasse daquela maneira poderia ser fatal, naquela situação, ela então se levantou e correu para onde os dois estavam e se jogou contra Martine mordendo o pescoço dele, ele gritou e deu uma cotovelada no rosto de Mariko a fazendo sair de cima dele e Joe aproveitando a situação o jogou para o lado e trocou a situação, agora ele pressionava Martine contra o chão com o machado, Mariko estava no chão com a mão sobre o nariz que também estava sangrando, enquanto Martine e Joe continuavam na medição de força, Martine que estava por baixo se aproveitou da situação deu uma joelhada contra a barriga de Joe que perdeu as forças e foi jogada para o lado novamente e Martine mais uma fez foi por cima e dessa vez com a vantagem, por Joe estar com falta de ar, Mariko ao ver a inversão novamente se levantou e quando estava saindo do lugar Joe gritou.

- Não se mexa! Fique ai, você pode se machucar!

- Hahaha, olha a situação que você está e pensa em recusar ajuda para proteger um amor não correspondido, você deveria é me ajudar por tudo o que ela fez com você – disse Martine para Joe que logo retrucou.

- Calado! Você não sabe o que está dizendo, tudo o que eu fiz foi por vontade própria, mesmo que eu tenha sofrido ou me desgastado, e também não posso culpar alguém por não gostar de mim e nem mesmo querer me vingar dela, e mesmo nessa situação eu não ia querer que ela se arriscasse para me ajudar, eu sou o melhor amiga dela, eu tenho que protegê-la e não o contrario - disse Joe enquanto Mariko se assustava com a frase dita por ele, ela não imaginava que ele pensava daquela forma, ou sabia, mas fingia que não, só para não sentir mal por fazer o que fazia com ele, ela realmente se impressionou com o que foi dito naquele momento, não a culpo. Enquanto Martine sorria ironicamente forçando mais o machado contra ele, Joe perdendo a força deixou com que ele quase o sufocasse com o cabo do machado, mas antes que ele conseguisse encostar-se ao pescoço dele Joe mordeu a mão de Martine o fazendo gritar e abaixar a guarda, após perceber a sobra, deu mais dois socos no nariz de Martine o fazendo sangrar e sair de cima dele rolando para o lado e Joe, mais uma vez, ficou por cima dele com a mesma medida de força de antes com o machado, mas dessa vez com total vantagem, fazendo Martine perder a disputa e Joe começar a enforcá-lo com o cabo do machado, Mariko olhando aquilo, acreditou e percebeu que tudo iria acabar Joe iria desmaiá-lo e depois chamariam a policia e a vida dela voltaria ao normal, mas quando ela olhou para Martine, viu o grande sorriso no rosto dele e se assustou.

- Vocês acham que eu esperei todo esse tempo para matar você Mariko, para depois perder – disse ele empurrando o machado para cima para poder falar.

- Como assim? – perguntou Joe enquanto Mariko gritava e corria na direção deles.

- Joe cuidado! – gritou enquanto corria, Martine tinha colocado a mão no sapato de cano longo que estava usando e havia retirado uma faca, aquele trajeto que deveria levar pouco mais de 2 segundos parecia estar levando uma eternidade, parecia tudo em câmera lenta, Mariko nunca chegava até os dois para evitar que Joe se ferisse, quando se aproximou já era tarde, Martine acertou com a faca o lado da barriga de Joe, e a enfiou até o cabo, perfurando a pele e carne que tinha naquela região enquanto Joe gritava de agonia e dor, Martine o jogou para o lado de Mariko que se abaixou para pega-lo enquanto sangue saia pela sua barriga descontroladamente,  ao tentar colocar a mão para estancar o sangramento, Mariko tomou um chute que a fez cair e se afastar de Joe, Martine se sentou em cima de Joe e disse.

- Essa é mais um que morre por sua causa, pelo seu egoísmo – terminou enfiando a mesma faca no pescoço de Joe, decretando de vez a sua morte, fazendo Mariko gritar.

- Não! - Martine se levantou e se afastou deixando Mariko se aproximar dele para que o visse pela ultima vez antes de morrer, ao chegar o pegou nos braços como um bebe gigante e disse.

