Não é a intensidade dos sentimentos elevados que faz os homens superiores, mas a sua duração.

Friedrich Nietzsche

Capítulo Dezoito

É possível Esconder o Que se Sente?

 Agatha voltou ao dormitório totalmente decepcionada, ela pensara que Snape iria querer ficar com ela. Por que ele me ignora tanto? Ela se perguntou em meio às lágrimas entrando no salão comunal. Agatha só pensava que se ela não poderia ficar com ele, ela realmemente preferiria morrer e se esquecer totalmente de todos e de Voldemort. Quando atravessou a sala se deparou com Harry sentado em um sofá, ele a encarou assustado e perguntou:

- Onde você estava?

- Fui até a sala de Snape. – respondeu Agatha se sentando ao lado do garoto – Ele não me quer Harry.

- Agatha. – disse Harry calmamente – Vamos por partes ok? Quem não te quer? O Antony?

- Não. – disse Agatha aborrecida – Aliás eu preciso terminar com ele. Eu estou falando do Snape, eu achei que tínhamos algo. Por favor, não me condene eu sei que ele é o meu professor, mas, eu estou apaixonada.

- Eu não vou te condenar por que você não tem culpa do que está acontecendo. – disse Harry pegando nas mãos da garota, o contato físico ainda mexia com ele, talvez ele dissesse agora o que ainda sente por Agatha – Agatha, você não está apaixonada de verdade por Snape.

- Eu sou bem grandinha pra saber o que sinto Harry. – disse Agatha exasperada.

- Eu vou explicar. – começou Harry se sentando mais próximo da garota – Lembra do bombom que você comeu? A Bulstrode colocou uma poção do amor nele, então após comer você se apaixonaria pelo primeiro cara que te tocasse, quando você desmaiou por causa do veneno, o Profº Snape que estava por perto te segurou e te levou pra ala hospitalar, então você se apaixonou por ele, mas é por causa da poção.

- Isso é mentira! – exclamou Agatha indignada – O veneno anulou a poção do amor.

- Nós também pensamos isso. – explicou Harry – Mas não. Hermione falou com Dumbledore ontem, ele já deve ter comunicado ao Snape, ele disse que já havia conversado com Snape sobre essa possibilidade.

- Ele sabia? – disse Agatha aborrecida – Mas então ele teria que...

- Eu não acredito que ele te beijaria Agatha. – cortou Harry.

- Sem chance. – disse Agatha – Ele vai ter que fazer isso.

- Ele disse a Dumbledore que encontraria outra maneira. – disse Harry encarando os olhos de Agatha – Mas só depois de encontrar o seu antídoto.

- Isso é tão injusto. – disse Agatha se jogando pra trás no sofá.

- Não se preocupe. – disse Harry amavelmente – Eu estou aqui pra te ajudar a passar por isso.

- Eu sei obrigada. – disse Agatha amigavelmente – Preciso muito ver o Draco.

- Por que ele? – perguntou Harry chateado – Eu não sou suficiente?

- Não entendi. – disse Agatha encarando Harry.

- Agatha. – Harry começou nervoso – Eu ainda tenho sentimentos por você, eu tenho certeza que podemos passar por tudo isso juntos.

- Você disse que ia tentar com a Gina. – disse Agatha fracamente, ela não conseguia mais discutir por isso.

- Eu sei. – disse Harry aborrecido – Eu não consigo esquecer você, sempre que eu te vejo...

- O que quer que eu faça? – perguntou Agatha cansada – Que eu use um véu pra você não olhar pra mim? Às vezes parece que você é obsessivo.

- Eu quero que você me dê outra chance. – disse Harry observando Agatha, ela parecia tão frágil depois que foi envenenada – Você não vai se arrepender.

- Harry. – disse Agatha calmamente encarando Harry nos olhos – Não dá mais. Gina é minha amiga e ela ama você.

- Eu sei que você ainda me ama. – disse Harry firme.

- Você é muito pretencioso. – disse Agatha se levantando – Harry e Agatha não existem mais, respeite a Gina, por favor – Então ela saiu novamente pelo buraco do retrato.

Harry ficou parado e pensativo no sofá durante alguns segundos, foi então quando ouviu um barulho de palmas atrás dele, era Gina, ela não estava com uma cara muito boa e seus olhos estavam vermelhos.

- Parabéns Harry Potter. – disse Gina friamente – Esse foi realmente um belo espetáculo.

- Gina. – disse Harry baixinho.

- Isso mesmo. Eu. – disse Gina.

- Eu ia falar com você. – explicou Harry apreensivo – Eu sinto muito.

- Quem sente muito sou eu. – disse Gina com a voz embargada se aproximando de Harry para encará-lo – Pensei que você tentaria comigo.

- Gina...

- Pensei que você me daria uma chance, que você tivesse tentando esquecê-la.

- Escuta...

- Pensei que você tivesse ao menos a descência de falar comigo antes.

- Eu realmente sinto muito Gina, mas, não consegui esquecê-la. – disse Harry deprimido.

- Você nem ao menos tentou Harry. – disse Gina friamente – Você não a ama, apenas tem obsessão por ela. Por que Harry? Por causa do seu ego? Por que foi ela quem terminou com você? Godric parecia meio descontrolado por Rowena nas visões, é isso Harry? Descontrole? Me diz.

- Eu não sei.

