A esperança é um alimento da nossa alma, ao qual se mistura sempre o veneno do medo.

Voltaire

– Capítulo Vinte e Oito –

O Começo do Fim

As semanas se passaram e os alunos se dedicavam para estudar para as provas finais, Gina estava super estressada por causa dos N.O.Ms, Harry e Rony faziam o seu possível para acompanharem as matérias, depois que Agatha deixara de “amar” Snape as suas notas voltaram a subir, mas, ela continuava tendo sérios problemas com História da Magia, Draco era indiferente a tudo isso e Hermione deixava todos loucos com a sua fissura pelos estudos.

Agatha continuava a ter os seus desmaios e sangramentos nasais que agora se tornavam freqüentes, tinha enjôos contínuos e havia emagrecido um pouco, isso devido à falta de apetite. Draco já pensava em por o seu plano em prática antes que algo pior acontecesse, ele não podia deixá-la morrer. Seus amigos Pansy e Blásio o haviam convencido a esperar mais um pouco, para que pensasse melhor no que estava fazendo, ele não podia chegar do nada em Voldemort e simplesmente pedir o nome do veneno.

Harry na noite anterior disse que falaria com Slughorn usando a Felix Felicis, e até agora nenhum deles o haviam visto e todos estavam ansiosos pra saber se Harry descobrira alguma coisa.

- Harry! – exclamou Hermione quando vira Harry entrar pelo buraco do retrato – Por onde você andou? Estávamos preocupados.

- Tinha que pensar um pouco. – disse Harry meio ansioso.

- O que você descobriu? – perguntou Gina inquieta.

- Eu preciso contar pra vocês. – começou Harry – Onde está a Agatha?

- Ensaio com as líderes. – respondeu Rony fechando o livro de DCAT.

- Ok. – disse Harry diminuindo a voz – Depois eu conto pra ela. Eu tenho uma notícia boa e duas ruins.

- Diz uma das ruins primeiro. – disse Gina apreensiva.

- Aragogue morreu.

- Mas isso é uma ótima notícia! – exclamou Rony feliz.

- Coitado do Hagrid. – disse Hermione tristonha.

- A notícia boa é que Slughorn me deu a lembrança verdadeira. – explicou Harry.

- Que maravilha! – exclamaram Gina e Hermione.

- A outra notícia ruim é o que uma horcrux realmente é. – disse Harry abatido, os três fizeram silêncio para ouvi-lo – Horcrux é tipo uma magia negra que divide a alma da pessoa.

- Divide a alma? – perguntou Rony confuso – Como assim?

- Voldemort queria imortalidade, então ele dividiu a alma dele em sete partes e colocou em objetos diferentes, assim quem tentasse matá-lo não conseguiria por que as outras partes da alma dele ainda estariam vivas.

- É por isso que ele ainda está vivo, depois de tantas tentativas. – disse Hermione temerosa.

- Mas como se rompe a alma? – perguntou Gina.

- Matando. – respondeu Harry abatido – Cada vez que se mata uma pessoa a alma se rompe e dessa forma é possível fazer uma horcrux.

- Mas esses objetos podem ser qualquer coisa. – disse Rony – E estar em qualquer lugar. Como vamos encontrá-los?

- Dumbledore me disse que eu já destrui um. – disse Harry observando os três – O diário de Tom Riddle – Gina estremeceu.

- Uma a menos. – disse Rony.

- Duas a menos. – disse Harry – Ele também conseguiu destruir uma. Um anel da família de Tom, por isso a mão dele está ferida.

- Dumbledore tem alguma idéia do que podem ser as outras? – perguntou Hermione.

- Pelas lembranças que ele me mostrou, uma pode ser uma taça que pertenceu a Helga Huflepuff. – explicou Harry – Um medalhão de Salazar Slytherin, algo de Rowena Ravenclaw ou Godric Gryffindor, Dumbledore acha que o mais provável seja de Rowena por que de Godric ele queria a espada que está na sala dele, ele também desconfia da cobra Nagine e depois de destruir todos esses, só fica faltando o próprio Voldemort.

- Vamos até o campo precisamos contar pra Agatha. – disse Rony – Ela era a que mais queria saber sobre as horcruxes.

- Não vai ser nada fácil encontrá-las. – disse Hermione cansada – O importante é que enquanto Dumbledore estiver aqui tudo ficará bem.

________

- Oi Agatha. – disse Lilá se aproximando da garota no campo onde treinavam – Por que pediu que eu viesse mais cedo?

- Preciso conversar com você. – disse Agatha séria.

- Eu fiz alguma coisa?

- Não. – disse Agatha a acalmando – Mas eu queria te pedir um grande favor.

- Pode pedir qualquer coisa. – disse Lilá curiosa.

- Não é segredo que eu fui envenenada. – começou Agatha deprimida – E caso eu não sobreviva, eu preciso de uma substituta para liderar a equipe e eu pensei em você.

- Você está maluca Agatha?! – disse Lilá alterada – Você não vai morrer, eu me nego a aceitar essa loucura.

- Lilá vamos ser realistas. – disse Agatha impaciente – Snape pode até achar o antídoto, mas pode ser tarde quando isso acontecer.

- Mas eu não consigo aceitar...

- Por favor. – pediu Agatha – Eu preciso deixar alguém de confiança.

- Você não vai morrer! – gritou Lilá chorosa.

- Tudo bem. – rendeu-se Agatha – Mas você tem que me prometer que se acontecer alguma coisa comigo, você vai assumir a equipe.