- Joe não morre, por favor, me desculpe por tudo, eu nunca dei realmente valor em você, apenas me preocupava comigo mesma, eu não queria que você viesse aqui para me proteger, me desculpe por não ter te ajudado e ter te deixado ser ferido assim, você não vai morrer... – parou Mariko ao perceber que Joe já havia dado o ultimo suspirou pouco depois de ela pedir desculpas pela primeira vez e então começou a chorar desesperadamente.

- Não! Por quê?! Por quê?! – se perguntava Mariko em prantos. 

- É simples, por sua culpa, você foi egoísta e ligou para que ele viesse aqui para te proteger, você é fraca, você pediu desculpas tarde de mais – disse Martine enquanto olhava para o desespero de Mariko e completou – você esta sentindo o mesmo que eu senti quando você matou a Ally junto com o meu filho, eu não pude me desculpar com ela sobre o que tinha falado e feito, e você agora esta da mesma forma, isso está saindo melhor do que eu imaginava.

“Por que você tinha que entrar aqui Joe? Por que você tinha que me amar tanto a ponto de morrer por mim, eu nunca dei valor no que você sentia, agora que está morto eu não posso nem ao menos pedir desculpas para você, eu como ele disse, sou egoísta covarde e fraca, não faço nada sozinha por medo e sempre dependi e pedi ajuda a você, e você sempre me ajudava como se mais nada importava, como eu pude ser tão fraca?” Se martirizava Mariko olhando para o corpo ensangüentado de Joe, aquele que foi seu melhor amigo por tanto tempo, a faca ainda em seu pescoço cheio de sangue, Martine caminhou até onde o machado estava, o pegou e disse.

- Bom Mariko, depois desse importuno que só melhorou meu plano, vamos continuar de onde paramos, por favor? – perguntou retoricamente Martine enquanto limpava o machado na própria camiseta.

Mariko olhou por trás do ombro e viu Martine empunhando o machado e não sabia o que fazer. “Eu deveria deixar ele me matar já que sou tão fraca e desprezível, eu deixei Joe morrer, eu deixei a Ally morrer, para que? Para o meu bem, era conveniente a morte da Ally e quanto a Joe eu não fiz nada por ser covarde, eu o chamei por ser covarde, eu o coloquei nisso por ser uma covarde e fraca e não agüentar as coisas sozinha devo morrer, mas assim Joe iria ter morrido em vão, ele morreu para me proteger, ele queria que eu vivesse sem si importar tanto com a vida dele, se eu deixar Martine me matar agora eu serei mais desprezível e egoísta do que já sou, mesmo que isso alastre o meu sofrimento por muito e muito mais tempo, não posso fazer isso com o meu melhor amigo! Joe me desculpe por tudo, não irei morrer agora, eu prometo!” Disse Mariko para si mesma mudando completamente de idéia e decidindo viver para se redimir, ela não iria morrer e logo se levantou e ficou de frente para Martine.

- Com certeza, mas dessa vez eu não vou precisar de ajuda – disse Mariko com um olhar cheio de ódio e motivação, enquanto a bandagem improvisada na mão pingava sangue e as dos braços vermelhas por ter forçado tanto naquela noite, tudo doía, mas Mariko não ia deixar ser morta ali, não se tratava mais de instinto de sobrevivência ou de medo e sim de vingança, e por honra própria.

Martine riu e foi em direção de Mariko com toda força para acabar logo com aquilo, ao chegar próximo dela ela desviou para esquerda e chutou a barriga de Martine que soltou o machado, havia sido um chute certeiro e muito forte, Mariko pegou o machado e atacou Martine que se esquivou pulando para trás, mas foi lento de mais deixando a lamina do machado acertar o peito dele de raspão, Mariko logo forçou outro ataque levantando o machado para cima e descendo com toda a força, Martine parou o ataque segurando o cabo, eles brigaram um pouco para ver quem ficava com o machado, mas no fim Martine ao conseguir a posse do machado Mariko acabou batendo na mão dele que ainda não tinha total domínio do objeto, fez com que ele voasse pela sacada e caísse no chão. Os dois acompanharam o trajeto do machado até ouvirem o som dele chegando ao chão, assim rapidamente se voltaram um para o outro e dessa vez, Mariko foi mais rápida que Martine e o atacou primeiro dando uma aranhada na testa e depois pulou em cima dele mordendo a orelha com toda força, Martine começou a dar socos na barriga dela até que ela soltasse a sua orelha, então ele a jogou no chão e deu três chutes nela, dois na barriga e um no rosto a fazendo agoniar, ele a olhou com muito desprezo e deu outro chute no rosto seguido de um forte riso e depois se virou para procurar algo que pudesse terminar com aquilo.