- Você não sabe? – disse Gina jogando as mãos para o alto – Eu tenho uma idéia do que aquelas visões querem dizer Harry. Salazar e Rowena se amavam e Godric estragou tudo. Quer saber mais? Malfoy e Agatha se amam e você está estragando tudo!

- Você pirou? – perguntou Harry intimidado – Malfoy não gosta da Agatha dessa forma.

- Não? – disse Gina sarcástica – Só você não percebe como ele a olha. Eu percebi isso há muito tempo Harry só não quis dizer isso a ninguém. E quer saber? Você também percebeu que Agatha gosta do Malfoy por que você começou a agir como ele só pra ela prestar mais atenção em você.

- Você viu errado. – disse Harry definitivo.

- Não, eu não vi. Malfoy não quer perder a sua amizade Harry, seja lá que tipo de amizade estranha vocês dois tem. – disse Gina com suas lagrimas que ainda caiam por sua face – Se ele aceita o fato de você ficar com a Agatha é por que é um meio mais fácil dele também ficar com ela.

- Do que você ta falando?

- Se Agatha ficar com outro garoto, como ela está agora. – começou Gina – É como se ele não estivesse perto dela. Mas com você é diferente, se ela ficar com você, ele pode ficar perto dela.

- Isso é mentira. – disse Harry firme.

- Você tem aula de oclumência com o Malfoy hoje. – disse Gina com um sorriso de lado – Pergunte diretamente a ele, ele não vai poder negar. E enquanto a nós dois... eu realmente queria que desse certo, eu espero que você não me procure Harry da mesma forma obsessiva que faz com a Agatha, por que eu não vou ser tão boazinha como ela, se for falar comigo sobre nós dois de novo, que seja verdadeiro e não só por causa do seu ego por ter levado outro fora – Ao dizer isso ela também saiu pelo buraco do retrato como fez Agatha mais cedo.

 ____

Harry evitou os amigos o dia inteiro, ele não estava para conversa, Gina e Agatha se isolaram deles e Hermione não saia da biblioteca procurando alguma coisa sobre horcruxes, Rony não falava muito com Harry desde a briga dos dois no salão comunal, mas, eles conversavam educadamente um com o outro.

- Sabe por que elas estão afastadas? – perguntou Rony a Harry na hora do jantar.

- Você é irmão de uma e melhor amigo de outra. – disse Harry frio, ele não conseguia tirar da cabeça o que Gina disse sobre Draco – Pensei que soubesse.

- Só achei que o meu melhor amigo me contaria. – rebateu Rony

- Pra você me bombardear? – perguntou Harry irritado – Mas também me contou sobre o club Masters não é? Acho que o que Malfoy fez por você lá foi muito importante, até disse que ele seria padrinho do seu casamento.

- Eu estava bêbado. – defendeu-se Rony.

- Ninguém fica bêbado com coquetel de frutas. – rebateu Harry.

- Quer saber? – disse Rony se levantando – Vou ajudar Hermione na biblioteca.

Harry passou o resto do jantar sozinho, ao terminar ele se encaminhou à sala precisa para esperar por Draco que daria aula a ele aquela noite. Se passou mais ou menos dez minutos, quando Harry ouviu a porta da sala se abrir novamente e Draco entrou por ela com uma cara nada boa.

- Oi. – disse Draco para Harry – Senti você meio atordoado hoje. Aconteceu alguma coisa?

- Aconteceu sim. – disse Harry encarando Draco – O que você tem?

- Nada. – respondeu Draco rapidamente – O que houve?

- A Gina terminou comigo.

- Mas por quê?

- Por causa da Agatha. – disse Harry sério – Ela me ouviu pedindo outra chance para Agatha e terminou tudo.

- Potter. – começou Draco irritado – Quando eu disse que era pra você tentar reconquistá-la, você tinha que falar primeiro com a Weasley. Eu achei que fosse obvio.

- Não resisti. – disse Harry – Eu normalmente não tenho muito tempo pra falar sozinho com Agatha.

- Viu só o que eu disse? – disse Draco – Agora você está sem as duas.

- Gina me disse outra coisa também. – disse Harry.

- O que?

- Que você está apaixonado pela Agatha. – disse Harry de uma vez só.

Draco encarou Harry sem responder a pergunta, ele realmente não esperava por isso, foi pego de surpresa. Harry o observava atentamente.

- Quero que me diga a verdade. – disse Harry firme – Você gosta dela?

- Potter. – disse Draco sorrindo de lado se recuperando da pergunta – Isso é ridículo. Eu me nego a responder.

 - Se não quer responder é por que é verdade. – disse Harry sério.

 - Não. – disse Draco firme – Por que é você mesmo quem vai responder se gosto dela ou não.

- Eu? – perguntou Harry confuso.

- Você pode sentir o que eu sinto. – explicou Draco calmamente – Então me diga. O que eu sinto por Agatha Ridgeway?

Harry hesitou por um momento, mas, se concentrou em Draco por alguns instantes, ele tinha uma mistura de sentimentos incrível, mas, por Agatha...

- Fraterno. – disse Harry de repente – Você a ama como uma irmã.

- Que bom que você descobriu isso sozinho. – disse Draco sarcástico.

- Gina se enganou. – disse Harry sorridente – Me desculpe Malfoy.

- Não se preocupe. – disse Draco tirando a varinha das vestes – Vamos começar?