- Eu prometo só pra te deixar mais calma. – disse Lilá limpando as lagrimas – Mas eu sei que não vai te acontecer nada.

- Ótimo. – disse Agatha satisfeita – As garotas já estão vindo, vou contar pra elas.

De fato as outras líderes se aproximavam do campo para o treino.

- Bom dia meninas. – disse Agatha alegre – Tenho uma notícia pra vocês. Eu conversei com a nossa colega Lilá, sobre uma possível substituta na liderança da equipe.

- Mas por que Agatha? – perguntou uma garota morena do quarto ano – Não está pensando em sair está?

- Não. – respondeu Agatha soltando algumas lágrimas – Mas vocês sabem que talvez eu não sobreviva, então eu conversei com a Lilá para que me substitua caso isso aconteça, ela relutou, mas, me prometeu que faria se fosse preciso. Tenho certeza que vocês concordam com a escolha.

- Claro que sim Agatha. – disse uma garota ruiva do sétimo ano – Mas você não vai nos deixar, tire isso da cabeça, por favor. Mas se acontecer qualquer coisa que te afaste da equipe, vamos aceitar a Lilá.

- Obrigada. – disse Agatha enxugando as lágrimas – Vamos ensaiar então. Comecem com a coreografia dois e encaixem a doze em seguida. Alice – disse Agatha para a ruiva que falara – Me substitui na doze ok, eu não consigo mais fazer isso.

As garotas assentiram e começaram a ensaiar enquanto Agatha as olhava, ela estava triste mais se sentia orgulhosa pelas garotas. Agatha se lembrara do dia em que foi avisada que substituiria a outra líder pelo seu ótimo desempenho no Torneio Tribruxo, eles estavam na casa de Sirius ajudando a limpar a Mansão Black, Rony e Hermione ganharam as insígnias de monitores e ela foi avisada por uma carta de Hogwarts junto com uma insígnia e uma carta da própria líder. Ela ficou relutante no começo, mas, Harry a convenceu, eles ainda namoravam, e desde então ela tem se dedicado. Era incrível pensar em Harry agora por que não doía mais, e ela não sentiu o cheiro dele na poção Amortentia, então Agatha se lembrou...  Lavanda – É o meu sabonete – disse Draco confuso – Por quê?

... Merengue de limão – Ah! Sim claro. – disse Draco – É o meu creme. Você gostou?

Agatha bateu na própria testa sem acreditar, eram os cheiros que ela sentiu na poção do amor, era o cheiro dele, do Draco. Não podia ser, não era possível, todo esse tempo. Só pra complicar mais a minha vida!

- Ridgeway. – alguém chamou, Agatha se virou e viu que era Emilia.

- Bulstrode?

- Oi. – disse ela sem graça – Podemos conversar?

- Acho que sim. – disse Agatha.

- Nossa. – disse Emilia olhando as meninas ensaiarem – Agora eu sei por que você sempre ganhou de mim. Você é uma ótima líder.

- Você veio me dizer isso? – perguntou Agatha confusa.

- Não. – disse Emilia deprimida – Ridgeway, eu sinto muito, eu não queria, eu nunca quis te machucar, eu nunca sequer pensei em matar ninguém...

- Calma, eu sei que não foi sua intenção.

- Mas aconteceu. – disse Emilia e algumas lágrimas caiam pelo seu rosto – Olha só pra você, está tão indefesa. Eu me sinto péssima.

- Eu nunca entendi por que você sempre me odiou. – disse Agatha dando de ombros.

- Eu não te odiava, eu tinha inveja de você. – explicou Emilia.

- Não tinha motivo algum. – disse Agatha balançando a cabeça – Você é bonita, inteligente e popular.

- Mas a gente sempre quer mais, e você atrapalhava isso. – disse Emilia corada ainda chorando – Eu até quis ficar com o Draco só pra te irritar.

- Por que me irritaria?

- Eu achei que você gostava dele.

Agatha abaixou a cabeça sem graça, era assim ultimamente, sempre que falavam de Draco. E agora depois que ela se tocou, que era ele o tempo todo.

- Ai meu Deus! – exclamou Emilia – Eu não estava errada, você realmente gosta dele.

- Então você nunca gostou dele? – perguntou Agatha mudando de assunto

- Ele é um gato, mas, não. – disse Emilia com um pequeno sorriso – Na verdade eu sempre gostei do Blásio, mas, eu queria te irritar então...

- Bobagem da sua parte. – disse Agatha – Ficar com uma pessoa gostando de outra. Isso pode ter feito o Zabine se chatear se ele também gostava de você, é melhor falar com ele.

- É eu sei, farei isso. – disse Emilia segurando as próprias mãos – Por favor, me perdoa por tudo o que eu fiz com você?

- Não se preocupe eu já ter pedoei a muito tempo. – disse Agatha com um pouco de dificuldade colocando a mão no peito – Fica tranqui...

Agatha sentia seu estômado enjoar outra vez, tudo rodava a sua volta, mas, agora era diferente das outras vezes, Agatha suava frio e seu nariz começou a sangrar outra vez, seu coração batia rápido.

- Agatha! – exclamou Emilia assustada – Seus olhos.

Os olhos de Agatha estavam muito vermelhos e de onde deveriam sair lágrimas, saiam sangue.

- Me ajudem, por favor! – gritou Emilia, mas antes que alguém pudesse ajudar, Agatha desabara no chão.