Mariko percebeu que se ficasse agoniando ali logo iria morrer então se levantou com muito esforço e atacou Martine pelas costas grudando em seu pescoço com os braços e novamente mordendo a orelha dele até que sangue começasse a sair dela, ele então deu uma cabeça em Mariko e ficou tonta e depois ele a derrubou próximo de Joe e continuando de costas disse.

- Mariko Ono, tudo acaba agora, vou para de brincar e te matar agora, vou completar meu plano agora, vou fazer a justiça agora! – disse ele olhando para cima com muito alívio, Mariko ainda tonta olhou para o corpo de Joe cheio de sangue e viu a faca que ainda estava em seu pescoço, ela se arrastou até a faca sem que Martine percebesse e a arrancou de Joe saindo mais sangue e então disse com um olhar cheio de ódio e felicidade.

- Sim acaba agora! – ao dizer Martine se virou para Mariko enquanto ela corria em direção a ele que foi pego de surpresa e ficou sem reação nenhuma, Mariko chegou até ele rapidamente enfiando a faca na barriga dele e o abraçando com o outro braço, Martine arregalou os olhos e disse.

- Não... Pode ser... – disse ao mesmo tempo em que Mariko forçou mais a faca em sua barriga o fazendo cuspir sangue.

- Me desculpe – disse Mariko ironicamente, retirando a faca e a colocando novamente em outro ponto, fez isso mais duas vezes até que Martine perdesse a força e caísse, Mariko olhou para os olhos dele ainda assustados olhando fixamente cheios de medo, ela se sentou em cima dele e deu mais quatro facadas, sangue espirrava em seu rosto que continuava fixo em Martine para ter certeza que ele morreria, havia muito sangue em volta de Martine e no corpo de Mariko então ela cessou as facadas. Estava morto, tudo estava terminado, tudo o que Mariko tinha passado estava acabado, ela quis chorar, mas se recompôs logo, se levantou e começou a se dirigir para a saída e olhou Martine mais uma vez, estava com os olhos abertos, parecia estar olhando para o nada e estava. Mariko se virou de volta para a escada e saiu daquela sacada que foi o pior lugar que ela poderia ter pisado em toda a sua vida.

Ao se aproximar da saída Mariko deu mais uma olhada em todo o primeiro andar e pode, mais uma vez, ver todos os seus amigos que há dois anos estavam ali se divertindo, e também viu Joe mais uma vez sorrindo para ela, Mariko deu um pequeno sorriso, se virou e saiu do lugar. A sua vida tinha mudado completamente depois que ela saiu de casa para ir à festa do ano de 2008, e parecia que ela nunca tinha saído de lá até aquele momento, quando saiu do prédio ela retirou um peso das costas, ela se libertou, ela estava livre, mas iria carregar muitas feridas daquela noite, não só feridas de carne, como os dois dedo que havia perdido e as cicatrizes nos braços do ultimo sonho, mas também a ferida de ter perdido o seu melhor amigo, que a tentava proteger, também o remorso de não ter valorizado o amigo de forma digna e de ter feito tantas pessoas sofrerem em sua vida, também não sabia o que iria fazer a partir daquele momento, não sabia se ia se entregar para o policia e contar tudo, se ia se mudar para outra cidade e recomeçar do zero novamente, mas de uma coisa sabia ela iria tentar se tornar uma pessoa melhor, se não conseguisse, tudo o que ela aprendeu ali seria em vão.

 Chegando até a calçada velha do prédio olhou para o céu e disse baixou só para si mesma ouvir com um pequeno sorriso no rosto.

- Amanheceu...

Fim.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do que leram até aqui, e do final que eu pensei e demorei muito para escolher entre vários finais que eu tinha em mente e mais uma vez Muito obrigado



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